Procura-se um garotinho ruivo escrita por Kalena Danvers


Capítulo 9
Capitulo 9




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Como pude? Ter me dado ao luxo de me distrair e esquecer minha real busca, meu maior objetivo. Minhas pernas perderam as forças e não conseguia mais suportar o peso do meu corpo, então vim ao chão. Pela primeira vez no dia chorei, senti toda aquela emoção de quando vi o barco navegando mar a dentro e ver o pânico do meu filho e seus abafados pedidos de socorro.

Dory veio até mim e disse alguma coisa, mas não consegui ouvi-la. Os outros rapazes vieram e perguntaram o que eu tinha, mas eu não conseguia falar e minha parceira estava tão confusa quanto eles.

—Eu não sei o que aconteceu contigo, -Disse o Bruce- mas esse barco era do meu primo, ele roubou de mim umas semanas atrás e não o vejo desde então. Ele participava do grupo junto conosco mas algo mudou da noite para o dia.

—PRIMO? –Gritei e levantei ao mesmo tempo. –SABE PARA ONDE ELE FOI? 

—Não, acho que não.

—COMO NÃO SABE?

—EU JÁ DISSE QUE NÃO. Qual é o seu problema?!

Eu tentava colocar os pensamentos no lugar e andava de um lado para o outro, então a Dory tentou dar um jeito na situação.

—Olha, dá um tempo para ele. Ele acabou de perder o filho e o cara que levou ele estava nesse barco.

Me lembrei do bilhete do comerciante que ainda estava no meu bolso, o arranquei para dar uma olhada. Apesar de conseguir ler um pouco mal por causa da letra, o pouco que entendia não fazia sentido, nenhum nome se referia a uma cidade, endereço ou sei lá o que. Bruce voltou a falar.

—Eu não sei para onde ele foi, mas esse mapa ai é a onde ele navega. Ele não conhece muito bem o mar, então não quase nunca foge desse esquema ai.

Entre as rotas pintadas em vermelho tinha o porto de Rose Bay, donde o barco partiu. A única rota que partia dali seguia até a capital, mas chegando lá havia mais vinte ou trinta riscos vermelhos indo para outras direções, mas todas partindo de Sidney. Achei que poderia me dar ao luxo de ser inocente o bastante em acreditar que o barco pode ter ido para Sidney. Mas, mesmo que eu estivesse errado, era a pista mais próxima que conseguimos em horas.

Perguntei se poderia levar o mapa e os caras deram permissão, o arranquei da parede, rasgando sem querer três centímetros dele e o enrolei em um tubo comprido. Dory o arrancou da minha mão e disse que levaria para mim, mas o agarrei dizendo que eu poderia levar, mas não falei que na verdade tinha medo que ela o perdesse devido seu histórico.

Acabamos agindo como crianças e fizemos um tipo de “cabo-de-guerra” com o papel, e depois de três puxões desisti e o soltei, mas ela não esperava por isso e acabou caído em cima da mesa batendo o nariz na mesma. Um pequeno fio de sangue escorreu, mas não era nada muito grave. Mas não pude deixa de notar a cara de raiva de um dos espectadores.


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