Quando Eu Me For, Não Deixe de Sorrir escrita por TimeLady


Capítulo 1
Morte acidental e problemas com a policia


Notas iniciais do capítulo

Linguajar forte porque ninguém pode me convencer que Hiro não iria soltar uns palavrões na situação (e na idade) em que ele está.



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Hiro nunca chegou a ver o carro.

Ele tem 24 anos. Se formou na SFIT aos 18 e tornou-se o presidente oficial do Instituto Tadashi uma semana depois. Trabalhou desde então, criando invenção após invenção para todos os campos do mundo – medicina, bioenergia, ambientalismo, engenharia robótica, agricultura, menos para, é claro, o militarismo. Com seu próprio time de combatentes ao crime e contatos cuidadosamente verificados e 100% confiáveis na polícia ao redor do globo, Hiro (e qualquer um dos outros integrantes do Big Hero 6) sempre evitou o governo feito a Peste Negra.

Obviamente, com esse tipo de atividade diária, era de se adivinhar que ele conseguira sua cota de inimigos. Inimigos de todos os tipos e níveis, inclusive os que não hesitariam em mata-lo se tivessem a oportunidade.

Mas não foi com um tiro num quarto escuro que Hiro morreu ou mesmo sequestrado e aparecendo duas semanas depois morto numa praia qualquer. Não. Ele estava esperando na calçada o sinal abrir numa rua de San Fransokyo, mexendo no seu celular, com seu headphone sobre os ouvidos e o boné preto sobre a cabeça, quando um homem gritando no telefone com seu advogado por conta de uma multa estupida atravessou o sinal vermelho pela quinta vez naquela semana, ainda crente de que as leis de segurança e transito não se aplicavam a ele, ao mesmo tempo em que uma mulher atrasada para buscar sua filha mais velha na escola acelerou com tudo.

A mãe de três ficaria em coma por um ano depois de bater a cabeça contra o vidro quando seu veículo capotou duas vezes após ser acertado na lateral pelo carro do homem no telefone, que perderia a custodia do seu único filho após esse incidente.

E Hiro, com a música alta da sua banda favorita tocando diretamente nos seus ouvidos e distraído com o celular, nunca veria o carro voando na sua direção.

O legista diria para tia Cass e seus amigos, e mais tarde para a mídia mundial, que ele havia morrido instantaneamente. Seu pescoço tendo se arrebentado num segundo.

Mas um segundo ainda é um longo tempo.

Hiro pode nunca ter visto o carro que o matou, mas ele definitivamente sentiu quando ele morreu.

Isso justifica sua confusão quando ele, após morrer, abriu os olhos e viu um céu escuro o encarando de volta.

Hiro pestanejou algumas vezes, imóvel sobre o que ele julgou ser asfalto pelo modo como era duro e áspero contra sua pele. Então, devagar, ergueu as mãos até o seu pescoço e com cuidado apalpou a região. Sobre a confusão de estar vivo quando ele claramente sentiu sua coluna vertebral quebrar feito palito de dente devido ao impacto (do que, ele ainda não tinha uma ideia muito clara. Levando em conta que seja o que fosse, o matou, ele não estava terrivelmente curioso), Hiro sentiu um alivio devastador ao sentir pele homogênea e lisa, sem pedaços de ossos saindo para fora ou coisa assim.

Respirou fundo uma vez pelo nariz e ficou feliz ao ver que sua caixa torácica estava inteira e não tinha nada arrebentado dentro de si, ou pelo menos nada que causassem dor. Então verificou se ainda tinha todos as suas partes e quando, com uma grande onda de alivio, constou que estava inteiro em todos os sentidos, ele finalmente reuniu coragem para se mover e sentar.

Seu mundo girou por alguns segundos até finalmente ajeitar na paisagem de uma rua escuro, parecendo uma área comercial a julgar pelos vultos de vitrines e letreiros grandes. Ele estava sentado bem debaixo de um posto de luz quebrado.

Ao ver o lugar pouco hospitaleiro em que ele havia acabado de acordar, sem ideia de como tinha vindo parar ali, Hiro o que qualquer um faria. Enfiou a mão no bolso da jaqueta onde guardava o celular.

E como todo mundo, sentiu seu sangue virar gelo ao encontra-lo vazio.

O que? Não, não, não, não.” Em pânico se ergueu do chão num salto, vasculhando cada bolso das roupas que vestia, puxando-os do avesso e sacudindo. Mas tudo o que seus dedos encontravam eram fios e bolotas de tecido. “Jesus.” Respirou e deslizou as mãos pelo rosto vezes seguidas, tentando controlar o desespero crescendo dentro de si.

Deixou uma mão escorregar até o cabelo, empurrando o boné da sua cabeça e foi quando uma dor aguda repentina, rápida como uma queimadura, partiu de onde sua mão encostou para o resto do seu corpo. Com um sibilo Hiro imediatamente tirou a mão e a olhou. Ficou um pouco chocado ao ver sangue manchando sua palma inteira.

Com a mão machada ainda erguida, como se estivesse procurando um pano, Hiro girou sobre os calcanhares e então avistou uma vitrine com um espelho exposto, perto de um posto de luz funcionando. Em passos rápidos se aproximou do lugar e, ao parar na frente da loja, tirou o boné de vez da cabeça, enfiando-o no bolso da sua jaqueta, e girou com precisão de graus com a mão manchada pairando sobre a região dolorida até avistar o que temia.

Havia um corte no seu couro cabeludo, que ele conseguiu avistar assim que separou os empapados de sangue. Não era grande, provavelmente nem precisaria de pontos, mas mesmo assim estava sangrando feito demônio e Hiro, por todos os efeitos, não gostava de se ver sangrando. Ele pressionou a palma contra o machucado, estremecendo com a dor. Seria uma boa ideia achar ajuda.

Lançou um olhar avaliativo pelo lugar e após um momento de indecisão, escolher ir para a direita, onde pelo menos havia mais luz. Na esquerda os postes estavam em sua maioria quebrados e, de verdade, ninguém vai pra esquerda, só em filmes de terror e todo mundo sabe o quão bem isso acaba.

Começou a caminhar em passos práticos, nem rápido e nem devagar, ouvindo o silencio sendo quebrado só pelos seus tênis batendo na calçada. Havia um nó de nervosismo e medo na base do seu estomago, com a total solidão que parecia cerca-lo. Como se um maluco segurando em pedaço de cano pudesse surgir das sombras e ataca-lo a qualquer segundo. Certo. Bons pensamentos. Hiro se forçou a pensar em outras coisas, com medo irracional de atrair perigo de verdade só de imagina-lo.

Pensou, por exemplo, na sua situação sem pé nem cabeça. Ele havia sofrido o acidente no centro da cidade, de dia, mas aqui estava ele no que parecia ser a região mais pro sul de San Fransokyo no meio da noite. Ele tinha uma certeza absoluta de que ele deveria ou estar morto agora ou, no mínimo, tetraplégico, mas tudo o que ele tinha era um corte pequeno na sua cabeça. Não que ele estivesse reclamando, mas que era bizarro, era. A não ser que essa fosse o além-vida, nesse caso ele teria que expressar sua mais profunda decepção ao dono do lugar (e explicar o quão sinistro tudo aquilo era).

Hiro interrompeu seus pensamentos ao avistar um edifício com luz acesa dentro, alguns metros adiante. Sentindo-se infinitamente melhor que não estava literalmente sozinho, ele apressou o passo em direção ao lugar.

Só quando a luz do próprio prédio se provou suficiente foi que Hiro finalmente viu as letras em preto e branco escritas encima da porta, mas a essa altura ele já tinha sido avistado.

“Então.” Disse o policial, sentando atrás da mesa com os braços cruzados e o bigode cheio de ceticismo. “Você estava andando pelo centro da cidade hoje de manhã e algum incidente não identificado que você não lembra o fez perder a consciência e quando você acordou já estava de noite e você estava sozinho numa rua deserta com um machucado misterioso na cabeça, a algumas quadras daqui?”

Hiro conteve uma careta e acenou. Essa não era a pior história que ele já teve que contar a polícia, sendo verdade ou não.

O policial – Randy, dizia o nome na plaquinha sobre a mesa – suspirou e descruzou os braços. “Olha, filho, se você ficou bêbado numa festa e acabou se perdendo não é problema meu, mas dizer a primeira mentira que veio na sua cabeça não vai te ajudar.”

O que? Não! Eu não bebi! Eu não bebo! Eu nem gosto de álcool!” Hiro exclamou, indignado. Então Randy o olhou por debaixo das sobrancelhas grossas, o bigode parecendo mexer sarcasticamente e ele foi obrigado a desinflamar um pouco. “Ok, eu gosto de álcool. Mas isso não tem nada a ver!” Ele imediatamente voltou a se defender, ignorando o revirar de olhos do policial. “Eu estava indo para o meu trabalho quando alguma coisa me atingiu e quando eu acordei, eu estava nessa região. Eu juro que é verdade!”

“Trabalho.” Repetiu incrédulo o homem. “Você? Você tem, o que? Uns 16, 17 anos?”

Hiro se aprimorou de indignação. “Eu tenho 24!”

“Huh-hu, ok. Sabia que beber antes dos 21 é ilegal, certo?”

“Eu tenho 24 anos!” Irritado pela talvez 13º nesse mês que o julgavam por mais novo só porque ele era um pouco abaixo da média em altura, Hiro enfiou a mão não suja de sangue no bolso de trás da sua jeans e tirou a sua carteira. De dentro, com uma pequena dificuldade, tirou o seu RG do compartimento secreto e o bateu na mesa do policial, deslizando para ele. Então se encostou e encarou desafiante o policial.

Randy devolveu o seu olhar com um erguer de sobrancelhas cético, sem se mexer por um instante, antes de se inclinar e pegar o seu documento. Hiro viu o rosto do homem pelos segundos que ele levou para ler sua identidade até que, para seu choque totalmente ofendido, o viu bufar zombeteiro. O mais velho o olhou de volta, humor nos olhos escuros, antes de lhe jogar de volta o papel. “Isso só me prova o quão bêbado você está. Ilegalmente bêbado devo acrescentar.”

“Eu não estou bêbado.” Hiro negou na beira de gritar quando, então, o que Randy disse se registrou no seu cérebro curioso. “Espera, o que você quis dizer com isso?”

O mais velho revirou os olhos e batucou o dedo contra o seu RG sobre a mesa. “Aqui diz que você nasceu em 2000. Nós estamos em 2018, não em 2024. Você se adiantou alguns aninhos, rapaz.”

“O que? Não! Nós estamos em 2024.”

“Nós realmente não estamos.” E para provar seu ponto, Randy se inclinou para trás e pegou um calendário de uma mesa vizinha e a jogou para si. Hiro pegou o objeto instintivamente com ambas as mãos.

Olhou para ele. E sentiu o choque violento atravessar o seu ser ao ver a data escrita naquele calendário novinho em folha, em grandes e enfeitadas letras – 09/03/2018. A coisa ficou pior quando, num flash de memória, Hiro se lembrou de Honey Lemon o entregando um calendário igualzinho a esse há seis anos atrás, porque era uma edição especial com uma região onde se você raspasse saia cheiro da fruta do dia.

Hesitou por um instante incrédulo antes de erguer devagar o objeto para perto do nariz.

Tinha cheiro de melancia.

Oh, jesus, eu devo ter batido a cabeça de verdade.

“... informações corretas, certo?”

Hiro sacudiu a cabeça, saindo dos seus devaneios. “O que?”

Randy ergueu o seu RG, olhando distraído para a tela do computador. “As informações estão todas corretas?”

“S- sim. Sim.” Replicou e então o homem mais velho acenou e no mesmo instante começou a digitar algo, olhando entre o seu documento e a tela. Hiro se aprimorou na cadeira, de repente nervoso. “Por que? O que você está fazendo?”

“Tomando precauções, rapaz. Você não seria o primeiro a mentir para mim sobre seus responsáveis para que eu não informe o que você fez.”

Hiro pensou em tia Cass e a hora e ele realmente não queria imaginar o que ela faria se ela recebesse um telefonema de uma delegacia sobre ele, alegando que ele estava bêbado e perdido. Tia Cass, ao contrário do que a maioria parece imaginar, podia ser bem cruel na hora de escolher um castigo – como o Legendário Castigo de 2016, onde ela o proibiu de comer qualquer tipo de açúcar depois de um incidente de hiperatividade que rendeu uma parede rachada (que não foi sua culpa. De verdade. A culpa era do seu quarto ser pequeno demais para testar seu foguete de dois metros!). Pergunte a qualquer um se proibir um adolescente de comer açúcar, levando em conta que ele vive numa loja de doces, não é extremamente sádico.

Ele não precisava de um Legendário Castigo de 2024. Ou 2018?

Essa história estava lhe dando dor de cabeça.

“Hey, cara, qual é!” Tentou protestar, erguendo-se da cadeira. “Você mesmo disse que eu tenho 18. Não é verdade, mas isso não me faz nem um pouco menos um adulto independente! Você não precisa-“

Senta.” Randy o interrompeu, o tom de ordem.

Hiro rangeu o dente, irritado. Considerou em silencio os pros e os contra de tentar continuar a discutir. Então, em um movimento emburrado e frustrado, voltou a se sentar na cadeira.

Houve um momento de silencio, somente com o som das teclas sendo batidas enquanto o policial o procurava pela rede, provavelmente achando sua lista de delinquente juvenil quilométrica há julgar pela expressão cada vez mais feia e as sobrancelhas mais erguidas. Então, ao bater uma última tecla, alguma coisa como um aviso deve ter surgido porque houve um toque vindo do PC e o Randy congelou no mesmo instante.

Só para depois virar e encara-lo com uma expressão peculiar no rosto, do qual Hiro não gostou nem um pouco.

Olhou-o franzindo o cenho, hesitante. “O que foi?”

O homem não disse nada por um momento, só fazendo um hmmn baixinho. Então pôs a mão na tela do computador, adotando uma postura curiosamente profissional. “Parece que você foi mais honesto do que eu te dei crédito.”

Ergueu uma sobrancelha, sem entender e abriu a boca para indagar sobre o que ele estava falando até que o policial virou a tela da máquina e Hiro viu, brilhando em letras negras destacadas na parte de baixo de uma foto sua de 18 anos, quatro palavras escritas como se carimbadas que não faziam sentindo nenhum.

Hiro Hamada, 18 anos.

DESAPARECIDO HÁ DOIS MESES

Encarou o a telado computador por vários segundos, sem conseguir processar o que estava lendo. Então ergueu os olhos e falou numa voz sem cadencia nenhuma. “O que.”

O policial se inclinou para frente, as mãos entrelaçadas sobre a mesa e um ar novo de profissional ao seu redor. Hiro ficou tentado a se erguer, arrumar a postura, mas ignorou o sentimento. Sua vida estava confusa demais agora para ele tentar ser educado, principalmente com um policial – sua experiência com policiais foi sempre quase igual com a sua experiência com políticos. Em geral, por princípio, Hiro não gostava de nenhum deles. E Randy não estava indo muito bem no seu conceito. Não é que estivesse indo ruim também. Ele estava... neutro. Assim, Hiro seria neutro em relação a ele também. Nem educado, e nem mal-educado.

“De acordo com o boletim de ocorrência, você desapareceu depois de sair de casa sem avisar. De acordo com seus responsáveis, isso é algo comum o suficiente para que eles não ficassem preocupados até terem se passado três dias sem nenhum sinal seu.”

Hiro se sobressaltou ao ouvir aquilo. “O que-“

Ele puxou a tela do computador de volta para si, interrompendo-o. “Vendo o seu histórico, eu vejo porque. Vandalismo, identidade falsa, destruição de propriedade pública, preso três vezes por agressão física e condenado duas com serviço público por posse de bebidas alcoólicas, os quais você quase não cumpriu satisfatoriamente. Pego em ringues ilegais de luta de robôs. Suspeito de formação de quadrilha e roubo?” O homem o olhou com um sorriso sem humor, frio. “Você realmente é um delinquente de primeira linha, huh? Aposto que se eu puxar seu histórico escolar eu vou achar uma pilha de tesouro ainda maior.”

Hiro só pode arregalar os olhos para o que tinha acabado de escutar. O que? O que!? O que diabos ele estava falando!? “O que- não, não! Isso não- do que você-!”

O homem o ignorou. “Então, você vai me dizer que merda ilegal você estava fazendo dessa vez, Sr. Hamada, ou teremos que fazer isso do modo mais difícil?” Ele perguntou, casual, sarcástico e Hiro explodiu.

Ergueu-se da cadeira com tudo, furioso com o comportamento daquele policial, confuso com toda sua situação, com dor porque sua cabeça ainda estava sangrando e mais do que irritado com aquela ficha criminal sua completamente ridícula. Nada daquilo era verdade. Porque embora ele tivesse sim uma ficha criminal juvenil, Hiro nunca havia roubado ou agredido alguém! Nunca havia vandalizado ou destruído nada que não fosse seu e muito menos tocou numa única gota de álcool antes dos seus 21! A única vez que ele havia sido preso foi naquela noite da sua primeira visita ao SFIT com Tadashi, que tia Cass pegou a fiança e o dia no qual ele deixou tudo aquilo para trás. A única vez.

E não tinha como ele ter desaparecido por dois malditos meses!

“Eu já disse o que aconteceu! Isso- isso tudo é ridículo!” Gritou, gesticulando irritado com ambas as mãos. Gotas de sangue voaram pela mesa do policial. “Eu não sei de quem é essa porra de ficha criminal, porque minha ela não é! O senhor-!”

“Ok, vai ser do modo difícil.” Então o homem se ergueu, agarrando uma maquininha do canto que Hiro reconheceu como um bafômetro e enfiando-a no seu rosto. “Assopre.” Ordenou.

Dessa vez, mesmo com o policial pairando ameaçadoramente sobre si, Hiro não obedeceu. Deu uma olhada irritada para o objeto perto do seu rosto antes de bate-la com a mão, lançando-a para fora da palma do policial e para longe de si. “Eu não vou soprar porra nenhuma-!” Gritou, irritado, mas antes que pudesse completar sua frase Randy agarrou seu braço com força e o girou, batendo-o contra a mesa. Dor aguda subiu pelas suas costelas no instante em que todo o seu folego saiu de si.

“Você está preso por agredir um policial.” Ele falou casualmente, puxando seu outro braço e, com o suave clique, algemando-o.

Quando o homem mais velho o ergueu, Hiro, mesmo que ainda bem atordoado, resistiu. Tentou frear com os pés enquanto era arrastado na direção do que ele só pode supor que eram as celas, ao mesmo tempo em que lutava para escapar das mãos de ferro nos seus braços. “Eu nem encostei em você, seu puto!”

“Oh, agrediu.” Replicou bem humorado. Esticou a mão para a porta da cela mais próxima e a abriu. Sem tirar as algemas dos seus pulsos, Randy o jogou sem cerimonio no chão do lugar e fechou a grade com gosto, trancando-a. Sorriu, acenando a mão que ele alegadamente havia agredido. “Eu vou ter que por gelo nisso aqui.”

Hiro cerrou os dentes, mais do que furioso, sentindo o sangue correr pelos seus ouvidos. Seu ombro e seus braços doíam da queda, sua cabeça estava pulsando e ele tinha quase certeza que havia torcido o pulso no impacto. “Seu filho da puta!” Chutou com tudo a grade, que tremeu inabalável em suas fundações.

“Agora, vamos nos comporta enquanto eu ligo para seus pais, ok?” O homem replicou inabalado, se afastando de volta para as mesas.

“Eu não tenho pais!”

“Claro, claro.”

Bufou irritado, se controlando para não gritar mais ainda. Fechou os olhos e respirou fundo, tentando se acalmar, deixando-se cair de volta para o chão. Ele não tinha mais 14 anos, agora se ele fizesse alguma merda enquanto lidando com a polícia (mais do que ele já tinha feito, embora o arrependimento provavelmente só viesse mais tarde) ele poderia muito bem ir preso, de verdade. Ele tinha que pensar direito em como lidar com tudo aquilo.

“Alô, residência Hamada?”

Ele podia achar um modo de socar aquele imbecil sem ser pego outra hora.


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