RED velvet escrita por Juliana Moraes


Capítulo 2
Charlotte Reid


Notas iniciais do capítulo

Como em todo primeiro capítulo, este não foge das introduções e do blablabla. Anyway, espero que gostem.

Boa leitura!



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Londres; Brixton; Edificio Eyes; Terça-Feira; 2:34 am.

– Detetive Reid. – O delegado Harry me cumprimentou. – Temos um corpo no apartamento noventa e sete.

– Já examinaram? – Perguntei caminhando em direção a cena do crime.

– Lauren está o examinando nesse exato momento. – Ele cruzou os braços e parou de me seguir assim que entrei no edifício.

Trabalhar no departamento de polícia de Londres não era uma tarefa fácil. Os crimes aconteciam o tempo todo, principalmente nas madrugadas, cujo o turno parecia ser intenso e inacabável. Não estou reclamando do meu trabalho, eu o amava e foi de livre e espontânea vontade que o escolhi. Há duas formas de se escolher uma profissão, a primeira é por incentivo dos pais e a segunda é por curiosidade e amor. Posso dizer que eu fui influenciada por ambas opções.

Meus pais eram agentes e trabalhavam na parte de análise comportamental do FBI, infelizmente, uma terrível explosão aérea acabou com todos os sonhos que existiam entre eles.

– Boa noite, Charlotte. – Derik Parker me cumprimentou assim que cheguei no corredor do andar indicado e me acompanhou até o corpo, que estava sendo examinado pela legista. – Os vizinhos ouviram um barulho ensurdecedor e resolveram verificar o que estava acontecendo, a porta do apartamento estava aberta e Richard pedia socorro, eles chamaram a emergência mas quando chegaram aqui, já era tarde demais.

– Assalto? – Perguntei encarando o corpo frio e pálido do rapaz em minha frente.

– Acerto de contas. – Derik mantinha seus olhos negros em mim.

Passei a observar cada detalhe do apartamento. Um lugar minúsculo, tudo parecia estar no devido lugar, muito arrumado para quem teve um acerto de contas. Alguns livros estavam caídos no chão deixando uma parte da prateleira vazia e a mostra, caminhei em direção a ela, e observei um pequeno buraco na parede.

– Ethan. – Chamei meu investigador preferido para uma analise mais concreta. – O que acha que estava aqui? – Apontei para o foco da minha atenção.

– É muito pequeno para ser um cofre, alguma caixa muito pequena estava ai... olha! – Tirou algumas fotos do buraco. – Um pedaço de veludo vermelho. – Retirou uma pinça de sua maleta e, com todo cuidado possível, capturou o minúsculo tecido para amostra. – Vou colocar junto com as outras coisas e levar para análise. – Ele sorriu e eu o acompanhei de volta ao corpo. – Um café mais tarde?

– Dois, por favor.

– Cinco tiros foram disparados, três deles acertaram a nossa vítima mais um, que atingiu o pulmão, foi o que causou sua morte. – Lauren fazia anotações em sua prancheta e nos dava informações que nos ajudariam com a resolução do caso.

– O nome dele é Richard Wilson, vinte e três anos e entregador de correspondências em anonimato. – Harry finalmente chegou no apartamento com algumas informações. – Charlotte, tem um minuto? – Ele me chamou para fora do local. Eu o acompanhei . – Preciso que me faça um imenso favor, Jasper West está vindo de Dublin para nos ajudar com os casos, ele é um excelente investigador e acho que podem formar uma dupla imbatível.

– Belas palavras, Senhor.

– Quero que o acompanhe em tudo o que for necessário, principalmente em casos como esse. – Um longo suspiro foi dado demonstrando seu cansaço. – Crimes não deveriam acontecer no calar da noite... Vou buscar os vídeos de segurança da portaria para saber se ocorreu alguma movimentação estranha.

Minha equipe era a melhor de toda cidade Londrina, e não digo isso pelo número absurdo de medalhas e troféus de reconhecimento, mas sim pelo companheirismo e dedicação que todos deixava explícitos.

Lauren Vince era a legista mais competente e engraçada que poderia existir, uma bela companheira nas noites que nunca dormem, ainda mais quando bebidas de alto teor alcóolico estão inseridos no pacote. Ela acompanhava detalhadamente cada caso, nunca deixou uma pista passar despercebida e mesmo sem trabalhar na área de analise psicológicas, sempre nos dá alguma pista de quem possa ser o autor do crime.

– Charlotte, deixarei os relatórios em cima de sua mesa em algumas horas. – Ela sorriu acompanhando o corpo que estava sendo levado pelos policiais.

Quando um crime acontecia, qualquer coisa poderia nos dizer como e porquê, bastava um olhar generoso e a pergunta certa. Tudo deve ser fotografado e arquivado para uma analise documentada, objetos fora do lugar e qualquer poeira no lugar errado deve ser levado em consideração, nada pode escapar de nosso controle.

– Hora de ir para o departamento. – Derik balançou as sacolas com provas e vestígios, sorrindo feito criança.

Derik Parker era o moreno mais cobiçado do Soho, bairro que nunca dorme. As medalhas que ele havia recebido apenas confirmavam sua agilidade e flexibilidade em resolver os mistérios que apareciam.

– Lottie... – Ethan me chamou. – Encontrei um caderno onde todas as entregas foram anotadas, algumas informações estão rabiscadas e outras foram rasgadas e jogadas nessa lixeira. – Seus olhos verdes fixaram nos meus. – Teremos muito trabalho reconstruindo isso.

– Então é melhor tomarmos um café reforçado.

~X~

Londres; The West End; Departamento de polícia; 11:35 am.

Horas haviam se passado desde que Ethan e eu começamos a reconstruir o caderno de anotações da nossa vítima. Algumas partes, que estavam rabiscadas, foram mandadas para análise laboratorial, onde todo o resíduo de tinta será retirado e somente a primeira escrita permanecerá.

– Duzentos e cinquenta metros de veludo vermelho. – Ethan parecia confuso. – Entregadores em anonimatos não entregam coisas ilegais?

– Na maioria das vezes, sim. – Bati a caneta na perna várias vezes tentando encontrar alguma pista. – Sua última entrega era veludo vermelho para alguém ...

– 457! – Derik saiu do laboratório com papeis em sua mãos. – 457 é o destinatário.

– E isso significa o que? – Perguntei pegando os papeis de sua mão. – Um nome? Um endereço? Um...

– Uma tática de batalha. – Alguém entrou na sala me interrompendo. – Muito usada desde o fim da segunda guerra mundial.

– E você é quem? – Perguntei encarando-o dos pés a cabeça.

– Jasper West.


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Notas finais do capítulo

Não sei se posso dizer, mas um quê de " Baseados em fatos reais nessa história". Espero que tenham gostado.
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See ya later xx