The Last Taste - Season 3 escrita por Henry Petrov


Capítulo 8
One House Hill


Notas iniciais do capítulo

Hey oh :3
Bom, mais um capítulo. Esse foi relativamente menor, mas se eu juntasse com o próximo, ia ficar grande demais. Nesse capítulo, o perigo começa :)
Enfim, era só isso. Boa Leitura (:



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Clair Montgomery

Às nove horas daquela manhã, eu deveria estar fazendo um teste para Moonlight, uma peça da escola a qual me candidatei. Eu só conseguia pensar em como seria maravilhoso se conseguisse o papel da principal, Annie Moonlight.

Entretanto, às nove horas daquela manhã, eu estava de frente para uma barreira mágica, esperando o momento certo de entrar. Na verdade, Michael nos arrastou pela borda da cidade, atrás de uma construção localizada na fronteira. De acordo com ele, se entrássemos em campo aberto, poderíamos ser facilmente detectados. Isso significava andar pelo mato até achar o ponto certo para entrar.

— Quantos quilômetros ainda vamos ter que andar? — perguntou Sarah, ofegante.

— Não exagera, Sarah — retrucou Gale.

— Estamos perto — disse Michael. — Eu acho...

Eu preferia não falar nada. Eu já não me sentia bem em andar na mata, mas andar na mata e ter que falar com aquele cheiro de fezes subindo pela minha narina era simplesmente ridículo. Sarah fazia tudo para não sujar os seus sapatos, enquanto Gale fazia de tudo para sujar os sapatos de Sarah. Eles pareciam duas crianças brigando. Era um tanto vergonhoso.

Foi quase escorregando em lodo que senti algo se revirar dentro de mim, algo que me puxou para longe. Os outros me seguiram, um tanto assustados.

— Clair? — chamou Michael, enquanto eu corria entre as árvores.

Os quatro correram atrás de mim, tentando me alcançar. Eu não sabia aonde estávamos indo, só sabia que estava seguindo o que eu sentia. Ao chegar a uma clareira, senti que era ali mesmo onde eu deveria estar.

— É aqui! — anunciei para os outros que se aproximavam com caras feias.

— O que é aqui?! — perguntei Sarah, emburrada com minha atitude.

Michael fechou os olhos e ergueu as palmas.

— Krymméno!

A mata tremulou, revelando uma estufa a nossa volta. Uma bancada contornava as paredes de vidro e duas compridas mesas repletas de vasos estavam a

nossa frente. Os vasos tinham flores, mas estavam extremamente murchas e quase não existiam mais. Sarah tocou em uma delas e sorriu, assistindo a flor criar vida e desabrochar.

— Onde estamos? — perguntou Kaitlyn.

Saí da estufa e me encontrei no sopé de um pequeno morro. No alto, havia uma mansão, rústica, de madeira e com janelas de vidro. Parecia construída antes do século XX.

— Não sei — respondeu Michael. — Vamos entrar.

— Está louco? — gritou Gale. — E se alguém estiver aí?

— Com esse seu berro, já teríamos sido descobertos — bufou Sarah.

— Com meu berro? — Gale estreitou os olhos pra Sarah. — Quer tentar dizer isso de novo e ver o que acontece?

Sarah cruzou os braços.

— Você me ouviu.

— Gente, gente — disse Kaitlyn, tentando acalmá-los. — Já está ficando ridículo essa rixa de vocês.

Michael deu de ombros e subimos o barranco até a mansão.

Abri a porta dos fundos e adentrei o lugar. Era uma cozinha. Uma mesa de granito rodeada por uma meia bancada de madeira, com um fogão acoplado. Havia também um antigo aparelho de som, com duas caixas de alto-falante de cada lado. Segui para o outro cômodo, chegando a uma ampla biblioteca com pequenos degraus levando a um plano inferior, onde haviam sofás, uma lareira e uma mesa de bebidas.

— Chique — disse Sarah atrás de mim.

Fui até a lareira, onde haviam diversos retratos. Diversos só de número, pois todos retratavam o mesmo homem.

Ele tinha cabelos um tanto ralos, mas, ainda assim, castanhos e volumosos. Ele tinha uma expressão carrancuda, mas não deixava de ser sexy, se unido a sua rala barba. Ele usava jaquetas de couro e estava sério na maioria das fotos.

Acima da lareira, havia um enorme brasão com um “A” estampado.

— Aslyn? — perguntei.

Kaitlyn deu de ombros.

— Pode ser, mas duvido — respondeu.

Então, o som de uma porta rangendo me fez entrar em pânico. Mal pude piscar. Fui arrastada do chão por Kaitlyn, que nos carregou a supervelocidade para outra sala, onde subiu escadas e nos atirou dentro de um quarto. A diferença é que Gale foi jogado no chão, enquanto eu fui levemente depositada.

— O que...! — reclamou Sarah.

Kaitlyn tapou sua boca.

— Shh — fez Kaitlyn.

Sarah assentiu. Cheguei perto da porta e colei meu ouvido na superfície, atenta aos sons dos andares de baixo. Pelos passos pesados, deduzi ser um homem. Na verdade, eram dois.

— Ainda acho muito arriscado — ouvi um dizer.

— Mais vai funcionar — respondeu o outro. — Eles não passarão desta semana.

— Mas Chris, você não sabe do que essa gente é capaz — insistiu o outro. — Sophie e Peter são tão poderosos como ele. Vão quebrá-la com a mesma facilidade que quebrariam um palito de dente!

— Está mesmo disposto a questionar as ordens dele? — disse Chris. — Deixa só Argo ouvir isso. Não há o que se preocupar. Pearl, apesar de mais fraca, é inteligente. Sabe se cuidar. Além disso, se ela matar Peter e Sophie, absorverá seu Poder e Graça e se tornará mais poderosa do que a menina. Então, Argo a matará para conseguir a energia que precisa para certificar a nossa vitória, sem precisar se arriscar. Não há o que se preocupar, Leo. As probabilidades de nossa ruína são quase inexistentes. Argo, atualmente, tem força o bastante para vencer a menina. Mesmo que Pearl falhe, vamos vencer. Argo é muito mais forte que a menina.

— Não é isso que dizem.

Silêncio.

— O que está insinuando? — perguntou Chris, com tom de desafio.

Leo hesitou.

— Há rumores que eles encontraram a menina — respondeu. — Eles podem acabar quebrando a barreira. Se ela o fizer, vai ser mil vezes mais poderosa que Argo.

— Pois você deveria se atualizar, Leo, Kyra disse que a menina não sabe nem que é adotada ainda, tampouco foi encontrada. — retrucou Chris.

— E desde quando Kyra é a Srta. Verdade?! — exclamou Leo.

Chris riu.

— De qualquer jeito, é tarde demais — disse. — Não quebrarão a barreira da menina a tempo. Em dois dias, seus pais estarão mortos. Não haverá como romper. Nossa vitória é iminente.

Ouvi o som do tilintar de bebidas. Então, um telefone fez um breve som.

— Droga — ouvi Chris resmungar. — Vamos.

A porta bateu e voltei a respirar calmamente. Voltei-me para os outros.

— Ouviram o que eu ouvi?

Eles assentiram.

— Argo. Agora sabemos de onde vem o brasão — disse Kaitlyn.

— Sei que estamos em Wayland, mas estamos mesmo na casa do Líder deles? — perguntou Gale.

Meu olhar foi aleatoriamente desviado ao quarto onde estávamos. Não haviam camas ou nada do tipo, parecia um quarto “guarda-tralha”. Eram objetos dos mais variados, jogados no chão, empoeirados, enferrujados e quase destruídos, como se fossem destroços. Então, meu olhar caiu sobre um papel um tanto conservado. Era uma foto. Apanhei-a do chão e limpei a poeira, revelando uma família.

Um menino de mais ou menos dezesseis anos. Seus cabelos, curtos e loiros, e seus olhos azuis como o céu sem nuvens. Ele usava um terno e ao seu lado, um casal bem-vestido apoiava a mão em seus dois ombros. A mulher era um tanto bronzeada, com cabelos castanhos que iam até o pescoço e um sorriso branco e largo. Ela usava um vestido amarelo com um xale em volta dos braços. O homem ao seu lado tinha cabelos grisalhos e uma expressão séria, mas amigável.

— Quem é? — perguntou Gale, enquanto eu exibia a foto a ele.

Foi aí que vi que havia algo escrito no verso.

“Peter, Dezessete Anos.”

— É meu pai — respondi.

Meus olhos correram pelo quarto.

— Essa era a casa dele.


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Notas finais do capítulo

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