O segredo de Phillipe escrita por Akuma
Era o início de uma manhã chuvosa quando Sophia acordou e foi até o quarto de Gabriel para despertá-lo. Gabriel estava quase fora da cama e seu uso estava no chão. Sophia o acordou com poucas dificuldades. Quando Gabriel se despertou foi correndo ao banheiro e trancou a porta, Sophia apenas riu silenciosamente e pôs a farda de Gabriel em cima da cama que acabara de arrumar. Depois foi banhar-se e arrumar-se. Preparou um café da manhã rápido e foi ajudar Gabriel a vestir-se, pois estava com dificuldades.
– Você tem olhos bonitos. – disse Gabriel enquanto Sophia o ajeitava. Sophia ficou surpresa e pôs os dedos nos olhos. – Um verde intenso.
– Parece que esqueci que pôr as lentes. – respondeu com um sorriso triste tirando os dedos dos olhos. – Continue enquanto eu vou ao meu quarto.
Depois que Sophia saiu Gabriel foi até a cômoda ao lado de sua cama e pôs a carta no bolso da sua calça. Sophia voltou ao quarto com os olhos negros e terminou de arrumá-lo. Depois de pegarem a mochila Sophia foi até um armário da casa e tirou um guarda-chuva preto e foi com Gabriel para o carro.
O tempo estava horrível e Sophia se esforçava para conseguir enxergar o horizonte. Quando chegaram em frente a escola Gabriel ficou admirando a grandiosidade do banco de trás do carro, todos pareciam filhos de pessoas importantes de alta classe, mas Gabriel não parecia nervoso nem animado.
– Eu acho bonitas as mulheres de cabelos longos. – disse pegando o guarda-chuva e entregando o papel do bolso a ela. – Mas você quem sabe.
– Também terminei. – disse Sophia pegando um papel do seu bolso e entregou a ele. Gabriel pegou o papel e saiu do carro com o guarda-chuva aberto. – Virei lhe buscar. Se eu atrasar espere. – Gabriel apenas assentiu.
– Gabriel. – chamou Sophia e saiu do carro na chuva para dentro do guarda-chuva de Gabriel. – Eu vou lhe ajudar a encontrar sua sala. – disse fechando o carro.
Depois de encontrarem a sala de Gabriel Sophia disse:
– Não fique nervoso. Vou ver se não atraso para lhe buscar. – disse indo embora.
Sophia foi então para a casa de Albert para tomar um café da manhã mais reforçado.
– E então? – disse Albert enquanto estavam comendo
– O quê?
– Vai mesmo contar tudo àquele garoto? – disse preocupado. – Nem sabemos se podemos confiar nele. – continuou com um tom desconformado.
– Eu preciso confiar nele. – disse enfatizando. – Mas tentarei não contar os detalhes. Isso não é uma história para crianças. Por mais que ele ache que não é mais uma e talvez não seja mesmo.
Depois de alguns minutos em silêncio Sophia o quebrou:
– Conseguiu encontrá-lo?
– A policia ainda não conseguiu rastreá-lo, mas ficaremos atentos para...
– Não o Carlos. Gabriel. Meu Gabriel. – disse abaixando a cabeça tristemente.
– Sinto muito. Ainda não conseguimos recuperar as pistas perdidas. – disse tristemente e continuou tentando animar. – Mas não se preocupe, ainda estamos certos de que ele está em algum orfanato da Inglaterra e muito possivelmente em Londres. Estamos procurando arduamente.
– Entendo.
– Seu cabelo, não vai cortar? – disse Albert tentando mudar de assunto. Sophia levou os dedos para o cabelo e lembrou “Eu acho bonitas as mulheres de cabelos longos”.
– Não. Hoje não. – respondeu- Mas vou pintá-lo novamente.
Quando terminou de tomar o café da manhã Albert a ajudou a pintar o cabelo de preto. Depois foram para a sede da empresa de Sophia que ficou trabalhando em sua espaçosa sala e participando das reuniões marcadas. Depois que conseguiu um tempo sentou-se na cadeira de sua sala e percebendo que estava sozinha tirou o papel que Gabriel deu do bolso e começou a ler:
Disse ao meu pai
Que pulei o muro da vizinha
Roubei acerola
E taquei nas galinhas.
Após ler dobrou o papel um pouco zangada:
– O que é ... – disse mas foi interrompida pelo celular que alarmou. – Ah, não. Eu já deveria estar lá. – disse saindo apressadamente.
Quando chegou lá Gabriel estava ensopado do lado de fora da escola esperando ela. Quando viu que havia chegado entrou no carro todo molhado.
– O que houve Gabriel? – disse surpresa – Onde está o guarda-chuva que lhe dei?
– Perdi. – respondeu secamente.
– Gabriel... – disse, mas interrompeu-se ao ver o guarda-chuva na calçada aberto um pouco afastado dali. – Ali está. – disse correndo em direção ao guarda-chuva e Gabriel a seguiu.
– Espere...
Quando Sophia chegou lá, viu que o guarda-chuva protegia uma caixa de papelão que tinha dentro um gatinho preto bem pequeno e estava molhado.
– Gabriel... – disse mas parou ao vê a expressão de Gabriel triste.
– Não é triste? - disse tristemente sem se importar com a chuva – As pessoas passavam por ele e não se importavam se ele estava com fome e frio. – disse ajoelhando-se para acariciar o gatinho que parecia feliz de Gabriel está ali.- Apenas uma existência sem significado deixado para morrer e ninguém se importa. Não é assim que é o mundo?
– Então era isso? – disse sorrindo para animá-lo – Vamos levá-lo para casa, não vejo problema.
– Pensei que também não se importava. – disse surpreso.
– Ainda me conhece muito pouco. – disse bagunçando o seu cabelo e pegando a caixa. – Segure o guarda-chuva. Vamos para casa. Ah, o que acha de colocarmos isso nas cartas? Nossas características. Assim poderemos nos conhecer melhor. – disse sorrindo- E falando nisso... Me devolva a minha carta. – disse um pouco emburrada estendendo uma mão, mas Gabriel parecia desentendido então Sophia esclareceu. – “Disse ao meu pai. Que pulei o muro da vizinha. Roubei acerola. E taquei nas galinhas.”?
– Ah, isso foi um engano. – disse desajeitado- Aqui está o verdadeiro papel que era para entregar. – disse tirando a carta do bolso e vendo o conteúdo, depois dobrou de novo e deu a Sophia. – Eu ainda não li o seu ainda, pois não tive tempo.
– Como foi seu dia de aula? – perguntou Sophia enquanto os dois iam para o carro.
– Péssimo. Dei meu lanche para o gatinho e agora estou com fome e molhado.
– Quando chegarmos em casa você terá um banquete. – disse rindo.
Quando chegaram em casa Sophia foi cozinhar enquanto Gabriel cuidava do gatinho que também estava molhado e tomou também um banho antes de almoçar. Como prometido havia um baquete e depois de almoçarem foram para o escritório onde Sophia trabalhava enquanto Gabriel fazia lição de casa e pedia ajuda para Sophia que o ajudava.
Chegando a noite ambos jantaram e foram para o quarto cedo.
– Boa noite, Gabriel. – disse Sophia antes de entrar no quarto. – Não durma com o gato se não você vai esmagá-lo já que se mexe muito. – Gabriel corou um pouco e foi para o quarto.
Os dois em seus quartos deitados em suas camas tiraram o papel um do outro do bolso e abriram:
– Qual serão as verdades por trás dessa pessoa? – disse Gabriel em seu quarto.
– Qual serão as verdades por trás dessa pessoa? – disse Sophia em seu quarto.
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