A mocinha e o vilão escrita por Tia Lety


Capítulo 17
Capítulo 17- As pessoas não prestam




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Narração de: Agnes

—O filho não é seu Carl.— ela fez uma pausa— É do Eric

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As palavras ecoaram várias vezes no meu coração. Mordi o lábio, segurando o choro. Ele me enganou de novo. Abaixei minha cabeça, tentando esconder meu rosto por trás do cabelo, mas podia ver que Eric olhava para mim, nervoso. Então era por isso que ele estava assim... Levantei-me da cadeira e pedi licença para deixar a mesa. Eric agarrou meu braço e gritou alguma coisa, mas eu não entendi, já que a frase "O filho não é seu Carl. É do Eric", gritavam no meu ouvido. Eu o empurrei e gritei, gastando todas as minhas cordas vocais:

—Me deixa em paz!! Monstro! Seu monstro!

Eu o estapeava, mas logo parei, caminhando direto para a saída. Eric correu atrás de mim, me virei e lhe dei o maior tapa que a minha mão podia dar. Minha mão doeu de tanta força que depositei em uma mão. Eric levou meu tapa, mas nem sequer se mexeu.

—Me escuta, por favor!— implorou ele

—Eu não quero ouvir nada de você, não quero ouvir nada de ninguém! Eu só quero que você me deixe em paz!

Tapei os ouvidos com as mãos, tentando suportar os comentários que recebia. Todo o restaurante olhava para mim e para Eric. Eu queria que eu parasse de respirar ali, queria que o meu coração parasse de palpitar ali, mas inclusive, estava acelerado, como se fosse querer escapar do meu peito.

—Eu tenho nojo de você Eric.— senti uma lágrima correr no meu rosto

Tirei os dois sapatos e levantei a saia do vestido, facilitando minha corrida. Eric tentou me seguir, mas os seguranças o barraram, me protegendo dele.

Corri pela calçada, tentando não escorregar. Eu só queria ir pra casa, deitar na minha cama e não levantar no dia seguinte. Como eu fui idiota! As pessoas não prestam, nunca prestaram. O destino deve estar nos olhando com aquela cara que a minha mãe fazia quando eu quebrava um copo: "Eu tentei juntar vocês dois". Esperei um dia que Eric mudasse, mas ele me desapontou, me fazendo vítima de uma aposta. O perdoei, dei a Eric mais uma chance para tentar me fazer feliz, mas ele desperdiçou, me desapontando novamente.

Entrei em casa e bati a porta com força, acompanhado por um berro de angústia. Wesley saiu da cozinha correndo e me viu correndo para o meu quarto. Escutei Jorge perguntar:

—O que aconteceu?

—Foi o tal do Eric de novo...

Fechei a porta com força e fui para o banheiro. O lápis de olho vazava dos meus olhos, manchando meu rosto de preto. Me apoiei na pia e voltei a respirar. Não podia mais aguentar isso! Liguei o chuveiro e tirei meu vestido. Observei meu corpo despido. Estava magra demais, pálida demais, infeliz demais.

Fiquei debaixo do chuveiro, sentindo a água escorrer por todo o meu corpo. O chuveiro era um dos meus únicos abrigos de quando estou triste, ele era o refúgio. "Para sempre, para sempre...", escutei a voz de Eric se repetir no meu ouvido. "Eu te amo.", escutei novamente a voz de Eric, num sussurro sedutor. Senti raiva de mim, de como eu sou idiota, de como eu fui otária de acreditar nele. Esfreguei o sabonete líquido nos meus braços com força. Eu queria esquecer ele, queria que minha lembrança de Eric escorresse do meu corpo junto com a sujeira.

Eu o amei, não... Eu ainda o amo. Gostei de namorar Eric, gostei de beijá-lo e de ficar abraçada com ele na beira do lago. Não foi só o beijo dele, foi o cheiro, foi o abraço, foi o jeito, as manias... É ele e vai continuar sendo ele.

Sequei meus cabelos e liguei para o meu pai, precisava muito falar com ele. Ele não atendeu para variar, mas deixei uma mensagem de voz no seu celular:

—Oi pai, sou eu, Agnes.— tentei disfarçar a voz chorosa— Eu estou pensando seriamente sobre morar com você no exterior. Quando ver essa mensagem, me liga.

Desliguei. Precisava mesmo me distanciar, precisava de um choque de realidade. Me vesti dentro do banheiro e logo sai, vendo Wesley sentado em sua cama, me observando.

—Você tá legal?— perguntou ele

—Quer saber Wesley? Estou péssima! Odeio quando você está certo!

Wesley sorriu, se levantou e agarrou minha cabeça, pressionando sob seu peito em um abraço. Wesley era o meu melhor amigo, a pessoa que eu podia falar sem me preocupar, ou que sempre estaria ali se eu precisasse de um abraço.

—Comprei sorvete para você.— disse ele, me soltando e apontando para o móvel

—Estoque de sorvete infinito não é?—Wesley limpou uma lágrima que escorria no meu rosto

—Não chore Agnes, eu odeio te ver triste.

—Lamento Wesley.— sentei na minha cama— Mas não posso evitar.

Ele me entregou o sorvete e eu me deitei na minha cama, enfiando a colher na minha boca, cheia de sorvete de flocos.

No dia seguinte, não estava disposta a ir a aula, mas fui, me arrastando mas fui. Eric correu até mim, agarrando meus ombros e me levando até os seus lábios. Tentei não demonstrar nenhuma reação, ser o mais fria possível.

—Agnes por favor! Me perdoe!

Meus olhos se encontraram com os dele. Não ia perdoá-lo novamente, não ia de jeito nenhum! Carl apareceu no corredor e deu um soco em Eric. Meu coração parou por um minuto.

—Eu posso ser qual quer coisa, mas corno eu não sou!— Carl gritava e esmurrava o meu ex namorado

Agarrei seus ombros e o tirei de cima de Eric. Depositei toda a minha força nisso, acabei caindo no chão. Carl me olhou com um olhar assassino, como se quisesse me matar a qual quer segundo.

—Aguarde Eric. Logo, logo, esse rostinho lindo.— Carl agarrou meu rosto— Não será mais de ninguém.

Isso foi... uma ameaça? O que ele vai fazer comigo? Eu não tenho nada a ver se Eric é um cafajeste! Eric apoiou os cotovelos no chão e me abraçou por trás. O afastei de perto de mim, e me levantei. Fui ameaçada de morte? Eu não duvido nada de Carl.

Karine estava lendo um livro e me viu.

—Oi Agnes! Ei, temos que fazer um trabalho hoje de slides e de cartolina. Pode ficar no colégio comigo até as seis horas?

—Não sei... Acho que sim, não é meio perigoso voltar para sua casa a nesses horários?

A casa de Karine era muito, muito, muito longe do colégio.

—Tanto faz, vou dormir hoje na casa de Diego.— ela piscou para mim

Acho que não queria saber disso, hoje estou meio alérgica a casais apaixonados.


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Notas finais do capítulo

;-;



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