– Qual o seu nome?- perguntou Phillipe no momento de despedida. Um silêncio. O menino apenas abaixou a cabeça.

– Não importa mais... – finalmente, depois de um silêncio, o garoto respondeu levantando a cabeça e continuou. – Dê-me o nome que preferir, pois não sou mais o mesmo que era antes de vir parar aqui.

Phillipe surpreendeu-se com a resposta do garoto e respondeu rapidamente desviando o olhar do garoto:

–Gabriel. Seu nome agora é Gabriel. Darei um jeito de lhe buscar ainda nessa semana. – disse indo embora e sendo acompanhado pelo olhar do garoto.

Gabriel é um garoto inglês de 10 anos de idade que odeia interação social desde o dia em que foi para o abrigo. Tem estatura de 1,45, possui cabelos negros como as de um corvo, os olhos verdes como as de um gato e pele branca de aparência macia. Nunca comenta a ninguém de como era sua vida antes de chegar ao abrigo e demonstra interesse por quase nada.

No dia da mudança de Gabriel a mansão de Phillipe, após conseguirem resolver toda a adoção, Gabriel esperava por Phillipe tentando não demonstrar ansiedade. Quando Phillipe chegou na sala para busca-lo ele levantou rapidamente surpreso, como se realmente não esperasse que ele realmente estivesse falando sério o tempo todo e depois voltou a postura séria endireitado suas expressões tornando-as mais sérias e disse:

– Está atrasado. – disse dando á Phillipe uma pequena mochila com seus pertences para que ele levasse.

– Acostume-se – disse quase para si mesmo.

A viagem foi silenciosa, pois Gabriel dormiu quase toda a viagem de 1 hora. Quando chegaram Phillipe despertou Gabriel que acordou impressionado com a grandiosidade da mansão, mas tentou disfarçar.

Depois de lhe apresentar todo o jardim, Phillipe mostrou-lhe os compartimentos mais importantes da mansão. No meio do percurso Gabriel começou a falar sobre o que mais importava para Phillipe:

– Quais são as regras da casa? – perguntou enquanto passavam por um corredor.

– Bem... – disse demonstrando surpresa pela pergunta repentina do garoto e parou para encará-lo para começar a ditar suas regras – Primeiramente nunca, nunca entre no meu quarto sem a minha permissão; não mexa nas minhas coisas e não faça muita bagunça, pois não gosto da presença de empregados em minha casa. Sobre a alimentação, não precisa se preocupar, não gosto de fest food então sugiro que comece a acompanhar os meus hábitos alimentares. O café-da-manhã eu costumo fazer na casa de meu amigo Albert, no qual me ajudou com a sua adoção, o almoço em um restaurante que você irá gostar, quanto ás outra refeições não se preocupe, eu cozinho bem e costumo comer em casa. – observou que o garoto não mais prestava tanta atenção ao que ele dizia, pois parecia que não se importava com a alimentação, porém continuou- Ah, e um detalhe muito importante, você irá para escola a partir da próxima semana e você tem sorte, pois a escola integral que ia lhe colocar estava sem vagas, então estudará em uma excelente escola particular de um período somente, que será pela manhã de preferência. E antes que eu me esqueça irei logo avisando que preparei sua roupas, fardas, e começarei logo a arrumar-lhe e preparar-lhe para a vida culta.

Começando a andar novamente, chegaram ao último quarto á direita do corredor e abrindo a porta anunciou-lhe:

– Este é seu quarto. Espero que goste, pois eu organizei pessoalmente.

O quarto era grande e luxuoso em cada detalhe, porém houve algo que chamou a atenção de Gabriel: Uma pelúcia enorme, maior que o garoto em forma de urso que segurava um coração com as seguintes palavras: bem-vindo.

O garoto aproximou-se do urso parecendo impressionado e percebendo isso Phillipe começou a falar:

–Ah, isso? Eu mandei encomendar no dia em que fechamos um acordo.

Gabriel segurou a pelúcia nos braços e aproximou-se da janela abrindo-a e jogou o urso lá de cima que caiu encima das tradicionais rosas vermelhas e depois fechou a janela de volta.

–Que coisa esquisita. – disse isso apesar da pelúcia estar em seu mais perfeito desenho e estado.

Depois disso, Phillipe fitou Gabriel surpreso. Gabriel então se aproximou da porta onde encontrava-se Phillpe e disse-lhe normalmente como se nada estivesse acontecido:

– Entendi. Não irei desobedecer sua regras. – disse fechando a porta deixando Phillipe pensativo do lado de fora do quarto.

Enquanto isso Gabriel sentou-se na cama fitando o chão e disse como que para si mesmo:

–“Bem-vindo” ? Será mesmo?