Procura-se um garotinho ruivo escrita por Kalena Danvers


Capítulo 7
Capitulo 7




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Sentia o vento e a temperatura cair, e junto com ela o sol se pondo. Não sabia a quanto tempo estava ali agachado, já fazia horas? Dias? Ou minutos? Minha cabeça girava, não conseguia concretizar um único pensamento, tudo era confuso e nada parecia fazer sentido, e acima de tudo, sabia que eu podia fazer o meu melhor em procurar ele, mas ao mesmo tempo me sentia inútil.

Uma jovem, de cabelos azuis com duas mechas amarela e preta veio correndo, e deveria estar tão concentrada em sua corrida que não reparou que eu era um obstáculo em seu percurso, então trombou em mim e veio ao chão. Senti uma pancada e em seguida uma dor, mas não era nada comparado com o que eu passei por hoje.

–Me desculpa, cara. –Ela disse. –Eu juro, não te vi ai.

–Tudo bem, não me machucou.

–Me desculpa mesmo, mas não me leve a mal mas, de tantas coisas que eu poderia ter tropeçado, um homem era a ultima coisa que me viria a mente.

Ela riu e tentei retribuir com um pequeno sorriso, mas era doloroso demais, e ela reparou na minha dor. Se ajoelhou no meu lado e falou:

–Esta tudo bem mesmo?

–Não, mas não se preocupe, não foi culpa sua.

–Sei lá, eu posso te ajudar de algum jeito?

–Se você puder trazer meu filho de volta, isso sim vai resolver todos os meus problemas!

–O que ouve com ele?

–El...ele foi sequestrado, agora de pouco.

Ela se calou e paralisou por um segundo, tentou encontrar algumas palavras, mas foram em vão, não saiu uma se quer da sua boca, e eu não poderia pedir por alguma.

–Nós estávamos no zoológico quando dois homens pegaram ele e o trouxeram até esse porto, e então, bem, o colocaram num barco e se foram.

–Um barco?

–Sim, um barco.

–Branco meio gasto?

–SIM, VOCÊ O VIU?

–Sim, a alguns minutos, passou muito rápido e pareciam com pressa!

–PRA ONDE?

–O que?

–PRA ONDE ELES FORAM? Digo, pra que lado?

–Eles foram sentido alto mar, não sei onde que eles...me siga!

Ela se levantou e saiu andando, ou melhor, quase correndo.

–Ei...pra onde você vai?

–Eu sei para onde eles foram!

–Pode ao menos me dizer antes de sair correndo?

–Se você navegar para aquele lado, para o lado que eles foram você vai chegar...

–Chegar a onde?

Ela não me ouvia e andava com muita presa, parecia estar fugindo de alguém. Olhou um pouco para traz e andou com mais pressa, e era difícil depois de algum tempo acompanhar seus passos. Depois de um tempo ela parecia estar fugindo é de mim, então gritei por ela.

–Você pode ao menos me esperar?

–QUAL É A SUA? –Ela parou de repente. –POR QUE ESTA ME SEGUINDO?

–Co...como assim? Você mesma disse para te serg...

–Não vem com essa. Nem te conheço e acha mesmo que vou colar em você assim, fácil?

–O que? Isso é uma piada? Você disse que me levaria até o barco!

–Um barco?

–Isso, um barco!

–Um branco meio gast...

–Gasto? Sim esse mesmo! Olha, eu não sei você, mas eu não tenho tempo para brincadeiras. Então, se não estiver afim de me ajudar, então me fale que eu começo a me virar sozinho a partir de aqui!

Ela parecia confusa de inicio mas sua expressão mudou para constrangimento.

–Olha, me desculpa. Eu sei que isso não tem graça, mas eu tenho um problema grave com memoria. Certas coisas eu lembro e certas coisas eu esqueço em um segundo. As vezes nem lembro que o meu nome é Dory!

–Isso é uma piada?

–Não, eu juro! Olha, eu quero te ajudar, serio! E eu ainda sei pra onde o barco foi, só tem que me seguir.

Achei que deveria deixar essa historia de lado, que deveria começar a procurar por ele sozinho, mas tinha que confiar que ela ao menos soubesse pra onde ele foi levado, pelo menos a menor chance que eu encontrei ate agora, tinha que agarra-la. Concordei com ela e ela me guiou até uma barraca de um vendedor de iscar que ainda estava trabalhando a alguns metros dali.

Eu perguntei se havia visto algum barco, mas ele não parecia entender nossa língua e em algum momento a tradução se perdeu e quando eu perguntava sobre um barco branco ele repetia Washington ou América. Apontei para o mar e desenhei em um papel que estava no balcão um barco e ele enfim pareceu nos entender e escreveu um endereço no mesmo papel, mas parecia que estava em espanhol.

O agradeci mesmo assim, mesmo me perguntando se ele me compreendia. Estava muito grato e torcia para que esse pedaço de papel enfim me levasse a algum lugar. Mas antes que eu pudesse comemorar minha descoberta, um homem apareceu atrás de nós, e ele não estava disposta a negociar algumas iscas fedorentas.


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