Acontecimentos escrita por MMunizS


Capítulo 8
Capítulo 8




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Miranda acordou e a primeira coisa que ela notou foi que Andrea não estava ao seu lado. Miranda rapidamente se sentou, o movimento brusco a lembrou que ela ainda estava dolorida, mas ela não poderia se importar menos. Ao examinar todo o quarto, ela teve a certeza que Andrea já não estava mais ali. Miranda se levantou, vestiu o seu robe cinza, saiu do quarto, andando mais rápido do que deveria. Miranda estava tão decepcionada por Andrea ter ido embora, e ter esse sentimento não envolvendo o seu trabalho, era tão novo para ela, que nem mesmo ela conseguiu se dar conta disso, porque se ela tivesse parado para pensar nisso, ela teria percebido o quão absurdo era toda essa situação. Miranda não deveria se importar com o que a sua assistente faz ou deixa de fazer, mas nesse momento tudo o que havia na mente de Miranda era a vontade de encontrar Andrea, e ela estava com muita presa para parar para pensar no seu orgulho, na razão de todo esse alarde, etc... etc.

“Por que? Por que ela foi embora? De novo! Por que eu estou surpresa? Isso sempre acontece. Mas ela disse que se preocupava comigo, que não tinha nenhum lugar para ir, que ela queria ficar. Mas parece que no final não passo de uma velha, com esperanças absurdas!’ Havia muito em sua mente enquanto Miranda descia as escadas e se dirigia a porta de entrada de sua casa. Sem nem mesmo saber o porque disso, não é como se ela fosse encontrar Andrea na calçada, e ela se viraria ao ouvir a porta se abrindo, uma linda música iria começar a tocar, Andrea estaria sorrindo, apesar de ter acabado de acordar, Miranda estaria incrivelmente linda, Miranda caminharia até ela, Andrea colocaria os braços envolta da sua cintura... Ora, por favor, a vida não é um filme, volte para a realidade mulher!

— Eu estou aqui! Andy disse, em um tom alegre.

Miranda estava quase na porta quando ouviu a voz de Andrea, no mesmo instante Miranda se virou e foi em direção à cozinha, de onde a voz de Andrea havia saído.

Ela parou quando viu Andrea atrás da bancada de sua cozinha. Miranda estava tão surpresa por a menina ainda estar ali, que nem seu deu ao trabalho de tentar disfarçar.

Andy continuou atrás da bancada, olhando para Miranda. Andy tinha um sorriso e tanto estampado em seu rosto, ela parecia uma menina que tinha acabado de ganhar uma boneca nova no Natal.

— Você... Miranda começou. Limpou a garganta.

— Sim. Andy disse em um tom divertido.

Andy ficou esperando que Miranda continuasse, enquanto isso permanecia olhando para ela com aquele sorriso.

Depois de um momento assim, Andy se virou para o fogão, Miranda poderia ver que ela estava mexendo em algo, mas ela não tinha certeza do que. Andy apagou o fogo e voltou a olhar para Miranda.

— Como você está? Andy perguntou, sinceramente.

— Eu estou bem. Miranda respondeu tentando soar no mesmo tom.

— Você está com dor? Andy continuou.

— Não. Miranda disse casualmente.

— Miranda?! Andy advertiu.

— Um pouco, nada insuportável. Miranda disse relutantemente.

— Você quer remédio para dor? Andy ofereceu.

— Não é necessário. Miranda respondeu rapidamente.

— Eu posso providenciar. Andy falou, contornando a bancada e indo em direção a Miranda.

— Não precisa! Miranda falou, involuntariamente dando um passo para trás.

Andy notou, a para ela, obvia tentativa de Miranda de mantê-la longe. Andy não entendia o porquê, ela achou que Miranda a queria por perto.

— Você está com fome? Andy perguntou, tentando diminuir a tensão do momento.

Miranda não respondeu, apenas continuou olhando para Andy, imóvel.

— Eu preparei uma omelete. Eu não sou nenhum mestre na cozinha, e essa era a única receita que eu sabia que sairia comestível. Andy disse rindo. Mas parou quando notou que Miranda continuava com a mesma cara série.

— Eu pensei que você poderia estar com fome. Andy falou timidamente, voltando para trás da bancada.

Miranda hesitantemente se dirigiu até a bancada, e sentou-se de frente para Andrea. Miranda inclinou a cabeça e olhou interrogativamente para Andy, que entendeu a mensagem, e rapidamente serviu Miranda.

— Você não vai sentar-se? Miranda perguntou impaciente.

Andy se juntou a Miranda, um pouco desajeitadamente.

— Que horas são? Miranda falou depois de alguns minutos de silêncio.

— Deve ser quase onze. Andy respondeu despreocupadamente.

— O que? Por que você não me acordou? Miranda disse incrédula.

— Por que eu faria isso? Você precisa descansar e você não tem nenhum compromisso hoje. Andy respondeu calmamente.

— Irrelevante. Eu não sou uma mulher que dorme até o meio-dia Andrea. Miranda respondeu irritada.

‘Por que ela ficou tão brava por causa disso?’ Andy não entendia a reação de Miranda.

— Eu sei. Mas ainda não é nem onze. Andy falou com um meio sorriso.

Miranda suspirou.

— Que horas você acordou? Miranda perguntou.

— Não faz muito tempo. Andy respondeu distraidamente.

— O que você fez nesse tempo? Miranda pediu normalmente.

— O que você acha Miranda? Que eu fiquei por ai, passeando de um cômodo para outro? Vasculhando gavetas? Mexendo nas coisas...

— Não! Miranda interrompeu o irônico discurso de Andrea.

— Você sabe o que eu quis dizer. Miranda continuou.

— Eu fiz o seu almoço. Ou café da manhã, eu não sei como você vai querer chamar isso. Andy respondeu ainda um pouco ofendida.

— Bem, isso está... Miranda parou para pensar em uma palavra.

— “Aceitável?” Andy terminou para Miranda.

— Eu pensei em “bom” ou “ótimo”, mas “aceitável” também serve. Miranda completou.

— Claro. Andy respondeu, enquanto retirava o prato de Miranda.

Foi quando Miranda notou o hematoma na mão de Andy. No mesmo instante, fleches dos acontecimentos de ontem à noite passaram pela sua cabeça. Stephen chegando, as ameaças, as palavras cruéis, os abusos, as agressões, Andrea...

— A sua mão? Miranda pediu nervosa, enquanto seguia Andrea que já estava em frente a pia.

— Não é nada. Andy afirmou sem olhar para Miranda.

— Me deixe ver. Miranda falou. Não era uma pergunta.

Miranda tentou pegar a mão de Andrea.

— Não é nada! Dessa vez Andy disse mais alto, virando-se para Miranda e impedindo que ela pegasse a sua mão.

Miranda respirou fundo. Colocou a mão na cintura. Encarou Andy por um tempo.

— Me deixe ver a sua mão. Miranda falou com mais ênfase.

— Me deixe ver o seu pulso. Me fale como está a sua dor. Me fale como você está se sentindo. O que você realmente está sentindo. É evidente que você está sofrendo. Andy respondeu no mesmo tom.

Miranda permaneceu na mesma posição, ela parecia mais irritada. Andy não parecia exatamente feliz, então...

— Por que nós tornamos as coisas mais difíceis? Andy perguntou frustrada.

Miranda tirou um momento para pensar no assunto antes de responder.

— Eu não sei. Agora me deixe ver a sua mão? Dessa vez Miranda estava pedindo.

Andy cedeu, e estendeu a mão para Miranda, que a segurou como se fosse a coisa mais delicada do mundo.

— Eu sinto muito Andrea. Miranda falou carinhosamente.

— Nada disso foi culpa sua Miranda! Andy falou objetivamente.

— Bom, tecnicamente...

— Nada do que aconteceu ontem a noite foi culpa sua Miranda! Andy interrompeu Miranda. Quase gritando.

Miranda não respondeu, ela continuou com a cabeça baixa, como se estivesse examinando meticulosamente a mão da Andy.

— Não foi culpa sua. Você entendeu isso Miranda? Andy questionou enfaticamente.

Miranda apenas acenou positivamente com a cabeça. E quando Miranda levantou a cabeça, Andy pode ver lágrimas nos olhos de Miranda. Andy retirou a mão que Miranda segurava e rapidamente tratou de secar as lágrimas do rosto da mulher mais velha. Miranda segurou o pulso de Andy, fazendo com que ela parasse o que estava fazendo. Miranda trouxe a mão de Andy até os seus lábios e suavemente beijou a mão de Andrea.


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