A Palavra - Guerra e Morte escrita por AoiTakashiro


Capítulo 6
Capítulo 6 - O Discurso contra a Morte


Notas iniciais do capítulo

Gomen, gomen! Sinto pela demora que causei, estava sem vontade de continuar essa história, mas já que ela está chegando ao seu fim, precisamos terminá-la!



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Davi e os demais estudaram o livro angelical na biblioteca do castelo. Liz se manteve repreendida a todo tempo por estar ali, mas mesmo assim se pôs a querer ajudar o garoto, os diversos livros das estantes ajudaram o garoto a aprender mais sobre as aquelas línguas, e pôde enfim ler todos os encantamentos do livro, achando um feitiço que serviria bem ao exército contra os Perversos. Mas antes de anunciar para o Rei, Davi queria curar o ferimento de Sir Rughes, pois ainda queria vê-lo vivo, se tudo desse certo, aquele inferno nunca mais iria acontecer.

– Tem certeza que achou uma cura para mim? – Questionou o cavaleiro. – Estou quase certo que perderei minha perna, mal a sinto...

– Não se preocupe, achei um encantamento que poderá ajudá-lo, só não sei se será permanente.

– Certo, garoto. Pode tentar.

Na página certa, Davi entoou as palavras do encantamento divino.

Pura divina Tactus

Si posse sine peccato,

Integer nisi si recte

Let me sana quod est saucium

Natum in terra tribulationis meque his exsolvite curis.

Gratias tibi ago ex animo,

Si me non

His spiritu gratae serenitatis

Nisi quies in pectore.

Warm me cum discoperi

Et libera me de tenebrarum Oceanum

Habe me manibus vestris

Suo tactu salvabit me.

Um brilho surgiu da mão de Davi, ele a pousou na perna ferida de Sir Rughes.

O cavaleiro sentiu ansiedade e esperava sentir pontadas de dor, mas nada disso acontecera, o toque foi como sentir inúmeras penas a tocarem sua perna, e logo, ela estava curada!

– E então? – Perguntou o garoto. – Deu certo?

O cavaleiro estava sem palavras. Ele moveu sua perna e ela estava realmente curada, ele soltou um gemido de surpresa.

– Esse livro me assusta. – Disse Sir Rughes, ainda estupefato. – É incrível, mas me assusta.

Davi e Liz riram juntos. Mas não foram os únicos. Com a chegada do possível salvador, o Rei dera um jantar para celebrar os finais dos tempos sombrios, onde ele reuniu senhores e familiares de várias partes do reino, com uma mesa farta de carne, cerveja e iguarias, onde eles riam forte e alegremente. O Rei era o que ria mais alto, dando para ouvir sua grossa risada da biblioteca, os três não quiseram participar.

– Como ele é barulhento. – Reclamou a garota, tapando os ouvidos. – Ele age como se já tivesse salvo o mundo.

– Relaxa. – Confortou Davi. – Deixe-o comemorar, logo, seremos nós a celebrar nossa vitória contra os Perversos.

– Sim. – Concordou Sir Rughes. – Mas não podemos nos esquecer de fazê-lo fechar os malditos prostíbulos na qual nasceu todo esse mal terreno.

Sim, era verdade. O Rei prometera fazer essa promessa. Mesmo tendo proibido, alguns prostíbulos ainda estavam ativos ás escondidas, mas claro que, ele não deixaria um lugar profano desses ainda existir depois da batalha que viria. Logo quase na hora de dormir, Davi contou ao Rei o encantamento que achara que poderia solucionar uma grande vantagem sobre os Perversos. E com tudo combinado, o dia prometido, chegara. Logo cedo, os cavaleiros se aprontaram com suas armaduras, e prepararam os cavalos, inúmeras armas foram liberadas para eles, desde espadas de ferro a lâminas recheadas de grossos minerais. A entrada do castelo foi tomada pelo grande exército que poderia salvar a todo mundo da extinção completa. Por ordem do Rei todos os cavaleiros que iriam lutar deveriam estar presentes ali para o que iria acontecer. Lógico que alguns estavam com medo, que por serem iniciantes ou novatos. Outros já eram experientes e velhos, mas que erguiam seu orgulho em lutar pela vida.

As portas do castelo se abriram.

Dali saíram o Rei, Davi e Liz. Sir Rughes também fora convocado para participar da batalha.

– Meus bravos! – Entoou o Rei perante os milhares de cavaleiros. – É uma enorme honra estar presente diante de tantos homens corajosos! Sei que alguns carregam o medo com vocês, mas esta é a hora da verdade! É a hora de tornarmos a nosso favor a situação! Peço a todos vocês, que nos tragam novamente a liberdade de podermos caminhar sobre esse reino!

Gritos incessantes de satisfação ecoaram pelo castelo.

– E aqui. – O Rei apontara para Davi. – Está o alguém que pode nos salvar! Com um artefato que veio dos céus! Os anjos não estão aqui, mas o enviado deles sim!

Outra salva de gritos.

Davi se preparou para falar.

– C – Caros cavaleiros, eu sou apenas um jovem de 14 anos. Não sou um guerreiro como vocês, mas posso ajuda-los a enfrentar os demônios. Com um feitiço que os protegerá de todo mal, mas terão que acreditar que isso funcionará! Só depende de vocês!

Davi abrira o livro na página determinada.

Homo de caelo misit,

Benedictio caelum caeli illuminant,

Quod lux solis illuminat etiam adversis noctibus,

Quod fortitude est voliitate angeli

Quod fieri posse credamus omni vincere.

Quaeso, suscipe benedictionem hanc, anima et corpore,

Seiungi non ita difficile bellum

Itaque illa animum corrumpere,

Frigore estimationem vota

Iterum caeli decidentes

Nubes quod circulating

Volare possit cum corde et affectu

Sed contra tenebras offers

Et qui pro regimen caelorum,

Win!

O silêncio dominou os cavaleiros por um instante.

Depois, o inacreditável aconteceu.

Dos céus, começou a chover lanças de luz. As gotas cintilantes perfuraram os homens um por um, e que os enchiam com uma aura brilhante e serena, tão leve que se sentiam o próprio ar. Logo a entrada do reino não parava de brilhar, tanto que até podia cegar.

– I – Incrível... – Murmurara o Rei, estupefato com o que vira, nunca em sua vida tinha visto algo tão bonito.

Todos os cavaleiros gritaram em um uníssono. Todo o medo havia sumido, restando a alegria e a vontade de vencer. Sentiam como se o céu todo estavam no seu lado.

– Cavaleiros, se preparem para a batalha! – Pronunciara o Rei a multidão. – O inimigo se encontra para depois da muralha!

Quando todos os cavaleiros foram embora, O Rei não conseguia se aguentar de tanto chorar.

– Senhor, você está bem? – Perguntou o garoto.

– Sim, você nos salvou. – Ele se ajoelhou perante o menino, que não soube como reagir. – Eu não mereço ser um Rei, de nada fiz para adiantar que isso nunca pudesse acontecer. Quem realmente encorajou aqueles homens foram as tuas palavras, meu jovem. Eu lhe juro. Qualquer coisa que quiseres pedir, eu a realizarei! Não importa o que seja!

– M – Meu rei, por favor, eu não mereço tanto. Assim o senhor me deixa envergonhado...

– Envergonhado estou eu, garoto. – O Rei falou com desdém. – Por todos esses anos eu apenas fiquei sentado naquele maldito trono ordenando que as pragas dos prostíbulos fossem fechadas, mas nem isso o povo me escuta. Apenas querem se afundar ainda mais no desespero.

– Eu entendo, senhor. Nisso eu acredito que alguns não percebem o que poderá vir se não vencermos...

– Sim. Eu ordenarei novamente que aquelas porcarias sejam fechadas, eu mesmo irei pessoalmente fazer isso! Não deixarem uma moradia salva que guardem uma maldita mulher que faça com outros homens!

– Obrigado, meu Rei. Isso já será o suficiente.

Davi se retirou e direcionou-se para o seu quarto. Se sentia maravilhado por ter visto o que o encantamento fizera. Ele se sentia bem por ter realizado um feito bom, e pensar em nunca mais fugir, o confortava ainda mais.

Alguém batera em sua porta, ele abriu e era Liz.

– Foi incrível! – Ela o abraçou, fazendo os seus longos cabelos fazerem cócegas em seu nariz. – Aquilo foi realmente fantástico!

– Eu sei. Esse livro é incrível.

– Não. Você é incrível. Não sei porque meu pai ficou daquele jeito, mas ele também acha isso...

– Está ótimo do jeito que está. – Disse Davi, com um sentimento de satisfação no coração.

– Ainda não. – Liz o puxou e lhe deu um beijo que o deixou atordoado durante alguns segundos, o momento pareceu durar uma eternidade, mas quando passou, ele queria que tivesse durado mais.

Seu coração batia mais rapidamente.

– Liz, eu...

– Não precisa dizer nada. Só quero que tenha um motivo da qual queira viver nessa batalha. Portanto: Não morra!

– Pode deixar!

***

O buraco onde Daemon se encontrava estava uma pura bagunça, os Perversos não queriam parar de se pegarem uns com os outros, e isso irritava o Demônio.

– Parem com essa porcaria! Façam isso quando vencermos e saímos desse buraco! – O Demônio chutava quem ficava no seu caminho, claro que ele era enorme, o salão onde ele estava cheio de Perversos, onde botavam sua perversidade no auge, mas isso irritava Daemon por não se interessarem nos humanos vivos.

– Como os humanos são nojentos. Mesmo no fim do poço, eles só querem saber se caçar os próprios rabos. – Ele bufou. Agora sem Lillith, as coisas haviam se tornado uma pura bagunça, as hordas estavam descontroladas.

– Agora chega! – Ele berrou com todos os milhares de Perversos. – Escutem! Vão lá e matem aqueles malditos humanos! Se aproveitem de suas mulheres, e corrompam a ordem da procriação! Destruam esse mundo que agora nos pertence! Vamos torna-lo ao nosso modo!

Os Perversos gritaram e gemeram perante o Demônio e saíram em um bando de selvagens em direção ao reino, sedentas pelos próprios desejos nojentos e profanos, nas quais o Demônio as encheu, elas apenas serviam para isso, tornando a vida de homens e mulheres um completo inferno, pois suas almas estavam presas nos corpos que agora não tinham mais orgulho. Para as pessoas que não tinham perversidade no coração, eles as esquartejavam e as devoravam, então não eram apenas corruptos, mas carnívoros também, destruindo tudo o que viam pela frente.

Mas elas não seriam as únicas a sair.

Daemon também se preparou para a batalha. Queria ver o desespero dos humanos sendo prejudicados e usados com seus próprios olhos.

– O dia tão esperado chegou!


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