Mistérios da Meia-Noite escrita por LadyWolf
Notas iniciais do capítulo
[ Antes de começar o capítulo queria dizer que não estou fazendo apologia a nenhuma religião. Se sentir-se incomodado simplesmente pule a parte da missa. Obrigada. ]
Na manhã seguinte, bem cedinho, todos da cidade foram para a missa. Luísa, como sempre, foi encontrar-se com os outros jovens do coral. Maurício também estava lá. Mas não foi para assistir a missa e sim somente ver a sua amada aluna cantar.
(https://www.youtube.com/watch?v=QCG-JETnPt8)
“(. . .)
Me chamaste para caminhar na vida contigo
Decidi para sempre seguir-te, não voltar atrás
Me puseste uma brasa no peito e uma flecha na...”
Foi nesse momento que Luísa percebeu a presença do professor, ficando muda. Não saía uma palavra sequer de sua boca. Os olhos fixos nos de Maurício. Clarisse logo percebeu a situação e a presenteou com um belo beliscão. A menina voltou ao planeta Terra, olhou a amiga, sacudiu a cabeça e continuou a cantar até o final.
“(. . .)
Te amarei, Senhor, te amarei, Senhor
Eu só encontro a paz e a alegria
Bem perto de ti.”
Após a missa Clarisse arrastou a amiga para o banheiro da igreja. A porta foi fechada rapidamente e Luísa entrou cambaleante.
– Ei! Calma! - disse a garota.
– O que foi aquilo, Luísa? - Clarisse encostou-se na porta para ter certeza de que ninguém entraria. - Não pense que não vi você babando pelo professor Maurício!
– Eu não estava...
– Estava!
– Não estava! Bem... Talvez um pouquinho.
– Eu sabia! Você gosta dele! - a ruiva riu.
– Ele tem um charme... Não sei explicar...
– Uhum! - disse rindo, saindo da porta e indo até o espelho se ajeitar.
– Não conta pra ninguém, tá?
– Pra quem eu iria contar? Pra sua mãe? - disse ainda rindo. - Escuta, você vai lá em casa hoje ver o cachorrinho? Meus pais disseram que ele parece estar melhor.
– Sério? Eu vou sim! Só tenho que falar com os meus pais.
– Tá! Então a gente se vê mais tarde, senhora Linhares.
– QUE!?
Clarisse mostrou a língua e saiu correndo para fora do banheiro. Luísa foi atrás rindo muito, até que esbarrou em alguém e caiu no chão.
– Ai!
Quando o choque da queda passou, a garota olhou para ver em quem havia batido.
Era um rapaz de cabelos escuros e olhos bem azuis.
– Desculpe, te machuquei? - perguntou Bernardo estendendo a mão para a menina.
– Estou bem. - respondeu Luísa segurando em sua mão e levantando. - A culpa foi minha, não precisa se desculpar.
– Se você diz, …?
– Luísa! Pode me chamar de Luísa.
– Está bem, Luísa. - disse o homem sorrindo simpático.
– E você? Como se chama?
– Eu me chamo Bernardo. Sou novo na cidade.
– Sério? Veio de onde?
– Eu vim de São Paulo, capital.
– São Paulo? Pooooooooxa, que longe!
– Sim, foram umas dez horas de viagem. Confesso que quase pirei dentro daquele ônibus. - Bernardo riu.
– Eu nunca viajei, não posso dizer muita coisa. - disse a menina piscando.
– “Ela me esqueceu! Completamente!” - disse Clarisse de braços cruzados olhando os dois de longe. - Lu!
– Ahhhhh! Esqueci! Já estou indo, Clarisse! Bom, Bernardo, eu tenho que ir. Prazer em conhecê-lo! E foi mal pelo esbarrão.
– Até mais.
Luísa saiu correndo para perto de Clarisse e as duas foram encontrar seus pais.
~
Enquanto isso Maurício assistia tudo de longe.
– “Nossa, foi mais fácil do que eu imaginava.” - pensou observando o ômega pôr as mãos nos bolsos e sair andando. - “Mas o que ele quer com essa menina? Vou segui-lo!”
Bernardo deixou o pátio da igreja e foi caminhando devagar pelas ruas de Piedade. Maurício foi atrás, escondendo-se em árvores, atrás de postes e caçambas de lixo.
– “Que saco, ele não desiste. Já tem quase uma hora que está me seguindo!”
O ômega olhou para trás e Maurício se escondeu.
– “Droga, acho que ele já percebeu!”
Bernardo voltou a andar, agora segurando o riso. Aquela cena estava sendo até engraçada.
– “Hum... Casa de jogos... Acho que já sei o que fazer.” - o ômega sorriu, olhou na direção de Maurício e entrou na velha loja.
O alpha foi atrás e também entrou na loja. Quando entrou um homem grande e musculoso o recepcionou.
– Boa tarde. - disse de braços cruzados.
– B-boa tarde. - disse olhando o grandalhão.
– São duzentos reais.
– …?
– Duzentos. - disse estendendo a mão.
– Desculpe, eu vim procurar alguém e...
– Mas que desculpa velha! Saia daqui, vagabundo! - e o grandão fez o favor de jogar Maurício para fora da loja.
– AAAAAAI! - disse caindo no chão.
Bernardo assistia tudo de camarote atrás das cortinas do segundo andar da loja, onde funcionava um bordel.
– “Isso que dá não ter seus contatos!” - Bernardo ria muito, abraçando uma mulher loira muito bonita. - Vamos ao trabalho, amor?
E tudo terminou debaixo das cobertas.
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