The Big Four - A Nova Geração escrita por Excalibur


Capítulo 17
Nosso Apocalipse Vira um Filme Mudo


Notas iniciais do capítulo

Vou parar de falar que não vou sumir.
Tenho probleminhas, masssss LET IT GO
LET IT GOOOOOO
CAPÍTULO PAH PAH PAH



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Capítulo 16

    

Tudo aconteceu rápido demais. Em um segundo eu estava contando minha história, no outro todos, inclusive eu, gritávamos por causa de Banguela. Eu percebi que só estava piorando a situação quando o dragão nos viu gritando e achou que estávamos brincando. Ele focou em Merida e pulou em cima dela, como estava acostumado. A única diferença era que antes ele tinha meio metro de altura e uns vinte quilos, agora tinha uns dois metros e uns quinhentos quilos. Só isso, pouquinho.

  Jack realmente não estava me ajudando fazendo perguntas, eu nem prestei atenção nele, na verdade. Lembro-me de ter respondido com alguns grunhidos sem sentindo, mas não me culpe, eu não sabia o que fazer.

  Como Merida tinha reflexos rápidos, ela previu o movimento do réptil, apoiando um braço na mesa e pulando por cima da borda. Banguela um segundo depois foi parar no lugar que ela estava antes. O problema foi que a mesa começou a pegar fogo.

  A. Mesa. Começou. A. Pegar. Fogo.

FOGO.

  Rapunzel tinha caído por cima da cadeira e estava tentando levantar, mas acabou tropeçando nos metros e metros de cabelos. Jack, que estava do meu lado, deu uns passos para o lado quando labaredas brotaram da mesa e começaram a se espalhar. Banguela a principio não parecia se importar com elas.

  Por algum motivo que eu desconheço, fiquei inerte, como um simples telespectador da cena. Ela parecia quase em câmera lenta. Vi Jack se afastar um pouco mais do fogo e tomar impulso para cima, indo parar do outro lado da mesa. Merida saltou sobre a quina e caiu no chão flexionando um pouco as pernas, para ter mais força para correr em frente.

  Na minha cabeça essa cena toda durou uns dois minutos, mas na vida real deve ter sido no máximo dois segundos.

   A Ruiva cambaleou ao bater com os pés forte no chão, mas logo deu uma guinada para frente. Aí a cena acelerou, ou melhor, voltou ao normal.

  Banguela emitiu um grunhido confuso e balançou a cabeça para lá e pra cá, procurando Merida. Ela correu rápido e desajeitadamente para minha direção e segurou o meu braço, me puxando para longe.

  Eu sabia que era só questão de tempo até o dragão se virar e pular em nós. Jack tinha conseguido fazer Punzie levantar e eles estavam indo para a porta agora.

  Infelizmente Banguela virou rapidamente para eles e abanou a cauda, derrubando algumas cadeiras flamejantes. Não me lembro de ter o visto cuspindo fogo. Bem estranho isso.

A Loirinha deu um berro e Jack bateu com o cajado no chão, provocando uma rajada fria. Banguela parou no mesmo instante e os encarou.

Prendi a respiração por alguns segundos, e tenho certeza que os outros fizeram o mesmo. Uma rajada de fogo azul tomou conta do ambiente e Jack voou com Punzie para perto de nós. Eu sabia que tinha sido somente um espirro, mas duvidava que os outros pensassem o mesmo.

— CORRE PORRA! — Merida gritou meio que me sacudindo e me empurrando ao mesmo tempo. Logo o fogo vermelho e o azul se misturaram, enchendo a sala de fumaça e fagulhas. Será que era possível morrer de novo? Pelo amor de Thor, o dia não podia ter sido pior hoje.

  Jack tinha tomado um segundo impulso para cima, e Rapunzel parecia estar literalmente abraçando ele, com as pernas e os braços. Com certeza gritava também.

  Merida continuava me puxando e eu gritava para Jack não machucar o Banguela. Em resposta ele gritava algo que eu não fazia nem ideia do que era.

   Em meio a uma palavra/grito, um clarão vermelho surgiu a minha frente, assim como o calor. Se a Ruiva não estivesse na minha frente tenho certeza que nesse momento seria um Soluço bem passado.

   Ela tinha soltado o meu braço instantaneamente e eu os usei para cobrir o rosto, enquanto dava uns passos para trás.

  Na sala em que estávamos tinha uma varanda muito grande, que era coberta por cortinas vermelhas e felpudas. Aí você pensa " Nossa, que chic, mó bonito " E eu concordaria com você, infelizmente pessoas não admiram cortinas. Cagamos para cortinas, até mesmo as vermelhas e felpudas. O problema é que ELA ESTAVA EM CHAMAS.

TUDO TAVA PEGANDO FOGO, PARECE ATÉ A MINHA VIDA.

  Respirei fundo e abaixei os braços, olhando preocupado para Merida. Ela continuava parada, e eu poderia continuar essa frase gritando, mas, prefiro poupa-los, por hora. Sua mão direita pendia ao lado do corpo, enquanto a esquerda segurava uma das cortinas, para tirá-la da frente da passagem. A garota parecia petrificada, pois chamei o seu nome e ela simplesmente me ignorou.

As chamas da cortina continuaram a avançar, e comecei a ficar mais preocupado ainda.

— Merida....? — Chamei tentando me aproximar mesmo com o calor. Toquei seu ombro de leve e vi sua expressão assustada. A garota olhava para as próprias mãos, totalmente chocada. As chamas que consumiam as cortinas, agora estavam em suas mãos.

   Daria tudo certo se estivéssemos no mundo normal, essa situação de bosta rapidamente ia se resolver, mas, obvio que não é tão simples. Banguela resolveu no pior momento possível que era hora de brincar, e novamente a cena ficou em câmera lenta. Desgraça.

  Agora foi a minha vez de segurar ela e puxá-la para fora da reta de Banguela. Narrando assim pode parecer até uma cena de comédia, mas você não entende, foi bizarro. Punzie gritava e tentava se segurar de qualquer forma em Jack, e acabou abraçando a cabeça dele, cobrindo sua visão. Merida olhava que nem uma idiota para suas mãos, como se só agora percebesse que tinha dedos, e eu, bom, eu só corria e arrastava a Ruiva em círculos. Basicamente era nós dois correndo em volta da mesa com Banguela bem atrás e Jack e Punzie tentando estabelecer o voo num canto. Tudo isso com a sala em chamas. Com todos gritando.

   Esse inferno durou por mais alguns segundos, e tenho certeza que se tudo fosse em preto e branco, e o áudio fosse trocado por uma música alegrinha, ia estar mais para um filme do cinema mudo que um verdadeiro APOCALIPSE.

   Não demorou muito tempo para se tocarem que estávamos destruindo o castelo, em menos de um dia por ali, e sobre o caos, passos fortes ecoaram pelo corredor, graças aos Deuses se aproximando de nós. As portas se abriram com uma bofetada, e um homem roliço e vermelho apareceu do outro lado. Sua expressão era um belo "Que porra é essa?" Porém o gordinho só segurou a pança e deu uma risada, suavizando o rosto.

— É isso que chamam de reunião? — Ele perguntou como se zombasse de nós. Norte só observou cuidadosamente o local, ainda segurando a pança, o que estava me deixando extremamente irritado.

— Certo, já vi que sozinhos não conseguem cuidar nem de um dragão, o que aconteceu com os jovens? No meu tempo eu- — A fala dele foi interrompida por Merida, que disse meia dúzia de palavrões que eu nem sabia que existiam. O guardião veterano pareceu meio ofendido, mas respirou fundo, contrariado. Eu já previa um belo esporro.

  Com um simples bater de palmas, as chamas foram sugadas para fora, desaparecendo em seguida. O lugar antes queimado, agora se arrumava sozinho e rapidamente. A dupla enrolada, Jack e Punzie, já estavam no chão, e Banguela agora estava sentado, lambendo suas patas como um gato.

— QUE TÁ ACONTECENDO??? — Merida perguntou exaltada, indo para cima de Norte. Era impressão minha, ou estava saindo vapor dela?

  Do nada, começou a cair água do teto, daqueles negocinhos que parecem sprinklers de teto. A Ruiva parou imediatamente de gritar, e olhou lentamente para cima, muito, mas muito puta.

— Tá de sacanagem né? — Ela perguntou num tom normal, se virando para o gordinho. — Só agora que essa merda funciona?

— Desculpem, Yetes não são muito bons com hidráulica. — Ele respondeu com uma de suas risadas, porém não foi contagiante o suficiente. Todos só ficamos pokerface e encharcados.

  Norte arranjou umas toalhas para mim e Punzie, já que Jack recusou e Merida estava prestes a explodir. Ele nós explicou poucas coisas e nos deu uns conselhos. Mesmo que fosse só coisa da minha cabeça, posso te assegurar que o velhinho parecia meio nervoso, pois constantemente olhava para a janela e pontos aleatórios da sala. Talvez não fosse nada, mas sei lá, algo me dizia que não era só isso. Logo o mesmo levantou e saiu, dando o assunto por encerrado.

  A sala em que estávamos era meio pequena, só tinha umas poltronas em volta de uma mesinha de centro e umas cristaleiras antigas. Assim que Norte saiu e bateu a porta, eu e Punzie olhamos para Jack, esperando que ele agora realmente explicasse que bostas estava acontecendo. O garoto só suspirou, e passou a mão nos cabelos, pensando no que falar.

— Têm alguns anos que derrotamos um cara chamado Pitch Black. Ele era um cara do mau, sabem? Do tipo que quer dominar o mundo.

— Clichê. — Merida o interrompeu mexendo na unha, entediada.

— Continuando: ele não mediu esforços para nos destruir. O que poucos sabem, era que ele também era um de nós.

— Previsível. — Ela o interrompeu uma segunda vez, mas acabou levando uma cotovelada do mesmo.

— Achávamos que para ser guardião bastava ser acolhido na hora da morte pela Lua, mas depois de uns anos, descobrimos que o Sol também faz isso. Antigamente não éramos divididos como somos hoje. Tem basicamente guardião de tudo. Tudo mesmo. — Jack deu uma parada, já olhando para a Ruiva, mas ela não perturbou mais, com certeza tão curiosa quanto eu. —Mas, uma coisa ficou bem forte. De tempos em tempos há uma espécie de agrupamento. Tem uma tal profecia que sempre fala de quatro guardiões, aí ficou o termo "Big Four". Eu nem levo muita fé nisso, se algo importante estiver em nossas mãos, meio que fudeu.

— Então vão tipo, nos treinar? Como uma hogwarts de guardiões? — Punzie perguntou já animada, cruzando as pernas para fazê-las parar de balançar com tanta agitação.

— É, basicamente como uma hogwarts de guardiões, não dou nem uma semana para nos metermos em uma missão maluca e aleatória. Enquanto isso, Soluço, fica de olho no seu mascotinho.

  E foi assim que o dia acabou, com nós quatro conversando e rindo na mini-sala. Consegui terminar minha história, e Jack entregou a mim e Punzie uma boneca russa com a nossa cara. Fiquei com um pouco de vergonha de abri-la n a frente de todos, então só a enfiei no bolso e voltei a conversar. Quando já tinha passado horas e horas, resolvi me recolher no quarto, tomando como deixa Banguela, que não aguentava mais ficar deitado no cantinho. Assim que fui, a Ruiva veio logo atrás. O humor dela estava bem melhor, mas mesmo assim ela não disse nada pelo caminho.

  Ao fechar a porta, eu me peguei sorrindo, mas não sabia muito bem o motivo exato. Dentro da sala, Punzie continuava a olhar admirada para Jack, enquanto ele contava umas aventuras.

— Nossa,você conhece tantos guardiões, talvez possa me falar um pouco sobre a Ceifadora. — Eu acho que estou cheio de teorias de conspiração por hoje. Não quis ouvir mais nada, e na verdade, só queria acompanhar o passo de Merida, para ver se conseguíamos falar um pouco mais.

  Afinal, estava morto, e dormir era a última coisa que eu precisava. Antes de virar o corredor, coloquei a mão no bolso, onde encontrei não uma, e sim duas bonecas russas. Pelo visto, o dia estava longe de acabar. Desgraça


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Notas finais do capítulo

XD



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