Venéfica - Série Híbridos escrita por Musa


Capítulo 3
Family


Notas iniciais do capítulo

HÁAAAA, por essa ninguém esperava! Nem eu! Minha hiperatividade e ansiedade não me deixaram postar este cap só segunda, não consegui me segurar!!
Adorei os comentários, adoro todos quando os recebo, é de muita importancia a opinião de voces!
agora vou deixar voces
boa leitura
nos vemos láaaaaaaaaa em baixo



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Fomos até um café não muito longe dali, Mathieu contou-me que era jornalista assim como eu havia suspeitado, talvez fosse pelo o que vestia:jeans, camisa social, um blazer e uma bolsa transversal masculina, bem estilo jornalista.Disse que era jornalista investigativo por isso demorava muito á sair alguma matéria sua no jornal, ainda mais que o caso que estava pesquisando tinha a ver com o governo, o que deixava tudo mais frágil.Contou-me do seu casamento e divórcio, sua filha tinha 15 anos e chamava-se Jolie, culpou-a por seus cabelos brancos pois agora queria porque queria namorar, apenas ri.

Mathieu era divertido, mas ainda sim havia muita seriedade em seu olhar e parecia estar um pouco inquieto também, porém ao mesmo tempo que todos meus sentidos gritavam “saia daí” diziam também “coma esse croissant de banana, pois parece estar muito bom.”

Contei-lhe sobre o que ocorreu com Velda, só que alterando a aula de poções para seminário de artes, contei-lhe que ela não me deixava pintar, e por isso havia me estressado, ele reprovou-me um pouco mas depois o assunto passou.

“Deu minha hora, tenho que ir.” Falei dando minha ultima mordida no Muffin.

“Tudo bem, que companhia até em casa?” perguntou dando uma golada em seu café.

“Oh não, não precisa.” Tirei uma nota de 10 euros da carteira “Aqui.” Coloquei na mesa.

“Recuso o dinheiro, eu pago, e sem discussões ou vai se atrasar em casa.” Ergueu uma sobrancelha o que me fez rir sem nenhuma vergonha, era estranho o modo como de repente eu me sentia confortável com ele.

“Okay, até a próxima.” Sorri e despedi-me com um aceno.

Sai da cafeteria mas ainda sentia o olhar de Mathieu sobre mim, o que me acalmava um pouco.

No resto do caminho até em casa fiquei nervosa por ainda sentir alguém me vigiando, olhava para trás e não havia Mathieu.Talvez fosse mesmo só paranóia, ou fosse algum empregado do Sero da minha mãe de olho em mim, ou um Tenebris. Por mais loucura que pareça, ás vezes eu torcia para que fosse um Tenebris, por uma razão desconhecida eu ansiava uma luta com um, seria minha chance de mostrar que eu não era tola como minha família achava que eu era.

Voltei a Domusagae pra buscar minha BMW K1300S que ficava na rua na parte de trás, enquanto colocava meu capacete senti olhos sobre mim, virei para trás e tive impressão de ver alguém se escondendo.Desci da moto e fui até um beco entre dois prédios preparando-me interiormente, senti o anel sugar meu sangue, meu corpo todo parecia estar formigando enquanto eu me arrastava lentamente pela parede, estava ansiosa, podia ouvir meu coração batendo, mas não meus saltos e minha respiração.

Contei até três mentalmente para virar de supetão, e quando fiz, fui surpreendida por um pombo que por pouco não se debateu em minha cara.

Não havia ninguém, era só minha paranóia mais uma vez.

Eu precisava descansar.

Subi na moto e acelerei, havia muito chão pela frente, mas com uma moto 65km de distância não eram nada,quando dei-me conta, já estava em casa.Dei a volta no jardim dando tempo suficiente de Odilon aparecer com sua cara mau humorada.

Desci da moto tirando o capacete.

“Boa tarde Odilon.” Falei

“As chaves Srta.Lecumple’r” falou revirando os olhos.

Revirei os meus e lhe dei as chaves entrando em casa.

Sinceramente não demorei muito para me acomodar em Lyon e chamar o lugar onde moro de “casa”. Quando nosso táxi passou pelo portão velho e enferrujado, pensei “ótimo, vamos morar em uma cabana velha”, mas mordi a língua logo em seguida quando avistei um grande castelo, era uma mistura do estilo romântico e gótico, haviam duas torres, uma em cada lado, para chegar até à grande porta tinha que passar por um lindo caminho no jardim feito com cacos de basaltos, ás laterais enfeitadas por lindos lírios brancos, a porta era de madeira escura, com nosso símbolo entalhado em finas linhas douradas, o eclipse lunar, mas então fomos recebidas pelo “simpático” Odilon com seu cabelo seboso e dentes amarelados e a beleza havia se extinguido.

Entrei em casa receosa de que meu avô me visse, por sorte ele não estava no salão e visitas, sim, salão porque a sala era enorme, com sofás antigos, mobílias e objetos de cristais enfeitando o ambiente, havia também um piano, Harahel ás vezes tocava para nós após o jantar.

Corri para subir á escada, mas nesse exato momento a porta da biblioteca se abriu.

Droga.

“Por que chegou só a essa hora se foi liberada bem mais cedo?” perguntou meu avô, Amodoro, seu tom não apresentava irritação, mas nem sempre isso era bom sinal.

Virei em meus saltos no primeiro degrau da escada e encontrei seus olhos verdes, iguais aos de mamãe e Jenna.Suas grossas sobrancelhas estavam abaixadas, mas seu bigode e barba estavam meio curvados como se estivesse prestes a dar um sorriso.

“Decidi parar em um cafeteria com Astrid, daí ficamos lá jogando assunto fora...” menti

“Ah, não sabia que Astrid também havia sido suspensa.” Ah, agora ele ergue uma sobrancelha, semicerrando os olhos, avaliando-me, eu estava ferrada.

Bufei.

“O senhor não entende.” Apelei

“Sobre ser mal educado e hostil? Sim, graças á Luna eu não entendo, mas parece que a senhorita sabe bastante sobre isso não é Kate?”

“Vô!” apelei de novo “Eu estava cansada de Velda...” fiz todo o discurso novamente, ele apenas acenou para que eu entrasse na biblioteca.

Sentei-me na mesma cadeira antiga e acolchoada e fiquei por mais ou menos uma hora levando sermões cheios de metáforas, antíteses etc.Eu amava meu avô, gostava de conversar com ele, Amodoro era um homem muito velho e sábio, engraçado raramente, mas o que eu mais amava nele era a sensação de estar em casa que ele transmitia desde o primeiro dia em que lhe conheci, seus olhos encheram d’água ao me ver e abraçou-me de uma forma que minha dores, físicas e, principalmente, emocionais haviam sumido, e sempre me sinto assim perto dele.

Quando meu olhos estavam quase se fechando ele perguntou-me “entendeu?”, assenti, então recebi um beijo na testa e um afago no cabelo, ele sorriu afetuoso e meu coração se encheu de amor, não havia como ficar chateada com ele, abracei-o e sai da sala.

Corri para meu quarto, quando pisei no mesmo, parecia que eu estava carregando uma tonelada de peso nas costas, fiquei exausta no ato, apenas dando tempo de me jogar na cama, de uniforme e tudo.

Abri os olhos encarando um teto cheio de estrelas fluorescentes girando, fiquei as encarando por um tempo, eram-me familiares.Estava no meu quarto de quando criança, quarto de quando morava na Austrália. A pequena Kate estava dormindo serena, mas barulhos começaram a atordoá-la, o barulho de vidro se quebrando a fizeram acordar, eu conhecia aquela cena era aquele sonho novamente. Ela levantou com a cara amassada de sono e lenta foi até a porta, os barulhos de vidros se estilhaçando, objetos pesados tombando continuavam, e a medida que nos aproximávamos do começo da escada, minha cabeça doía. Tentei passar a pequena Kate para ver o que ela havia visto, que até então não me lembrava, e não conseguia ver, mas bati numa barreira invisível, que ia andando de acordo com a pequena Kate. Ela se sentou na escada e olhou assustada para baixo. Meu nariz já escorria sangue, mas dessa vez consegui aproximar-me mais. Vi minha mãe sendo arremessada no criado mudo que ficava no corredor ao lado da escada. Ela estava ensanguentada, com dificuldade de se levantar, isso fizera a pequena Kate arregalar os olhos. Ouvi passos, alguém estava se aproximando, então vi uma sombra, minha mãe olhava pra cima e gritava algumas coisas, mas senti um zunido delirante em minha cabeça que me fez gritar de dor, mas ninguém ali pareceu perceber.

“Kate!” senti mãos fortes apertando meus braços, abri os olhos deparando-me com os de cor de mel de Nathan, olhava-me preocupado e um pouco cansado. “O que houve?” perguntou limpando meu nariz com a barra de minha própria blusa.

“Nada, só um...pesadelo.” murmurei e olhei á minha volta, avistei a janela e vi que já era de noite. “Que horas são?”

“Cinco para as oito” respondeu após olhar seu relógio, então voltou a me olhar divertido “Temos um recorde?”

“Acho que sim, fui dormir eram cinco horas...”

“E com o que teve pesadelo dessa vez?” perguntou enquanto tirava os próprios sapatos

“Uma antiga lembrança eu acho...Não foi a primeira vez que a tenho, e sempre acordo gritando e sangrando.” Falo mexendo onde minha camisa está manchada “É como se eu estivesse fazendo esforço para vê-la, quando eu não deveria.”

“Hm, e por que será que agora retornou?” falou arrastando-se até mim, dando-me beijos quentes e brandos pelo pescoço

“Não sei.” Contorço-me aos seus beijos, mas não por excitação, e sim incômodo por falta de tal.O afasto. “Vou tomar um banho antes do...”

“Jantar!” gritou Genevive terminando minha frase.

“Jantar!Jantar!Jaaaaantaaaaar!” gritava o pequeno Vougan pelos corredores.

Nathaniel deu-me um casto beijo antes de se retirar.Corri para o banheiro onde tomei uma ducha rápida, e fui na mesma velocidade para a sala de jantar porque minha Tatá, como Genevive gosta de ser chamada, sempre espera todos estarem a mesa para finalmente servir.

Corri pelo extenso corredor forrado de tapetes mais antigos que minha avó até o corrimão polido que eu adorava deslizar, sentei na ponta e deslizei até o fim quase esbarrando em Isaac que acaba de entrar em casa.

“Só tem tamanho” murmuro divertido á caminho da sala de jantar que se localizava no segundo grande portal de arco de volta-quebrada e ogival de gesso.

Todos já estavam a postos á mesa clássica de 20 lugares, meu avô Amodoro ficava na cadeira da ponta ao final da sala, a primeira cadeira ao seu lado esquerdo era ocupada pelo pequeno e hiperativo Vougan, depois Vernon, Jenna,Isaac, Fleur, Emma e Owen; no lado direito á frente de Vougan ficava Genevive, seguida por Tolec,minha mãe, Harahel, minha cadeira vazia e Nathan.

Genevive olhou-me com satisfação e exibiu um de seus calorosos sorrisos, no mesmo ato em que sentei ela estalou os dedos algumas vezes até que Odilon e Frida aparecessem com nossas exóticas refeições feitas por Jenna e Vernon.

Embora fossemos uma família um tanto incomum, com bruxos e agora nossos recentes agregados anjos caídos e sua prole, nossos costumes á mesa eram bastantes comuns.Agradecíamos á Luna pela refeição e comíamos, informações sobre o cotidiano eram trocadas, Vougan sempre nos fazia rir com uma de suas piadas inocentes, Vernon nos contava dos restaurantes que havia visitado, Jenna sobre suas flores, Emma e Fleur dos lugares que vinham visitando, Tolec sobre suas lutas, Owen sobre a biblioteca que estava trabalhando para se familiarizar mais com o segundo plano, Genevive sobre as pessoas novas que conhecia e sempre esperavam que eu falasse sobre Domusagae.Os mais calados eram minha mãe, Isaac, Nathan e Harahel, que embora sempre estivessem fazendo alguma coisa, nunca compartilhavam, o que me causa um alívio pois sabia de quem estavam atrás.

Revirei os olhos já tentando afastar qualquer lembrança que viesse á minha mente e mastiguei meu pedaço de abóbora tentando focar-me no assunto que estava rondando na mesa: os preparativos para o Sabbat Ostara, a nossa comemoração dada durante o equinócio de primavera, onde celebrávamos com outros bruxos o despertar da Terra com sentimentos de equilíbrio e renovação, o que eu conhecia lá em San Diego como Páscoa.

“Ah vovó falta quase um mês.” Falou minha mãe sem nenhuma animação, mas era a única.

Vougan já se mostrava ansioso para a decoração dos ovos e depois a busca pelos mesmos, Tatá contava que faria novas tintas, Jenna e Fleur já arquitetavam como seriam as decorações, Owen perguntava curioso á Amodoro sobre a história do Sabbat,Vernon pensando nos pratos, Tolec nas máscaras , até Nathan se indicou para ajudar, Harahel e Isaac pareciam encantados e curiosos assim como eu, que ainda não havia presenciado nenhum Sabbat e estava ansiosa para tal acontecimento, conhecer nossos parentes distantes e amigos da família, o sentimento que me preenchia era bom quando pensava em “família” pois agora eu tinha uma de verdade.

Sorri discretamente observando a felicidade contagiante de todos.


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Notas finais do capítulo

E então?
Ainda nada de Jared eu sei...
Mas ai estão, aos poucos, os novos personagens, mais um pouco da vida da nossa amada bruxinha bitch hahahah
eai, o que acharam?
EXPONHAM-SE
amo voces
beijared
Musa xo



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