Accelerator e Last Order- 6 anos depois... escrita por Emili Elens


Capítulo 30
A investigação na Área L II




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Chegamos em menos de dez minutos, o lugar era cheio de matos, e plantas rasteiras, era cheio de lixo e tinham alguns azulejos presos ao chão, todos riscados e em péssimo estado. A Yue desceu do carro com tanta pressa, que quase se feriu em um pedaço de ferro enferrujado.

– Seja mais cuidadosa, Sakai!

– V-vou tentar...

A Shirai desceu em seguida, e eu fui a última a descer do carro. Abri lentamente a porta, e olhei para todos os lados antes de encostar um dedo naquele chão imundo e acabado.

– Last, vamos. Seja mais rápida.

– Yue, não vou correr o mesmo risco que você por causa daquela pressa boba.

A Yue não disse mais nada, olhou para todos os lados, e depois deu dois passos para frente.

– Me avisem se acharem algo suspeito.

– Espera aí! – Eu disse empurrando a Shirai no carro.

– O quê é?

– Você vai nos deixar aqui?!

– Preciso voltar para a Judgment.

– Não mesmo! Não vou ficar aqui sozinha com a Yue.

– Misaka, eu prometi que levaria vocês até aqui, mas não prometi que ficaria.

– Eu não estou acreditando. Esse lugar me deixa nervosa!

– Nervosa ou não, este é o seu trabalho, Misaka.

– Shirai Kuroko... O quê você tem de importante para fazer na Judgment em pleno domingo?!

– Misaka! Não insista! Não ficarei aqui você e a Yue.

– Last, podemos fazer isso sozinhas! – Disse a Yue pegando em minha mão.

– Bem, já estou indo. – Disse a Shirai abrindo a porta do carro, e entrando.

Fiquei olhando envolta da “tal área L”, e depois que a Shirai havia saído, virei-me para a Yue com uma expressão séria no rosto.

– Yue, será que você não entende que a Kuroko sempre nos deixa com as piores tarefas nos piores lugares?! Me diga: quantas vezes a Shirai já se safou dessas tarefas, e sempre joga em cima de nós? Eu não aguento mais isso.

– Calma, Last. A Shirai...

– A Shirai não nos deixa descansar nem no domingo! Todos os dias tem alguma tarefa fresca para nós duas! Até no colégio! E por falar nisso, vou pedir permissão para dormir na minha casa, fugir todos os dias não está dando muito certo. Principalmente os castigos que tenho recebido pela supervisora!

– Last! Dormir em casa não te nada haver com a Shirai!

– Mas o colégio sim! Ela está sempre no meu pé, e ainda por cima, tem uma cópia da chave do nosso quarto! Por que ela tem uma cópia da nossa chave?!

– Eu não sei...

– Como ela conseguiu?!

– Eu também não sei...

– Como você não sabe?! A Shirai conta tudo para você! Ela com certeza confia mais em você do quê nos próprios pais!

– Last! Você está imperativa. Eu nunca te vi neste estado.

Quando a Yue disse aquilo, percebi que eu realmente estava imperativa. Mas... E daí? Tanto a Shirai, quanto a Yue estavam me deixando nervosa a cada minuto que passava, mesmo a Shirai não estando presente.

Respirei fundo, e fiquei encarando a Yue enquanto ela me dava “lições de moral”.

– Last, esse é o nosso trabalho. Entramos na Judgment para ajudar os cidadãos da Cidade Acadêmica, para fazer o bem. Você reclama das tarefas, mas essas são as coisas de devemos fazer enquanto estamos na Judgment.

A Yue é péssima tentando ser otimista.

– Yue, eu entrei na Judgment por queria defender a cidade de foras da lei, e não ficar procurando coisas perdidas, limpando calçadas, passando por lugares estranhos...

A Yue ficou quieta durante uns dois minutos, mas logo começou a andar.

– Vamos dar uma olhada rápida aqui, e ligamos para a Shirai, certo?

– Certo. – Eu disse, com uma expressão nervosa no rosto.

Andamos lentamente pelo lugar, e sempre olhando para os dois lados. Havia alguns degraus, então subimos lentamente e com um pouco de receio. Enquanto estávamos olhando a área L, eu e a Yue ficamos extremamente caladas. Percebi que a Yue estava com um pouco de medo, mas fingi que não tinha percebido. Peguei uma moeda, só por precaução, e fiquei segurando com as mãos fechadas.

Estava um silêncio amedrontador, e à medida que íamos indo mais e mais distante, eu sentia um mal pressentimento. Estávamos em uma área de perigo, sim, eu sabia disso, mas preferi não comentar nada com a Yue.

A Yue começou a roer os dedos, pois as unhas já haviam “acabado”, com certeza seria aquele nervosismo dela. Ela estava começando a me deixar nervosa também, mas tentei controlar. Respirei devagar, e fiquei olhando para o chão.

– Last...

– O quê?

– O-o-o-o quê você acha que pode ter aqui?

– Mato.

– Além, disso...

– Não faço ideia...

– Estou começando a ficar com medo.

– Que ironia! Disse isso, a garota que insistiu para entrarmos neste lugar estranho.

– Eu não insisti!

– Insistiu sim, Yue. Você mesma disse que isso é nosso dever...

– Mas... É nosso dever...

– É um dever muito entediante.

– Entediante?! Entrar em uma das áreas abandonadas e longes da Cidade Acadêmica é entediante?!
– Sim.

– Isso é amedrontador!

– Nem tanto.

– C-c-c-como assim?! E se tiver alguém morto aqui?!

– Entenda que: o quê assusta não são os mortos, e sim os vivos.

– Como você pode dizer isso num momento desses?! Eu morro de medo de cadáveres.

– Finja que esse medo nunca existiu.

– Impossível! – Disse a Yue gritando.

– Dá pra para de gritar? Não estou do outro lado da área.

– Desculpa...

De repente, ouvi passos vindos em nossa direção. A Yue segurou na minha mão tão forte, que pesei que fosse quebrar! Percebi que ela estava quase chorando, então tomei a frente dela. Correntes elétricas começaram a rodear minhas pernas, então no mesmo instante, coloquei a minha braçadeira, e foquei meu olhar para a frente.

Depois de um minuto, não ouvi mais o estranho barulho, então a Yue começou a respirar mais devagar.

– L-L-L-Last...

– Shhh. – Eu disse colocando um dedo no beiço da boca, pedindo silêncio.

– L-L-Last...

– Yue, dá pra você fazer silêncio?! – Eu disse em tom baixo de voz.

– Vou tentar. – Disse a Yue baixando o tom de voz.

– Eu acho que tem alguém aqui...

– Isso está me apavorando. Vamos embora daqui!

A Yue gritou, e em seguida pegou em meu braço esquerdo, e em um piscar de olhos, estávamos a dez metros de distância do lugar. Ela usou a habilidade Teleporte, para sairmos de perto do lugar, e em seguida, usou de novo. A Yue repetiu o processo do Teleporte umas sete vezes, e depois parou.

– Acho que aqui estaremos seguras. – Disse a Yue suando.

– Não olhamos nem a metade da área, Yue.

– Chega desse lugar!

A Yue pegou o celular, e começou a discar o número da Shirai.

– O quê vai fazer? – Eu disse encarando-a.

– Vou ligar para Shirai. Precisamos sair daqui!

– Não pode usar seu teleporte?

– Só consigo teleportar de dez em dez metros, isso levaria muito tempo até chegarmos à Judgment.

– Isso é mal...

– Last, a Shirai não atende.

– Então vamos usar seu teleporte mesmo.

– Mas...

– A não ser... Que você queira ficar aqui...

– Não mesmo!

A Yue ficou usando sua habilidade por um bom tempo, estávamos no meio de uma pista, foi então que ela se cansou.

– Yue, você está bem?

– S-s-sim... Last...

A Yue caiu no chão, mas felizmente estava acordada.

– Estou exausta. – Disse a Yue.

– Vou ligar para Shirai. Aguente firme.

Disquei o número da Shirai, mas mesmo assim ela não atendeu. O quê pode ter acontecido?

A Yue se levantou lentamente e pegou em meu braço. Nos teleportamos para mais uns vinte metros de distância.

– É impressão minha ou... Você nos teleportou mais longe do quê o normal?

– Estou me esforçando...

– Não faça isso!

– Mas... Precisamos sair daqui...

– Calma, Yue. Não é um caso de emergência.

– Ei Last! O quê aquilo ali? – Disse a Yue apontando para o norte.

– Onde?

– Ali! – Disse ela apontando mais uma vez.

Desta vez, eu vi. Era como uma espécie de casa, ou algo do gênero. Por que teria uma casa no meio de uma pista?

– Não faço ideia do quê seja, Yue.

– Será que alguém mora ali?

– Também não sei te responder...

– Fiquei curiosa...

– Quer ir até lá?

– Não! Já chega de lugares estranhos por hoje.

– Tudo bem...

Percebi que tinham uns restos de “máquina”, cor de rosa em volta da misteriosa casa. E Isso me deixou mais curiosa ainda...

A Yue nos teleportou de novo. Mas ainda estávamos bem longe do centro da cidade. Ela continuou teleportando, até que chegamos em uma estação de trem, que por sinal, nos levaria até a Cidade Acadêmica mais rápido.

– Não tenho nenhum passaporte, Yue.

– Last... Vamos sentar. – Disse a Yue sentando em um dos bancos da estação.

Sentei-me junto à Yue, e naquele mesmo momento, uma mulher alta de cabelos castanhos, que usava óculos, acabou esbarrando em mim.

– M-me desculpe. – Eu disse.

– Tudo bem, queri-

A mulher não havia terminado a frase, e ao me ver, ficou com uma expressão surpresa e assustada ao mesmo tempo.

– Preciso ir. – Disse a Mulher.

Quando ela virou-se para trás, percebi que um docinho havia caído de um tubinho colorido que ela estava segurando.

– Que mulher estranha – Disse a Yue.

– Por quê?

– Tenho a impressão de que já a vi em algum lugar...

– Onde?

– Não faço ideia...

– Como assim você “tem a impressão”?

– A conheço de algum lugar... Mas não consigo me lembrar.

– Eu tenho certeza de que nunca a vi na vida. Deve ser só sua imaginação Yue.

– É... Deve ser imaginação.


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