How To Save Two Lives escrita por Mor Sega


Capítulo 19
Capitulo 18: Shatter me


Notas iniciais do capítulo

Vamos direto para a playlist:
Capitulo 1:
Eleanor Rigby - The Beatles
Cool Kids - Echosmith
Capitulo 2:
The Monster - Rihanna e Eminem
Capitulo 3:
Frozen - Within Temptation
Capitulo 4:
Caractère -- Joyce Jonathan
Capitulo 5:
Into My Arms - Nick Cave
Slipping Through My Fingers - ABBA
Capitulo 6:
Give Us a Little Love - Fallulah
Illuminated - Hurts
Capitulo 7:
A la faveur de l'Automne - Tété
Never Say Never - The Fray
Capitulo 8:
Wasting My Young Years - Londom Grammar
All These Things That I've Done -- The Killers
Capitulo 9:
Everybody Wants to Rule the World -- Tears for Fears (Lorde)
Capitulo 10:
I Cried Like a Silly Boy - DeVotchKa
Capitulo 11:
Broken Crown - Munford and Sons
Invence No - Laura Pausini
Capitulo 12:
Echo - Jason Walker
Capitulo 13:
Just a Dream - Nelly (ou Sam Tsui feat. Christina Grimmie)
Capitulo 14:
Let Her Go - Passenger
Capitulo 15:
Friends Will Be Friends - Queen
I'll Be There For You - The Rembrants
Capitulo 16:
Somethin' Bad - Miranda Lambert
João e Maria - Chico Buarque, Sivuca e Nara Leão
Capitulo 17:
Clarity - Zedd ft Foxes
Capitulo 18:
Shatter me - Lzzy Hale ft. Lindsey Stirling

Lembrando que as músicas são apenas sugestões e bom capitulo! :D



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"Alguém acenda uma luz
Estou congelada pelo medo dentro de mim
Alguém faça com que eu me sinta viva
E deixe me em pedaços"

Shatter me - Lzzy Hale ft. Lindsey Stirling

Para ele tudo não passara de um sonho muito estranho.
Tudo começou quando tentara alertar a rainha Elsa sobre seu irmão e agora nem entendia muito bem o porque daquilo, afinal, apesar de não ser amigo de Manfred, os dois queriam o mesmo. Mas então veio aquela interação toda e… Bem, nem ele sabia o que lhe levou a investir contra ela, claro que usaria a desculpa de que tudo era um plano, mas não passava disso: uma desculpa.
Depois disso só se lembrava do frio que sentiu escorregar pela sua espinha e aos poucos pode perceber que não era apenas sua espinha que esfriava, mas todo o corpo começou a erregelar a partir das pontas dos dedos dos pés e logo não sentia mais nada.
Aquilo só podia ser um sonho e um sonho que durou horas e horas sem que ele conseguisse acordar, às vezes tinha sonhos dentro desse sonho, mas quando estava acordado nele tudo que podia fazer era ouvir as pessoas se movendo ao seu redor, mas parecia tudo muito abafado e distante e, algumas vezes conseguia discernir um tom mais forte de vermelho ou laranja, mas era tudo embaçado pela grossa camada de gelo que lhe cobria os olhos.
E havia o frio, o frio era a pior parte. Se podia dizer que havia aprendido algo nos últimos era se sentir congelado, pois aquele maldito frio nunca ia embora, por mais que quisesse. Por vários momentos sentiu o gelo se aproximar perigosamente de seu coração e então pensava que ia morrer.
Nessa hora o sonho parecia tão real que esperava acordar em sua cama, na cela que deixara para trás, mas não no maldito inferno gelado do qual Brienne o havia tirado, mas naquela tão distante nas ilhas do sul, mas não tinha aquela sorte, pois logo tudo se normalizava como se nunca tivesse acontecido.
Até que, um dia, sem qualquer aviso sentiu uma mudança critica na sua situação. Tudo começou com filetes de luz cortando a escuridão do local, isso era fácil perceber através do gelo e então uma canção confusa e distante e, por fim, uma voz fina e frágil parecia através sem problemas o gelo espesso.
— O que mais eu posso fazer? — pareceu perguntar enquanto uma imagem se formava em algum lugar de sua mente, uma imagem bem nítida de uma jovem de cabelos tão loiros que, por muito pouco, não eram prateados — Não custa nada, no fim das contas.
Então a imagem se aproximou perigosamente, ele notou que ela tremia, mas não parecia ser de frio. Tentou mover as mãos e colocas sobre os braços delicados, mas também lhe parecia impossível. Ela se afastou devagar, a vergonha consumindo o rosto de mármore que começava a sumir em um borrão no meio da luz e da sombra, mas o calor daquele toque tão simples começou a se espalhara, da mesma forma que o frio no que parecia uma eternidade antes, descendo pelas costelas e se tomando o corpo de forma geral.
Quando abriu os olhos, estava deitado sobre uma cama molhada e fria, assim como suas roupas. Ele olhou em volta tentando se orientar, mas tudo que percebeu era que estava em um quarto diferente do seu e sozinho.
Foi quando ouviu a pesada porta sendo arrastada e uma criada entrar arrastando os pés.
— Príncipe Hans — exclamou ela deixando uma bacia com roupas de cama no chão — Fique aqui eu vou… vou… Eu vou chamar alguém — ela disse com rapidez, tropeçando nas palavras antes de sair correndo pelo corredor.

~~ x ~~

Brienne nem havia deixado o escritório quando uma criada a parou avisando que a água já começara a ferver. Soltou um suspiro alto e tristonho, pretendia, ao menos, trocar as roupas da viagem, sem contar que pretendia ver Hans e sua égua que, até onde sabia, ainda estava atirada no meio da estrada, mas não podia culpar ninguém, afinal tinha pressa.
— Está bem, obrigada — respondeu polidamente — Estou descendo já. — ela fez uma pausa olhando para o corredor e pensando em seu quarto, não que não se sentisse confortável, mas realmente queria se livrar da poeira da viagem.
— Vamos? — perguntou a jovem arqueando uma sobrancelha.
— Vamos — respondeu, finalmente se dando por vencida.
Ela seguiu a jovem pelas escadas até a cozinha, onde uma profusão de aromas tomava conta do ar e muitas mulheres corriam de um lado para o outro. Estreitou os olhos, buscando onde poderia estar a panela com a água fervida que seria usada para o chá do príncipe, mas só a conseguiu encontrar quando uma outra jovem, provavelmente com dez anos, ergueu a mão sinalizando um local junto a uma das grandes lareiras.
— Obrigada — respondeu para a jovem de dentes tortos e sorriso de moleca.
— Toma a cadeira — disse a menina apontando para um assento realmente baixo junto a lareira.
— Obrigada, de novo — respondeu sorrindo para a menina que saiu correndo, só então retirou a pequena flor de dentro do saco de viagem com cuidado.
Não sabia ao certo quanto tempo passou entretida com a pequena faca e o socador para diminuir a flor em sua essência, nem entendeu direito as palavras que entoara para que um aroma doce invadisse o local, cobrindo todo o recinto e fazendo as cozinheiras a olhar feio.
— Sinto muito.
Foi nesse momento que voltou sua atenção pela primeira vez para a porta por onde entrava uma jovem com longos cabelos vermelhos trançados junto da venda que lhe cobria os olhos e que, nessa manhã, possui um tom imaculado de branco.
— Brienne? — chamou baixinho.
Todos os olhos se viraram para a jovem sentada na beira do fogo, esperando que tudo estivesse finalmente pronto.
— Aqui Freya — chamou, sabendo que de nada adiantaria — Consegue ouvir a minha voz?
— Sim -respondeu tentando se aproximar tateando os objetos ao redor enquanto todos observavam sem reação.
— Por aqui princesa — falou um jovem com cabelos muito castanhos segurando nas mãos delicadas de Freya, que, em resposta, apertou a dele com força.
— Obrigada, Joram — respondeu apalpando o ar em busca da outra mão dele que logo encontrou a dela.
Os dois andaram assim pela cozinha em um silencio sepulcral, exceto pelo som de água fervendo e coisas assando, outra coisa que chamava atenção.
— Aqui está ela — disse o jovem, apoiando uma das mãos da princesa sobre os cachos rebeldes da inglesa — Vê?
— Bem, não posso ter certeza que ela, mas…
— Não se preocupe alteza, sei que não estou vestida a altura — respondeu ela — Mas é que não tive tempo de trocar minhas vestes ao chegar. — continuou, recebendo um olhar de advertência do jovem ao lado da ruiva.
— Para mim parece formidável — respondeu com um meio sorriso nos lábios. — Eu diria espetacular, mas temo não poder contemplar os detalhes minuciosos de seu traje.
— Está bem princesa — respondeu a outra com um grande sorriso nos lábios — Eu adoro seu senso negro de humor, mas creio que não é por isso que está aqui.
— Ah não! — respondeu a ruiva, ainda segurando com força no braço do jovem que lhe servia de muleta — Vim apenas para ver se há algo em que possa ajudar.
— Eu adoraria — ela fez uma pausa enquanto se levantava para pegar uma xícara. — Mas…
Nesse mesmo instante, uma jovem descabelada e consideravelmente nervosa aparaceu correndo na cozinha — Eu preciso de um copo de água com açúcar — disse enquanto apoiava a mãe sobre o ventre a fim de recuperar o fôlego perdido na corrida.
— Mas o que houve, garota? — perguntou a corpulenta cozinheira.
— E eu que sei? — respondeu jogando a outra mão para cima — Sullis apareceu mais branca que o lençol da rainha após uma nevasca e falando nada com nada, eu me assustei e Gerda me mandou aqui buscar água para ela — explicou se embolando nas palavras.
— Sobre o que ela estava falando?
— Eu já disse que não sei, dona Brienne — respondeu — Digo, Lady Brienne, mas falou muito no nome do príncipe que tá congelado lá em cima.

~~ x ~~

Gerda estava cuidando do trabalho das criadas jovens quando uma passa correndo por ela como um furacão, esbarrando em todos os outros jovens que se encontram por perto.
— Acalme-se filha — disse a mulher rechonchuda a segurando com dedos protetores, mas a jovem parecia pálida como se houvesse visto um fantasma — Alguém vá buscar um copo de água com açúcar para a pobre, por favor — clamou Gerda para as meninas que haviam ficado estáticas ao seu lado — Vamos! Vamos! — apressou batendo as palmas rechonchudas. — Onde já se viu — ela conduziu a jovem Sullis até uma cadeira não muito longe.
A jovem estava realmente muito assustado com fosse o que ela houvesse visto no quarto onde havia ido deixar as roupas de cama limpas. Ela tremia sem parar e o rubor natural das bochechas cheias ainda lhe havia voltado, não muito tempo se passou antes que a atrapalhada Jena chegasse com o copo d’água e mais três pessoas atrás de si: Brienne e Freya que vinha apoiada por Joram.
— O que viu lá em cima — perguntou a ruiva segurando o braço branco do moreno em suas mãos de expectativa.
— Toma aqui — disse Brienne entregando o copo nas mãos trêmulas e inconstantes da criada — Agora fala o que você viu.
— Acalmem-se — respondeu Gerda dando tapinhas nas costas da moça que se afogara com a água que bebia. — Vocês vão mata-la desse jeito. — ela fez uma pausa se voltando para a garota e sorriu — Está melhor agora?
— Um pouco — respondeu sorrindo para a mulher a sua frente, mas ainda tremia claramente.
— Acha que já consegue contar?
— Sim — ela respirou fundo, fechou os olhos e voltou a tremer — Eu não consigo.
Os olhos de Brienne se encheram de um brilho esperançoso que logo morreu, dando lugar a uma raiva sem tamanho e, por fim, se abrandando — Está bem — respondeu ela esticando as mãos — Gerda está certa, você precisa manter a calma — continuou ela — Venha, me de as mãos e feche os olhos — ela orientou fazendo o mesmo que a jovem robusta a sua frente — Respire fundo, isso mesmo — elogiou ao perceber que o tremor começava a passar — Agora expire. Vamos de novo? — perguntou abrindo os olhos para ver o sorriso que começava a se formar e a cabeça balançar para cima e para baixo em consentimento.
Ela seguiu o ritual por alguns longos minutos até que se voltou novamente para a mulher, que agora tinha os grandes olhos verdes como olivas abertos encarando os olhos castanhos a sua frente.
— Acha que já está pronta para contar? — perguntou Gerda, colocando a mão de forma protetora sobre o ombro da moça.
— Sim — respondeu ela — Eu descobri que não tinha por que ter medo, sabe? — continuou ela, sem sinais de que iria responder a pergunta — Quer dizer, é claro que eu achava que ele estava morto e então eu não esperava ver o que vi.
— Tá, mas o que você viu? — perguntou Elisie apoiada no cabo da vassoura que usava para varrer até agora pouco.
— Eu vi ele acordado — respondeu como se fosse a coisa mais óbvia do mundo.
— Ele quem? — perguntou as duas colegas da criadagem, mas tanto Freya como Brienne, Gerda e Joram não precisavam perguntar para saber que…
— O principe Hans acordou.

~~ x ~~

Manfred estava nervoso, não! Era mais do que isso, ele estava a ponto de arrancar os fios ruivos da cabeça, mas antes da medida drástica, bastava-lhe arrumar o colete e olhar o relógio de bolso.
Havia,passado a manhã inteira atrás dos lordes de Arendelle, como nunca havia ido até lá, buscou uma forma de conseguir a informação com os moradores, nao que houvesse feito qualquer diferença, afinal os moradores não pareciam confiar nele, mas no fim havia coletado informações realmente válidas.
Passara a última semana relativamente sumido, buscando por aqueles que estivessem insatisfeito com o reinado da rainha, mesmo que poucos, alguns se prontificaram a ajudar. Desse modo, ele logo tratara de convidar, a todos, para uma reunião na qual tentaria arrecadar mais alguns homens para o seu lado. Sabia que Hans não houvera encontrado qualquer problema, mas eram tempos diferentes e, desde seu irmão, aquelas pessoas pareciam estar tão frias quanto o gelo que crescia nas altas montanhas da região.
Agora vagava de um lado à outro do ponto de encontro, esperando que algum dos homens chegasse, se fosse possível, seria naquele dia em que tomaria o trono, do contrário seria apenas uma questão de tempo.
Não muito tempo se passou antes que o som de cascos na estrada fosse ouvido não muito distante de onde se encontrava sentado. Marcara a reunião em uma taberna não muito longe do castelo, mas também não perto o suficiente para chamar a atenção de qualquer que pudesse lhe entregar.
O homem que desceu do cavalo era não muito maior que Manfred, com os braços finos e vestido ricamente, o cumprimentou com um sorriso ensebado e se sentou, não muito tempo depois chegaram mais dois companheiros, esses que fecharam o rosto quando viram a cabeleira ruiva, não muito mais que um minuto se passou e novamente um novo grupo chegava e outro e mais um, até que todos se encontravam ali e pareciam discutir acaloradamente a situação, muito levantavam a voz defendendo o governo da rainha, enquanto outros admitiam temer que a mesmo não tivesse punho para decisões importantes, como assuntos bélicos.
— Pois eu garanto que isso não é problema — respondeu um homem alto erguendo sua voz grossa por sobre o barulho de seus companheiros — Afinal, se for preciso, a rainha sabe que poderá sempre contra comigo, meus filhos e meus súditos.
— E quantas espadas conta esse belo conjunto? — perguntou o ruivo pegando o homem de surpresa — Pois, caso não saibam, não os chamei aqui para isso — ele disse se levantando na cadeira e andando em volta da mesa — Quando chamei a todos, foi com a intenção de negociar, apesar de muitos terem achado que não — ele ergueu um papel e o estendeu para o homem mais próximo — Como percebem, tenho em mão sim papel assinado de meu irmão, o rei Rayne que pede que Arendelle seja tomada a todo custo — ele fez uma pausa, colocando as mãos por sobre o encosto da cadeira — Estou tentando, realmente tentando — repetiu apertando os dedos contra o encosto até os nós ficarem brancos — Faze-lo de forma pacifica, tentei propor casamento a rainha, mas essa se recusa a me ouvir — agora todos pareciam prestar atenção nele — Caso eu não resolva isso da minha maneira, Rayne mandara navios de guerra das Ilhas do Sul — ele disse, sem precisar completar, afinal, todos conheciam a fama dos exércitos das Ilhas, mesmo em lugar tão inóspito, era certo que não contava mais com o mesmo poder, mas isso eram apenas detalhes — Então? — perguntou o homem, olhando para todos com perfeita dissimulação nos olhos verdes — Quem ira me ajudar a salvar a rainha?

"Todos querem dominar o mundo"

– Everybody Wants To Rule the World (Tears for Fears)


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Notas finais do capítulo

Eu troquei a capa :D Alguém viu? Tá, fora isso, algo importante, como a última música foi repitida eu não coloquei na playlist e nem no nome do capitulo, mas é que ela combina tanto com o Manfred que foi impossivel não por essa frase.
Sim, eu sei, parece que estou enrolando, mas isso é fundamental para o enredo (ou não, mas não consegui tirar nada), mas para vocês não me abandonarem, dêem uma espiada em uma cena do próximo capitulo:
"Os raios da lua logo começaram a ser trocados pela luminosidade preguiçosa do começo de dia quando Elsa abriu os olhos devagar, havia esquecido completamente qualquer uma de suas funções e dormiria muito mais não fosse o súbito soerguimento de um dos lados do colchão."

Foi só um trechinho, mas agora vamos aos agradecimentos: Um beijo grande para as minhas lindas Gicah Love Frozen 2 e Vtmars, suas lindas :*
Até o próximo.



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