Mind Games (interativa) escrita por Isabela


Capítulo 22
Capítulo 21 - Tempos de guerra.


Notas iniciais do capítulo

Olá! Desculpem-nos pelo pequeno atraso. Demoramos uma semana a mais do que o previsto e o motivo? Provas finais. Muito legal né? NÃO. Pra quê passar de ano? Nem queria isso mesmo na minha vida.

Vou contar uma novidade para vocês, que também já não era segredo, terminei de fazer o trailer da fanfic, vou postar no YouTube e vocês já o terão no próximo capítulo.

Outra coisa: vão perceber alguns links nesse capítulo, serão os links para a aparência dos personagens. Digam-me se colocar os links incomodam vocês ou se eu posso mandar ver!

Ah, e teremos Carrie nesse capítulo. Matem a saudade dessa linda.

P.S.: Curtiram a capa nova? Quero opiniões.
P.S².: O que acham de gifs/imagens no final dos capítulos? É um projeto, mas eu gostaria muito da opinião de vocês.

Agora sim, desculpem por fazer vocês esperarem.
Boa leitura!



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– Bom dia, Carrie. - Disse Selene, abrindo lentamente a porta. Carrie franze o cenho com a luz que momentaneamente cega os seus olhos e esboça um sorriso cansado.

– Bom dia Selene. - Carrie se levanta, sonolenta. Selene se encosta na porta, esperando que ela saia da cama. - Que horas são?

– Tarde. - Responde Selene. - Mas cedo o suficiente para um café da manhã, arrume-se. Seu pai está esperando.

Ela se retira, e Carrie sai da cama. Respirou fundo antes de entrar no chuveiro. Tivera um sonho estranho, um encontro com John, às margens de um lago congelado. Descartou a ideia de sua cabeça, afinal ela o odiava. Riu de si mesma no banho.

– Que sonho estúpido. - Falou para si mesma. Enxugou-se e pôs uma roupa. Desceu as escadas e virou pelo corredor. Seguiu em frente até chegar nas grandes portas duplas que se estendiam até o teto. Respirou fundo, deu uma batida forte e audível e entrou logo em seguida.

– Bom dia, minha filha. - Shaw levantou-se da cadeira aonde estivera sentado, na extremidade da longa mesa de mogno. Ele espera a filha vir até ele e lhe dá um beijo na testa. - Dormiu bem?

– Sim. - Carrie senta-se ao lado do pai, na borda da mesa. As portas laterais se abrem, e serviçais põem o farto café da manhã na mesa. - Esperou por mim?

– Claro que sim, esperei até demais. - Diz ele, com uma ponta de arrependimento. Sentiu saudades da filha, afinal, vilões também sentem amor. Carrie percebe a mensagem implícita, e sorri levemente. Ela põe o guardanapo no colo, como lhe foi ensinado, e serve-se.

– Como vão os negócios? - Pergunta ela.

– Não se falam de negócios à mesa, querida. - Responde Shaw, com um meio sorriso.
– Você fala como se eu não soubesse o que você faz, pai. Mesmo sabendo que eu estou do seu lado. - Shaw dá uma leve risada.

– Está bem, está bem... - Ele limpa a boca com o guardanapo. - Começamos o recrutamento, vamos transferir vários jovens simpatizantes da nossa causa para nossa base, aqui em Nova York.

– Algum plano de ataque?

– Não, ainda não. Por enquanto é só uma medida estratégica. - Ele bebe um gole de água. - Nossos telepatas, e, com isso quero dizer, Cassandra, descobriu que os X-Men estão treinando seus alunos para lutar, se necessário for. Não vamos decepcioná-los, não é mesmo?

– E estes jovens são civis ou mutantes? - Pergunta ela, após alguns segundos de silêncio ocasionalmente interrompidos pelo rufar de talheres.

– Mutantes. Temos todos os "civis" necessários da Hidra. Os treinaremos para a guerra. O Hellfire Club também já teve sua escola de mutantes, anteriormente dirigida por... - Ele limpa a garganta. - ...Emma Frost, na época em que ela era simpatizante conosco.

– Eu gostaria de ser treinada também, se isso não o incomodar. - Pede Carrie.

– E por quê me incomodaria? É claro que podes ir. - Shaw sorri. - Selene está comandando o projeto. Eu vou "mexer umas peças" e incluí-la nele. Embora você não deva precisar, já é bem poderosa.

– Selene me disse que sou uma mutante ômega. - Diz Carrie. - E pelo que pude entender, sou poderosa, realmente. Embora meu auto-controle deva ser melhorado.

– Não quer ferir inocentes? - Shaw ri, em desdém.

– Longe disso. - Responde Carrie, friamente. - Só quero ter certeza de que vou atingir o alvo certo.

– Essa é a minha garota. - Ele se levanta, dobrando o guardanapo e jogando-o sobre o prato. - Tenho que comparecer à uma reunião. Nossos "negócios" nunca acabam. Vejo você no jantar.

Ele lhe dá mais um beijo na testa e se retira pela porta principal. Carrie termina sua refeição, se levanta e se dirige à biblioteca. Lá era normalmente onde passava seu tempo, mesmo com as enormes instalações. Tinha acesso quase que ilimitado, seu pai sendo quem era, mas mantinha uma certa rotina. Circulava apenas nos andares da elite, onde aconteciam as reuniões e onde haviam os aposentos especiais. Nem todos podiam ir aonde estava. Abriu a porta sem se preocupar com o barulho, imaginando que não haveria ninguém lá dentro. Surpreendeu-se com a presença de uma garota sentada em uma das confortáveis poltronas próximas à lareira. A jovem ergue uma sobrancelha, em seguida baixando os olhos para o livro que estava lendo.

– Que eu saiba isso devia ser uma biblioteca. - Diz, sarcasticamente.

– Não achei que houvesse alguém aqui. - Confessa Carrie. - Quem é você e o que faz nesse andar?

– Isso virou um interrogatório? - Ela abaixa o livro, levemente aborrecida pela insistência da garota. Ela tira uma mecha de cabelo azul da frente do rosto. - O que tem que saber é que tenho um nível suficientemente alto nesta organização para poder circular por aqui. E, se não se importa, quero voltar para o meu livro.

– Você me parece muito jovem para estar aqui. - Diz Carrie.

– Eu poderia dizer o mesmo de você. - Rebate. - Você tem o quê? Quinze anos?

– Dezessete. - Resmunga Carrie.

– Olha só quem está ficando raivosa. - Ri a garota. - E agora está envergonhada. Oh... Agora você está com ambas.

– Quer parar com isso?! - Grita Carrie. - Como poderia saber o que estou sentindo?

– Auracinese. Eu posso ver sua aura, e de acordo com a cor dela eu sei o que está sentindo. - Ela bufa. - E agora você está confusa. Eu não sou obrigada a te explicar. Vá ler num livro. É só o que tem por aqui.

Carrie morde o lábio inferior, levemente ultrajada. Ela pensa em dar meia volta e sair, mas não teria aonde ir. Desapontada, se senta na poltrona mais distante da garota, estava curiosa para descobrir seu nome, mas tenta pensar em outra coisa. Levita um livro aleatório da prateleira oposta da sala para suas mãos. Isso chama a atenção da outra garota, que solta uma risadinha debochada.

– Telecinese, não é? Espero que não seja uma telepata também.

– Se eu fosse, a primeira coisa que faria seria descobrir o seu nome. - Rebate Carrie.

– Cleópatra. - Diz a morena, ironicamente.

– Não preciso ser uma telepata para saber que esse não é seu nome. - Diz Carrie, revirando os olhos.

– Está certo, gênio. - A morena se levanta e lhe estende a mão. - Jessica McWinds.

– Carrie White. - Carrie aperta a mão de Jessica, agora contente por saber seu nome.

– A Carrie White? Filha do rei negro? - Ela arqueia uma sobrancelha. - Eu quase me sinto mal por ter sido grossa com você. Quase.

– Você não parece temer tanto meu pai como tantos outros por aí.

– Digamos que eu tenho boas relações com a "realeza". - Ela abre um sorriso. - Tenho uma história com Selene. Ela me acolheu, me ensinou à controlar meus poderes. É como uma mãe para mim.

– E sua mãe de verdade?

– Era uma fanática religiosa. Dizia que eu era uma bruxa que invocava demônios e coisas do tipo. - Jessica se senta ao lado de Carrie.

– Então temos algo em comum. - Suspira Carrie. - Quero dizer, não conheço minha mãe biológica, mas fui deixada aos cuidados de uma mulher mentalmente alterada, mas ao contrário de você eu aprendi a amá-la.

– Falando assim você me faz parecer um monstro insensível. - Carrie revira os olhos. - Tem mais coisa além disso que me fez o que sou. Meus pais se separam, meu pai se casou de novo e me deixou com minha mãe, mas ele sempre foi presente em minha vida. Isso eu não posso negar... Tenho um irmão que também é mutante e que teve todo o amor que eu não tive, fugi de casa, dormi na rua... Daí coisas ruins aconteceram e Selene me encontrou. E isso já deve fazer... Pouco mais de um ano e meio. Eu tinha sua idade quando entrei na organização. Base canadense. Não demorei muito para subir na liderança de lá. Sou uma torre.

– Nossa. Você surpreende, sendo tão nova e já com uma patente alta. - Diz Carrie, espantada.

– Mas isso não vale muito aqui em Nova York, quero dizer, ainda tenho certo comando, mas nem perto do que eu tinha no Canadá. - Ela limpa a garganta. - Ainda sim, é o suficiente para eu estar aqui. E você? Me conte sua história.

– Bem... É estranho, mas não me lembro de tudo. Apenas uns borrões e vozes distorcidas, mas lembro-me de ter causado uma chacina no meu baile de formatura depois que jogaram sangue em mim, e de um garoto que tornou minha vida um inferno, mas não consigo parar de pensar nele.

– Ele está morto? - Pergunta ela, indiferente às mortes que Carrie disse ter causado. - Talvez seja um carma ruim.

– Ele está vivo. - Diz ela, secamente. - Deixei-o escapar, mas deixei bem claro que isso não aconteceria novamente. Foi tão estranho... Ele me fez tanto mal, mas quando nos vimos pela última vez ele agia e soava como se estivesse realmente apaixonado por mim.

– Isso é confuso. Ele não pode te amar e odiar ao mesmo tempo.

– Não importa. Ele é um inimigo. - Carrie se levanta e faz menção de ir à porta.

– Você não está cem por cento certa disso. Eu posso ver sua aura, lembra? - Carrie para onde está, Jessica se levanta. - Uma pequena parte de você duvida de tudo isso.

– E o que sugere que eu faça, senhorita "Eu sei o que você sente mesmo antes de você"? - Jessica ri, as duas saem da biblioteca.

– Descubra a verdade, gênio. - Carrie revira os olhos. - Você tem um acesso praticamente ilimitado à tudo aqui dentro. Seria o trabalho de espiã mais fácil do mundo.

– Você é louca, Jessica.

– Jess, me chame de Jess. Acho que passamos dessa cordialidade, já que viramos praticamente amigas de infância depois de toda essa conversa profunda e sem sentido. - Ela abre um meio sorriso, Carrie ri. - Agora vamos pegar o cartão de crédito ilimitado do papai bilionário e fazer um estrago no shopping.

– Bilionário? - Carrie arregala os olhos. - Eu realmente preciso fazer esse trabalho de espiã.

– Garota, você não faz ideia...

***

– Kate, me passa a mostarda, por favor. - Pede Daryl, na mesa do refeitório onde os cinco membros dos futuros X-Men se situavam. Kate apenas bufa e passa o frasco amarelo. - Obrigado.

– Não há de quê. - Ela limpa a boca com seu guardanapo. - John, não me diga que temos treinamento depois do almoço?

– Eu estaria mentindo se dissesse isso. - Ele suspira. - Cara... Psylocke não está pegando leve conosco.

– Que nada. - Interrompe Helena, após tomar um gole de suco. - O simulador é moleza, agora o treino com Illyana...

– Acho que ela quer nos dar uma prova do inferno, já que ela já foi, literalmente, para lá. - Comenta Serena, fazendo os outros rirem. - Eu quase me arrependo de ter aceitado fazer parte desse "projeto". Quase.

– Vocês não tinham muitas opções. - Diz Kate, mexendo em uma mecha do cabelo escuro e ondulado. - Nós três é que fomos os burros de aceitar. - Termina, ironicamente.

– Agora não tem como voltar atrás... Então vamos nos apressar. - Diz John, levantando-se e revelando o resto de seu novo uniforme de couro tingido de preto e detalhes em azul, com o clássico "X" destacado no ombro. Os outros se levantam, exibindo vestimentas semelhantes, apenas com detalhes de cores diferentes. O de Serena possuia detalhes em roxo, o de Helena em verde, o de Kate em amarelo e o de Daryl em branco.

Caminhavam calmamente pelos corredores vazios, já que os estudantes estavam em aula. Preferiam assim, não gostavam da sensação de autoridade que os uniformes passavam. Poucos, além deles, os possuíam. Chegaram na porta do simulador, onde Psylocke os esperava em companhia de um jovem asiático.

– E aí, Akio. - Daryl o cumprimenta, já familiarizado com a figura do rapaz, que trajava um uniforme semelhante ao deles, com detalhes em cinza e a palavra "Beta" aonde seria o "X".

– Oi pessoal. - Ele os cumprimenta. - Vou treinar com vocês hoje.

– Missão especial? - Pergunta Helena. - Cara... Faz tempo que não temos uma dessas.

– Sim. - Diz Psylocke. - Hoje treinarão com o esquadrão Beta. E é aí que Akio entra, já que lidera o mesmo.

– O resto do pessoal já está lá dentro, nos esperando. - Diz Akio, sorrindo levemente.

– Qual a missão? - Pergunta Kate.

– Defender o Instituto. - Responde Psylocke, abrindo a porta. - Boa sorte.

Os seis entram na sala, deparando-se com pouco mais de uma dúzia de outros estudantes. Uma réplica do Instituto se formava ao redor deles. Gritos e explosões podiam ser ouvidos ao longe.

– Temos que salvar os estudantes e expulsar os invasores. - Diz John, confiante. - Akio, repasse o objetivo.

– Atenção! Quero três grupos de quatro. - Ele espera os grupos rapidamente se formarem. - Quero dois grupos nas salas de aula, resgatem os estudantes e levem-nos ao subsolo. Quando acabarem a escolta, nos procurem. Vamos estar onde a ação estiver. Phoebe, você comanda. - A garota ruiva acena com a cabeça positivamente, e começa a dar ordens aos que a seguiam, enquanto corriam pelo corredor leste. - Os quatro restantes, comigo.

– Ótimo. - John olha ao redor. - Vamos para os jardins, é de onde estão vindo os gritos. Helena e Serena, quero uma visão aérea. - As duas levitam no ar e vão à frente do grupo. John e os outros os acompanhavam à pé. Kate já havia feito suas unhas crescerem. Possuiam um brilho semelhante ao diamante e deviam ter de vinte à trinta centímetros. Havia amarrado os cabelos em um rabo de cavalo, emoldurando seus frios olhos azuis.

– Eles estão em cem, aproximadamente. - Diz Helena, regressando com Serena. - Dez para cada um de nós.

– Bem... - Akio sorri para ela, empolgado. - Não vamos deixá-los esperando...

– Preparem-se. - Diz Daryl. - Quando John abrir a porta, eu vou jogar um campo de força em nossa frente.

– Serena, eu quero a neblina mais densa que você pode criar. - Pede John. - E nada de voar para você e Helena. Serão alvos fáceis. Apenas fiquem no chão.

– Sim senhor, capitão. - Resmunga Serena, sarcásticamente.

– Akio... - John franze o cenho, ao ver o garoto rabiscar continuamente os braços e mãos, após ter arregaçado as mangas o máximo que o couro lhe permitia. - Isso não é hora de desenhar!

– Há! - Ele ri. - Para mim, meu amigo, sempre é hora de se desenhar. - Acrescenta, fazendo um movimento de mãos. Os desenhos que havia feito no braço saltam de sua pele, formando uma matilha de lobos ao seu comando. - Você dizia?

– Quero você e seu grupo cobrindo o leste dessa entrada. - Diz John, após revirar os olhos. - Kate e Serena, oeste. Daryl, Helena e eu pegamos o flanco norte. Não deixem ninguém passar por essa porta. Em um... Dois... Três!


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Notas finais do capítulo

Carrie e Jessica vão falir Shaw? Akio controla a matilha ou cão que ladra não morde? Cenas do próximo episódio!

Link para fichas:
https://docs.google.com/forms/d/1xo1D6uRyw6mhw__CakJoluP3_BPYQoeCpIhg-mX8s5U/viewform