Lua Sangrenta escrita por Amanda M W


Capítulo 2
Luz e Treva


Notas iniciais do capítulo

Queridos leitores, peço desculpas pela demora em postar esse capítulo. Estou sem computador e estava sem internet. Euzinha aqui estava pirando, mas nada como a caridade do meu tio, em me emprestar o notebook, e a minha operadora me devolver a internet. Eeeeeeeh a felicidade voltou a brilhar aqui em casa. rsrsrsrs
Então, vamos ao que interessa! Mas um capítulo para vocês, espero sinceramente que vocês amem. E não esqueçam de me fazer muito feliz, deixando um comentário.
Beijos e boa leitura!



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— Eu não posso ficar longe por cinco minutos que vocês armam um circo. E agora, será que ela esta bem? _ a voz de Michele exalava preocupação.

— Calma, ela está acordando! _ ouvi a voz do Adam. Meu coração palpitou com força. Ouvir a foz dele, significava que eu estava a segura.

Os três me olhavam com curiosidade. Minha cabeça estava no colo do Adam, que acariciava meu cabelo com cuidado.

— Sarah, você está bem?_ Michele estava mais branca que o normal.

— Eu morri? _ perguntei ainda desorientada.

— Não exatamente. Bom, morreu. _ respondeu Adam, hesitando um pouco. — Como se sente?

— Viva. _ respondi sem emoção. — Como isso foi possível, digo, como consegui passar por essa transformação? O que eu sou agora? _ perguntei, sentando na areia fofa.

As pessoas na praia pareciam não notar a nossa presença. Era como se fossemos invisíveis.

— Calma meu amor, você ainda é a Sarah. _falou Adam, tentando me acalmar.

— Não sou idiota, Adam. Eu sei que estou diferente, eu me sinto diferente.

— Calma Sarah, vamos descobrir no que você se transformou. _ disse Michele muito segura de si.

— Não importa o que você é. Você é e sempre será a mulher que eu amo. _ sussurrou Kevin, segurando minha mão que curiosamente não ardia mais.

Cenas em flashes passavam pela minha cabeça. Cenas desconhecidas e sem significado. Mas que me desconcentrava com muita facilidade.

— E como vou descobrir o que eu sou? _ perguntei ansiosa por uma resposta positiva.

— A hora que você quiser podemos fazer alguns teste. _ disse Adam. Kevin e Michele olhavam para ele com espanto. Como se ele tivesse falando alguma loucura.

— Vocês tem alguma coisa contra? _ questionei.

— Só acho que pode ser muito perigoso; afinal você é a primeira humana a passar por uma transferência de poder. Já é muito perigoso você está perto de tantos humanos._ explicou Kevin.

Era uma loucura a minha vida se resumir a ex humana, para uma nova espécie, até agora desconhecida. Durante meus dezessete anos vivi entre essas espécies e nunca desconfie que elas pudessem existir. No meu antigo mundo, todas elas, não passavam de contos aterrorizantes. Mas toda história tem um fundo de verdade. Eu estava vivendo do outro lado agora, do lado obscuro, aterrorizante. E os humanos continuam sem saber de nada.

Uma ira cresceu dentro de mim, eu não suportava ser vista com um animal raivoso que precisava ser mantido longe das pessoas.

— Você acha que eu sou perigosa? Que eu posso machucar essas pessoas?_ Kevin me olhava com espanto. Eu continuei meu discurso, ignorando os olhares. — Eu nunca machucaria ninguém! _ gritei no mesmo instante que raios cortaram o céu.

— Sarah, pare agora! _ gritou Adam, se colocando entre mim e Kevin, segurando meus braços.

— Pare de me dizer o que fazer! Ele e todos vocês precisam saber. _rebati.

— Não falo do seu discurso. Olha isso!_ gritou ele, apontando para o céu.

Parar? Como se eu não sabia nem como tinha começado aquela tempestade. Olhei para o céu com pavor; os raios iluminavam todo o céu, deixando com tonalidades que iam do azul ao roxo.

— Se acalma, controla sua raiva!_ ordenou Adam, olhando no fundo dos meus olhos, ainda me segurando pelos braços.

Pouco a pouco a tempestade foi diminuindo, assim como minha ira.

— Me de sua mão. _ pediu Adam, já segurando minha mão. — Vamos sair daqui, agora! _ avisou ele.

Na floresta parecia um lugar seguro para eu ficar. Estava longe de trilhas, rios ou cachoeiras, longe o suficiente para não ter humanos por perto. Adam foi inteligente, ao me teletransportar para aquele lugar calmo e seguro.

— Eu machuquei alguém? _ perguntei ainda abraçada a ele.

— Não. Eu criei um campo de força em volta da gente, assim que cheguei lá. Eu não sei o que sua amiga tem na cabeça, honestamente, tenho até medo de descobrir. Te levar para praia foi uma estupidez. Eu fui bem claro, falei que era para ela te levar para minha casa.

— Então você também acha que eu sou uma ameaça?_ indaguei tentando manter a calma.

— Meu amor, não sabemos no que você se transformou. Não sabemos nada dos seus poderes. Bem, agora acho que já sei o que você é. Você é um bruxa!

— Tem certeza disso, Adam? _ interrompeu Michele que acabara de chegar.

— Você tem o mesmo dom do seu irmão. Sabe ser irritante e intrometida!_ afirmou Adam com raiva.

— Obrigada pelo elogio. Mas como você sabe que ela é uma bruxa? Não conseguimos ver a aura dela. Ou será que o tão esperto Adam, não percebeu isso?

— Do que vocês estão falando?_ perguntei confusa.

— Cachorrinho alfa chegando em, três, dois...

— Está me espionando, Adam?_ perguntou Kevin que acabará de chegar, desta vez, vestindo apenas um short.

Eu estava começando a ficar irritada com todas aquelas provocações, com perguntas e respostas misteriosas. Aquele novo mundo, para mim, ainda era um mistério. Mas até onde eu sabia, eu teria muitos e muitos anos pela frete, tempo não iria me faltar, assim como saúde, força... O tempo e os anos não me afetariam de forma negativa, eu não iria envelhecer, não iria ter preocupações com o amanhã; o meu amanhã era infinito. Percebi que as surpresas da minha vida foram embora no dia em que continuei viva, ou melhor no dia que eu ganhei uma nova vida, uma vida não humana. Precisava viver de forma diferente, eu estava diferente; e seria uma grande loucura continuar sendo a frágil e indefesa Sarah.

— O que tem a minha aura?_ perguntei controlando meus sentimentos.

— É simples, Sarah. Cada espécie tem uma aura, que é representada por uma determinada cor, um tipo de luz que contorna todo nosso corpo.

— Sim, vejo duas em cada um de vocês. Você está com uma amarela e outra violeta. _ disse para Kevin, que pareceu um pouco constrangido, ao mesmo tempo Adam fechou a cara, formando um "v" entre suas sobrancelhas.

— Então, essa amarela é a da minha espécie. A outra esta relacionada com os nossos sentimentos; para cada sentimento existe uma cor.

— Violeta que dizer o que?_ perguntei, no mesmo instante em que Adam não tirava os olhos do Kevin. Sua respiração ficou pesada, com se estivesse com raiva ou dor, talvez até uma mistura das duas coisas. Kevin me deu um sorriso meio torto e disse com os lábios colados ao meu ouvido.

— Amor.

— E porque eu não tenho uma, qual é o meu problema?

Kevin sorriu e me disse:

— Acho que não existe cor para pessoas perfeitas. Então esse é o seu problema, você é perfeita demais para viver nesse mundo obscuro.

— Estou longe da perfeição, Kevin. Eu poderia ter matado alguém na praia, uma pessoa perfeita não faria isso.

— Não se culpe tanto, Sarah. Você vai aprender a controlar seus poderes.

— Kevin, precisamos ir! _ informou Michele.

— Nos falamos mais tarde. _ disse Kevin, me dando um beijo na testa.

— Nos vemos amanhã, na escola. _ falou Michele de longe. Balancei a cabeça positivamente e lhe dei um sorriso.

Adam ficou em silêncio observando a floresta, sua aura era azul a outra oscilava de marrom para violeta. Um vento frio cortava toda a floresta, um nevoeiro denso começava a se formar próximo ao chão.

Eu estava tentando controlar meus sentimentos e meus anseios. Estava extremamente feliz por estar perto do homem que eu amava e por ele me amar também. Mas a tristeza vinha quando eu pensava na minha nova vida. Estava triste pelo Kevin. Como ele deveria estar se sentindo sabendo que mesmo depois da morte, eu escolhi o Adam?

— O que você tem? _ perguntei para meu super protetor.

— Você não faz ideia de como é difícil para mim, ver um outro homem dizendo para você que te ama. E me dói saber que parte de você também o ama. O que eu sinto por você é tão forte, tão intenso; que eu não consigo aceitar que alguém além de mim, sinta o mesmo por você. Quando olho para o meu passado não me sinto digno do seu amor; eu vivi mais tempo nas trevas que na luz. Seu amor me trouxe para luz. E hoje, com todo poder que eu tenho, meu maior medo é perder você.

— Você não vai me perder! Eu te escolhi. Se eu pudesse escolher, meu amor seria todo seu. Mas não podemos fazer nada quanto a isso. E para com essa história que que você não é digno do meu amor. Claro que é. Eu morri te amando e despertei te amando. Quer prova de amor maior que essa? Seu passado está no passado.

Ele me beijou e depois disse:

— Está ficando tarde, vou te levar pra casa; e se você desejar vou passar a noite com você. E o dia também.

— Acho melhor melhor não, odeio ficar escondendo as coisas dos meus pais. E amanhã será um dia com outro qualquer, vou a escola. Quero entrar para uma boa universidade.

— Você pode entrar sem frequentar essa chatice, que chamam de escola. É só eu enfeitiçar algum reitor e pronto, você está dentro._ disse Adam me dando uma piscadela.

A semana estava voando, todos os dias depois da aula eu ia para casa do Adam. Ele realizava alguns teste comigo, com controlar os elementos da natureza. Segundo ele eu estava aprendendo muito rápido. A Srª e o Sr Riddle, junto com Phillipa e Charlie estavam em algum lugar do planeta tentando descobrir porque eu não tinha uma aura. Michele esta empenhada em tentar parar de brigar com Eduardo. O mais curioso dessa minha nova vida, era que eu não precisava dormir, meu corpo nem minha mente ficavam cansados, quanto mais eu exercitava meus poderes, mais forte eu ficava. Meus dias estavam sendo bem longos; passava o dia todo na escola, depois ia para casa do Adam, exercitava meus poderes, estudava para as provas e ainda sobrava tempo para namorar. Mas mesmo assim dormia quando chegava em casa e acordava todos os dias, tendo o mesmo pesadelo. Era tudo tão real que me deixava apavorada.

Todos os dias quando eu saia de casa, meus pais já estava dormindo e a noite quando eu chegava também. Queria passar menos tempo possível com deles, tinha medo que eu pudesse machucá-los; apesar do Adam, me falar que eu não os machucariam.

Na quarta feira quando cheguei em casa, senti um estranho desconforto. E resolvi que tentaria dormir um pouco, o que foi uma boa ideia. Na quinta feira, quando acordei estava me sentindo melhor, apesar de ter tido o mesmo pesadelo das noites anteriores. Já estava pronta, quando a Margô entrou no quarto e me disse:

— Bom dia, senhoria! Seus pais estão esperando por você na sala de jantar.

— Já estou descendo, Margô. Obrigada!

Era tudo que eu não precisava logo pela manhã, encarar meus pais. Mas uma hora, isso teria que acontecer.

— Bom dia mamãe, bom dia papai! _ disse ao entrar na sala de jantar.

— Filha, bom dia! Quase não te vemos mais, está tudo bem?

— Claro que sim! _ respondi sorrindo, tentando ser o mais convincente possível.

— Eu e sua mãe temos uma surpresa para você._ anunciou meu pai.

— Não vamos viajar mais. A partir de hoje, vamos resolver tudo daqui. _ informou minha mãe com um largo sorriso no rosto. Senti minha garganta secar e minhas pernas bambearem.

A manhã tinha começado com uma péssima notícia, ter meus pais por perto, no momento, era o meu pior pesadelo. Quando sai de casa, Michele estava me esperando dentro do carro. Falei para ela da novidade dos meus pais. Ela, assim como Adam, também achava que eu podia me controlar perto deles.

Meu celular vibrou uma vez, indicando uma nova mensagem. Era do Adam.

" Queria poder me despedir, mas preciso resolver algumas coisas. Volto no sábado de manhã. Não se preocupe, você ficará bem. Lembre-se de manter a calma, se estiver em perigo é só se teletransportar para um lugar seguro."

Estava tudo escuro, mas eu conseguia ver tudo. Rezava em uma língua desconhecida, enquanto um homem se debatia de dor, amarrado em uma maca. Eu dava um sorriso malicioso e fazia ele beber do meu sangue. Escrevia em um diário e continuava a reza. Um homem se joga na parede e uivava de dor, eu pronunciava algumas palavras e ele se acalmava. O fogo ardia naquele corpo eu olhava de longe e gargalhava.


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