School of Life escrita por Lola Brachovinsk


Capítulo 2
Capitulo 2




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Capitulo 2

Beatriz

– Cara, desde quando ele namora?

– Não sei...

– Tudo bem que a Fernanda e ele sempre foram grudados, mas...namorar?

– Pois é...

– O que houve Bia? Você está bem?

– Claro que não, né, Dani? Ainda bem que ele achou que estávamos indo juntas ao cinema. Se ele desconfiasse que eu estivesse o chamando para um encontro eu estaria numa fria.

Daniele ficou em silêncio um segundo do outro lado da linha. Bia sabia que ela se sentia culpada pelo ocorrido, afinal de contas, ela que tinha insistido na situação.

Bia, por outro lado, não sabia se sentia aliviada por não ter que insistir em namorar um garoto ou se ficava triste por perder a chance de engatar um relacionamento normal.

– Bem, pelo menos temos um cinema no sábado...

– Será que conseguimos fazer com que ele largue dela e fique com você?

– O que???

Fernanda

Quando saiu da escola, Fernanda encontrou Carlos e duas meninas do 2°C na porta da escola. Elas estavam petrificadas. Quando ele disse que elas iriam ao cinema e Fernanda aceitou ir também, Daniele ficou claramente incomodada, mas Beatriz estava incrivelmente calma. Isso foi uma surpresa para Fernanda, porque, a julgar a situação, Beatriz é quem tinha feito à proposta, ela não parecia ser do tipo que tomasse a iniciativa de convidar um garoto para sair.

“Você precisa parar de fazer julgamentos antecipados, Fernanda. Além do mais, você precisa tirar satisfações com o merda exibicionista do Carlos”.

Ao sentar-se no computador, Fernanda ouviu o toque típico do seu celular:

– Alô...? Achei que não ligaria hoje...

Carlos

Carlos sabia que Fernanda estaria com raiva dele, afinal de contas, ela topou fingir ser sua namorada dentro do domínio da escola e agora ele tinha arrastado ela para algo bem mais complicado. Mas ele não teve outra saída, aquela era a oportunidade perfeita para consolidar sua mentira.

Sabia que Daniele não conseguiria segurar e contaria a todos que ele estava namorando a Fernanda.

Fê nunca o compreenderia. Carlos ia à casa da dela com certa frequência, então sabia que por mais que Fernanda ainda não tenha contado para sua mãe sobre ela, essa não faltaria quando descobrisse. Já sua família era extremamente conservadora e sua mãe, que fazia questão de mostrar o quão lindo e simpático era seu filho, não suportaria a ideia de que fosse gay.

Era por isso que Carlos estaria disposto a fazer o que fosse preciso para continuar em paz com a sua vida.

– Desculpa Fê, mas eu vou te levar pra mais fundo ainda. Só não exploda, por favor.

Dani não conhecia Fernanda era para os mais fortes, espertos e melhores, Dani era a melhor e iria tirar Carlos de Fernanda.

Beatriz

Sexta-Feira. Faltava apenas um dia para o encontro e isso incomodava Beatriz. Sabia que Dani tinha algo tramado, ela não sossegaria com o fato que seus planos foram sabotados.

O dia estava chuvoso e quase ninguém tinha ido para a escola devido aos diversos pontos de engarrafamentos no transito, por isso o professor de Química achou melhor juntar as três classes numa sala só. Estava lotada, Bia sentou no canto esquerdo da sala, bem ao fundo. Ao passar os olhos pela sala percebeu que Fernanda estava a sua frente, três fileiras à direita. O perfil da garota era bonito. Seu cabelo parecia perfeitamente arrumado e destacava os olhos verdes. Era de se esperar que Carlos estivesse mesmo com ela, afinal de contas era uma garota de ótima aparência e todos os meninos a desejavam.

Bia ficava se perguntando se Fernanda não tinha notado que ela estava tentando chamar seu namorado para sair. Não estava brava?

Para falar a verdade, de fato Fernanda e Carlos não pareciam namorados. Estavam sempre perto um do outro, mas jamais abraçados ou se beijando, apenas conversando a uma distancia que ninguém diria que estariam flertando. Carlos jamais havia chamado Fernanda de amor antes.

“Ela é realmente bonita”.

Bia tinha decidido que não faria o técnico aquele dia. Sair no horário de pico com aquele tempo seria péssimo, o horário de almoço o transito estava bem melhor e a chuva havia diminuído. Indo em direção ao portão, viu que Fernanda estava bem à frente dela. Beatriz pensou em apertar o passo para alcança-la e perguntar sobre o passeio de sábado, tirar o provável mal entendido. Quando estava no meio do caminho, Bia viu uma pessoa sair atrás do muro da escola em direção ao portão com um guarda-chuva na mão. Era uma garota de cabelos curtos. Sorria de uma maneira estranha para Fernanda, oferecendo-lhe o abrigo do guarda-chuva. Para a surpresa de Bia, Fernanda tinha aceitado e agora ia embora.

“Você tá maluca, Bia, elas não eram....namoradas?”

Fernanda

– Gostou da surpresa?

Viviane falava em um tom incrivelmente debochado e com um sorriso sacana o rosto.

– Não

– Depois de todo esse tempo sem a gente se ver você não gostou de eu ter vindo aqui, Fernanda?

– Exatamente. Depois de todo esse tempo você tem a cara de pau de aparecer?!

– Eu liguei!

– Foda-se, cara! Você só sabia arrumar desculpas!

– A gente vai discutir na rua mesmo? A gente vai pra minha casa e...

– Quem disse que eu vou para sua casa?

– Você vai. Você tá doidinha para extravasar e lá você pode gritar a vontade.

Viviane morava em um bairro calmo, próximo ao centro da cidade. Quando Fernanda foi lá pela primeira vez ficou encantada em saber que havia ruas calmas perto do centro. A casa era, ao mesmo tempo, grande e pequena. Seus cômodos não eram espaçosos a vista nua, mas cabia tudo lá: Uma mesa média de jantar, dois sofás, uma mesinha de centro, uma poltrona, uma estante ao qual ficavam vários enfeites de instrumentos musicais e claro, o famoso som de uma caixa só. A caixa de som era apenas uma, mas extremamente potente, dando conta de várias festinhas que rolaram lá. A casa tinha uma localização privilegiada, a casa do lado esquerdo completamente abandonado, a casa do lado direito era um tanto afastada e na frente e atrás prédios, assim nenhum vizinho iria chamar a polícia por causa do barulho.

Viviane abriu a porta da casa e entrou, Fernanda entrou em seguida. Ela sentiu novamente aquele ar incrivelmente carregado de aromas diversos, mas que ela adorava. Era um clima que a encantava de fato. Havia quadros típicos de bares undergrounds, cinzeiros retros. Na estante DVDs de filmes que iam de animações aos mais renomados títulos cinematográficos. Na prateleira do lado um Nintendo 64 e um Playstation 4 ficavam lado a lado. A bagunça parecia proposital para dar aquele charme que Fernanda cobiçava, universitário e independente.

Fernanda fechou a porta enquanto Viviane jogava a chave em cima da mesa, virando-se para confronta-la.

– Viviane, você sumiu, vivia inventando mentiras ridículas e vem na minha esc...

A visão de Fernanda foi subitamente tomada por um rosto muito próximo ao seu. Viviane estava agarrada em seu pescoço e sua língua foi parar na boca de Fernanda.

– Cara, para! Você disse que veríamos aqui para...

– Você extravasar e é exatamente isso que estamos fazendo. Fêzinha, você não achou que eu estava falando que a deixaria gritar de raiva, né? Seus gritos serão por outros motivos...

Viviane forçou seu peso para cima do corpo de Fernanda, forçando-a a cair no sofá e enquanto beijava a sua boca, tirava a camisa da escola. Fernanda pensou em parar, mas no final das contas, ela estava com saudades daquilo.


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