The Big Four - A Nova Geração escrita por Excalibur


Capítulo 16
Como Sair De Uma Bad


Notas iniciais do capítulo

Tá aí o cap. da Punzie. Essa parte quem ia narrar era a Merida, mas como o cap. anterior já tava meio grandinho, decidi fazer com a Punzie mesmo.
O próximo que vai ser bom, pq isso do Banguela ainda vai dar uma treta............
Espero que gostem do cap.
Bjks Lokas, Excalibur o/



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Capitulo 15

Assim que entrei no meu novo quarto encostei as costas na porta e  esperei os passos se afastarem. Durante a conversa com os guardiões eu  tinha conseguido me controlar e afastar da minha mente todos os  pensamentos ligados a minha antiga e perfeita vida. Dei uma olhada no  quarto, ele era grande e quadrado. E completamente branco.

Gemi e  fui arrastando as costas até o chão, onde me sentei e afundei meu rosto  nos braços. Não tive qualquer resistência às lágrimas, que vieram  rápido. Queria que Merida entrasse por aquela porta e me abraçasse, mas  sabia que ela não fazia esse tipo de coisa. Eu queria mesmo era acordar  desse sonho maluco e arrumar minhas coisas para acampar com meus amigos,  me divertir, e depois voltar para minha casa. Eu nunca devia ter saído  da Espanha.

Depois de alguns minutos ouvi passos bem pesados vindo  pelo corredor, com certeza era algum dos Yetis. Phill tinha sido bem  legal comigo, mesmo que eu não entendesse uma única palavra dele.  Bateram na porta, mas eu não respondi. Levantei o rosto molhado dos  braços e o apoiei no ombro. O Yeti deu só mais umas três batidas e  grunhiu alto, deixando algo no chão e se afastando. Respirei fundo e  apoiei a cabeça nos braços de novo. Mais algumas lágrimas insistiram em  sair, eu estava sentindo muita falta de casa. Nesse mesmo instante ouvi  um barulho de algo batendo, e um vento forte começou. Olhei para as  janelas e me levantei correndo. A primeira coisa que passou pela minha  cabeça era que aquela garota, a Ceifadora, iria entrar a qualquer  momento pela janela.

O quarto tinha duas janelas, uma maior e  dupla, e a outra menor, que na verdade tinha uma almofadinha para  sentarmos e olharmos para fora, como um nicho. Segurei a maior e a  fechei correndo, procurando por um trinco. Por incrível que pareça,  quando pisquei os olhos a janela tinha um trinco que não estava ali  antes. A fechei sem pensar duas vezes e fui para a segunda. Acabei a  encontrando fechada.

— Mas, como..........? — Perguntei olhando  para a janela, sem entender nada. Uma cortina lilás a cobria agora. Eu  podia jurar que só a outra tinha uma cortina. Virei a cabeça rápido para  a outra e graças a Deus encontrei ela lá. Só tinha uma coisa estranha,  ela era lilás também. Até o tecido tinha mudado, era mais pesado, e  quase nenhuma claridade passava por ele.

—Como........? — Murmurei  dando uns passos até ela e a puxando, para ver lá fora. Fui chegando  devagar perto do vidro, e fui relaxando quando vi tudo normal lá fora.  Alguns flocos de neve caiam aqui e ali, e uma brisa leve os fazia  balançar e mudar o seu caminho. Coloquei as duas mãos na janela e senti o  vidro frio.

Uma vez mais calma, deixei uma das mãos escorregar  até o trinco e o abri. Empurrei com calma a janela para trás, e ela  abriu quase sem fazer barulho. Um pouco de neve que estava acumulado  nela caiu para dentro do quarto. Senti a brisa fria no rosto e percebi  que já não chorava mais. Eu ainda sentia um vazio muito grande, mas parte  de mim começava a sentir que talvez esse lugar fosse até confortável.  Suspirei e fechei os olhos por alguns segundos, a brisa não me deixou  fingir que estava em casa, pois lá sempre fazia muito calor, mas pude  pensar na Espanha. Fiquei com uma sensação estranha, pois só consegui me  lembrar de lá no dia da mudança. Lá não era mais a minha casa. Dei um  sorriso fraco e espontâneo quando a imagem do meu quarto na casa de  fazenda surgiu em meus pensamentos. Só queria ter terminado as pinturas.

Perdi  a noção de quanto tempo fiquei na janela, mas quando abri os olhos o  sol já tinha se mexido um pouco. Talvez fosse umas quatro ou cinco  horas. Deixei a janela aberta e me virei para o quarto. Pisquei algumas  vezes, pois não era mais o quarto de antes. Eu estava agora em casa,  estava no meu quarto de verdade! Dei uma risada e me virei para a janela  de novo, esperando ver os jardins da casa. Meu sorriso morreu e minha  expressão mudou de "Felicidade extrema" para "Confusão extrema". A  paisagem fora da janela não tinha mudado, a mesma floresta de pinheiros  cobria todo o chão. Cocei os olhos e me virei para o quarto, e ele  continuava como antes, exatamente igual ao meu. O meu cabelo fazia uma  trilha da porta até onde eu me encontrava. Pascoal dormia num montinho  de cabelo perto dela.

Meio hesitante me aproximei da cama e dei  uma cutucadinha. Ela parecia de verdade, tinha o mesmo tamanho grande  (sim, era uma cama king size, eu gosto de espaço) e várias almofadas. A  pintura dos jardins de Corona estava na parede bem na frente da minha  cama, e os traçados eram os mesmos que os meus. Aproximei-me dela e  passei os dedos com cuidado. Um sorriso foi brotando aos poucos. Fiz  exatamente a mesma coisa na pintura da esquerda e a da direita, que eram  respectivamente a da floresta no outono e a campina no verão.

Talvez  os quartos sejam mesmo programados para se parecerem com os nossos  antigos. Pelo menos em mim isso tinha surtido um efeito positivo. Não  quis pensar muito em como aquilo era possível, pois afinal, eu estava  morta e morava agora em uma replica perfeita do meu quarto, no castelo  do Papai Noel.
Olhei cada centímetro do meu quarto e achei uma coisa  boa e outra ruim. A ruim era que o armário estava vazio, e a boa era  que embaixo da minha escrivaninha minha latas de tinta e pincéis estavam  intactos. Achei curioso nenhum eletrônico do meu quarto atual aparecer  aqui, nem mesmo a tv. Nem o abajur apareceu. Dei um facepalm quando me  toquei que não tinha tomadas no quarto. Também não tinha banheiro, mas  já que estava morta, nem comer eu precisava.

Depois de me  certificar que tudo estava mais ou menos normal, me lembrei do Yeti que  tinha batido na porta. Eu a abri com cuidado, e olhei bem o corredor.  Não tinha nada nem ninguém. Virei o olhar para o chão e encontrei um  saco de presentes vermelho. Pelo visto eu poderia mesmo ter minhas coisas  de volta. Me abaixei rápido e o peguei, fechando a porta em seguida.  Pascoal continuava a dormir e eu dei de ombros para isso. Talvez ele  precisasse de um tempo também.

Fui andando até a cama arrastando o  saco vermelho, ele estava extremamente leve. Passei na frente dos  espelhos do armário e tomei um susto com a minha carinha de choro. Eu  era tão branca, que quando chorava parecia um tomatinho. Fiz uma nota  mental de só sair ou receber pessoas quando meu rosto voltasse ao  normal.

Praticamente me joguei na cama e coloquei o saco do meu  lado. Dentro dele tinha a mochila enorme de camping e uma frigideira. Levantei uma sobrancelha quando vi que pelo  tamanho da mochila era impossível ela ter ficado ali dentro. O saco  devia ser encantado para sempre ficar leve e nunca acabar o espaço. Me  lembrei da bolsa de Hermione, talvez tivesse a mesma lógica.

Dentro  da mochila só tinha coisa de camping, então não tinha porque guardar  aquelas coisas, eu nunca usaria mesmo. Deixei a mochila dentro do baú no  final da minha cama e não mexi na frigideira, outra coisa que eu também nunca ia  usar.

Fiquei um bom tempo encarando o teto, que era abobadado e  tinha uns pontinhos esquisitos. Eu estava filosofando jogada que nem uma  estrela-do-mar em cima da cama quando bateram na porta de novo. Foi uma  batida forte, mas não o bastante para ser dos Yetis. Antes que eu  pudesse perguntar quem era, a porta se abriu e uma massa de cabelos  ruivos entrou.

— E aí, Punzie? — Ela perguntou com o sorriso de sempre. Talvez eu tenha sido a única a entrar na bad.

—  Eu estou bem..... — Eu comecei a falar, mas fui interrompido pela  mesma, que enfiou a cabeça para fora e falou alguma coisa com o Soluço,  que só vi depois que ela se virou de novo. O cabelos dela estava cobrindo o garoto.

— Eu e o Hic estamos indo dar uma volta por aí, bora? — Ela perguntou apontando lá pra fora com a cabeça.

—  Hum, não sei se quero ir, Mer. Não estou 100% ainda. — Eu me  justifiquei levantando o corpo com os cotovelos. — Podem ir, vou ficar  por aqui mesmo.

— Que mané aqui mesmo! — Ela exclamou entrando no  quarto e andando até mim. — Levanta essa bunda daí e vambora, não é um  pedido.
Eu não consegui conter o sorriso. Mesmo não sendo a pessoa mais delicada do mundo, Merida sempre sabia me animar.

Acabei  me levantando e fui andando pelo quarto para pegar todo o meu cabelo.  No final o Soluço e a Merida acabaram me ajudando, e cada um carregou um  pouco.

— Cacete, quanto cabelo. Num pensa em prender isso não? —  Merida perguntou depois de descermos um lance de escadas até um salão  grande, que tinha uma varanda na esquerda. No meio dele tinha uma mesa  enorme, feita de madeira, mas somente quatro cadeiras estavam espalhadas  por ela. Ela tinha fácil uns cinco ou seis metros, e era retangular,  então duas cadeiras estavam posicionadas nas cabeceiras e outras duas no  meio, uma de frente para a outra.
Merida empurrou a porta dupla e respirou fundo.

— Juro que se algum daqueles Chewbaccas entrar aqui eu vou dar na cara dele. — Ela disse encarando a porta por alguns segundos.
Soluço riu e fez um não com a cabeça. Eu o acompanhei, achei engraçado ela comparar os Yetis com o Chewbacca. Só a Merida mesmo.

—  Tadinhos Merida! — Eu disse ainda rindo, fui andando pela sala e puxei  uma das cadeiras do meio. Já era até automático, pois meus pais sempre  sentavam nas cabeceiras. Merida não pensou duas vezes, foi até uma delas  e se sentou. Soluço encostou-se na parede perto da varanda e permaneceu  de pé.

— Adoro reinar. — Ela disse se virando na cadeira e  apoiando os joelhos em um dos lugares de se apoiar o braço. Ela jogou a  cabeça pra trás, quase caindo da cadeira. A garota ficou brincando com  os cabelos que tocavam até no chão. Preferi não comentar, mas Soluço a  olhou por um segundo e sorriu, desviando o olhar em seguida.
Ficamos quietos por alguns segundos até que Soluço começou a falar.

— Então... — Ele mexeu no cabelo e olhou para nós, meio desconfortável. — Eu tava curioso em saber como vocês morreram...
Eu abri a boca e a fechei em seguida, realmente não queria falar sobre isso.

—  Ah, beleza. — Merida disse parando de cutucar os cachos do seu cabelo e  largando o peso dos braços. Eu não entendia como Merida estava tão  tranquila. — Mas não me responsabilizo pelos prováveis danos emocionais.
Eu e Soluço nos entreolhamos depois que ela deu uma risada, isso não ia ser coisa boa.

—  Bom, aconteceu bem rápido na verdade. Antes da treta toda começar eu  tinha acordado no meio da noite com um puta cheiro de queimado, ai  quando desci os três pirralhos estavam na cozinha, queimando um pano na  frigideira então do nada eles me abr.......

— Sabe, minha história  é bem mais interessante. — Jack a interrompeu. Ele estava sentado no  guarda-corpo da varanda, apoiado no seu cajado.
Merida bufou e revirou os olhos.

—  Mesmo assim, ainda não ouvi sua história Ruiva. Manda aí. — Ele disse  sorrindo de lado e entrando flutuando na sala. O guardião puxou a cadeira  na outra cabeceira da mesa e se sentou lentamente. Ele e Merida se  encararam por uns segundos, ele sorrindo e ela com uma cara furiosa.  Tenho certeza que ela seria capaz de jogar um tijolo nele mesmo.

—  Certo, — Ela resmungou. — O que eu estava tentando dizer quando fui grosseiramente interrompida era que os garotos me abraçaram e pediram desculpas.  Disseram que alguém tinha os mandado fazer isso e que essa pessoa tinha  dito que ia me matar. Não consegui fazer com que eles me explicassem  quem era. — Ela deu uma pausa e voltou a mexer nos cabelos, ainda meio  que pendurada na cadeira.

— Depois disso tirei a frigideira com o  pano carbonizado do fogão e voltei com eles para o quarto. Esperei que  eles dormissem e fui para o meu, só que acordei com cheiro de queimado  de novo, e dessa vez, tava tudo pegando fogo. Pensei que fossem eles de  novo, mas não era.
A garota deu uma segunda pausa e respirou fundo,  olhando para cada um de nós depois. Eu suspeitava que Merida estivesse  fazendo essas pausas dramáticas de propósito.

— A primeira coisa  que fiz foi ir atrás deles, mas a porta do quarto dos garotos estava  fechada. Então eu tive arromba-la, e consegui isso aqui. — Ela disse  levantando o braço e nos mostrando uma tatuagem que até então eu não  tinha percebido. Pegava quase todo o braço dela, e era de uma cor  tipo ferrugem, avermelhada.

— Nossa... — Comentei olhando aquilo  maravilhada. Só esperei que eu não tivesse uma dessas também, a da  Merida era bem legal, eu teria o que, uma tatuagem de terra e pedras?

—  Consegui colocar a porta a baixo depois de uns segundos, gosto de  acreditar que me queimei pouco. Os trigêmeos estavam todos em um canto  do quarto em que não tinha fogo então eu os ajudei a pular da janela,  mas logo depois do último a parede cedeu e a tampou. Como eu já estava  ferrada mesmo, atravessei a parede que separava o meu quarto do deles.  As chamas já tinha acabado com mais da metade dela. Antes de descer só  fiz questão de pegar o meu arco e o ... ahn, um livro que eu gosto  muito. Só que meu plano não deu muito certo, logo que cheguei na sala  meus olhos cruzaram com o do bombeiro, que já estava lá fora, e eu tive  certeza que conseguiria. Infelizmente eu não podia estar mais errada, o  teto deve ter cedido também, porque fui acertada por uma coisa bem na  lateral do corpo, tipo um soco, e caí no chão. A última coisa que me  lembro são do calor e das chamas.

Assim que ela parou de falar  voltou a brincar com os cabelos, como se tivesse contado uma história  qualquer. Esperei Jack fazer algum comentário para irritar-la, mas ele  não o fez. A sala entrou em um silêncio desconfortável até que Merida o  cortou.

— Mas e você, Hic? Conta aí como virou guardião.
Ele  deu um riso nervoso e passou a mão nos cabelos. Tenho certeza que não  tem nada a ver com o fato da garota tê-lo chamado de "Hic". :3

—  Bom, não vou demorar muito. — Ele disse se aproximando da mesa e puxando  a cadeira bem de frente para mim. — Eu tinha acordado com um telefonema  da Punzie, porque tinha perdido a hora do acampamento. Me arrumei  normalmente e segui o caminho acompanhado de Banguela e do nada o tempo  começou a fechar.

Me perguntei onde o gato estava agora, e Merida  pelo visto pensou o mesmo que eu, porque largou os cabelos e olhou para o  garoto, o interrompendo em seguida.

— E afinal, cadê ele?
Soluço hesitou por um segundo e depois deu uma risada.

—  Vocês vão achar isso loucura, mas o Banguela virou um...... — O garoto  nem pode terminar a frase, pois uma criatura toda preta entrou voando e  grunhindo alto pela varanda. Eu não acreditava no que os meus olhos  viam.
Ele tinha asas negras, quase como de um morcego, e pousou bem em cima da mesa. Acho que todos gritamos ao mesmo tempo.

Eu  me levantei e andei para trás rápido, tropeçando nos cabelos e caindo  por cima da cadeira. Jack se levantou também e voou para perto de Soluço  falando meio rápido e alto com o garoto. Ele parecia meio estressado.

Já  Merida, ela deu um salto da cadeira, meio em choque. O dragão olhou bem  para ela e deu uma guinada em sua direção. Ela previu o movimento dele e  se apoiou na mesa para tomar impulso para o lado. Só que assim que ela  soltou a mesa, o dragão pulou exatamente no lugar que ela estava antes.

Eu continuava caída no chão, então fiquei só encarando as chamas que do nada brotaram na mesa.

Foi aí então que a desgraça começou.

 


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Notas finais do capítulo

~~Ainda esperando~~
~~Ainda esperando chorando no cantinho~~
Outra coisa apareceu aqui q não devia ter aparecida, HSAUHSUHAUHSUHAS
Ninguém viu, ninguém viu



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