Accelerator e Last Order- 6 anos depois... escrita por Emili Elens


Capítulo 27
Não somos um casal! V




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Eu não estava conseguindo olhar para a pirralha depois do quê havia acontecido dentro do elevador. Quase nos beijamos! Notei que quando havíamos saído do elevador, estávamos em uma loja de artigos esportivos!

– Acce... Será que a Aiho está aqui? Ela é professora de Educação Física...

– N-n-n-n... Ah... E-e-e-eu... A-a-acho...

– Como? – Disse a pirralha com uma expressão confusa no rosto.

– N-n-nã... Não... S-s-sei...

Eu não estava nem conseguindo falar direito! Como ela consegue ficar calma como se nada tivesse acontecido depois daquela situação há três minutos atrás?!

– Vamos dar uma olhada, Acce?

– P-p-p-pode... S-ser!

A Last Order pegou no meu braço esquerdo e saiu andando muito rápido pela loja. Por que tinha uma loja de artigos esportivos em um supermercado?! Só falta ter loja de fazendeiros...

Passamos por muitos garotos trajando roupas de academia, que por sinal, começaram a olhar para a pirralha, mas ao me ver, todos eles saíram de perto de nós dois. O quê as pessoas dessa cidade pensam que sou?!

Passamos primeiro em uma sessão de tênis. Devia ter uns cento e cinquenta modelos de tênis diferentes! Depois, passamos pela sessão de bolas de borracha e de couro. Vi bolas maiores do quê a pirralha! Tentei esconder o riso ao comparar o tamanho.

– Do quê você está rindo, Accel?

– N-n-nada.

– Você não quer me contar... – Disse a pirralha com uma expressão triste no rosto.

Senti meu coração apertar naquele momento. Por que eu estava me importando com a “tristeza” da pirralha?!

– É que... Hum... Você é tão baixinha. – Eu disse tentando esconder o riso.

– Como é?! – Disse a pirralha sorrindo.

– Você é menor do quê a Sister!

E tem o corpo mais bonito também!

– Ei! – Disse a Last Order me empurrando para o sofá que tinha na loja.

Eu quase caí, mas me inclinei na parede.

– D-d-d-desculpa, Acce. Você está bem?! – Disse a pirralha segundo meu braço e olhando fixamente para mim.

– Devo ter quebrado seis costelas.

– Nããããão! – Gritou a pirralha.

– Estou brincando.

– Não me assuste desse jeito... – Disse a Last Order colocando a mão na bochecha.

Continuamos andando pela loja, até que uma atendente veiio até nós dois.

– O quê a Misaka Last Order e o Accelerator vão querer hoje? Pergunta a Misaka olhando para os dois.

Espera... Aquela voz era conhecida... E o sotaque... E como ela nos conhecia?! Olhamos ao mesmo tempo, e percebemos que era uma Sister!

– Ah! – Gritou Last Order, que em seguida correu me puxando.

– Pare de correr, pirralha!

– Não! T-t-t-tem uma Sister ali!

A Loja era muito grande. Last Order passou pelas roupas e depois me empurrou para dentro de um provador e entrou em seguida. Ela trancou, e ficamos um em frente ao outro, naquele apertadíssimo provador!

– Você acha que ela ainda está atrás de nós? – Murmurou a Last Order.

– Eu acho que você deveria parar com esse medo. – Murmurei sem paciência.

– Vamos para outra loja, Acce!

– Eu não acredito nisso...

A Last Order abriu lentamente a porta, e depois pegou em meu braço e saiu correndo pela loja.

Ao chegarmos, o elevador continuava vazio. A pirralha me empurrou e logo entrou. Apertei o número “4” do painel, e o elevador foi subindo devagar.

Last Order respirou fundo, e ficou olhando para o vidro do elevador. Ela segurou na barra de ferro do elevador, e direcionou seu olhar para o chão.

– A-Acce...

– O quê foi, pirralha?

– O quê você acha que tem no quarto andar?

– Deve ser mais alguma loja inútil...

No momento em que eu havia dito aquilo, o elevador parou e as portas começaram a abrir. Senti um pouco de desconforto, mas foi passageiro. Quando desci do elevador, vi era uma loja de doces! Nunca me senti tão enjoado em toda a minha vida. Tinham pacotes, sacolas e caixas CHEIAS de doces. Coloquei a mão direta no nariz, para não sentir o cheiro enjoado daqueles doces!

– Eu não acho que Aiho compraria doces. – Eu disse olhando fixamente para a pirralha.

– Vamos dar uma rápida olhada. – Disse a pirralha pegando em meu braço esquerdo e me arrastando para a loja.

Não havia absolutamente ninguém dentro daquela loja, tirando eu e a Last Order.

– Tenho a estranha sensação de que estamos sendo vigiados... – Disse a pirralha coçando a cabeça.

– Hum...

Olhei para frente, depois para trás, mas não tinha nada que eu pudesse considerar “suspeito”.

– Pirralha, vamos embora daqui. Não estou aguentando esse cheiro nojento de doce!

– Certo. – Disse a pirralha sorrindo.

O sorriso da pirralha sempre me deixava envergonhado, e eu sempre tentava esconder isso. Desta vez, o me “disfarce” foi minha própria mão, o cheiro não estava tão forte assim, mas aquela foi a minha desculpa para esconder meu rosto corado!

– Estou cansada, Acce... – Disse a pirralha “se atirando” em mim.

– E-e-er...

– Vamos embora? – Disse a pirralha fazendo uma expressão melancólica no rosto.

– E-e-e a Aiho?!

– Vamos voltar para o carro...

– Estou cansada...

No mesmo instante que ela havia dito aquilo, a Last Order desequilibrou-se e quase caímos de novo, mas eu segurei na parede. Ela estava quase deitada em mim! Segurei na cintura dela, para tentar levantá-la, mas ela não desgrudava de mim.

– P-p-pirralha... Você... E-e-está bem?

A Pirralha continuava encostada em mim, então virei de vez e encostei-a na parede. Parecia outra coisa! Coloque meu braço direito na parede e fiquei olhando fixamente para o rosto dela. A pirralha estava piscando os olhos mais devagar do quê quando estávamos do lado de fora.

Algo estava me fazendo ir mais e mais perto da pirralha, minhas pernas e o resto do meu corpo não estava me obedecendo! Estávamos perto demais, e a pirralha estava olhando fixamente para mim, e não parecia nem um pouco cansada! Os lábios da pirralha estavam quase perto dos meus. Minha respiração começou a ficar mais forte e mais intensa, e cada segundo que passava, eu sentia que iria enfartar!

Quando os meus lábios tocaram os da pirralha, meu celular começou a toca, então virei-me para trás o mais rápido que pude.

– A-a-a-alô...

– Accelerator! Onde você está?! E onde está a Last Order?

– A-Aiho?!

– Estou no estacionamento, onde você está?!

– E-e-eu... M... – Tentei dizer alguma coisa.

– Está gaguejando?

– N-n-não! Estou dentro do prédio do supermercado! E onde você estava?!

– Oh, me desculpe. Acabei esquecendo de vocês dois e fiquei conversando com a Komoe e um amigo de infância.

– Eu não acredito...

– Venham logo, estou atrasada.

Eu desliguei, e fui andando até o elevador, sem conseguir olhar direito para a pirralha.

Entramos juntos no elevador, e ela logo pegou em meu braço direito. Apertei o primeiro botão, e as portas do elevador fecharam, e fomos descendo até o primeiro andar.

– A-Acce...

– Q-q-q-que... é?!

– O elevador está descendo mais rápido... – Disse a pirralha apertando meu braço, que já estava no meio do seu busto.

– P-p-pirralha, n-não seja medrosa!

Ela continuava segurando meu braço com força, até que finalmente o elevador parou. A Last Order suspirou de alívio e logo olhou para mim e sorriu.

Ela saiu andando rápido demais, e é claro, me arrastando!

– Vai mais devagar, Last... Pirralha! Sabe que eu ando com muleta...

– Oh, desculpe. – Disse a pirralha andando mais devagar.

Descemos na escada rolante, e fomos andando até a porta. A Last Order não parava de olhar para os lados, mas nunca olhava para frente, e por causa disso quase tropeçou em um senhor.

Quando saímos do prédio, avistei a Aiho parada em frente ao carro, conversando ao telefone. Comecei a andar mais depressa, e a pirralha fez o mesmo para acompanhar meus passos.

– O quê vocês estavam fazendo lá dentro? – Disse a Aiho quando nos aproximamos dela.

– Fomos procurar você! – Disse a pirralha quase gritando.

– Er... E-e-eu acabei esquecendo... Mas já voltaram, e eu já estou aqui. Vamos!

A Pirralha entrou e depois foi me puxando para sentar junto com ela. Sentei-me ao lado da pirralha, e ela pegou em minha mão direita. A Aiho olhou para as nossas mãos juntas por uns dez segundos e depois prestou total atenção na estrada.

Parece até brincadeira! A Aiho havia nos esquecido! Acho melhor fingir que isso nunca aconteceu.

Olhei pelo retrovisor do carro, e percebi que “os palhaços” não estavam por perto. Olhei para a minha mão, que por sinal estava ao lado da mão da pirralha, e comecei a lembrar do quê havia acontecido no elevador e na loja de doces. Senti meu rosto queimar de vergonha. Por sorte, a Aiho acabou ligando para mim, apesar de não... Foi tão ruim... Mas eu nem beijei ela!

A pirralha estava me deixando totalmente confuso. Não sei se aquilo aconteceu por acidente, ou se foi armação da pirralha...

Olhei para a pirralha, e percebi que ela estava olhando para o retrovisor que estava do lado dela. Last Order estava com uma expressão pensativa no rosto, talvez... Possa ser por causa do “acidente” que havia ocorrido há vinte e cinco minutos atrás.

Quando a pirralha virou-se para o lado, ela me pegou olhando diretamente para ela, então direcionei meu olhar para o retrovisor o mais rápido que pude.

A Aiho parou em frente á um prédio, e logo desceu do carro. Eu e Last Order descemos juntos. Fiquei olhando para o prédio, e percebi que nele havia um enorme símbolo da Anti Skill no topo do prédio. Haviam várias pessoas entrando e saindo, todas elas com o uniforme semelhante ao da Aiho. Percebi que a pirralha estava admirada ao ver tudo aquilo.

– Isso é incrível, não é Acce? – Disse a pirralha com brilho nos olhos.

– Hum... T-t-tanto faz!

A Aiho foi andando na frente, logo eu e a pirralha fomos andando lentamente. Last Order continuava animada por estar indo à Anti Skill, para mim tanto faz! Fui praticamente obrigo á ir...

Entramos por uma porta de vidro, e percebemos que haviam pessoas sentadas em sofás conversando alto e lendo revistas. Um grupo de pessoas, que ao ver a Aiho, correram até ela. Eles começaram a falar sobre uma reunião que iria acontecer naquele mesmo momento, e estavam muito atrasados, inclusive a própria Aiho.

– Podem sentar em um desses sofás, não irei demorar muito. – Disse a Aiho junto aos outros membros da Anti Skill.

– Certo. – Disse a pirralha.

Quando a Aiho já havia sumido de nossas vistas, a pirralha sentou em um sofá com uma expressão de chateada no rosto.

– Esperar de novo...

– Pirralha, é melhor ficar aqui sentado do quê andar por este prédio cheio de pessoas estranhas.

– Eu preferia andar por aí vendo pessoas estranhas! Nós sempre temos que esperar! E se a Aiho nos esquecer de novo?

– Pra mim, tanto faz.

– Você não parece animado.

– E nem estou...

– Ah Acce! Se anime, eu estou aqui com você. – Disse a pirralha sorrindo.

Eu não disse nada, apenas fiquei olhando para a pirralha. Com o passar do tempo, as pessoas foram saindo daquela sala, e depois de uns dez minutos, eu a pirralha estávamos sozinhos de novo...

A pirralha pegou meu braço, e ficou passando de leve a própria mão.

– P-p-por que está fazendo isso?!

– Eu gosto de fazer isso em você. – Disse a pirralha sorrindo.

– H-h-h-hum...

– Você gosta que eu faça isso?

– E-e-e-eu... Eu...

– Hum?

– Eu... E-eu...

– Você...

– Eu não sei te responder...

– Por quê?

– Porque... Não!

– Você não gosta...

– Não é isso que eu queria dizer...

– Então você gosta! – Disse a pirralha sorrindo.

– E-e-e-eu... Eu...

– E disso? – Disse a pirralha mexendo em meu cabelo, e depois descendo a mão até meu pescoço.

– P-p-p-p-pirralha...

– Gosta? – Disse a pirralha sorrindo.

– E-e-eu...

– Gosta!

– Pirralha!

– Você gosta, não é? – Disse a pirralha sorrindo e me encarando.

Eu não sabia o quê dizer. Não gosto de mentir, mas também não falaria que eu gostava daquilo! Seria muito constrangedor.

A pirralha continuava mexendo em meu cabelo, e cada segundo que passava, eu sentia que iria dormir ali mesmo! As mãos da pirralha eram macias e leves, ela sabia muito bem como “acariciar”, se é que... Deixa pra lá!

Maldição... A pirralha está acabando com minha personalidade grosseira!

– Você não me respondeu, Accel. – Disse a pirralha ainda passando a mão no meu cabelo e olhando fixamente para mim.

A pirralha tinha um jeito de falar tão... Suave, calmo, relaxante... Eu já estava a ponto de dormir! Meus olhos fechavam tão lentamente, e o silêncio começou a reinar na sala. Eu havia acordado muito mais cedo do quê o normal, então comecei a bocejar, mas tentei disfarçar que estava com sono.

Eu não estava conseguindo deixar meus olhos totalmente abertos, e meu corpo não me obedecia! Eu estava indo mais e mais perto da pirralha, até que tudo escureceu e caí em um sono profundo sem perceber.


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