Depois de voltarem do restaurante, Phillipe foi deitar-se para dormir até a hora do jantar, porém, levantou-se de repente e foi até seu escritório sentando e mexendo nas gavetas da escrivaninha. Seu escritório possuía uma estante de madeira com pastas e alguns livros, poltronas envolta de sua escrivaninha de trabalho que em cima era cheia de papéis de cima de forma organizada, possuía um notebook, tinha um porta lápis com canetas misturas com os lápis e um porta-retratos ao lado , um apontado elétrico e algumas gavetas.

Gabriel então apareceu na porta.

– Gabriel? – disse Phillipe surpreso deitando rapidamente o porta-retratos de forma que Gabriel não o visse- O que faz aqui? Por que não está dormindo?

– Estava te procurando. Não consigo dormir porque estou com frio e não alcanço os cobertores. – disse naturalmente observando o ato de Phillipe em abaixar o porta-retratos.

– Entendi. – disse indo ao encontro de Gabriel.

Phillipe pegou um cavalete num pequeno armário, perto da dispensa, onde tinha vassouras, desinfetantes e alguns outros itens e objetos de limpeza. Chegando no quarto de Gabriel, usou o cavalete para conseguir alcançar os cobertores e pegou um.

– Aqui. – disse entregando um cobertor azul escuro para o garoto. – Use isto quanto for pegar algo em um local alto. – disse colocando o cavalete de volta no armário. – Ah, e você não bateu na porta.

– Estava aberta, não tinha no que bater.

– Tudo bem, mas não entre lá sem a minha permissão. Agora vá dormir até o jantar, eu também estou indo, estou com sono.

Aproximando a hora do jantar, Phillipe acordou e preparou uma janta simples dessa vez. Depois de acordar Gabriel e de jantarem juntos, Phillipe anunciou que ele devera tomar banho antes que ele fosse dar pessoalmente, mesmo não querendo já que havia se machucado.

Enquanto Gabriel deixara a torneira da banheira ligada, Phillipe pôs-se a despir-se em seu quarto para tomar banho no banheiro do quarto deixando a também a banheira encher-se e começou a analisar o ombro machucado em cima da cama. Foi quando Gabriel entrou repentinamente no quarto de Phillipe, que havia se esquecido de trancar a porta, analisando surpreso, mesmo sem querer, as vergonhas de Phillipe. Phillipe então desesperadamente pega seu lençol e cobre-se por inteiro.

– O que você viu? – disse com tanto medo da resposta que parecia desesperado.

E Gabriel, não acreditando no que havia visto, apontou para Phillipe e disse quase sem voz:

– Sei... Seios? Você... você é uma mulher?

Phillipe, coberto, tentava dizer algumas palavras, mas elas não saiam. Então Gabriel saiu correndo para fora do quarto correndo, Phillipe, então, vestiu um roupão e correu atrás dele alcançando-o somente no jardim.

– Espere. – disse Phillipe quase o alcançando.

– Não. Se afaste. – disse correndo.

Phillipe o alcançou e o segurou por trás, imobilizando seus braços e tentando deitá-lo no chão. Gabriel se debatia fortemente tentando se solta.

– Eu posso explicar. – disse Phillipe desesperadamente.

– Me solta. – disse Gabriel apertando sem querer o ombro esquerdo de Phillipe que o soltou no ato. Gabriel usou essa oportunidade para correr, porém, depois de alguns passos percebeu que não estava mais sendo seguido e viu que Phillipe ainda estava no chão, no entanto com a mão por cima do ombro que estava sangrando enquanto gemia de dor.

Gabriel, mesmo assustado, hesitou em fugir e se arrependeu de tê-lo machucado, mesmo sendo sem querer. Aproximou-se então devagarinho e viu por acidente as lágrimas de Phillipe.

– Eu posso explicar. – sussurrou Phillipe percebendo que Gabriel estava se aproximando.

Gabriel pensou em fugir novamente, mas cedeu e ajudou Phillipe a chegar a seu quarto. Chegando ao quarto e desligando as torneiras das duas banheira que estavam quase transbordando Phillipe viu que o ombro piorou resolveu ligar para Albert e Rebecca.

– Por que está ligando para Albert também? – perguntou Gabriel impaciente e desconfiado – Se você está tramando alguma co...

– Albert sabe lhe explicar o que você viu melhor do que eu poderia. Melhor do que eu posso. Então, por favor, apenas confie.

– E por que eu deveria?

– Porque você voltou.

Phillipe, vendo que convecera o garoto, ligou também para Albert.

Tendo chegado Rebecca e Albert no mesmo carro, resolveram que primeiro cuidariam do ombro de Phillipe para depois conversarem com Gabriel. Rebecca e Phillipe estavam no quarto cuidando do ombro enquanto Albert e Gabriel esperavam sentados no chão da porta.

– Eu pedi para você ter cuidado. – disse lamentando o ocorrido.

– Desculpe, foi descuido meu. Ainda bem que ele recuou em fugir, assim poderá guardar o segredo. – disse ainda mostrando preocupação.

– De qualquer forma, se ele não guardar o segredo todos os nossos esforços dos últimos 15 anos serão em vão e você perderá tudo. – disse tristemente.

Enquanto isso no lado de fora do quarto, Albert tentava aliviar a tensão.

– Então quer dizer que você viu os seios dela antes de mim? – disse demonstrando decepção. – Que deprimente. E eu achando que seria o primeiro a romper esse santuário da castidade. – disse sorrindo tristemente sabendo que a situação em que se encontravam era séria, pois tudo agora dependia do que Gabriel faria depois de saber toda a verdade.

Gabriel nada respondeu, apenas fitava o chão pensativo.

Então Phillipe e Rebecca saíram do quarto e Gabriel levantou-se esperando alguma satisfação.

Phillipe tentou falar, mas nada saía de sua boca.

_ Deixe isso comigo Sophia. – disse pondo seu casaco cobrindo o corpo de Phillipe que se encontrava tremendo terrivelmente. – Gabriel, acho que devemos nos sentar emalgum lugar. Podemos conversar no seu escritório? –perguntou dirigindo-se á Phillipe que assentiu um sim e todos foram até a sala.

Chegando ao local todos se acomodaram em alguma poltrona e Gabriel sentou-se de frente aos três.

– Eu quero a verdade. – disse Gabriel de forma exigente.

– E você a terá.