I swear, I lived. escrita por sameoldstory


Capítulo 4
Kitty & Ryder.




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Ela odiava provas finais. Realmente odiava. Viver numa fraternidade era algo que ela passou a aprender a gostar, e com o tempo a única pessoa que ela conhecia que vivia no mesmo campus que ela era outrora seu amigo do Glee Club, Ryder. Eles ainda conversavam quase diariamente, e o contato que aos poucos foi perdido com outras pessoas foi reestabelecido com Lynn. O moreno agora estava menos tímido, mas ainda tão louco quanto antes. Seus gestos bruscos e sua espontaneidade era algo que Kitty havia aprendido a se acostumar. E com o passar dos anos ela conseguiu aprender a chama-lo de melhor amigo.

A camiseta que ela trajava possuía uma coroa estampada na frente, e o jeans apertado preto contornava seu corpo que possuía curvas tão belas quanto as de uma estátua. Talvez a melhor parte sobre viver numa fraternidade seria as festas que ocorriam vez ou outra. Não demorou para calçar um par de botas e bagunçou os cabelos, antes cortando as mangas da camiseta, assim como sua gola, deixando que a barra da mesma ficasse desfiada para dar um efeito mais “largado”. Ainda estava terminando de passar o rímel quando escutou as batidas na porta.

– Kitty. – Uma de suas companheiras de fraternidade a chamou, abrindo a porta. – Seu amigo chegou.

– Ótimo. – Ela falou sorridente, conferindo seu visual mais uma vez no espelho.

A loira saiu de seu quarto, pegando uma bolsa antes e fechando a porta de seu quarto. Ela adorava ter a chave dele. Podia trancar-se quando queria. E em seu caso, era quase diariamente. Conciliar atividades de uma líder de torcida com uma faculdade de Direito era algo completamente difícil. Não era Yale, como sua mentora, Quinn Fabray, havia conseguido. Mas era algo bom. Desceu as escadas sem pressa, e assim que chegou no andar térreo pode ver que Ryder estava a aguardando. O garoto estava vestido despojado como de costume. Sua calça jeans era larga, mas ainda assim evidenciava o par de coxas que ele tinha. A camiseta jogada preta com um agasalho de moletom acinzentado de zíper e o par de tênis faziam parecer com que ele iria para a academia, e não para uma festa.

– Ainda não aprendeu a se vestir. – Ela brincou com ele, enganchando seu braço no dele de imediato.

– Eu estou me esforçando... – Ele falou dando uma breve risada.

– Me lembre de chamar a Unique para ajuda-lo. – Ela piscou, dando uma breve risada. Algo que havia sido motivo de vergonha para Ryder finalmente parecia tornar-se algo que ele conseguia rir.

– Falei com ela semana passada. Parece que aquela tour auxiliando a Mercedes está dando certo. – Ele disse empolgado.

– Finalmente a Mercedes tem seu cover quando ela está cansada de usar salto por mais de quarenta minutos. – Ela brincou. – Mas vamos ao assunto principal... Estou bonita? – Ela perguntou dando uma breve risada.

– Está. Está sim. – Ele concordou.

A porta foi aberta, e para fora da casa da fraternidade ambos rumaram. A festa aconteceria na fraternidade Sigma Omega Gamma. Conhecida por suas festas que sempre acabavam nos jornais locais pelo uso exagerado do álcool e pela música alta, assim como as temáticas que sempre saíam do imaginário dos membros daquela fraternidade que ninguém conseguia entender. Ambos caminharam pouco mais que cinco minutos até chegarem na fraternidade. A música já podia ser ouvida de longe, e assim que entraram uma garota pegou um par de algemas e uniu Ryder com Kitty.

– Para que isso? – Ele perguntou.

– Todo garoto que entra com uma garota, ou garoto com garoto, ou garota com garota, acaba sendo algemado. É o destino vocês passarem a noite juntos. – A garota sorriu. – Ou vocês podem procurar pela chave na piscina. Mas temos mais de cem chaves naquela piscina e você só tem duas tentativas.

– Vamos dar um jeito. – Kitty revirou os olhos.

Kitty rumou com Ryder para o interior da fraternidade, olhando para a decoração que não tinha nada demais naquela ocasião, apenas corações brilhantes e cupidos. Basicamente era uma festa para que todos se unissem. Kitty olhou para Ryder e deu uma breve risada.

– Boa sorte achando alguém que preste. Vou poder julgar em dobro. – Ela piscou para Ryder.

– Já achei uma, eu acho. – Ele disse com os olhos fixos em outra garota. Ele piscou para a mesma, que retribuiu, mas antes mesmo de poder fazer alguma coisa, Kitty o puxou para perto, alegando que queria dançar.

Os dois rumaram para a pista de dança, e Ryder logo sentiu Kitty puxá-lo para ir até o bar com ela, encostando-se no mesmo. Kitty as vezes flertava por olhares com alguns garotos, mas assim como quando Ryder procurava mostrar interesse com alguém, ela era cortada. Ambos os amigos pareciam proibir um ao outro de ficar com alguém pelo simples receio de ter que “segurar vela” um para o outro. Ryder pegou uma garrafa de vodca e a segurou, dando alguns goles e oferecendo para a garota, que também bebeu um pouco.

– Parece que é nossa única alternativa para essa festa. – Ela murmurou, revirando os olhos e segurando a garrafa, dando mais alguns goles.

O tempo aos poucos ia passando. Aparentemente, tanto Ryder quanto Kitty não tinham uma tolerância tão forte ao álcool, pois ambos acabavam querendo engasgar ocasionalmente, e os dois já estavam com as bochechas coradas pelo simples fato de estarem ingerindo a bebida continuamente. Após uma hora de bebida continua, a garrafa continha pouco mais que três dedos de vodca dentro dela. Eles haviam bebido juntos quase um litro. Kitty já estava sutilmente debruçada no balcão do bar, enquanto Ryder estava com o braço encostado ali.

– Eu acho... Eu acho que... Essa festa tá uma porcaria. – Ryder murmurou, em um tom que deixava claro seu estado de sobriedade.

– Aquela garota está... Olhando pra você. – Kitty falou no ouvido do colega, olhando para ele logo em seguida.

– É? Eu não tô afim de ficar olhando pra ela. – O moreno murmurou, segurando na cintura de Kitty. – Estou com uma visão melhor aqui.

A loira surpreendeu-se, e por alguns segundos ficou sem reação. Junto de seu pensamento levemente atrasado por conta da bebida, ela precisou de um pequeno tempo para bolar sua resposta, mas primeiramente ela apenas riu. Sua mão segurou no peitoral do amigo, procurando ficar de apoio para não cair, já que seus pés estavam com uma leve dor por causa do salto da bota.

– Você está bêbado. – Ela riu.

– Dizem que quando se está bêbado as pessoas falam o que tem medo de dizerem sóbrias. – Ele murmurou, olhando fixamente nos olhos da loira.

Ambos não estavam em condições de declararem o que sentiam. Mas os dois sabiam o que sentiam e a intensidade de que sentiam. A loira apenas olhou para Ryder, e pode ver seu rosto aproximando-se do seu. Quando ele chegou com o rosto próximo o suficiente, Kitty o empurrou, vendo ele perder o equilíbrio e cair para trás. Aquele cômodo já estava vazio, então não atraiu a atenção de muitas pessoas, que se distraíam na piscina procurando pelas chaves de suas algemas. Pelo fato deles mesmos estarem com as algemas, Kitty foi puxada e acabou caindo junto em cima de Ryder, com as mãos sobre seu peitoral.

– Oi. – Ele falou dando uma breve risada.

– Você é um idiota. – Ela murmurou dando uma risada, aproximando seu rosto do dele e selando seus lábios nos dele lentamente, mantendo os olhos fechados. – Eu não vou lembrar disso amanhã. – Ela falou encarando-o.

– Entendo. – O moreno respondeu, com uma expressão tristonha, abaixando o rosto logo em seguida.

– Por isso, você terá de me lembrar diariamente da melhor forma que você conseguir pensar. – Ela piscou.

Ryder apenas sorriu, segurando na cintura da garota, pegando-a em seus braços e aproximando-a ainda mais de seu corpo. Sabia que estava bêbado, mas agora tinha a permissão para poder ficar com a garota, e não havia bebida no mundo que o fizesse esquecer que agora tinha o consentimento de Kitty, assim como sabia de seus sentimentos. Seus olhos se fecharam, assim como os dela, e não demorou para que o beijo recomeçasse, fazendo com que ambos os garotos começassem a deixar o mundo para trás, prestando atenção apenas naquele momento. Ninguém sabia o que o futuro os reservava. E nem eles mesmos se importavam com aquilo naquele momento.


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Notas finais do capítulo

Mas você não disse que não trabalharia com casais inexistentes?
Bom, Kitty e Ryder tiveram seu fim tão sem nexo que eu acho que eles mereciam um final bonitinho, já que a Kitty perdeu o Artie e o Ryder a Marley. E sei lá, desde aquele episódio que ele confessa o assédio sexual e ela é a única que se importou em falar com ele, achei que eles podiam ter algo.

Próximo capítulo: Spencer e Roderick. (Relaxa galera, é bromance)