Ambos passaram da hora do café da manhã dormindo sem despertar. A noite fora longa para os dois que acabaram acordoando na hora do almoço.

Sophia acordou um pouco surpresa com a luz do Sol da tarde batendo em seu rosto e no mesmo momento em que acordara olhou para o relógio do celular e viu que já era 12:30 da tarde e observou também 7 chamadas perdidas de Albert. Sophia levantou-se suspirando.

Sophia foi até o quarto de Gabriel que estava vazio e estranhou por ele ter se levantando antes dela. Reparou que o quarto dele estava cheio de papéis amaçados e então suspirou e saiu do quarto á sua procura. Encontrou-o sentando na cadeira da mesa de jantar com a cabeça abaixada na mesa. Estava dormindo. Suas mãos estavam sujas de tinta de caneta e os olhos estavam cansados mesmo dormindo.

– Gabriel. – e Sophia o chamou suavemente e ele aos poucos acordara. – Dormiu aqui ontem?

– Não. Acordei e você estava dormindo então vim para cá. – disse sonolento se levantando.

– Você poderia ao menos ter me acordado.

– Poderia, mas você não me deixaria mais dormir. Vou tomar banho.

Sophia fez o mesmo. Depois de banhar-se mandou uma mensagem á Albert :

Desculpa por hoje. Acordei tarde e não escutei as suas ligações, mas está tudo bem aqui, não foi nada sério eu não ter aparecido aí.

Após enviar a mensagem foi almoçar em algum restaurante comum com Gabriel. Quando retornaram Sophia arrumou seu quarto e foi arrumar o de Gabriel que estava cheio de papéis e a cama extremamente bagunçada. Depois foi para seu escritório.

Enquanto escrevia Gabriel apareceu sem bater na porta, como de costume.

– Não bateu. –disse sem desviar o olhar do papel que escrevia.

– Meu papel acabou. – disse aproximando-se.

Sophia levantou-se e procurou um pacote de folhas de papel oficio nas estantes. Gabriel aproximou-se da escrivaninha e sentou de frete da poltrona de Sophia.

– Aqui. – disse Sophia entregando-lhe o pacote fechado.

Gabriel o pegou e o abriu começando a escrever ali mesmo. Sophia percebeu que ele planejava ficar ali, mas não disse nada, apenas sentou-se e começou a escrever também.

Flashback________________________________________

– Tenho uma proposta para você. – disse Gabriel virando para fitar “Phillipe” – Para resolver nossos problemas e diferenças. – depois dessas palavras “ Phillipe” olhou o garoto com um ar de curiosidade.

– Qual seria?

– Você não precisa me dizer em palavras. Todos temos coisas que não queremos contar á ninguém, eu sei disso. – disse quase em sussurro de cabeça baixa. – Mas... Você terá que me escrever. E em troca, além de guardar o seu segredo, eu também lhe escrevo.

– Por que você voltou? – perguntou “Phillipe” com a voz baixa tentando encará-lo, mas ele escondia o rosto do seu olhar.

– Porque não tenho mais para onde ir. – disse virando de costas para esconder uma lágrima que deslizara contra sua vontade e em seguida passou o braço para enxugá-la e virou-se de volta estendendo a mão. – Trato feito?

“Phillipe” apertou sua mão e assentiu um sim.

– Não precisa escrever tudo de uma vez... Mas tente escrever com frequência. Eu também não conseguirei pôr tudo no papel. – disse Gabriel indo em direção á porta. – Vamos voltar.

Depois disso, “ Phillipe” e Gabriel saíram da sala para encontrarem Albert e Rebecca.

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Depois de duas horas escrevendo no papel, amassando-o e jogando-o no lixo Sophia espreguiçou-se e falou:

– O que você acha de um chocolate quente?

Gabriel estava com a testa na mesa e levantou-a ao escutar o que Sophia dissera.

– Antes do jantar? – disse com tom de sono.

– Sim. E o que acha de irmos jantar com Albert hoje para compensar pela falta de hoje de manhã?

– Ele só sabe me encarar ciumento e lamentar eu ter visto os seus seios. Ele me irrita. – disse sem interesse pondo a testa na mesa de volta.

– É. Isso também me irrita. – disse um pouco zangada. – Vamos jantar aqui hoje.

Depois de tomarem chocolate quente, Sophia preparou a janta e Gabriel a ajudou, mas não sabia de nada á respeito de culinária e não foi muito útil. Depois de jantarem ambos foram assistir tevê, pois acordaram tarde e estavam sem sono. Assistiram um desenho qualquer na televisão, pois Sophia o dissera que ele só iria assistir o que fosse de sua classificação. Isso não gerou nenhuma discursão, pois, ao que demonstrou, Gabriel também não gostava e nem era acostumado com programas fora de sua classificação.

O relógio batia 23:00 quando Sophia insistiu que deveriam dormir para que acordassem cedo amanhã.

– Boa noite, Gabriel. – disse Sophia antes de ir para o quarto e decidiu não voltar a escrever, pois isso a impediu de acordar cedo esta manhã. Já Gabriel não se importou muito em ficar mais algumas horas escrevendo.

Na manhã seguinte, Sophia conseguira acordar na hora de costume e foi acordar Gabriel que botou a maior banca que já deu antes de se levantar. Sophia reparou nos papéis amassados no chão e disse:

– Deve dormir cedo hoje. Amanhã você começa seu primeiro dia de aula.

– Ainda não esqueci. – disse entrando no banheiro e tirando o pijama.

– Por isso devo banhá-lo novamente. – disse normalmente.

– Não. – disse correndo desesperadamente para a porta e trancando-a. – Agora que descobri que você é uma mulher não a deixo banhar-me novamente nunca mais.

– Deixe de ser tímido que não há nada aí que eu já não tenha visto. – disse normalmente do outro lado da porta. – Bem, como não quero outro acidente nesse meu ombro, devo não insistir e vou deixa-lo á vontade por enquanto. Vou tomar banho também. – disse saindo do quarto de Gabriel.

Ambos foram tomar café da manhã na casa de Albert que os recebeu com um sorriso no rosto.

– Seu cabelo está crescendo de novo. – disse Albert para Sophia enquanto tomavam chá.

– Vou cortá-lo essa semana e pintar a raiz em casa também. – respondeu Sophia tocando nas pontas dos cabelos.

– Bem, seja como for não deixe que vejam a raiz.

– Não se preocupe.

Quando terminaram Sophia e Gabriel foram para casa e Sophia começou a reparar a farda escolar e os livros de Gabriel com a ajuda dele para a manhã seguinte. Depois do almoço ambos voltaram a escrever no escritório até a hora do jantar. Após jantarem ambos recolheram-se para dormir.

– Boa noite, Gabriel. Não vá ficar acordado até tarde. – disse Sophia.

Gabriel foi para o quarto e viu o céu pesado, ia chover com certeza na manhã seguinte, e depois fechou as cortinas e foi para cama com a luz do banheiro ligada. Não demorou muito até dormir, ficou só alguns minutos escrevendo até guardar o papel dobrado e a caneta na cômoda ao lado da cama.