Quando saí daquele restaurante e ainda eram 14:12, fui andando em direção ao parque da cidade. Quando cheguei resolvi sentar no primeiro banco que vi (não estava aguentando aquela dor insuportável no meu joelho). Fiquei olhando a paisagem daquele parque, o pequeno lado, os bancos, o gramado. Até que, fui interrompido por uma garota que apareceu na minha frente e me entregou um panfleto. Nele estava escrito sobre o Daihasei, o festival de competições anual onde envolve todas as escolas da Cidade Acadêmica. E a data marcava amanhã. Li sobre as escolas que participariam, até a da pirralha. Joguei aquilo fora e levantei para passear pelo parque.

A cidade estava movimentada, cheia de alunos andando pra lá e pra cá. Perdi a paciência de ver aquela movimentação toda, alunos entregando panfletos, outros com roupa de ginastica correndo em volta do parque, outros enchendo o parque faixas etc. Talvez no shopping estivesse menos movimentado.

Ao chegar no shopping, vi um cartaz que mostrava uma academia de tiro que solicitava alunos de nível mais alto que 0, para ajudar na defesa contra a igreja católica romana que, há muito tempo havia feito alguns estragos na cidade. Aquilo foi a coisa mais interessante que eu tinha visto naquele dia desde que tinha acordado. Quando estava entretido com aquele cartaz, um cara apareceu atrás de mim dizendo:

– Eu acho que você deveria participar disso...

– Quê? Me conhece?

– Claro, todos te conhecem. Você é o Nível 5 mais forte dessa cidade, Accelerator.

– Ou era...

– Como assim?

– Nada, nada, cai fora daqui.

– Cara, você tem muitas habilidades, seria uma forma ótima de usar seus poderes, defendendo a Cidade Acadêmica de ameaças deitas pela Igreja Católica Romana, por quê não participa?

Suspirei e disse:

– Porque não é da sua conta, eu já disse, cai fora.

– Eu te admiro bastante, Accelerator, quero algum dia poder fazer parte dos espers mais fortes da Cidade.

O quê aquele menino estava pensado mesmo?

Resolvi ignorá-lo e sair andando até uma sorveteria no shopping, tomaria um sorvete e eu poderia voltar para casa. Mas quando cheguei lá, ocorreu um apagão no shopping, e só ouvi pessoas gritando e correndo para todos os lados. Fui andando devagar, até achar um banco e esperar as coisas se acalmarem por lá.

Seguranças do shopping chegaram e começaram a "tentar" acalmar as pessoas do susto. Quando as luzes finalmente voltaram, no meio dos seguranças avistei a Aiho andando junto com eles. Ela me viu e veio em minha direção:

– Uau, coincidência, não?

– Tanto faz

– Talvez eu chegue tarde hoje, estarei fazendo os preparativos para o Daihasei, mas a misakinha e a Kikyou estarão lá.

Eu não disse nada, e a Aiho foi andando em direção ao resto dos seguranças, virou-se para mim e disse:

– Não demore muito para chegar em casa, Accelerator, as ruas estão perigosas ultimamente.

– Eu sei me virar.

Ela seguiu seu caminho, e eu fui andando em direção à saída do shopping, depois daquele apagão, começaram a chegar mais pessoas na sorveteria e vi que não daria muito certo entrar naquela fila enorme.

Fui até o ponto de táxi, pois já eram 20:13, e minhas pernas já estavam doendo, mesmo com a ajuda aquela moleta. Peguei um Táxi, expliquei a direção para o motorista e me sentei no fundo colocando fones de ouvido e olhando a cidade pelo retrovisor.

Quando chegou no portão da casa, ele parou e eu desci entregando o dinheiro. Abri o portão menor e entrei, passei pelo jardim da frente da casa e abri a porta. Quando eu entrei, vi a Kikyou sentada numa poltrona e lendo um livro de ciências, ela notou minha presença e falou:

– Ora ora, quem resolveu aparecer.

– Não enche.

– Last Order não parou quieta te procurando pela cidade, pela casa...

– O quê a pirralha queria hein?

Ela não me respondeu, então fui subindo as escadas até o banheiro. Precisava de banho urgente.

Fui até o quarto peguei uma toalha e fui até o banheiro. Notei que a porta não estava trancada, obviamente não tinha ninguém. Quando abri a porta, vi alguém atrás do box... E era a pirralha! Ela acabou percebendo que tinha alguém lá, e abriu uma parte do box e me viu.