Mistérios da Meia-Noite escrita por LadyWolf


Capítulo 12
Capítulo VIII: Um novo amigo!


Notas iniciais do capítulo

Desculpem pelos 943829812783149 cortes x-x



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Naquele dia, depois da missa, Ana foi para a casa de Clarissa e a mãe da ruiva. O pai da ruiva não tinha religião, era um homem totalmente racionalista, mas isso não quer dizer que não fosse uma pessoa boa. Quando chegaram a mãe da menina havia ido para a cozinha fazer o almoço e as duas então correram para o consultório para ver o cachorrinho.

– Papai, chegamos. - disse Clarissa entrando na sala.

Seu pai estava dando uma injeção em um Yorkshire e o dono, coitado, estava pálido parecendo que ia desmaiar.

– B-bom dia. - disse o rapaz.

– Bom dia! - responderam as garotas.

Quando terminou de aplicar a injeção o pai de Clarisse, ruivo igualzinho a ela, suspirou.

– Bom dia, meninas. Como foi a missa?

– Foi ótimo, tio!

– Ahaam, e ninguém parou de cantar no meio da música porque...

– Clarisse! - Luísa retribuiu o beliscão.

– Ai! Porque, bem... Nada! Haha!

– São cinquenta reais. - disse o homem já na mesa acertando as contas com o cliente.

– Aqui. Obrigado. - ele entregou uma nota de cinquenta, pegou seu cachorrinho como se fosse um bichinho de pelúcia e saiu rebolativo. Aquela Coca era Fanta, certamente.

– Então, meninas, o que desejam?

– Queremos ver o cachorrinho, papai.

– Que cachor... Ah, o de ontem a noite? Vamos ver...

E o pai de Clarisse abriu uma porta que ficava atrás de sua escrivaninha e fez sinal para que o seguissem. Lá havia uma salinha com várias caixas gradeadas e devidamente numeradas. Cada uma portava um animal, na maior parte cães e gatos.

– Cadê... Cadê... Ah, aqui.

O homem parou frente a porta número oito, que ficava do lado direito e retirou a chave do bolso do jaleco. A chave girou na fechadura e o pequeno filhote abriu os olhos.

– Aqui, meninas.

O cãozinho olhou Clarisse e bocejou, em seguida se espreguiçando. Já a reação ao ver Luísa foi totalmente diferente. O cachorro pulou, balançou o rabo... Só faltava sorrir!

– Ai, que fofo! - disse a garota toda boba. - Ele já tá bem né?

– Sim, Aninha. - respondeu o homem.

– Ele chegou aqui ontem machucado e com bastante dor, mas o remédio que ele tomou já tá fazendo efeito e...

– Clarisse! Você não é a veterinária aqui. - o pai fez bico. Todos riram.

– Tio, posso perguntar uma coisa?

– Claro.

– Quando ele vai receber alta? - disse Luísa fazendo carinho no bichinho, que agora lambia sua mão.

– Hum... Se tudo estiver bem, amanhã mesmo.

– É que... Bem...

– Tá, você quer o cachorro.

– Clarisse! - reclamou Luísa.

– Mas é, ué.

– Bom, ele realmente não tem dono e já está bem, então não vejo nenhum problema. Mas vai ter que falar com os seus pais primeiro, certo?

– Certo.

. . .

– Não, não e NÃO! - disse o pai de Luísa andando de um lado para o outro inconformado. - Você não vai ter um cachorro, Ana Luísa!

– Mas... Por que?

– Eu já te disse que não gosto de animais. É sempre a mesma história! E quem vai cuidar? Além disso, um animal traz muitas despesas!

Os olhos de Luísa se encheram de lágrimas.

– Querido, acho que um cachorro seja uma ótima forma para a Luísa trabalhar seu senso de responsabilidade.

– Deixa, mamãe. Ele não vai querer. - disse a garota se levantando e indo em direção ao quarto.

– Hunf! Espera, Aninha. - disse o pai indo até a menina e pondo a mão sobre o ombro da filha.

– ...?

– Tudo bem, pode ficar com o cachorro se quiser. - disse o homem respirando fundo. Odiava ver sua filha triste. - Mas você vai ter que cuidar, tudo bem?

– Sério!? - disse ela pulando no pai e o abraçando. - Obrigada, papai!

. . .

No dia seguinte...

– Chegamos! - disse Clarisse entrando em casa acompanhada de Eloá e Luísa. A mãe de Eloá, que trabalhava como faxineira, estava dando os últimos toques na sala de estar.

– Oi, meninas. - disse indo dar um beijo na menina. - Como foi a aula?

– Foi ótima, mãe. - disse Eloá sorridente.

– Clarisse, seus pais estão no...

Não deu tempo nem de terminar de falar e ouviu-se um barulhão vindo do consultório. De repente gritos, agitação e até um vidro se quebrando. A porta se abriu e o cachorrinho sapeca saiu correndo pela casa. Logo atrás os pais de Clarisse correndo com os cabelos para o alto.

– Volta aqui! - disse a mãe.

O cachorro parou em frente a Luísa balançando o rabo e a garota o pegou no colo.

– Como você...? - perguntou a mãe ofegante.

– Não acredito. - disse o pai procurando ar para respirar.

– O que aconteceu? - perguntou Clarisse.

– Esse pestinha fugiu, nós corremos atrás para pegá-lo e... - respondeu o pai.

– Não conseguíamos pegá-lo de jeito nenhum.

– Dez a zero pro cachorrinho hein! - brincou Clarisse. Todos riram.

– Então, Luísa, seus pais deixaram você ficar com o cachorrinho? - perguntou o homem.
– Deixou sim, tio!

– E já sabe qual nome vai dar?

– Ele vai se chamar Henrique!

. . .

Mais tarde, quando Luísa chegou em casa os pais estavam na sala de estar. O rádio estava ligado e, pelo horário, estariam passando as notícias.

– Sete pessoas foram encontradas mortas na semana passada e duas estão desaparecidas em Piedade. Não se tem informações sobre os culpados. A polícia pede que todos os moradores tomem cuidado e não saiam a noite. Repito, tomem cuidado e não saiam a noite!


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Notas finais do capítulo

OBS: Henrique não é um cachorro figurante. Ele vai ser importante na nossa história!