The Last Taste - Season 3 escrita por Henry Petrov


Capítulo 6
Wayland


Notas iniciais do capítulo

Pois é. Meu pc deu problema de novo. Agora, cá estou eu no computador do meu pai, postando TLT furioso com meu computador. De novo. Mas tudo bem.
Problemas técnicos de lado, vamos para o que interessa. Pra quem leu as outras temporadas, se lembra de Wayland, a cidade em que o Peter e a Hanna cresceram. Bom, ela mudou. E eu realmente espero que vocês gostem dessa Wayland 2.0. Enfim, era só isso. Boa Leitura (:



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Clair Montgomery

— Clair, se acalma! — pedia Gale, enquanto eu rodava pela sala, impaciente.

— Eles estão com o Ryan, como você quer que eu tenha calma?!

Todos pareciam achar minha reação ridícula ao rapto de meu irmão. Claro que eu me sentiria assim. Era o que restava da minha família, eu não podia perdê-lo também.

— Pra onde será que o levaram? — perguntou Sarah.

— Aslyn, provavelmente — respondeu Gale. — Os lobos tomaram conta de toda Aslyn, temos sorte de ter sobrevivido por tantos anos, sem falar que Kyra é um Demônio. Não me surpreenderia se eles estivessem planejando um contra-ataque pelo que aconteceu com Lúcifer.

— Achei que eles tinham sido mortos depois que o Diabo morreu — pensou Sarah. — Ele não tinha se ligado a todos os Demônios do exército e, quando morreu, todo mundo morreu junto? Não foi algo assim?

— Nem todos, pelo que parece — respondeu Gale.

— Ok, nós só precisamos decidir o nosso próximo passo — continuou Kaitlyn. — Precisamos te levar para Aslyn, Clair.

— Eu vou — falei, decidida. — Eu não vou deixar Ryan na mão daquelas... Bolas de pelo.

— Vai ser difícil — lembrou Sarah. Kaitlyn a reprimiu com o olhar. — O quê? Você ouviu Ameriel.

— Mas os lobos não levaram Ryan? Deve ter sido fácil pra eles irem e virem de lá — falei, de braços cruzados, sentada.

— Claro, porque eles estão trabalhando com o “mal” que está surgindo — continuou Kaitlyn. — Deve ser um filho da mãe muito poderoso, capaz de fazer uma passagem entre dois mundos parecer uma viagem de ônibus.

— Se não temos troco, como vamos para Aslyn? — perguntei.

Sarah suspirou.

— De acordo com Ameriel, a entrada que Sophie e Peter usaram ainda está lá — contou. — Só precisamos chegar lá.

— Lá onde? — perguntei.

— Wayland, onde tudo começou — respondeu Gale.

— Onde é isso? — perguntei, enquanto saíamos do quarto.

— Illinois, a alguns quilômetros de Chicago — disse Kaitlyn, por cima do ombro.

— Vamos nos teletransportar pra lá, certo?

Gale suspirou.

— Nem todos nós temos essa habilidade — ele me encarou, como se sua expressão dissesse tudo.

— Não precisa me lembrar que eu sou um saco de inutilidade, tá Gale? — repliquei, com um sorriso cínico.

Ele riu levemente e se virou para seguir as outras.

— Então, como vamos para Illinois? — disse.

Kaitlyn deu de ombros.

— Do jeito tradicional — respondeu.

Eu daria tudo para não ter que andar de metrô. Sinceramente, é o lugar mais detestável que eu conhecia, principalmente quando estava lotado. Aquela gente toda, se amontoando em um mesmo lugar, suando um no outro, com cuidado pra, no empurra-empurra, não tocar naquelas “partes”. Sem falar nos safados que aproveitam o empurra-empurra para tocar onde não deve. Kaitlyn também parecia nem um pouco confortável com sua situação.

Enquanto subíamos os degraus para dentro do trem, puxei conversa com Gale.

— Dá para imaginar Kaitlyn num lugar desses? — perguntei, com um riso no canto do rosto.

— Dá sim — respondeu ele.

— Eu não — repliquei. — Ela é tão... Chique, sei lá.

Gale riu.

— Isso é pose — disse, se encostando em um corrimão vertical. — Deveria ver ela no casamento de seus pais, comendo coxa de galinha como um urso faminto.

Ri alto, com cuidado para Kaitlyn não ouvir. Eu a via de longe, conversando com Sarah um pouco mais a frente.

— Como eles são? — ao fim da risada, perguntei.

Gale ergueu uma sobrancelha.

— Meus pais?

Ele molhou um lábio.

— Diferente de tudo que você imagina, com certeza — respondeu, com a saudade pingando de suas palavras. — O que você acha?

Suspirei.

— Peter me lembra um... — pensei um pouco. — Um guerreiro, tipo aqueles idosos que batalharam a vida inteira e agora são pessoas cheias de conhecimento, experiência. Ah, e forte e grande, como um touro. Já a Sophie... Eu imagino ela como uma daquelas rainhas bondosas, que passam o dia distribuindo pães frescos para moradores de rua.

Gale riu.

— Não disse? — falou, me olhando por um instante antes de desviar o olhar para a paisagem.

— Ah é? — perguntei, me sentindo ofendida. — Como eles são então?

Ele pensou um pouco.

— Quero que me diga o cara mais detestável e convencido da sua escola — pediu.

Estranhei a pergunta, mas não me recusei a responder.

— Kevin McLaugh — respondi. — Ele é capitão do time de futebol e acha que todos têm que se reverenciar pra ele.

— Esse era seu pai quando o conheci — anunciou Gale.

Contorci minha boca em surpresa.

— Está dizendo que meu pai é um canalha? — perguntei.

Ele deu de ombros.

— Já foi pior — respondeu, pensativo. — Vamos dizer que ele tomou uma estrada em direção ao bom caráter. Ele é um cara legal, carinhoso, faria tudo por aqueles que ama, um Rei melhor do que eu gostaria de admitir, mas... Não é o tipo de pessoa que você quer como inimigo. Ele é um lago com quem ama, e um maremoto com quem odeia. Ele vira outra pessoa.

— E Sophie?

Ele mordeu o lábio.

— Ela é mais... Viva do que você pensa. Ela não é uma donzela de vestido rosa — contou. — É uma mulher forte, morreria pelo reino e nunca está em perigo. Não é nenhuma mosca morta dessas que a televisão te faz chamar de Rainha.

— Pois é, acho que errei tudo — ri.

— Se quiser saber com o que seus pais se parecem...

Ele deu de ombros.

— Se olhe no espelho — concluiu. — Coloque num papel toda característica psicológica e física sua. É uma mistura de tudo que eles são. Literalmente.

— Nunca tinha pensando nisso — voltei-me para a janela, olhando a paisagem.

Em algumas horas e depois de pegar cerca de dois outros trens, chegamos em Chicago. Olha, eu estava ansiosa. Nunca tinha estado em outra cidade senão Nova York. Seria legal conhecer um pouco outras cidades, comparar, sei lá.

Bom, claro que não tive esse luxo de ficar olhando vitrines. Kaitlyn me carregou direto pra dentro do táxi assim que descemos da plataforma. Pelo menos, de dentro do táxi, eu podia observar a paisagem lá fora, enquanto Kaitlyn tentava ensinar ao motorista aonde era Wayland.

As pessoas não olhavam um na cara do outro, andava entre si como se estivessem sozinhos na rua. Eu achava aquilo estranho, eu sempre tinha a mania de olhar as pessoas na rua, ver o que vestiam, o que faziam. Mera curiosidade. Eu tinha inveja daquelas pessoas. Elas corriam para seus escritórios, suas escolas, passariam o dia trabalhando ou suportando o falatório de um professor entediante. Enquanto isso, eu estava dentro de um carro, fazendo meu caminho para uma cidade que continha a entrada para um mundo paralelo. Super. Kaitlyn fora no banco passageiro, enquanto Sarah e Gale discutiam sobre algo super-idiota que não me lembro direito. Acho que era porque ele entrara no carro primeiro que ela, algo assim.

— Vocês moraram nessa tal de Wayland? — perguntei, puxando assunto.

— Não — todos responderam em momentos diferentes.

— Passamos horas lá na festa de fim de guerra, só isso — completou Sarah. — Depois, nunca mais, né gente?

Os outros dois assentiram.

— Chegamos — disse o táxi.

“Ok, nem um pouco estranho”.

Estávamos no meio do nada. Literalmente. Estávamos no fim da estrada, à frente, era uma densa floresta, como se em um passado remoto, a estrada levasse a uma cidade diferente.

— O quê?! — exclamou Sarah, indignada.

— Kate, tem certeza que é aqui? — perguntou Gale, esticando o pescoço para ver se via algo além da floresta.

Kaitlyn assentiu.

— Certeza. Uma hora de Chicago, exatamente — respondeu.

De repente, seu rosto adotou uma expressão impaciente. Ela bufou e desceu do carro.

— É aqui que nós ficamos — anunciou ela. — Desçam.

— E o meu dinheiro?! — gritou o homem dentro do carro.

Kaitlyn jogou um relógio de ouro no banco passageiro. Descemos do carro, confusos. O homem deu partida e foi embora.

— Eu espero que você tenha um plano genial, Kaitlyn — disse Sarah. — Eu não vou entrar aí, esses sapatos foram caros.

— Não vamos entrar — replicou Kaitlyn. — Não por causa de sapatos. Porque não podemos.

Franzi o cenho.

— Traduz, favor? — pedi.

Ela passou sua mão sobre o ar. Por um instante, nada aconteceu. De repente, a floresta se dissolveu, revelando o resto da estrada, que serpenteava em volta de baixos prédios e casas. À nossa frente, havia um enorme portão de ferro, que me parecia desproporcional, como se tivesse sido construído de última hora. Acima dele, havia um arco, com os dizeres que Kaitlyn leu:

— Seja Bem-vindo à Wayland.

Ela suspirou e adicionou:

— A cidade invisível.


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Notas finais do capítulo

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