Procura-se um garotinho ruivo escrita por Kalena Danvers


Capítulo 3
Capitulo 3




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A nova escola tinha um ar agradável. As criança brincavam enquanto esperavam a aula começar. Não esperava encontrar tantos pais, talvez sejam como eu, fazendo um grande esforço tentando deixar seus filhos com um estranho. Havia um grupo aqui de pais conversando, um grupo ali de professores e alguém que parecia ser o diretor e algumas crianças mais a longe brincando com o Nemo.

–Nemo?

##

A nova escola parecia ser um máximo. Um monte de crianças da minha idade brincando e se divertindo. Sera que todas estavam tão animadas quanto eu? Algumas se reunia para roubar a mochila de um garotinho estranho. Sera que era uma brincadeira nova?

Enquanto meu pai ficava com uma cara estranho olhando a escola, resolvi ir aonde três garotos estavam. Um era bem estranho, tinha cara de bobo, um era bem magrelo e a garota era mais gordinha e bem fofa.

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Não reparei que o Nemo havia soltado a minha mão, muito menos ter se afastado de mim. Onde ele poderia estar? Um desespero tomou conta de mim, precisava acha-lo. E rápido. Para a minha sorte, ele estava bem ali com outras três crianças. Fui até ele.

–Nemo! Quem disse que podia sair de perto de mim?

–Eu só queria brincar com eles

–Relaxa papai! -Disse um cara atras de mim, parecia ser pai de um dos garotos. -Deixa o moleque se entrosar!

–E eu deixo, mas perto de mim!

–Mais um daqueles pais super protetores, Bob. -Disse outro cara.

–Penso que segurança nunca é o bastante!

–Deixa a criançada se divertir -disse um terceiro. Eram todos pais dessas mesmas crianças? -Vão, vão brincar enquanto agente conversa.

Antes que eu pudesse falar alguma coisa, os quatro saíram correndo. Não gostei nada daquele cara, mas não antes de pensar em como o Nemo estava mancando mais que o habitual.

–Relaxa. -Disse o que parecia ser o tal Bob. -A partir de agora o fardo é do professor.

–Meu filho nunca foi um fardo!

–Relaxa! -Disse o outro que parecia ser um daqueles caras que passam o dia na academia. Não podia notar em como ele era enorme. -Eles não mesmo um fardo, mas cai entre nós, a escola vai aliviar a vida de você e da patroa.

–Cara, deixa ele em paz. -Bob parecia ser algum homem de negócios, andava com um terno muito bem arrumado e sapatos perfeitamente lustrados. -Você não é aquele cara que mora no final da rua do Paredão?

–Sim, acho que sim.

–Martin?

–Marlin, na verdade.

–Não sei se você se lembra de mim, mas sou o Bob. Esse idiota é o Petty e você já deve ter conhecido o Bill.

–Mu...muito prazer, os três.

–Qual é do garoto? -Perguntou o Petty.

–Desculpa, não entendi!

–Ele anda estranho. Coxo?

Reparei o quanto não suportava o cara. Não só a falta de privacidade quanto a minha educação com o meu filho e a falta de respeito pela deficiência dele.

–Ele nasceu assim. Sem uma perna, se é essa a pergunta.

Um cara robusto apareceu e todas as crianças correram atras dele. Gritam seu nome e ficavam animadas perto dele, pareceu-me ser o professor.

–Vamos garotada. Não vamos aprender nada se ficarmos aqui, ou sera que vamos?

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O professor parecia ser um cara bem bacana, assim que chegou todos correram para perto dele. Fui atras, mas eu pai me agarrou pelo braço. O professor veio ate nós.

–Olha só, temos um novo aluno. Qual é o seu nome, carinha?

–O nome dele é Nemo. -Disse meu pai, antes mesmos de eu abrir a boca. -E você deve ser o professor.

–Sim, sou. A garotada me chamam de Tio Raia.

–Tio Raia?

–Ah é...o nome pegou quando eu fui picado por uma arraia. É mole?

–Não, deve ter sido bem dolorido. Olha, aproveitando que estamos aqui, preciso falar de algumas coisinhas sobre o Nemo.

–Pai, agora não! -Disse, tentando puxar sua camiseta.

–Ele é um garoto especial, e...e precisa de uma atenção especial. Ele não brinca como as outras crianças e se cansa rápido. E, de preferencia não deixe ele ficar muito tempo no sol, por que...

–Pai, você já pode ir agora! -Por favor, antes de falar mais alguma coisa e meus colegas rirem de mim.

–Pode deixar, paizão. -Disse o professor. -Crianças especiais recebem tratamentos especias. Mas aqui, somos todos iguais.

**

Tentei deixar claro para ele sobre as necessidades do Nemo, mas ele não parecia me intender. Ele pediu para as crianças o seguir foram todos, e o Nemo junto. Não imaginava que iria ser tão fácil como foi.

–Você lidou bem com isso.

Nem reparei que foi que disse, mas notei que todas as crianças estavam subindo em um ônibus, logo atras o Nemo.

–A onde eles estão indo?

–Todo ano, no primeiro dia de aula, o professor leva eles ao zoológico. Algum problema?

–E eles não falam para os pais?

–Falam, mas devem ter esquecido de você.

Aquilo me soou de um feito horrível. E se ele se perdesse? Quando eu iria saber? E se o Nemo se machucasse, ou algo assim? Pensar nisso tudo e estava me deixando paranoico.

–Ele vai ficar bem. Ele vai ficar bem. -Repetia para mim mesmo. Me despedi dos pais e fui em direção ao trabalho.

Não vai acontecer nada de mais. Eles vão ver alguns bichinhos, aprender coisas e voltar para a escola. Não é nada demais. Quanto mais eu pensava, mais tinha vontade de sair correndo atras dele.

Uma hora depois, quando meu dei conta, estava dentro de um táxi.

–Pra onde? -Disse o taxista.

–Para o zoológico, por favor.


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