School of Life escrita por Lola Brachovinsk


Capítulo 4
Capitulo 4




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Capitulo 4

Carlos

Era um domingo ensolarado e Carlos acordou com a claridade. Era um torno de dez da manhã. O dia anterior foi bem tranquilo e divertido.

Depois do cinema, as meninas decidiram ficar mais um pouco. Foram ao boliche. Saíram do shopping e passaram por um circo que estava por perto e andaram nos brinquedos do parque.

O dia tinha sido tão bom que Carlos esqueceu-se de um detalhe importante: Na próxima semana ele teria que sair com Fernanda de novo como sua namorada para os amigos do condomínio de Carlos. Ela não iria gostar nada disso. Na noite passada, Carlos e Fernanda ficaram abraçados e de mãos dadas e deram beijinhos tímidos, mas era tudo fachada para que as meninas não desconfiassem que eles não fossem um casal. Só que dessa vez sabia que Amanda e Suelen iriam bombardear Fernanda com perguntas e iriam olhar de forma esperançosa que eles fossem um casal extremamente apaixonado.

O pior de tudo seria como ele contaria isso a Fernanda, ela o odiaria.

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Fernanda

Fernanda estava deitada na cama, olhando para o teto do seu quarto, processando a noite passada. Não tinha acontecido nada de mais, mas foi divertida. Daniele tinha baixado a guarda e mostrou seu lado agradável e divertido. Carlos teve o bom senso de não tentar mostrar para as garotas que eles eram um casal a todo minuto. Houve poucos momentos que Fernanda teve que beija-lo, mas não tinha sido problema, eram apenas selinhos curtinhos. Beatriz mostrou um lado mais leve do que o normal, sorridente e engraçada.

Ouviu o barulho do seu celular vibrando, foi olhar era o número de Viviane chamando:

–Alô...

– MEU BEBÊ!

A voz de Viviane estava embargada e ela gritava, ela estava bêbada.

– Meu bebê, venha pra casa! Eu estou doidinha para fazer umas coisinhas com você que farão você gemer...

– Viviane, lembra da minha cara.

– Aaah! Esses olhinhos verdes são tão sexy. Venha aqui para eu poder fazer sexo com você.

– Você lembrou da minha cara?

– Sim.

– Então agora me responda: Eu tenho cara de otária?! Viviane, você está bêbada. Passou a noite na rua. Sabe-se lá por onde passou essa boca e você acha que eu sou otária o suficiente para ir pra sua casa?! Deixa eu te falar uma coisa, Viviane: Eu sou uma pessoa, não seu brinquedo!

Viviane ficou quieta do outro lado.

– Você me ouviu, Viviane?

– Estou ouvindo! Só estou processar as coisas. Estou morrendo de dor de cabeça. Eu vou deixar uma cópia da chave no vaso e o portão vai estar aberto.

Fernanda desligou, esfregou a mão no rosto. Aquilo tudo enchia a cabeça dela. Saiu do quarto e deu de cara com a sua mãe.

– Nossa! Seu sono deve ter sido muito ruim. Ontem você estava bem e agora tá com uma cara péssima

– Espero que tenha sido um sonho ruim...Vou ao banheiro...

Fernanda pôs o café da manhã na mesma, sentou e começou a comer. Sandra, mãe de Fernanda sentou-se a mesa também. Fernanda sabia que ela queria alguma coisa, ela não costumava sentar para tomar café.

– Como foi o passeio ontem?

– Foi bom. A gente foi para o cinema, depois boliche e por fim o parque de diversões do circo.

– Estava você, o Carlos e mais quem?

– Duas amigas da escola

– Alguma namorada do Carlos?

– Mãe, acho que você já percebeu que garotas não são o ramo do Carlos, né?

A mãe de Fernanda olhou séria um momento para ela e depois deu uma risada

– Uai, percebi, né. Mas vai que eu estivesse enganada ou até mesmo vocês quisessem manter segredo.

– Só não fica tratando ele diferente, tá? Ele não contou para a família e é um rolo só.

Fernanda tomou um banho rápido, se trocou e foi para a casa de Viviane. Ela mesma se perguntava por que estaria indo para lá. A resposta era fácil, ela queria saber em que estado ela estava depois da gandaia, se ela tinha saído com muitas meninas. Ela queria saber se Viviane tinha um resquício de chance de ser alguém que Fernanda queria que ela fosse: uma namorada de verdade.

Chegou em frente a casa, pegou a chave no vaso de flores, abriu a porta. A casa estava como sempre. Organizada no limite de uma pessoa de vinte anos solteira. Havia um par de sapatos perto da porta, mostrando que Viviane chegou morta de cansaço e louca para tira-los. Fernanda foi até o quarto e lá estava ela, deitada, nem havia coberto seu corpo. A julgar pelo estado que estava deitada a cama e com as roupas, ela tinha se jogado e dormido.

Fernanda começou a tirar a calça jeans de Viviane para que pudesse dormir melhor. A moça acordou assustada.

– Dormir de calça jeans é horrível.

Viviane pareceu atordoada por um segundo, ficando calada, apenas olhando-a. Mas logo sorriu de um jeito malicioso para ela:

– Mentira, estava louca para me ver! Vem cá.

Viviane puxou Fernanda para junto da cama e a beijou.

Os beijos e carícia de Viviane eram impossíveis de recusar. Fernanda iria brigar com ela, mas depois do sexo apenas.

Viviane mordia o pescoço de Fernanda enquanto a despia. A camisa foi embora: beijos e mordidas no colo. O sutiã foi embora: lambidas, sugadas e mordidinhas no mamilo.

Viviane era decidida na hora do sexo. Nunca vacilou, nem ao menos na primeira vez dela. Ela sabia onde tocar e ensinou Fernanda a tocar também. Isso fazia com que Fernanda se perguntasse com quantas ela já havia se deitado. Não que isso fizesse diferença para a relação delas. Fernanda achava que o passado estava no passado. Mas as atitudes de Viviane mostrava que ela praticava com frequência.

Em meio há tanto beijos Fernanda tentava tirar a calça Jeans apertada de Viviane

“Porque tem que ser tão justa assim, Vivi? Colabora, meu!”

Fernanda se irritou, se desvencilhou de Viviane e puxou a calça dela.

– Tá brava?

– Da próxima vez, usa algo mais fácil pra tirar.

Fernanda deitou Viviane na cama e começou a beijar o seu pescoço e foi descendo. Pescoço, colo, seios, barriga. Viviane tinha sido a primeira mulher com quem tinha feito sexo. Já tinha feito com outras garotas, até mesmo para dar o troco em Viviane, que não assumia um relacionamento sério, mas Fernanda tinha que admitir que o sexo com Viviane era o melhor. Viviane sabia exatamente os pontos mais sensíveis de Fernanda. Por outro lado, Vivi conduzia bem Fernanda para descobrir os melhores pontos dela.

Viviane gemia. O gemido de Viviane era excitante e fazia com que Fernanda tivesse disposição para fazer sexo à noite inteira.

Fernanda não queria admitir, mas estava apaixonada por Viviane. E o pior, estava apaixonada por ela há seis meses já, mas Viviane sempre fugiu de um relacionamento sério com ela. Viviane já tinha fugido de vários relacionamentos, então porque Viviane simplesmente não soltava Fernanda? Porque sempre tinha que ligar para ela, chama-la de bebê? De dizer que amava a presença dela?

Viviane a prendia assim, com sexo e carinho. Parecia que Fernanda não teria outra experiência tão boa com outra pessoa. Mas Fernanda já havia percebido, Viviane não demorava com ninguém. Era nômade e pior para quem se apaixonasse por ela. Fernanda continuava a beijar e lamber o corpo de Viviane: barriga, pernas. Fernanda estava ferrada, o coração dela já era de Vivi e sabia que esta não iria ficar de bom grado. Iria recusar, usar, abusar e ir como fazia há tempos.

Fernanda continuava a beijar e lamber. O corpo de Viviane ficou arrepiado. Fernanda subiu para beijar a boca de Vivi enquanto a tocava.

– Minha menina aprendeu direitinho. Você é muito boa.

Sim, era por isso que Fernanda a amava. Fernanda atingia o seu máximo com Viviane.

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Beatriz

Era intervalo de aula na parte da manhã. Beatriz tinha achado um canto com o sol. Ela gostava do sol da manhã. Era quente na medida certa.

Bia ouviu passos atrás dela. Era Fernanda que vinha na sua direção e sentava-se ao seu lado.

– Tudo bom?

– Tudo e você?

– Tô bem. Cadê a Dani?

– Tá com o Izaque. E o Carlos?

– Aquele cara é preguiçoso. Tá dormindo na sala.

– Preciso arrumar alguém logo. A única da turma que não tem um namorado.

– Olha, o meu tá lá em cima babando. Então não é como você fosse a única agora.

– Imagina se a Dani inventa de sair com você e o Carlos junto? Ou eu não vou ou eu fico de vela.

– Mas ela não faria isso agora...

– Aaah faria! Dani adora encontro de casais. Ela adora papo sobre namoros.

– Bem...então ela irá cair do cavalo. Eu e Carlos não falamos muito sobre como é nosso namoro.

Bia e Fernanda deram risadas. Fernanda era mais legal do que Bia imaginava. Não era mais o fato dela estar traindo Carlos que a incomodava, aliás, Beatriz percebeu que isso não era o que a incomodava, já que ela sempre achou que não deveria fazer suposições sobre isso. O que incomodava Bia na verdade era que ela sempre tentou fugir dos pensamentos que a incomodava, mas Fernanda poderia ser exatamente como ela. Fernanda poderia estar se relacionando com outra mulher e isso ao mesmo tempo em que assustava Beatriz a deixava mais curiosa sobre si mesmo.

A vontade de Bia era perguntar “Você está ficando com aquela mulher de cabelos curto?” “Como você se descobriu?” “Como é o beijo? E o sexo?”. Mas não podia fazer isso, não agora. Não eram tão amigas a ponto de fazer perguntas tão íntimas.

Fernanda seria sua perdição?

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Carlos

Os meses passaram rápido: março, abril, provas. Maio, junho, julho, provas, férias.

Carlos conseguiu tapear Suelen e Amanda para que adiassem o encontro justamente por causa das provas, mas agora não havia alternativa a não ser falar com a Fernanda. Estava indo encontra-la.

– E ai?

– Hey

– Tá sabendo da festa da Grazi?

– Não. Quando, Sábado, amanhã. Uai, a Viviane não te falou?

Carlos percebeu que sem querer tocou na ferida.

– Não. Talvez ela não vá ou não foi chamada...

– Vai fazer a inocente, Fernanda? Você sabe que a Grazi e a Viviane são farinha do mesmo saco e se convidam para essas festinhas. Porra, Fernanda. Você encara qualquer um de frente, não deixa ninguém falar torto com você e age dessa forma com uma garota que te despreza?

– Vem cá, Carlos. Quantos namoradinhos você teve desde o começo do ano?

Carlos fez uma cara de incrédulo para Fernanda, mas não pode responder nada.

Nos últimos meses entrou em três “semi – relacionamentos”. Todos eles saíram pela insegurança de Carlos.

Todos eles estavam no armário também. Carlos os escolheu por achar que eles o entenderiam, mas o medo que Carlos tinha de ser descoberto o impedia de andar de mãos dadas na rua, mesmo em bairros distantes.

– Ok. A gente tá na mesma merda. Então que tal me acompanhar em um lugar amanhã antes da festa

Fernanda o olhou desconfiado:

– Onde?

– Num barzinho qualquer. Ou numa cafeteria.

– Carlos...o que você quer? Quem vai estar lá?

– Uns amigos meus...

– Quem, Carlos?

– Amanda, Suelen e Danie...

– Caralho, cara! Seus amigos do condomínio?! Deixa eu adivinhar...Vou como sua namorada?

– Eu deixei escapar que estava namorando e...

– Carlos, deixa eu te falar uma coisa: VOCÊ NÃO ESTÁ NAMORANDO!

– Para elas eu estou. Eu tô perdido, Fernanda. Só dá pra confiar em você.

Fernanda parou abruptamente e seu olhar era diferente agora. Ela parecia não acreditar no que ouviu, ao mesmo tempo em que parecia tocada com a situação.

– Eu sei que não pareço o amigo mais fiel do mundo, mas eu só consigo confiar em você. Eu sei que se eu aparecer amanhã e dizer para você que sou hétero você não vai ligar. Eu não sei se os amigos do meu prédio farão o mesmo por mim...

Fernanda parecia desarmada.

– Te odeio por estar me metendo nessa, Carlos.

– Você é minha heroína, Fê.

Carlos abraçou Fernanda com toda sinceridade que nunca pensou que um dia poderia ter.

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Fernanda

Fernanda estava sentada no sofá da sala cheia de pessoas. O som da música abafava o som das vozes ao ponto que ela tinha que se debruçar para ouvir o que Camila dizia para ela.

A festa já rolava algumas horas e Fernanda já tinha bebido um pouco mais. Nada da Viviane na festa. Isso era um alívio para Fernanda, sinal que de fato que Vivi não sabia da festa ou não pretendia aparecer, por isso não tinha convidado Fernanda para ir junto com ela. Pelo menos era isso que Fernanda achava...e era cedo demais para isso.

Viviane apareceu no campo de visão de Fernanda, havia uma garota nova perto dela. Ela sabia que era mais um caso de Viviane. O estomago de Fernanda revirou e afundou.

Olhou ao redor e viu uma garota perto dela que a olhava com insistência. Fernanda se aproximou da garota. Não demorou muito estava com a garota contra a parede, beijando-a enquanto acariciava seu seio. Tinha raiva. Olhou de novo para a festa. Lá estava ela, conversando com a Graziele. Fernanda sabia que Viviane tinha visto ela beijando a garota, mas ela parecia não se importar com esse fato.

Fernanda olhou para o relógio, 4:40. Os ônibus já estavam passando. Procurou por Carlos e o encontrou. Estava rindo muito com um casal de amigas dele. Fernanda foi até ele e falou:

– Vamos! Os ônibus já estão funcionando. Você dorme em casa.

Já no ponto, Fernanda percebeu que os dois estavam bêbados. Ela só torcia para que não estivessem com cara de loucos, fedendo a bebida e que chegassem na sua casa em silencio. E assim o foi. Carlos, por milagre, não havia tropeçado em nada e não fez grandes barulhos. Mas quando chegou no quarto de Fernanda falou:

– Um garoto me dispensou na festa. Disse que não namora quem não se assumiu ainda.

– Faz que nem eu desista do amor.

– Vou desistir de ser gay. Vou virar hétero.

– Você não conseguiria. Não conseguiria transar com nenhuma garota

– Conseguiria. Transaria com você agora.

– Duvido...

Carlos pulou para cima dela, beijando sua boca. Fernanda retribuiu já retirando sua camisa.

Fernanda sabia que eles estavam cometendo uma besteira. Sabia que se arrependeria mais tarde. Mas ela não ligava.

Fernanda abriu o botão e desceu o zíper da calça de Carlos.


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