RED velvet escrita por Juliana Moraes


Capítulo 16
Engaged




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– Se queria me acordar, você conseguiu. – Segurei em seus braços tentando ficar em uma posição que me permitisse colocar os pés no chão, mas ele não permitiu. – Está falando sério, não está? – Encarei seus olhos cor de mel me encarando fixamente como se não fosse se movimentar sem obter uma resposta. – A gente se conhece a tão pouco tempo... meus pulmões parecem que vão explodir. – Tentava encontrar uma forma de adiar a resposta.

– Não procrastine a resposta. – Seu nariz encostou no meu e seus braços me envolveram em um delicioso abraço. – Eu preciso saber antes que a ambulância chegue e te leve daqui. – Ouvi os barulhos de sirene se aproximando de onde estávamos.

Casamento era algo que eu não esperava ter que pensar em toda a minha vida. Nunca achei que seria a pessoa certa para alguém, não a ponto de manter uma relação de extrema importância. Não queria ninguém que me visse sem a máscara de coragem que eu vestia todos os dias ao amanhecer, esse era o meu maior medo, e foi Jasper que me fez supera-lo.

– O que aconteceu? – Derik e Ethan saíram correndo da galeria assim que a ambulância estacionou em minha frente.

– Eu vou me casar. – Encarei os dois sorridente, mesmo que isso doesse a mim, devido ao incidente, e a Ethan, devido aos sentimentos que eu preferia que ele não sentisse. – Eu vou me casar! – Murmurei surpresa com minha própria animação ao dizer aquelas palavras, repetidas vezes.

Encarei o sorriso estonteante de Jasper em minha frente, ele não queria soltar minha mãos para que os paramédicos fizessem o seu trabalho. Ele me acompanhou até dentro do veículo branco e pediu para Ethan avisar Harry sobre o acontecido, provavelmente ele estaria caçando Harrison.

– O que aconteceu? – Um dos paramédicos começou a falar enquanto me examinava.

– Tentaram me envenenar... Sarin. – Murmurei após tossir algumas vezes. – Minha cabeça dói, mas eu me sinto bem.

– Quanto tempo ficou sobre o efeito do gás?

– Alguns segundos.

– Está muito fria. – Ele segurou meu pulso e aferiu a pressão. – Sua pressão está baixa.

– Eu estou bem. – Afirmei corajosamente. – Foi por pouco, mas eu estou bem agora... vou casar. – Sorri para o garoto que sorriu ao ver minhas expressões.

– É uma ótima notícia após um susto como esse, mas infelizmente terá que ficar em observação até o final do dia.

– Tenho que voltar ao trabalho. – O encarei aflita ao pensar em passar horas dentro de um hospital.

– Sinto muito. – Seus olhos verdes pareciam sinceros. Ele só estava fazendo seu trabalho.

Respirei com dificuldade por alguns instante como uma forma de testas as dores em meu pulmão. Eu sabia que não ficaria com sequelas, tive sorte de ter uma arma por perto, mas a lembrança de ser sufocada por aquela fumaça, era a pior que eu conseguia imaginar.

Segurei a mão de Jasper assim que algum tipo de anti-envenenamento foi injetado em meu braço. Posso ser uma detetive corajosa, andar com duas armas e quebrar muitos narizes com um soco, mas tinha verdadeiro pavor por agulhas.

O grandalhão ao meu lado não mencionou nenhuma palavra se quer desde que entrou na ambulância, que agora estava estacionando em frente ao hospital Saint George, ele segurava minha mão com a necessidade de estar próximo de mim, o tempo todo. Seus olhos passaram por mim preocupados durante todo o percurso, os mesmo estavam inchados e vermelhos dedurando-o sobre os atos que ele tomou enquanto eu estava desmaiada. Meu coração, agora calmo, se partiu em um milhão de pedacinhos ao perceber que ele estava apaixonado por mim, e eu, mesmo sentindo o mesmo em uma intensidade, talvez, mil vezes maior, senti o terrível medo de decepciona-lo.

– Está tudo bem? – Perguntei assim que já estava em um quarto pronta para exames.

– Acho que sou eu quem devo lhe perguntar isso. – Sorriu beijando o topo de minha mão.

– Foi só um susto. – Afirmei ao tentar enviar a ele o meu melhor sorriso. – Na verdade, dois sustos no mesmo dia. – Ele riu baixo, sabendo exatamente do que eu estava falando.

– Vai ficar linda de branco. – Seu olhar me transmitiu a segurança que eu precisava para encarar essa decisão. – Acho que eu também ficarei bonito de terno.

– Você veste terno todos os dias. – Ri batendo em seu ombro.

– Acho que estou bonito todos os dias então.

– Eu odeio quando você tem razão. – Segurei seu rosto delicadamente, e observei minhas mãos pequenas sumirem perto de sua face iluminada. Aquele era o anjo que Deus me enviou para transformar minha solidão em amor. – Eu acho que amo você.

– Eu tenho certeza que amo você.

~X~

Londres; The West End; Departamento de polícia; Terça-feira; 9pm.

Um longo e cansativo dia, era tudo o que tinha a declarar.

O trabalho se tornou pesado desde que Red Velvet se tornou nosso caso principal. Os outros crimes, fáceis de serem resolvidos, era passado para uma outra equipe, que também estava trabalhando o dobro para dar conta de tudo.

Nesse momento, o maior medo de Harry, e o meu também, era que o FBI tentasse se envolver e retirasse o caso de nossas mãos. Injustiça declarada, já que eu sou a peça chave para a resolução desses feitos.

– Recebemos um chamado na quinta com a Charlotte Street. – Ethan gritou ao receber um telefonema e me encarou sabendo que aquilo era diretamente a mim. – É melhor levar suas armas. – Sorri ao pegar mais uma arma, dessa vez a calibre trinta e nove que eu guardava em baixo da mesa.

Harry, Jasper e eu entramos em um dos carros da polícia, um veículo seguro e sem gás nazista. Meu querido chefe tentava me convencer de que eu deveria permanecer do lado de fora, uma péssima ideia sabendo que Harrison me queria em campo, junto com a equipe.

– As descrições batem. – Jasper murmurou ao entrar em contato com o atendimento da polícia. – Ele está com uma refém. – Seus olhos pairaram sobre mim, analisando cada centímetro em meu corpo e contando, caladamente, quantas armas estavam em meu corpo. – Três! – Ele riu e eu confirmei com a cabeça. – Essa é a minha garota.

Não pude deixar de sorrir ao vê-lo se divertindo com as manias, um tanto quanto exageradas, que eu possuía. Era isso que eu esperava, alguém que me aceitasse e não me pedisse para fazer mudanças, essa será a Charlotte de sempre.

– É o seguinte, Ethan e Derik vão pelos fundos, há uma porta de acesso no final do corredor. – Harry passava o briefing. – Eu vou na frente, Jasper e Charlotte irão me seguir dando cobertura. – Todos preparam suas armas em único som, como se tivéssemos ensaiado. – Os outros policiais ficarão no perímetro do prédio, ele não pode escapar.

Um pequeno prédio de quatro andares. Harrison, segundo as testemunhas, estaria no segundo piso esperando por mim, uma sobrevivente de sua insanidade.

Com a arma em mãos, segui Harry que, pela primeira em anos, demonstrou preocupação diante de um caso. Eu o entendia. Como superior ele tem a obrigação da proteção psico-física de seus agentes, Harry tem que nos proteger e nos orientar assumindo nossos erros e nos parabenizando por nossos acertos. Eu, como uma agente muito competente, deveria estar do lado de fora vendo tudo isso acontecer, essa regra nos é dada ainda em treinamento “ Nunca colocará a própria vida em risco”. Aquela era a minha equipe e ninguém iria me proteger sem que eu pudesse fazer o mesmo por eles.

– Polícia de Londres, abra a porta! – Harry gritou batendo na porta assim que chegamos ao andar e lugar indicado.

– Pode entrar! – Aquela voz, que tanto assombrou minha mente, parecia estar brincando com nossa equipe. Jasper arrombou a porta, fazendo uma triunfal entrada. – Boa noite! Eu gostaria de servir um chá com bolachas mas não fiz a compra do mês ainda. – Uma garota, loira com olhos azuis, estava aos prantos tentando escapar dos braços de Harrison.

– Solte a garota! – Apontei a arma em sua direção e dei alguns passos parando em frente de Harry e Jasper, quebrando todas as regras que me foram impostas.

– Olá Charlotte, é um prazer revê-la. – Ele segurava a garota contra seu corpo, como se não tivesse nenhuma dificuldade em fazê-lo. Seus olhos me analisaram dos pés a cabeça, parando sobre meu rosto, que no momento demonstrava toda a coragem que poderia haver no mundo.

– Solte a garota! – Repeti ignorando as lágrimas da jovem em minha frente. – Agora!

– A polícia tem sorte de ter você na equipe. Uma garota que anda com duas armas e fica em frente aos rapazes... não sei se seu pai aprovaria esta ideia. – Enquanto ele falava um monte de besteiras eu pensava na melhor maneira de retirar a garota dali. – Sabe, foi realmente uma pena o que aconteceu com seus pais, uma explosão... – Sem pensar duas vezes atirei em sua mão direita, onde a arma estava posicionada, fazendo com que ela caísse e a garota conseguisse fugir. – Você se acha muito esperta, não é mesmo? – Uma outra arma foi retirada de seu bolso, sem que tivéssemos tempo para impedi-lo. – Esse jogo é meu, Charlotte. – Sua arma foi disparada em minha direção, em um susto eu me abaixei e disparei a arma contra ele, várias vezes, perdendo a conta de quantas balas já havia gasto.

– Policial ferido! – Harry gritou em seu rádio. – Repito, policia ferido!

– Não! – Meu grito ecoou por todo o prédio.


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Notas finais do capítulo

Fico feliz ao saber que estão acompanhando e gostando da estória. Tenho certeza de que irão gostar do meu livro http://www.protexto.com.br/livro.php?livro=706 que já teve mais de quinhentas copias vendidas e dez mil visualizações no Nyah ( É um romance policial chamado MARYLIN) See ya later Velveters!