I swear, I lived. escrita por sameoldstory


Capítulo 3
Tina & Artie.




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O estúdio de gravação estava em silêncio. A única coisa que se via embaixo de um grande holofote em um cenário falso que remontava à uma paisagem da Inglaterra no século XIX, mas misturada com elementos espaciais, era a silhueta de Tina Cohen Chang. A garota, agora podia ver que estava no lugar que sempre desejava. Seu ensino médio ela viveu basicamente na sombra de todos os membros mais influentes do Glee Club, e por mais que todos fossem seus amigos, ela achava que merecia mais do que apenas aquilo. Foi apenas com seu namorado de longa data, e atual noivo, Artie Abrams, que ela teve chance para seu estrelato. Seus olhos encaravam o nada, e sua mão sutilmente segurava uma rosa avermelhada que pouco a pouco era despetalada pela mulher, que esperava por seu amor perdido naquele enredo. Em meio às câmeras e a equipe de cenografia, estava seu noivo, em sua cadeira de rodas. Seus olhos brilhavam quando via sua amada. Ela sabia capturar perfeitamente a essência que ele tanto desejava para aquele filme. O festival de Cannes era algo que possuía um grande conceito, e raramente um diretor de romances de ficção científica tinha a chance de poder estrear um de seus filmes nesse grande festival.

O sinal do almoço soou no estúdio, e logo a cena foi parada por um “corta” exclamado por Artie. Tina ajeitou seus cabelos, olhando para a rosa despedaçada em sua mão e logo em seguida para sua roupa. O espartilho em tom acobreado contra um longo vestido preto com ombreiras pontudas mais parecia com uma fantasia, mas ela não reclamava. Parecia que, na realidade, apenas ela entendia a essência das personagens que Artie escrevia para ela. Após cumprimentar alguns atores e a figurinista, seus olhos voltaram-se para Abrams, que sorria para sua noiva com os olhos fixos em seu rosto. Seus passos se apressaram e logo ela parou em frente à sua cadeira de rodas, apoiando-se na mesma sutilmente para poder debruçar seu corpo em direção do amado, beijando seus lábios rapidamente.

– Fez um bom trabalho hoje. Como sempre. – Artie murmurou sorridente, olhando para a noiva.

– Você acha mesmo? A última cena tem uma carga emocional tão forte que não sei se consegui passa-la perfeitamente. – Tina disse abaixando o rosto.

– Pare com isso, mulher. Agora, vamos comer. – Ele falou sorridente. – Quer uma carona até a lanchonete?

– A figurinista vai me matar se eu estragar o vestido. – Tina falou balançando a cabeça, como se pensasse se aceitava ou não o convite.

– Quem paga o salário dela? – Artie perguntou dando de ombros.

Não demorou muito para que Tina sentasse no colo do noivo. O mesmo começou a empurrar sua cadeira de rodas, de forma que ela direcionasse pelo set de gravação, passando por diversos cenários daquele filme. Um castelo, algo parecido com uma carruagem, um grande lago cristalino com criaturas mitológicas que eram reproduzidas por efeitos especiais, O topo de uma torre que aparentemente ficava acima das nuvens e por fim, uma estrutura parecida com a de uma sala de reuniões, que parecia estar no coração de um vulcão. Conforme eles passavam pelos sets de gravação, finalmente conseguiram sair do estúdio, e mais uma vez Artie direcionou a sua cadeira de rodas com a força de seus braços. Em meio aos vários trailers, encontrava-se o de Tina, do qual ela rachava com seu noivo.

A garota desceu da cadeira de rodas, e logo subiu no trailer, colocando o homem para dentro do trailer com a ajuda de um membro da equipe de produção que passava por ali. Tina fechou a porta do trailer, e andou até o frigobar que estava ali, retirando de dentro uma garrafa de água para si e uma lata de um suco qualquer que Artie havia pedido. Na sutil mesa do trailer, o almoço já estava posto, apenas aguardando para que os dois comessem em seu período respectivo para isso. Tina sentou-se, sendo acompanhada por Artie que acomodou a cadeira próximo à ela. Os dois começaram a comer, praticamente em silêncio. Uma sutil troca de olhares ou outra era realizada durante o almoço, mas as palavras que trocavam eram poucas. Eles gostavam de ficar em silêncio sem motivo algum, se sentiam confortáveis com isso. Artie já estava acostumado em apenas observar a noiva o dia todo, e Tina, por sua vez, estava cansada de ter que repetir as mesmas falas o dia todo.

– As passagens chegaram hoje. – Artie parou com o silêncio, tomando a atenção de Tina.

– Ótimo! Então podemos nos preparar para viajar quando? – Ela indagou, limpando a boca com o guardanapo.

– Só daqui há meio ano. Não há porque ter pressa. Ainda nem terminamos a gravação do filme. – Ele respondeu, com um sorriso no canto dos lábios.

– Eu sei, mas já estou ansiosa... É o festival de Cannes, Artie! – Ela disse empolgada, tocando na mão do companheiro, apertando-a sutilmente de forma que pudesse fazer um carinho com seu polegar.

– Eu não teria ido tão longe sem você. – Artie murmurou, olhando para Tina que apenas sorriu. – Você foi meu apoio e meu porto-seguro quando eu precisei. Obrigado por ter continuado comigo apesar de tudo.

– Ambos salvamos um ao outro, Artie. – Ela disse piscando para o noivo, aproximando seu rosto do dele.

– Eu amo você. – Ele murmurou.

A garota não precisou dizer nada, ele sabia que era completamente recíproco. Seu sorriso estendeu-se por seus lábios, mostrando seus dentes, e logo ela aproximou seu próprio rosto do de Artie, fazendo com que seus lábios se tocassem, em um movimento sutil, que aos poucos ia se intensificando, cada vez mais, até tornar-se um beijo. A mão de Artie aproximou-se da nuca da amada, e logo fez um carinho ali, deslizando por seus cabelos enquanto a própria garota debruçava seu corpo contra o do noivo. O beijo durava cada vez mais, sendo prolongado e parecendo que jamais acabaria. Ambos pareciam aproveitar tanto o momento daquele beijo que nem mesmo se importaram com o almoço pela metade de ambos que ainda estava na mesa. Muito menos com o tempo que ia passando constantemente, fazendo com que eles nem mesmo percebessem isso. Estavam juntos, e era o que importava.

– Lembra-se quando falavam que a Rachel era nossa estrela? – Artie perguntou fazendo um carinho no rosto da garota, deslizando seu polegar pela lateral de seu rosto. – Bom, ela pode ser a estrela deles e ter um Tony agora, mas você sempre será a minha estrela. – Ele concluiu.

O rosto de Tina encontrava-se vermelho, completamente constrangido. Ela mesma não sabia como reagir com aquelas declarações repentinas feitas por Artie, que a deixavam totalmente envergonhada. Sua mão deslizou pela coxa do noivo, fazendo um carinho ali, mesmo que soubesse que ele não sentiria grande coisa, apesar que ele vivia alegando que quando ela fazia um carinho em qualquer parte de seu corpo, ele sentia um formigamento. A realidade de ambos estava tão diferente que nem mesmo parecia que outrora eram excluídos no ensino médio. Em questão de meses, Tina estaria autografando suas próprias fotos e tirando selfies com garotos e garotas no tapete vermelho, enquanto Artie estaria cercado pelos melhores nomes da indústria cinematográfica, tornando-se cada vez mais relevante para aquele meio.

– Artie, você acha que consegue alguns ingressos extra para nossa estreia? – Ela indagou curiosa, fazendo um carinho no rosto do amado.

– Sim... Inclusive já os enviei para cada uma das pessoas que você sugeriu. – Ele piscou para a garota. – E se acalme, Blaine vai estar do seu lado porque segundo ele, é a obrigação dele como melhor amigo gay.

Tina apenas riu, assentindo positivamente com a cabeça e selando seus lábios nos do amado mais uma vez. Seu rosto, agora menos corado, contrastava contra a pele extremamente branca do noivo, e agora ela fazia um carinho em seus cabelos, afagando-os. Enquanto ambos distraíam-se, olhando um para o outro, Tina percebeu que devia contar para ele algo.

– Eu preciso te confessar uma coisa. – Ela murmurou mordendo o lábio inferior.

– Claro, mulher... – Ele respondeu, mas no mesmo momento uma batida no trailer evidenciou que já estava na hora de voltarem para o set. A hora do almoço havia acabado, e era hora do trabalho continuar. Tina encarou o noivo, que sorriu para ela. – Mas podemos conversar quando chegarmos em casa?

A garota apenas assentiu com a cabeça, com um sorriso discreto no canto de seus lábios. Selou seus lábios mais uma vez nos de Artie e levantou-se, indo para o banheiro conferir se sua maquiagem continuava intacta, por mais que soubesse que ela seria retocada independente de seu estado. Após Artie ser levado para fora do trailer e começar a rumar para o set, a mão de tina deslizou por seu próprio abdômen, fazendo um carinho ali como se acariciasse algo, olhando com uma expressão de ternura para aquela parte de seu corpo.

– Você será muito amado, eu prometo. – Ela assegurou a si mesma, ainda acariciando seu ventre, só então escutando o chamado de Artie para que ela viesse com ele. Ela iria contar naquela noite, que seria o momento certo.


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Notas finais do capítulo

Obrigado por estarem lendo e acompanhando a fanfic. Espero que todos estejam gostando.
Continuem sugerindo personagens, planejo sempre conseguir atender aos pedidos, mesmo que as vezes me falte tempo!
Não esqueçam de favoritar, comentar, e quem sabe até mesmo recomendar!