The Last Taste - Season 3 escrita por Henry Petrov


Capítulo 10
Where My Demons Hide


Notas iniciais do capítulo

Hey, mais um cap /;3
Boa Leitura :)



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Clair Montgomery

— Isso é impossível — disse Kaitlyn. — Peter me contou que a casa foi destruída.

Dei de ombros.

— Ela lhe parece destruída?

Kaitlyn estreitou os olhos para mim.

— Sr. Roman era bancário — contou Sarah. — Dava para ter uma mansão dessas fácil. E outra: Peter era muito convencido quando o conheci. Esse tipo de gente geralmente vem desse tipo de lugar. Tenho certeza que ele morava aqui.

— Bom, então, indiretamente, essa casa é sua, Clair — disse Gale. — Mais uma coisa que esses vermes roubaram de você, da gente, de Aslyn. Eu não acredito na cara de pau deles.

Sarah bufou em raiva.

— Não temos tempo pra isso — disparou Michael. — Você ouviu o que eles disseram. Temos dois dias para chegar à Aslyn. Ou então... Peter e Sophie estarão mortos. Aslyn não pode continuar sem o Rei e a Rainha.

Kaitlyn ergueu uma sobrancelha.

— Como sabe que eles são Rei e Rainha?

Michael bufou.

— O quê? Agora eu sou vilão da história porque sei de algo óbvio?

Kaitlyn ergueu as mãos, como se dissesse “foi mal, calma aí”.

— Foco, gente — disse Sarah. — Precisamos de um plano para chegar à Aslyn.

— Enquanto vocês olhavam fotografias e lareiras, eu estava fazendo exatamente isso — reclamou Michael, olhando para Kaitlyn com desdém. Ela lhe olhou com intriga. — Pela janela, consegui ver ao longe o pátio central da cidade. Eles usaram a porta que foi usada como entrada para fazer um espelho d'água com a uma estátua de um homem, que acredito ser Chris.

— Enfim, nós precisamos achar um jeito de chegar até lá sem sermos percebidos — continuou Gale. — Agora o senhor tem um anel de invisibilidade?

Ele concluiu com um riso. Michael ergueu uma sobrancelha.

— Sério? — perguntou o Anjo, perplexo.

— No decorrer de minha vida, me aprofundei em todas as áreas de magia possíveis — respondeu Michael. — Inclusive ocultação. É fácil, é só...

— Ok, Harry Potter, o que temos que fazer? — perguntei.

— Juntar as mãos e deixem o resto comigo — respondeu.

Fizemos como ele pedira. Fechei os olhos e respirei fundo, tentando me concentrar.

— Clair, isso aqui é um feitiço, não uma oração — reclamou ele.

Abri o olho, um tanto ofendida. Ele respirou fundo e murmurou:

— Krývo.

Quando ele abriu o olho, tive a impressão de ver algo verde pulsar em seus olhos. E sim, eu conseguia vê-lo.

— Não funcionou — reclamou Sarah.

Ele se abaixou e pegou um espelho dos destroços. Ele ergueu o objeto para nós.

Onde deveria estar nosso reflexo, havia nada além dos destroços no quarto.

— Muito bom — elogiou Kaitlyn.

— Agora vamos — falei, confiante.

Descemos as escadas com cuidado, apesar de Michael insistir que o feitiço também abafava o som. Saímos pela porta da frente e descemos uma estrada sinuosa em direção ao pátio da cidade, onde estava o espelho d'água para Aslyn. Sarah arfava, o que era estranho, pois eu ainda nem começara a cansar.

Aos poucos, eu via a estátua se aproximar. Confesso que estava nervosa. Em poucos minutos, eu conheceria meus pais. Meus pais verdadeiros. Eu sabia que a probabilidade de encontrar mais problemas que soluções era gigante, mas dentro de mim, havia uma parte que esperava que eles tivessem todas as respostas. Entretanto, minha maior preocupação era Ryan. Gale acreditava que eles haviam o levado para Aslyn. Eu esperava que ele segurasse as pontas sem mim, o que era irônico, pois ele nunca precisara de mim. De qualquer maneira, eu não conseguia evitar o aperto no peito. Afinal, eu o colocara nesse problema. Era culpa minha. E eu não me perdoaria se ele se machucasse.

— Não é meio idiota fazer isso à luz do dia? — disse Kaitlyn.

— Quem disse que faremos à luz do dia? — respondeu Michael, com um sorriso irônico. — A entrada está desativada, é necessário um feitiço para ativar. Um feitiço daqueles. Hoje, é noite de Lua Cheia. Vou extrair o poder da Lua.

— Ainda não é Lua Cheia — retruquei.

— Quase é suficiente, falta menos de uma semana. — replicou ele.

— Isso é possível? — perguntou Sarah, enquanto atravessávamos a rua. — Absorver magia da Lua?

— A Lua foi criada durante a explosão que criou o Universo — continuou Michael. — A explosão foi causada por Arcanjos. A Lua pulsa com Graça. Posso extrair energia daí.

— Então vamos nos esconder até o Sol se pôr? — bufei.

— Exatamente — assentiu Michael.

Pois é, resultado: Acampamento de Férias.

Michael fez uma fogueira, que não soltava fumaça (nem me pergunte como ele fez isso, não sei), e todos nós nos posicionamos ali em volta, esperando a noite cair. Eles tentaram dormir, mas eu não conseguia. Cada nervo em meu corpo se remexia, me mantendo acordada. Eu não conseguiria dormir, mesmo que quisesse. Então, fiquei de guarda durante o resto do dia. Quando as estrelas dominaram o céu, apaguei o fogo e chamei os quatro.

— Prontos? — disse Michael. — Hora de vocês voltarem pra casa.

Bufei com a frase de filme da Disney.

Nos aproximamos da praça com cuidado.

Era um lugar muito bonito, mas com uma atmosfera fantasmagórica. O espelho d'água era redondo, um pequeno lago com tijolos vermelhos e uma estátua erguida em uma ilhota no centro. Era um homem segurando uma lança. Em volta, havia bancos e vasos de flores. Era um tanto hilário imaginar o Satã molhando as flores com um regador azul estampado com um girassol. Apesar dos adornos, o lugar parecia assombrado.

Dei um passo à frente. De repente, senti um vento frio correr pela minha espinha.

— Droga! — praguejou Michael.

— O que foi? — reclamou Gale. — Aliás, o que foi dessa vez?

Ele apontou para o lago. Eu conseguia me ver.

— Há uma barreira na praça que extingue qualquer tipo de feitiço. Não estamos mais invisíveis — deduziu Michael.

— Então corre para ativar a entrada! — exclamou Kaitlyn, impressionada com sua falta de atividade.

Gale me olhou com impaciência.

— Se eu não ouvir a palavra barreira pelo resto da minha vida, vai ser pouco — disse, passando por mim.

Michael se jogou de joelhos sobre os tijolos da borda e começou a falar em uma língua estrangeira.

— Alto! — o nada gritou.

Um homem se materializou do outro lado da praça. O mesmo homem das fotografias na lareira. Só que desta vez, ele segurava uma besta.

— Rápido, Michael! — apressou Kaitlyn.

— Eu, Christopher Hudson, ordeno que se afastem do portal!

Chris atirou em nossa direção diversas vezes, mas Michael parecia ser repelido por um escudo protetor. Corremos para o lado oposto, como pessoas normais. Ouvi Chris gargalhar.

Na minha frente, cerca de trinta Demônios surgiram. Recuamos por instinto, tentando correr para as laterais, mas novos Demônios apareceram de cada lado, cada canto liderado por uma besta. Estremeci.

— Vão se arrepender por pisar em Wayland — disse Chris. Ele me lembrava aqueles generais de exércitos antigos.

Ele ergueu um braço.

— Fogo! — gritou para a multidão.

Protegi os olhos com o braço. Eu sabia que não seria o suficiente, mas foi puro instinto. Senti algo me perfurar por dentro. Em meu corpo, meu sangue se derramava, escapando pelas minhas mãos. Meu corpo entrou em colapso, me fazendo tossir sangue e me dobrar de joelhos no chão. Aos poucos, tudo ficou escuro e o som dos vivas em nossa volta, se tornaram abafados e mudos. Então, fiquei completamente inconsciente, certa de que aquele era o fim.

O meu fim.


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Notas finais do capítulo

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