Venéfica - Série Híbridos escrita por Musa


Capítulo 16
Scratches and caress


Notas iniciais do capítulo

Oie, lindas, maravilhosas, larguem essas facas, porretes e armas, calmiciii, calmaa, nouu briga, nou faiti.
Desculpem-me pela demora, demorei muito mesmo, perdão, mas eu primeiro fiquei um pouco desestimulada e depois viajei...Enfim, cá está mais um capítulo pra vocês, espero que gostem!!



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Acordei no colo de Nathaniel enquanto me levava pro quarto, mas preferi fingir que continuava dormindo parar evitar ter que responder seus resmungos.Colocou-me na cama e selou casto e rapidamente meus lábios, saiu do quarto continuando á resmungar o quanto eu ás vezes era ignorante etc., ignorei e continuei a fingir que estava dormindo até ele sair.

Levantei-me e fui até o banheiro, estava me sentindo imunda, cansada e pesada, fora o incomodo que a facada que eu havia levado estava me causando, mesmo com Harahel tendo me curado.Tirei a blusa que deveria ser de Nate e avaliei o ferimento no espelho, uma fraca cicatriz prateada de 5cm um pouco á cima do estômago e no outro lado da minha barriga estava uma cicatriz menor da noite em que Jared havia voltado, ótimo, eu estava virando uma Frankskate! Eu não ficava com cicatrizes nem com dores quando o bastardo me curava, mas não podia reclamar do que Harahel fazia, era um favor, e eu sabia de suas limitações.

Suspirei irritada após mais uma vez avaliar minhas cicatrizes e entrei no chuveiro tomando uma rápida ducha.

Vesti-me e procurei sair do quarto sem que ninguém me ouvisse, não estava com paciência para ouvir Nathaniel falando “eu te avisei”, ou minha reclamando por eu ter teimado e dizendo a mesma coisa que meu namorado, ou vovô me questionando onde eu havia aprendido tais coisas...Merda, eles iriam questionar, todos eles.O que eu iria dizer?

Então família, ando treinando escondida com um Mago que foge do mundo e sabe muito sobre tenebris, á propósito, ele me ensinou á como não deixam com que descobrissem que eu sou uma.Se é estranho? Claro, mas eu sou idiota e não ligo.

Essa seria uma ótima resposta para dar a ideia á minha mãe de começar á fazer um remake de Rapunzel, porém eu não teria um príncipe que me salvaria, e sim um que ia ficar todo dia me gritando o quanto eu era teimosa e por isso as coisas sempre aconteciam comigo.Ás vezes ele era um saco, e não conseguia distinguir quem era pior, ele ou Jared, um bastardo que vivia pra me atormentar, mas pelo menos geralmente era engraçado, eu tinha que assumir.Ou não tinha?

Larga de ser burra Katherine, quando vai aprender?

Estava cogitando seriamente em mudar de lado e ficar que nem Emma e Fleur, eu já havia tentado no Texas, por que não em Lyon?

Ri do meu pensamento enquanto andava pelo extenso corredor do terceiro andar,pensei em ir á Sarcinulis porém aquela hora Genevive provavelmente estava dando aulas para Vougan, mas afinal, que horas eram?

Fui abrindo porta por porta atrás de um relógio, encontrei o quarto de Tolec, Nathaniel, Harahel e de Isaac que também podia-se dizer que também era de Jenna, mas os outros estavam desocupados, só não estavam empoeirados porque Frida tinha toque com limpeza, mas também porque por ser mestiça havia aprendido alguns feitiços que lhe ajudavam á manter a casa limpa, porque duvido que se ela fosse uma humana teria gás para limpar todo aquele castelo, pequeno, porém dava trabalho.

Uma maçaneta não quis abrir, e eu já havia encontrado o quarto de todo mundo que morava naquela casa, quem estaria ali então? Por que estava trancado?

Conjurei um feitiço para a porta se destrancar, finalmente revelando um quarto com personalidade, porém abandonado.

A cama era de dossel como a maioria das camas, porém o tecido que cobria era num tom vinho com desenhos, que pareciam flores, costurados em linha prata, as cobertas e travesseiros também eram forradas pelo mesmo tecido, pequenas aranhas faziam suas teias nas madeiras e andavam pela cama. Havia uma escrivaninha com vários cadernos pessoais e livros empoeirados que deveriam estar na sarcinulis, avistei marcas lascadas na madeira, assoprei a poeira e pude perceber que era como se alguém tivesse arranhado com unhas ou garras e alguns símbolos que não me eram estranhos, mas duvidava que fossem de origem wicca.No outro lado do quarto, não muito longe da cama havia um berço estilo Moisés em madeira, e no canto próximo uma poltrona, acima dela uma estante com porta retratos virados para a parede e alguns deitados de frente, peguei um a vi uma foto em preto e branca, antiga, 3 meninas, duas adolescente e uma criança, logo reconheci minha mãe por seu olhar cogente desde sempre, depois Jenna com sua tentativa de segurar o riso, mas a terceira eu desconhecia.

Seu modo de olhar para foto me lembrava Amodoro, um olhar acolhedor, mas forte, majestoso.

Peguei outra porta retrato e vi uma mulher grávida num vestido longo vinho, estava descalça no jardim verde e pousava sem muita paciência para a foto, no outro retrato segurava um bebê em seu colo, sentava na poltrona que estava á minha frente.Os panos que envolviam o bebê eram azuis, e atrás da velha poltrona estavam letras penduradas, V-O-U-G-A-N.

Olhei para minha frente, no entanto as letras não estavam mais lá, apenas arranhões e marcas estranhas como na escrivaninha, olhei para o chão para ver se as letras estavam lá, mas percebi que tinha uma linha riscada na madeira, fui seguindo-a resultando num círculo em todo o quarto, haviam marcas em baixo da cama, mas ela era muito pesada para eu afastar, quando ajoelhei-me para ver, gritei.

“Katherine?” chamou Nathaniel dando-me um susto.

Grunhi e me levantei sentindo uma fraca pontada onde eu tinha minha mais nova cicatriz.

“Eu.” Falei indo até seu encontro na porta, o empurrei delicadamente com minha mão á medida com que ia fechando a porta atrás de mim.

“De quem é esse quarto?” ergueu uma sobrancelha.

“Hm, não sei, acho que da mãe do Vougan.” Respondi indiferente “E você, o que está fazendo aqui?”

Ele franziu o cenho parecendo ofendido com a pergunta.

“Vim te procurar, fui ao seu quarto para ver como estava, mas não te encontrei, então fui caminhando por ai e cá estou, e você Katherine, porque não está na cama?” cruzou os braços.

“Não queria ficar deitada.”

“Mas deveria estar, foi ferida gravemente, sabia disso?”

“Não sou criança e nem uma boneca de porcelana, sabia disso Nathaniel?” cruzei meus braços também.

“Que você não é boneca de porcelana sim, mas uma criança? Ah Katherine, suas atitudes só me levam á pensar que se comporta como uma, uma criança grande ou grande criança?” semicerrou os olhos tentando me intimidar.

“Babaca grande ou grande babaca?”

“Só estou preocupado e tomando conta de você já que adora se meter em furada e sair furada!” sua voz elevou-se um pouco.

“ Não precisa tomar conta de mim, você está enchendo meu saco!”

“O que é isso? TPM? Comporte-se Katherine.”

Grunhi de raiva.

“Vá se foder Nathaniel!” falei empurrando-o contra a parede e sai caminhando rápido e pesadamente pelo corredor, desci as escadas correndo e fui em direção ao meu quarto, mas Owen saiu do seu dando-me uma ideia.Corri até ele empurrando-o pra dentro e nos trancando.

“Mas o que...” começou

“Desculpa, espero que não se importe.É que briguei com o Nathaniel, daí ele vai me procurar no meu quarto e eu não estou com paciência, se incomoda se eu ficar aqui um pouco com você?” dei um fraco sorriso.

Ele sorriu timidamente e jogou as chaves do carro na sua mesinha de centro do quarto.

“Não Kate,claro que não me importo.” Falou jogando-se numa poltrona.

“Estava de saída?” perguntou

“Sim, mas nada demais, prefiro ficar aqui, com você.” Deu outro sorrisinho, mas esse fez os pelos da minha nuca se eriçarem.

Ele estava todo de preto, jeans pretos, blusa preta, jaqueta de couro preta e coturnos, mas o que o deu a imagem de um badboy não foi a roupa e sim seu olhar que estava animalesco sobre mim, um olhar perigoso, porém não proposital, ele me venerava intimamente naquele momento, e olha que eu estava simples vestindo apenas uma legging preta e um moletom de capuz um pouco maior do que eu, os cabelos ainda estavam pra secar.Owen pare de me olhar assim ,foi o que eu quis dizer, mas apenas sentei-me na poltrona do seu lado.

“Mas então, por que brigaram?” perguntou tentando conter uma agitação na voz.

“Ele e sua mania de ser superprotetor.” Torci o nariz.

“Não o culpe, você é algo raro e especial Katherine, até eu fiquei preocupado, todos ficamos” virou-se pra mim e olhou nos fundos dos meus olhos “É o efeito que você causa em nós, nos enfeitiça e vira nossa deusa, então a veneramos e cuidamos de você.”

UOL, uma deusa.

Sorri timidamente.

“Ah que isso, nada de deusa Owen, sou só uma garota normal.” Ele ergueu uma sobrancelha, divertido. “Ok, não tão normal, mas só uma garota.” Revirei os olhos.

“Se fosse só uma simples garota não teria um filho de arcanjo,um neplhim e um filho de demônio, loucos pra ter você...” seu olhar estava inflamável sobre mim, minhas mãos começaram á suar, o que estava acontecendo ali? Seus olhos desceram até minha boca “loucos pra ter essa boca...” então olhou-me até minha cintura e voltou pros meus olhos “loucos pra ter você inteira.”

Só tive tempo de engolir seco antes de seus lábios gelados e macios encostarem-se aos meus, sua mão foi parar na minha nuca e sua língua explorando a minha boca, o quarto era tomado apenas pelo som das nossas respirações arfantes, eu apenas procurava me focar no prazer que era sentir sua boca na minha, seus lábios delicados, sua língua leve dançando com a minha, um beijo doce, mas quente. Ora, ora.

Levei minha mão para seu braço e o apertei sentindo seus músculos retesados sob o tecido da sua jaqueta.

Por 3 segundos eu só me deleitei com seu beijo, mas a consciência começou a me puxar de volta.Eu tinha namorado.Eu já havia pego o irmão dele de várias maneiras.Ele era o Owen e tudo aquilo nele era muito errado.Não me afastei, mas as batidas na porta e o grito de aviso que o jantar estava pronto de Vougan, fizeram com que nos afastássemos, lentamente, quando abri os olhos ele me fitava com um olhar vitorioso.

Afastei-me timidamente tirando sua mão do meu rosto e me levantando, minhas bochechas estavam queimando e eu não sabia onde enfiar minha cara.

“Melhor a gente ir.” Murmurei enquanto ele apenas me avaliava, virei na direção da porta e comecei á caminhar.

O ouvi se levantar rapidamente, arrastando a cadeira para trás e logo senti sua mão fechando em meu pulso, me parando, virei para encará-lo.

“Como foi?” perguntou olhando nos meus olhos.

“Hm, bom.” Dei um sorriso nervoso.

“Bom?” ele ergueu a sobrancelha.

“É...”

Ele sorriu mostrando todos seus dentes, e então aproximou-se de mim o suficiente para me beijar de novo.

“Terei que beijá-la de novo e tornar esse ‘bom’ num inesquecível.” Beijou o canto da minha boca, soltou meu pulso e com outra mão abriu a porta. “É melhor sair na frente, assim não desconfiarão.”

Murmurei um fraco “claro” enquanto saia tonta de seu quarto. Oh Luna, o que eu havia feito? O que havia acontecido? Minha barriga roncou em resposta, fazendo-me correr direto para a sala de jantar, esquecendo parcialmente de minhas confusões.

Jantei com tanta pressa que já esperava passar mal á noite, mas antes isso do que uma inquisição da minha família inteira que pareciam comer na mesma pressa para se livrarem logo da janta,me perguntarem sobre tudo e julgar meus atos, repreendendo-me, e eu odiava isso.Despedi-me de meu avô, tatá e rapidamente de toda família antes de subir correndo para meu quarto, onde me tranquei e esperava não ser incomodada tão cedo.

Joguei-me na cama e procurei não abrir espaço em minha mente para ficar me torturando sobre ter beijado Owen, sobre como ele beijava bem, sobre o que havia dito no final deixando-me...ansiosa? Oh minha Luna, eu precisava tomar jeito.Apenas ri de mim mesma antes de me enterrar de volta em meus edredons e cair gradativamente no sono, pensando em três bocas diferentes, três olhares, três homens.

“Sentia umidade á minha volta, via água em meus pés cor de jambo, mas não me sentia molhada, me sentia bem, viva. Ouvi fracamente alguém me gritar e não me dei tempo de olhar para trás, comecei á correr pelo corredor cheio de água a minha frente, as paredes brancas pareciam não ter fim ou corredor, até que finalmente avistei um, porém fui puxada para trás, arrastada pela água que me elevava como se fosse uma cama fofa e confortável, uma mulher com as mãos erguidas em minha direção devia ser a dona daquele feitiço, os cabelos castanhos tapavam-lhe o rosto, mostrava apenas seus dentes cerrados, devia estar fazendo esforço. De repente a água elevou se transformando num tipo de cobra, atingindo a mulher a fazendo parar com a conjuração ao se chocar fortemente contra a parede.

Fiquei de pé andando o mais rápido que podia de ré, observando a mulher levantar-se ao longe, sua boca se abriu como quem emitia um grunhido animalesco, raivoso, mas antes que pudesse vir até mim, após mexer meus pequenos braços e pernas como se fosse uma dança, elevei uma onda acertando e prendendo-a dentro.Ela parecia gritar na visão turva que a água transmitia, voltei a correr de ré enquanto me afastava, porém bati em algo que me fez cair na água, fui erguida e arrastada, tudo mudo, mas aos poucos um grito fino e infantil foi tomando tom, e preenchendo meus ouvidos como um zumbido, ‘Ajude-me!’”

Acordei no exato momento em que as janelas abriram sozinhas, chocando-se fortemente contra a parede, me dando um susto seqüencial depois do grito no meu sonho fazendo com que eu me sentasse abruptamente, arfando. As cortinas ficaram se remexendo alvoroçadas por causa do forte vento que as agredia fazendo-as dançar, me levantei para fechar as janelas, porém fui absorvida pelo brilho da lua, estava maior e mais vivaz do que o normal, sua luz poderia iluminar uma cidade inteira, mas iluminava apenas á mim naquele momento.Fechei os olhos para aproveitar a sensação de sua luz e poder entrarem em minha pele e alma, preenchendo e me alimentando, uma brisa morna e branda soprou meus cabelos e face.

Chegou a hora, criança. Dissera a voz em minha mente, a mesma voz maternal, afetiva e poderosa sem exato tom, a voz que falara comigo no palácio dos Came. Sua irmã precisa de você. Falhe com ela e falhará com todos seus semelhantes.

Abri os olhos para olhar o quarto á minha volta, não havia ninguém, apenas a lua e eu.

“Como farei isso Luna?” perguntei.

Ajudarei-lhe quando for preciso, vá atrás dela o quanto antes, ela corre perigo, todos meus filhos e filhas correm.Você será a salvação ou perdição de nossa pura raça. Respondeu.

Puxa, sem pressão hein!

Não confie em ninguém, não conte á ninguém.Você será sua única aliada.Vá e não falhe.Sempre que precisar estarei olhando por você. Falou, e no exato momento em que terminara a frase a brisa morna parou de soprar, as cortinas pararam de dançar, a luz ainda inundava á mim e ao meu quarto, mas apenas isso.Assenti lacônica e minimamente com a cabeça em direção á lua antes de fechar as janelas e preparar minha mochila.

Coloquei tudo o que seria preciso, alguns livros conjurados para serem papéis, peças básicas de roupa, dinheiro e barrinhas, peguei meu passaporte e caminhei para fora do castelo tomado cuidado para que ninguém me visse, mas era uma da madrugada, todos ali dormiam cedo.

Teria que pegar um avião, mas para onde? Olhei para a lua, poxa Luna nem uma pista de para onde? Não recebi resposta alguma, grunhi e esforcei-me para pensar enquanto dirigia-me até minha moto.

Aquele não havia sido o primeiro sonho na visão daquela pessoa, precisava me ligar aos detalhes, vestimentas, tempo...pense Katherine! A roupa que a mulher morta vestia, era um sári, o homem que bateu em mim era indiano com vestes indianas, o lugar onde crianças brincavam o sol era forte, a terra laranja, esforcei-me para ver além...As casas atrás eram barracos, favelas.

Era na Índia, ok, mas onde?

“Bangladesh.” Respondeu Jared me fazendo pular de susto.

“Mas o que diabos...” comecei

“Diabo não, Asmodeus, fez sexo com uma mulher e fez esta maravilha que vós lhe falais.” Deu um sorriso falso com todos os dentes “Mas aonde pensa que vai?” ergueu sua sobrancelha.

“Não te interessa.”

“Mas interessa á sua mãe, Nathaniel, Amodoro...” seus olhos se semicerram em visível entretenimento ao me chantagear.

“Como sabe que é na Índia?” perguntei

“Os sonhos, sonhei com eles, e hoje tive um sonho bizarro, estava num lugar, tipo um pântanos, com névoa roxa e uma lua brilhava fracamente, então eu ouvia uma voz, como se fosse de uma mulher, falando ‘Chegou a hora,criança’ e outras coisas mais, até pensei que eu estava divagando ouvindo minha mã...progenitora de novo, mas não, não era.” Passou as mãos nos cabelos sem cor e olhou-me de novo “De quem era a voz? Luna?”

Filho da puta, como acertava as coisas? Como sabia?

Ele apenas riu.

“Ok, então vamos pra Índia, Bangladesh.” Falou pegando as chaves da minha moto de minha mão.

“Vamos não, eu vou.Se ouviu tudo o que Luna disse sabe que essa missão é solitária.E você não vai falar um piu para minha mãe, ouviu?”

Apenas avaliava-me divertido, ele nunca levava nada á serio.

“Se eu ouvi tudo, é porque ela queria que eu ouvisse, duvido que ela não sabia do nosso pacto, então ela sabia que eu iria junto, então fim de conversa, eu vou.Ou não vou e...”
Houve um barulho de pessoas andando, Jared e eu nos abaixamos atrás da moto no ato.

Era minha mãe e Harahel, ela andava impaciente na frente dele, que tentava alcançá-la.

“Emily!” ele a chamou por entre os dentes, quase que sibilando.

“Harahel não temos mais nada o que conversar.”

Ele a puxou pelo braço virando-a para ele.

“Pare com isso, já sabemos que a distância não ajudou e nem mudou nada.Por que acha que repetir isso vai mudar, se mesmo depois de 9 anos nada mudou? Não há mais separação, você sabe disso.” Falou e a soltou lentamente.

Minha mãe respirava irritada, colocou as mãos no rosto e as deslizou para o topo da cabeça com suas unhas adentrando na raiz, passando por toda ela até chegar à nuca, assim como eu fazia muitas vezes.

“Podem acabar ouvindo a gente aqui, melhor darmos uma volta.” Falou suspirando e dando a volta no carro para entrar no motorista, mas ele a deteu.

“Eu dirijo.” Falou olhando-a nos olhos.

Ela se soltou de birra e deu um mínimo e falso sorriso.

“Nunca.” Murmurou e entrou no carro.

Harahel apenas sorriu e voltou para o lado do carona, ligaram o carro e saíram do terreno.

Mas que porra era aquela?

“Do que eles estavam falando?” perguntei

“Talvez da gente.” Murmurou Jared dando de ombros

Eu o avaliei, seu olhar perdido no nada também tentando decifrar aquela cena, comecei á me afastar lentamente.

Vamos para Bangladesh, e você precisa da minha ajuda, o bosta do que você diz ser seu namorado, é bom em rastrear pessoas.Vai de avião? Ele vai te encontrar e adeus sua missãozinha.” Revirou os olhos.

O modo como ele estava certo ás vezes, me irritava.

“Então vai lá espertalhão, me diz como vamos então? Eu não tenho uma vassoura voadora ou algo do tipo.” Cruzei os braços esperando a resposta dele.

“Que péssimo tipo de bruxa você é Katherine Savage, decepcionante. Porém, para sua sorte e da população mundial, eu existo, e aprendi uns truques no inferno.”

“Suponho que com isso me transformou numa tenebris...”
Ele revirou os olhos e se aproximou mais de mim.

“Cala a porra da boca e ouve. Aprendi á me descolar pela escuridão.” Falou dando um sorriso animado. “Demônios sempre andam pela escuridão, então aprendi a fazer isso, foi assim que cheguei e fui embora do seu escroto baile de formatura.” Revirou os olhos novamente e eu repeti a ação.

“Só demônios?” ergui uma sobrancelha

“E o mais gostoso, no caso eu. Enfim, acho que nós sendo um só você também consiga ir comigo.”

“E como isso acontece?”

“Vamos para um quarto, você tira a roupa...” começou

“Porra, não acredito que perdi meu tempo.” Falei erguendo uma perna para subir na moto, mas ele interveio.

“Ooou, você segura minha mão e pensa para onde quer ir, no caso, foque no sonho da mulher morta, e torça para que haja breu lá ou próximo. Vai, me dá a mão, mas nada de sentimentalismozinho.”

Revirei os olhos e mostrei a língua pra ele que apenas riu.Demos as mãos e comecei á me concentrar no sonho da mulher morta, enquanto Jared sibilava palavras estranhas como uma cobra ao meu lado.

Então senti uma pontada fria na barriga, como aquelas que se tem na montanha russa. Abri os olhos e não acreditei no que vi.

Uma espécie de portal circular no chão, o circula era de um tipo de chama roxa e o interior era puro breu, um infinito abismo.

“Ah...Jared?” o chamei.

Ele abriu apenas um olho de primeira, mas logo abriu os dois para avaliar o buraco á nossa frente.

“Foi de um desse que você emergiu naquela noite.” Murmurou á medida que se aproximava do buraco, sem tirar sua mão da minha.

“Não fiz isso.” Falei tentando tirar o foco do fato da mão dele ainda se manter na minha, quente e bem encaixada.

“Fizemos isso.” Murmurou ainda olhando para o portal á sua frente, pensativo.

Apenas avaliei aquilo cheias de perguntas que nenhum de nós dois teria respostas, devia ser o Link, unindo nossos poderes, era essa a melhor explicação pro momento.

“Pronta para ir pro Inferno no segundo plano?” perguntou voltando seu olhar para mim, e eu assenti no ato.

“Bangladesh.” Murmuramos juntos antes de pular no exato desconhecido, e sermos sugados pela absoluta escuridão.


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Notas finais do capítulo

Team Kathowen ta feliz??? hahahah
Chegamos á conclusão que Kate nunca está na merda, faltou um bofe ela tem outros dois de estepe, meninas, isso é uma lição pra se levar na vida!!! hahah
mas enfimmm, o que estão achando?
Comentem sobre os detalhes: o quarto, o fato de Nate e Kate brigarem, o beijo kathowen, a visão, a ida de katered p bangladesh... o que esperam para o próximo capítulo??
Ansiosa para ler o que voces acharam!
Beijared,
Musa XO



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