As Flores de Hana escrita por Masmorra Solitariamente Louca


Capítulo 3
Tragédia e Vingança


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem ;)



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/601711/chapter/3

Hak e Okumura Rin estavam caçando para comemorar o décimo sexto aniversário de Hana, eles estavam na mesma floresta que Rin foi achado.

Pode-se dizer que não encontraram nenhum responsável do garoto, e que ele agora morava com Hana e seu pai, Hak.

Hoje era o aniversário de Hana.

– Cara... Caçar hoje está difícil.

Hak suspirou e mirou com sua adaga em uma ave que havia acabado de pousar em um galho de uma árvore não tão alta.

Então, o forte homem tacou a arma, que ficou presa na carne da ave, fazendo-a cair.

– Bem, eu consegui uma ave.

Rin bufou.

– Vamos, Rin. Você não é tão fraco assim a ponto de nem conseguir pegar um passarinho.

– Calado, seu velho.

Depois de um tempo, Okumura Rin conseguiu pegar um porco pequeno, sorrindo, disse:

– Vamos, “Trovão”, consegue fazer melhor que isso?

Hak, que estava encostado em uma grande árvore, tossiu e disse:

– Claro que sim, qualquer um consegue pegar um animal que já estava machucado. – Ele tossiu.

– Engraçadinho. – Mostrou a língua.

–-----------------------------------------------------------------------------------

Quando eles chegaram em casa, depararam-se com Hana regando as rosas do jardim.

– Elas estão lindas, não acham? – Disse Hana, radiante.

– Hum... é.

– É claro. – Disse Hak.

Okumura Rin deu um sorriso tímido para Hana, que retribuiu com um ar tímido e um rosto muito, muito vermelho.

– Feliz aniversário, Hana. – Ele olhou para o chão. – E-Eu não disse isso antes pois... Bem, eu saí cedo para caçar e...

– O-Obrigada, Rin!

Haka suspirou e passou os olhos de um para o outro. Por fim, suspirou e entrou na casa.

Hana, preocupada, aproximou-se de Rin e perguntou:

– O que aconteceu com ele?

– Além de só ter pegado um passarinho? Nada.

Hana olhou para o céu e suspirou.

– Percebeu? Ele está começando a ficar fraco... – Ela olhou para o garoto. – As vezes eu pego ele tossindo em cantos da casa...

– Não acho que o velhote vai subir tão cedo, - Rin deu um sorriso à Hana. – Esqueceu por que ele têm o apelido de “Trovão”?

– Ele só me contou que ele era um dos melhores, quando trabalhava no reino...

Okumura Rin deu uma batida de leve nos cabelos vermelhos de Hana, depois os bagunçou com sua grande e amorosa mão. Senti, dessa vez, que Hana estava feliz, porém confusa.

Ela havia crescido, afinal de contas.

Havia se tornado uma linda garota, seus cabelos vermelhos, meio rebeldes mas com lindos cachos caíam sobre seus ombros, e até um pouco sobre seus lindos olhos azul-esverdeado. Sua pele clara parecia ser feita de porcelana, e seus lábios cheios, tinham uma cor rosada.

O pai de Hana saiu de dentro da pequena casa, carregando um pequeno livro. Entregando-lhe, disse:

– Era da sua mãe. Feliz aniversário, Hana. – Então, lhe deu um abraço.

– Minha mãe... – Disse Hana, segurando o livro.

Ela olhou-o por um longo momento, não o abriu. Apenas o olhou, como que se aquilo que estivesse dentro dele fosse algo assustadoramente importante.

– Papai. – Disse ela, ainda fitando o livro, depois, olhou para Hak. – Leia para nós?

– Oh... Claro. – Disse ele o pegando de volta. – Vamos entrar?

–-----------------------------------------------------------------------------------

– Bem... – Hak limpou sua garganta. – Era uma vez...

Ah, eu lembro-me bem dessa história, por isso, vamos deixar Hak contar para Hana e Rin, que eu contarei para vocês.

Era uma vez um dragão que desceu dos céus para governar o reino, pois ele estava machucado e em desordem. O nome desse dragão era Hiryuu, o que eu acho um nome bem peculiar. Pois bem... Hiryuu era um bom rei, amoroso e carinhoso. Mas o caos no reino foi retornando e retornando... A maldade cada vez maior, a cada dia.

Eles esqueceram de Deus, e sua população empobreceu mais e mais... Então, Hiryuu foi capturado e setenciado a morte, quando o dia de sua morte chegou, e na hora da execução, os quatro dragões que amavam muito Hiryuu e eram seus irmãos, desceram do céu para salvá-lo. Mas Hiryuu os rejeitou.

Porém os dragões não queriam perder Hiryuu, então cada dragão deu uma gota de seu próprio sangue para quatro soldados diferentes. Estes ganharam grandes poderes, e ficaram encarregados de proteger Hiryuu.

Contudo, depois de um tempo, Hiryuu ficou muito doente e faleceu, deixando os dragões sofrendo profundamente com a perda de seu mestre. Eles, confusos, não sabiam se a dor que sentiam eram deles mesmos ou a dor por possuir o sangue de dragão, que perdeu seu mestre. Assim, cada um foi para um canto do reino, e nunca mais foram vistos.

– Fim. – Disse Hak, fechando o livro. – E essa foi a história dos dragões... – Hak imobilizou-se. – Por que está chorando, Hana?

A garota, que estava em lágrimas, disse:

– Isso foi cruel!

– O que foi cruel, Hana?

– Hiryuu morrer e deixar os dragões sofrendo... – Ela tampou o rosto com as duas mãos, aprofundando a choradeira. – Foi muito, muito cruel!

Hak suspirou, parecia aliviado.

– Olhe... eles nem sabiam se a tristeza deles era do coração mesmo ou por causa do sangue...

– Claro que era do coração! – Ela olhou para ele. – Não existe alguém capaz de chorar, sem que seja do coração! – Ela disse, batendo no peito.

– É claro que existem. – Disse Okumura Rin, baixinho.

Hana pigarreou.

Hak deu um sorriso caloroso à ela, e bagunçou os cabelos da garota.

– Bem, é só uma história. – Hak disse tristemente.

Okumura Rin suspirou.

– Vou dar uma volta. – Disse ele, saindo.

– Espere, Rin! Eu vou com você. – Falou ela, correndo atrás dele.

–----------------------------------------------------------------------------------

– Rin... Você nunca comentou muito, mas como são os bichinhos que você vê? – Disse Hana, acariciando uma flor que tinha apanhado de uma grande árvore da floresta.

Eles, agora, estavam na floresta. Os dois, sentados sobre a raíz de uma grande árvore que florecia lindas flores vermelhas.

– Bem... depende. – Ele suspirou. – Grandes, pequenos... Bonitinhos, assustadores. – Ele mostrou a língua para ela. – Bem, isso não importa.

Hana olhou para o chão.

– É claro que importa, afinal... Eu gosto muito de você, Rin...

Ela tampou a boca com as duas mãos, vermelha. Parecia arrependida.

Okumura Rin estava com uma cara esquisita, surpresa? Tristeza? Felicidade?

Para mim parecia mais é confusão.

Então, um homem surgiu do nada. Ele tinha cabelos lisos, loiros, longos, e uma interminável franja que cobria seus olhos. Vestia um kimono branco, que estava sujo e manchado de sangue. O corpo dele também estava.

Hana foi correndo em direção a ele, preocupada.

– O que aconteceu com você?

– Finalmente... Eu... Te achei... – Disse ele, desmoronando sobre a grama escura da floresta.

–-----------------------------------------------------------------------------------

Os olhos do misterioso homem abriram-se, então, Hana afastou a franja de seus olhos azuis, e perguntou:

– Você está bem?

Ele sorriu docemente.

– Estou sim, obrigado, Hana.

– Como você sabe o meu nome?

Ele tossiu um pouco. Então, Hana o sentou na cama e deu um chá de cor verde para ele tomar.

– Tome. Ele é bom, até.

– Obrigado, você é tão gentil. Como a sua mãe.

– Você conheceu a minha mãe?

– Sim, sim. Uma jovem muito corajosa.

Hana corou, então, focou o olhar na janela que fora aberta pelo doce e pesaroso vento.

– Sim, papai vive falando isso para mim. Como a conheceu? Como sabe quem eu sou?

O homem, então, suspirou e deu um meio sorriso. Devolveu o copo a jovem, que o deixou sobre uma pequena mesa de madeira, que ficava ao lado da cama.

– A conheci numa jornada... E, bem. Sempre encontro o seu pai na feirinha da cidade. – Ele riu. – Sempre quis conhece-la, mas meu senso de direção não é muito bom. Porém, como hoje é o seu aniversário de dezesseis anos, decidi vê-la, mas acabou nisso...

Hana começou a rir, depois, calou-se e se desculpou.

– Qual é o seu nome?

– Meu nome é Khuri.

– Oh, esse nome significa sacerdote!

Khuri fez uma cara de surpresa.

– Como soube?

– O que?

– É que... Bem. Eu, na verdade, sou um sacerdote.

– Oh... Interessante! Eu meio que... Gosto de ler, então... Digamos que um dos meus passatempos foi decorar significados de nomes. – Ela riu.

– Bem, isso é interessante. – Ele, do nada, ficou sombrio.

Na verdade, eu já conheci um cara muito parecido com ele... Vejamos, muito. Também se machucava facilmente.

E, mais que verdade. A mudança de expressão rapida dele realmente me assustou.

– Você... Gostaria de saber a jornada de Yona?

Hana ficou exitante por um segundo, depois deu um longo suspiro. Parecia ansiosa por algo.

– Sim, por favor!

– Promete que vai acreditar?

– Claro! Por que eu duvidaria?

Ele, então, suspirou com um meio sorriso estampado, embora seus olhos parecessem incrivelmente tristes.

– Sua mãe era uma princesa.

– O que?

– Uma princesa.

Hana imobilizou-se, e arregalou seus grandes e delicados olhos, que possuiam grandes cílios. Então, o sacerdote percebendo que ela não falaria mais nada, retomou:

– Tudo aconteceu a...

Se importam se eu lhes contar? É que acredito que sou mais prestativo para explicações do que esse homem. Não me entendam mal, é que ele me parece atrapalhado.

Bem, tudo começou a um tempo, quando Yona, mãe de Hana, era uma jovem e pura princesa do palácio. Ela, por sua vez, amava seu primo, Soo-Won, que era realmente gentil. Nisso tudo, Hak era o guarda pessoal de Yona.

Porém, depois de intrigas de Yona querendo casar-se com Soo-Won, e seu pai a proibindo por alguma razão, ela testemunha o assassinato do seu próprio pai pelas mãos de seu amado, Soo-Won, que tenta matá-la logo em seguida, contudo Hak não o permitiu e fujiu com Yona para fora do palácio.

Então, perseguidos pelos guardas do palácio e passando por muitas confusões, são mandados para procurar por um sacerdote, ao qual lhe explicariam muitas coisas.

Chegando no sacerdote, bem... Ele conta a ela que a história dos quatro dragões, ao qual o pai dela sempre a contava, era, uma verdade. E que nessa verdade, ela possuia o sangue do dragão vermelho.

E ele vai lhe contando, que o sangue dos dragões passa para alguém da mesma família, e que se ela quisesse, podia procurar os outros dragões para ajudá-la a sobreviver.

Ela, meia acreditada, Hak, sem nenhuma chance de que aquilo que tinham lhe contado era verdade, saíram para procurar pelos dragões, mesmo com certas duvidas.

Então, acharam o primeiro dragão, que reagiu intensamente a ela, por causa do sangue dos dragões. Depois, por muitas coisas, foram achando mais rapazes com o sangue dos dragões, que são o branco, azul, verde e amarelo.

Decidiram, então, depois que o grupo fora formado, que iriam dar um jeito de vingar a morte do pai de Yona, derrotando, assim, o império de Soo-Won, que havia virado o novo rei.

Porém, a ideia de derrotar o reino de Soo-Won foi ficando cada vez mais longe e irrealista, então, foram separamdo-se. Yona e Hak começaram a viver na pacata vila, então, Yona ficou grávida e deu a luz à Hana. Contudo, poucos dias depois da menina nascer, Yona é assassinada por soldados do reino, que disseran que fora ordens do rei.

Quando o sacerdote acabou de contar-lhe a história, lágrimas saíram dos olhos puros de Hana. Então, ela olhou para seus pés.

O homem, então, suspirou e lhe disse:

– O primeiro dragão está na próxima vila, porém afastado da civilização. Achando ele, poderás achar os outros. – Ele deu de ombros. – Se quiseres conhecer eles, claro.

Hana olhou para ele com os olhos marejados, porém não disse nada. Então, derrepente, ouviu-se barulhos vindos da cozinha. Hana, assustada, correu para ver o que estava acontecendo. E quando viu, despencou em lágrimas.

A cena que ela viu lhe provocou coisas terríveis. Um soldado, uma espada e seu pai. A espada, fincada no corpo de seu pai, e o soldado, sorrindo.

Okumura Rin chegou naquele momento, e quando observou aquilo, acho que sua respiração, e coração, pararam. Ele, então, pegou sua espada e a desembainhou mostrando suas chamas azuis. O guarda, assustado com aquilo, caiu ao chão e arrastou-se.

– Não foi culpa minha! O Mestre que quis isso...

Mas era tarde demais, o garoto, agora, havia matado o soldado com um único golpe.

Hana, sem expressão alguma, apenas foi para fora, correndo. Seguida por Rin.

– Hana? Hana? Você está bem? Onde está indo? – Dizia ele.

– Para a vingança. – Disse ela, com a voz dura.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Comentem ;)



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "As Flores de Hana" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.