Venéfica - Série Híbridos escrita por Musa


Capítulo 14
Strangers


Notas iniciais do capítulo

OIEEEEEE
Primeiro queria agrade á Anna Santana pela lindita recomendação, amei amei amei, amei mais do que amo chocolate, sério!
Segundo, já são 00:06 mas foda-se, feliz dia das mães para as maes de voces, avós, um bj de todas as mães da família L'ecumpre!
Gente, eu sei que é chato eu nao responder os coments, parece que estao conversando com um fantasma e tals, mas isso vai mudar em breve pois finalmente terei wifi na minha casa!!! Dai responderei á todas vocês.
Ah, esse cap é mais para transição pro próximo que vem muita porrada, séeeeeerio, ta foda! Dependendo do número de comentários, e o quanto voces ficarem loucas, postarei na quarta, tentarei.
Agora chega de enrolar, vou deixar voces pirarem.
Até lá



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Pensei em como as folhas eram feitas, do que eram constituídas, do que precisavam para crescer, e as respostas foram vindo em minha mente, e o brotinho á minha frente foi tomando forma, aos poucos desabrochando até virar uma flor que eu conhecia bem, na verdade não sabia seu nome real.Com suas pétalas num tom degradê de lilás para violeta, fora batizada de Kate, por Jared.

Que azar.

Tanta flor para eu desabrochar e fui conjurar logo nessa.Estiquei meu braço para além da janela , mas logo interrompi-me.Conjurei um feitiço para que o caule da flor esticasse até mim, e assim foi feito.Sorri discretamente.Mathieu ficaria orgulhoso com meu progresso em uma semana e meia, tudo estava sendo feito sem nenhum maior esforço.

Arranquei a flor de seu galho pedindo perdão e a cheirei, um cheiro doce e forte, e um flashblack se passou por meus olhos quando os fechei para aproveitar a sensação do cheiro e nostalgia.

Éramos crianças, havíamos avistado uma flor, o pequeno Jared subiu na árvore para pegá-la, caiu quebrando o braço mas pareceu não se importar enquanto eu chorar de culpa, então ele a cheirou e a enfiou em meu nariz, depois batizou-a com meu nome.Abri os olhos e os senti marejarem.

Houve uma época em que eu não entendia como aquele Jared havia se tornado o de agora, mas tudo fez sentido, ele era filho de um demônio tendo tudo para ser um, era sua natureza, era meu ponto fraco.Tínhamos tanta história mas sua índole ferrava com tudo o que tentássemos construir, talvez eu contribuísse um pouco também cobrando-o amor, mas desde quando é pecado?

Ri da minha idiotice, ainda com a flor apoiada em meu nariz, enquanto eu observava a cidade do alto da igreja, a neve quase já não caia, as folhas aos poucos voltavam a vida.Tempo de recomeço, embora ele sempre me levasse á só uma pessoa.

Grunhi irritada comigo.Por que eu estava pensando sobre aquilo?!Nem havia motivo, estávamos nos odiando mais á cada semana que passava. Era aquela maldita flor, trazendo-me lembranças esperanças, sentimentos.Eu tinha que me focar em Nathaniel que fazia o mesmo por mim.

Tirei a flor de meu nariz e a segurei com dois dedos para fora da janela.

Jogue-a fora.

Agora Katherine.

É só soltar.

Apenas relaxe os dedos.

“Kat?” a voz fina de Astrid tirou-me de meu devaneio e eu quase derrubei Kate.Por que não a soltei?

“Oi.” Disse me virando para vê-la.

Astrid era como se fosse uma irmã mais nova para mim, até nos parecíamos, bom, ela dizia isso.Seus cabelos eram castanhos ondulados que ficavam avermelhados nas raras exposições ao sol, seu rosto era pálido ,tinha sarnas lindinhas salpicadas por seu nariz e bochechas, lábios de boneca, e o uniforme só a deixava mais parecida com uma.Agora estava querendo usar salto, mas só tinha 13 anos e nenhuma compostura para usá-los.

“Que flor linda.” Falou “Qual o nome?” aproximou-se de mim e inclinou o rosto para cheirar a flor na minha mão.

“Kate.” Falei com a voz rouca quase falha.

“Que coincidência.” Ela riu “Ela é muito cheirosa, você também, ela é violeta, assim como seus olhos.”

Forcei um riso e rezei para que ela não notasse.

“É, pois é.O que está fazendo aqui em cima? Não tinha que estar na aula do Dapreu?” perguntei enquanto guardava a Kate dentro do meu caderno.

“É né, você também.Gafar pediu para eu te procurar, vamos sair mais cedo, a avó dele chegou e vai nos ensinar um pouco de vodu” ela piscou os cílios animada.

“Você não acha que é nova demais pra saber dessas coisas?”

Ela olhou-me com raiva e suas bochechas ficaram vermelhas.

“Vá se foder Katherine.” Falou e depois arregalou os olhos tapando a boca “Ops, desculpa.Mas vá se ferrar.” Disse se virando e andando que nem uma pata em seus saltos de 10cm.

Corri para abraçá-la por trás, dando-lhe beijos na bochecha, ela tentou me afastar assim como Vougan fazia.Ri, só tinha tamanho.

“To brincando.Vamos!Daí fazemos uma boneca da Velda e lhe damos um banho, quem sabe assim ela não melhora aquele cheiro.” Falei pegando em sua mão.Conversamos sobre garotos enquanto descíamos as escadas, era o que ela gostava de falar agora, estava gostando de um bruxinho mestiço que tinha aula conosco, contou-me sobre como ele a olhava e o quanto ela o achava gatinho, pediu-me conselhos mas eu era péssima.E como!

Encontramos Gafar no portal do meio para a saída da igreja, mexia em seu celular, quando nos aproximamos ele sorriu.

“Bertha irá nos matar.” Falou Astrid animada.

“Relaxe, coloquei bonecos nossos lá.” Falou Gafar.

“Como assim?”

“Bonecos vodu que farão as pessoas nos verem, mas será ilusão, pois serão apenas nossos bonecos, contém cabelo meu, seu e de Astrid, ou seja, há um pedaço nosso lá, mas não fará diferença nenhuma.” Revirou os olhos.

“Eles irão descobrir.” Falou Astrid

“Sim, por isso temos que ir logo!” falou nos puxando para fora da igreja.Havia um Mercedez nos esperando, quando entramos o motorista de Gafar o cumprimentou numa língua que não pude compreender.Seguimos para sua casa não muito longe dali, descemos do carro que parou em frente á um rústico prédio, assim como os demais em Lyon.Um bege morto e sujo pintava todos os 4 andares retos, sem varandas, rudimentares janelas lhe elevavam á posição de uma parede de concreto para um prédio.

Gafar dirigiu-se até a porta de metal que continha símbolos cravados que só eram notados depois de algum tipo, assim como o símbolo de minha família era entalhado em nossa porta, e o da Domusagae em suas pilastras entre os portais, todos símbolos que apenas nós bruxas enxergávamos, um sinal para qualquer semelhante que precisasse de ajuda soubesse onde buscar. Ele encostou a mão na porta e murmurou “Odô iyá”fazendo com a porta abrisse sozinha no ato, revelando um enorme contraste do interior de sua moradia com a parte externa.

Senti-me numa espécie de palácio africano, haviam pequenas estatuas de deuses africanos em cobre sobre uma mesinha logo na entrada, encostada na parede da escada, haviam um corredor para seguir em frente, um portal á esquerda que nos levava á sala e á direita que nos levava numa espécie de santuário, com marcas feitas de giz ou outro elemento de pó branco, velas de todos tamanhos e cores, e demais coisas as quais eu não sabia identificar.

“Nós abrigamos aqui em casa todos os bruxos africanos, independente de que parte ou dialeto, bruxos reais ou mestiços, chamamos aqui de Iemanjá, mãe de todos.” Deu-me um sorriso cheio de dentes incrivelmente brancos em contraste com sua pele negra e virou-se em direção á escada subindo no primeiro degrau “Ouma!Ouma!” gritou para cima.

“Indi komboius!”gritou uma voz áspera de volta.

“Ela está na cozinha.” Falou passando por nós e se dirigindo ao corredor, entrando no segundo portal á esquerda, o seguimos.

A cozinha era enorme, mas simples, haviam alguns quadros com símbolos étnicos e fotografias tiradas ao longo do tempo na mesa, que estava próxima de nós, ao longo de vários anos,alguns rostos apareciam em quase todas as fotos, outros nem tanto.Gafar nos chamou para a bancada onde uma mulher negra e alta, não tanto quanto ele, que vestia um longo vestido estampado com pinturas rupestres, porém moderno, assim como seus cabelos trançados em sua raiz e para além dela, batendo em sua cintura.Ele a beijou e murmurou algumas coisas que os fizeram sorrir, ela tirou a grande colher de pau que mexia na enorme panela de barro e levou até a boca dele, que sugou o caldo e murmurou em satisfação.

“Delicioso.” E deu-lhe um beijo na testa mais uma vez, me olhou por cima da cabeça dela e falou “Ouma, trouxe aquelas amigas quais tinha falado.” A mulher se virou e nos avaliou com seus grandes olhos castanhos, sorriu.

“Lindas, venham cá e se apresentem, sou Zene” Colocou uma mão na cintura.

Astrid foi a primeira a se apresentar e falar com animação o quanto havia achado legal o cabelo, o vestido.

“Gafar, a partir de amanhã você têm que me ensinar sua língua..” falou piscando os cílios para ele.

“Comece com Ouma, que significa vovó.” Ele piscou

Aproximei-me e a cumprimentei com um leve aceno de cabeça, aquela mulher me intimidava de uma forma que eu buscava entender, assim como buscava não aborrecê-la, afinal ela era uma bruxa vodu.

“Katherine.” Murmurei

“A segunda venéfica ateloives” ela semicerrou os olhos e pegou em meu queixo para me avaliar melhor “Conheci a primeira antes de ser queimada na fogueira, era parecida com você, exuberante, eu era uma pequena criança e a via como uma rainha, ela se portava como tal.Faça-o o mesmo criança, ou lhe comerão viva.” Seu tom fez com que os pelos de minha nuca se eriçassem.

Houve uma batida de palma.

“Então!” falou Gafar “Acho que elas adorariam provar um pouco do caldo do Oxtail.”

Zene solto meu rosto e deu um fraco sorriso, como se tivesse sido puxada de seus devaneios e se sentisse envergonhada com isso.Virou-se para o fogão, colocou um pouco de caldo na colher de pau e nos serviu, um caldo salgado e de temperos fortes invadiram minha boca, era delicioso, exótico.

Enquanto a avó de Gafar terminava o almoço, ele se dedicou a nos ensinar com havia feito nossos bonecos vodu para enganar as pessoas na Domusagae.Zene lembrava-o de certas coisas e nos instruía sobre mais e outras coisas, deixando Astrid nitidamente encantada com tudo, mas eu ainda estava um tanto receosa devido ás palavras de Zene.Talvez não fosse nada de mais, mas eu vinha desconfiando da minha própria sombra.Meu coração estava muito acelerado em meu coração, talvez fosse o tempero.

“Wat is sy besig hier?” uma voz emanou na cozinha.

Uma garota negra, devia ter a minha idade, de lindos cabelos crespos presos num turbante, vestia jeans e uma regata amarela que deixava seus braços expostos com cicatrizes circulares, losangos e outras mais marcas sobressalentes ,estava parada na entrada da cozinha observando-me com seus intensos e incríveis olhos âmbar, sua íris parecia estar preenchida com uísque, e raiva.

“Zarina, junte-se a nós para almoçar.” Falou Gafar,mas sua voz estava falha.

“Ek is skaam om jou suster!” rosnou para ele sem tirar seus olhos de mim “Ek kan nie glo jy het dit gedoen!”

“Of ek het dit gedoenn, of nos sterwe!” disse Gafar e era visível sua tensão, assim como Zene, que observava tudo com uma cara preocupada.

Houve um forte estrondo na porta, duas pessoas passaram pelo corredor em direção á porta, então outro estrondo, como se estivesse batendo alguma coisa contra a porta, todos nós nos levantamos.

“Se eu fosse voze, corria.” Falou Zarina

A avaliei por alguns segundos e ditei para que Astrid ficasse na cozinha, algo muito estranho estava acontecendo, e então último estrondo foi seguido por barulho de uma porta sendo quebrada e alguém arremessado no chão.Os cabelos totalmente desprovidos de melanina pararam em meus pés no exato momento em que dirigia-me ao corredor para ver o que havia acontecido.

Jared estava no chão, arfando, os cabelos brancos ficando vermelho, seu rosto se curando dos hematomas.

“Katherine” grunhiu “Corre.”

“Mas que porra...” comecei.

“Nem se dê ao trabalho de correr linda.” Elevei meus olhos para encontrar o dono da voz altiva e rouca, deparei-me com um par de olhos intensamente azuis, porém um continha uma cicatriz que rasgava-lhe a pupila e íris, infectadas por veias negras.

Tenebris.

Meu coração começou a pulsar tão forte em meu peito que pensei que ele já estaria fugindo.

Não entre em pânico Kate. A voz de Jared ecoou em minha mente

O tenebris de olhos bizarros e cabelos verde, estava todo vestido de preto, atrás dele havia mais pessoas de aparência nada saudável assim como ele, dentro da casa os africanos encolhiam-se contra a parede ou chão, os da escada apenas rezavam, Zarina havia sumido.

“Quem é você?” perguntei engolindo seco em seguida.

Ele sorriu expondo seus dentes tortos e amarelos.

“Aquele que vai te levar para casa.” Piscou.

“Eu sei o caminho.” Recompus minha postura quando Jared se levantou pondo-se ao meu lado, menos mal com ele ali, era o que eu esperava.

“No, no, no, no linda.Essa casa você não conhece, mas vai adorar, agora vem, não quero ter que machucar seus amigos.” Fez um beicinho.

Por algum motivo fiquei esperando que Gafar falasse alguma coisa do tipo “só por cima do meu cadáver, mas quando olhei para trás, ele e Zene haviam sumido, Astrid me encarava assustada.

Bufei e caminhei de cabeça baixa até o tenebris, Jared tentou pegar meu pulso mas retirei.Fiquei cara a cara com o ser bizarro que sorria lascivamente para mim, pegou minha mão e levou-a até sua boca, beijando meu dorso.

“Farley.” Piscou

“Impetus.” Sorri e Farley fora lançado porta á fora.

Os outros tenebris vieram em minha direção e comecei a combinar conjuração com punhos, tombando-os por um mísero tempo, nem Jared estava conseguindo matá-los, eram rápidos e conjuravam alguma coisa que doía nele, eu podia sentir na boca de meu estômago.

Sai correndo para fora do prédio assim que pude, mas fui acertada com algo pesado em minha cabeça, o que me fez cair de joelhos no asfalto frio, olhei para os lados procurando um foco ou algo para apoiar-me e levantar, mas ao longe vi um Nathan embaçado correr até mim.Tentei gritar seu nome, mas a letra que formava-se em minha boca era “J”, levei outra pancada na cabeça e apaguei.


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Notas finais do capítulo

Transição...
o que acharam da Astrid? E da família do Gafar? Elas são meio estranhas, não?
o que estão esperando para o próximo capitulo?? contem-me sobre suas suspeitas, adoooooooooooro ler e mudar tudo só pra ser do contra MUAHAHAHAHA
Annaaaa, mais uma vez obrigada pela recomendação!
Continuem comentando, favoritando, recomendando, isso dá mais do que gás, dá vida!
Beijared
Musa xo



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