Lua Sangrenta escrita por Amanda M W


Capítulo 1
Despertar


Notas iniciais do capítulo

Gente, estou muito feliz de estar postando a continuação de Lua Rosa. Se vocês gostaram de Lua Rosa, tenho certeza que vão amar Lua Sangrenta. Essa história estar recheada de mistério, romance, desventuras e aventuras. Espero que vocês amem esse capítulo! E se possível cometem, quero saber o que vocês amaram e odiaram.Beijos Amanda M W.



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Sabia que não estava dormindo tampouco estava acordada.

Não sentia mais dor, meu corpo estava tão leve que eu estava flutuando. Ele era só luz, eu parecia a representação do Sol.

“Eu estava morta?” Me perguntei enquanto flutuava sem direção; parecendo um balão de gás ao vento preso apenas por uma linha. Alguma coisa me impedia de flutuar mais alto; eu não sabia o que era, mas sabia que não podia sair dali.

“Que força era essa que estava me impedindo de ir além?”

Senti uma onda de poder atravessando meu corpo - ou seria alma? – e me fez parar de flutuar. Pouco a pouco a luz do meu corpo foi se apagando, como uma vela, que queima até o final. Um pequeno ponto de luz permanecia no meio da minha testa.

─ Meu amor, eu sabia que você não me deixaria. _ disse um lindo homem que me segurava em seus braços; assim que abri meus olhos ele beijou minha testa, o que me deixou um pouco constrangida.

─ Quem é você? _ perguntei. Ele pareceu um pouco confuso.

Seus olhos azuis me fitavam, seu maxilar se trincou; então ele me perguntou, arqueando sua sobrancelha perfeita:

─ Você sabe o seu nome?

─ Meu nome é, é... _ eu não conseguia lembrar o meu nome. Olhei em volta e vi que tinha varias pessoas me olhando, umas assustadas, outras pareciam estar confusas. Não reconhecia nenhum daqueles rostos, não reconhecia aquele homem; no qual seus braços estavam me amparando, não sabia onde estava não sabia qual era o meu nome.

Eu sabia que alguma coisa estava errada. Mas o que era?

Me senti apavorada, senti o medo percorrer o meu corpo, precisava sair daquele lugar.

Uma garota loira, que parecia ter a minha idade, veio correndo na minha direção. Me levantei tão rápido, que não acreditava que já estava de pé.

─ Calma, ela não se lembra de nada! _ alertou o homem lindo, se colocando entre eu e a loira.

─ Me deixa falar com ela, talvez se lembre de mim! _ pediu a loira, andando em minha direção.

─ Não acho que seja uma boa ideia. _ advertiu ele, mantendo a loira longe de mim.

─ Vem meu amor, vamos entrar!_ sugeriu o homem me segurando pelo braço.

─ NÃO ENCOSTE EM MIM! _ gritei lançando o homem a uns cinco metros de distância, sem ao menos ter encostado nele. Olhei para minha mão me perguntando, mentalmente: ”Como eu fiz isso?”.

A palma da minha mão formigava.

A loira parecia uma escultura de cera. Olhava-me com espanto; e sua boca formava um “O”.

O homem estava curvado com a cabeça no chão, parecia muito cansado, pois estava ofegante e diria, até um pouco fraco.

Tudo aconteceu muito rápido. Eu estava rápida, meu cérebro funcionava muito mais rápido.

Quando eu pensei em correr, senti uma onda de poder atravessando minha cabeça e imediatamente me fez cair.

Estava em um lugar diferente quando recuperei os sentidos, ou parte deles. Continuei de olhos fechados e comecei a prestar atenção na conversa de duas mulheres.

─ Não é necessário chamar um médico, senhora Middleton ela só estava um poco fraca. Mas eu garanto que ela ta bem. Nós estávamos combinando de ir ao shopping amanhã. _ disse aquela voz um pouco rouca, tentando parecer controlada.

─ Michele, ela desmaiou, é claro que tem alguma coisa errada. Eu sou a mãe dela, é normal que eu esteja preocupada.

Fingi uma tosse, para que elas percebessem que eu estava acordando. Ao abrir os olhos, reconheci o rosto da minha preocupada mãe.

─ Filha, você está bem?

─ mamãe! _ a reprovei, dando um abraço apertado.

─ Filha, estava preocupada. _ informou ela, ajeitando meu cabelo.

─ Não precisa se preocupar, estou ótima. Acho que não me alimentei tão bem quanto deveria. _ disse tentando ser mais convincente possível.

─ Sarah, que bom que acordou! Também estava preocupada. _ confessou Michele, sentando na beira da cama.

─ Ah Michele, que bom te ver!

Eu estava confusa. “Será que tive um sonho?”

Um sonho com tantas pessoas desconhecidas; um sonho louco, no qual eu não reconhecia minha própria amiga. Um sonho onde um homem lindo me segurava em seus braços e eu parecia ter super poderes.

Senti minhas mãos formigarem, o que me fez parar de pensar no sonho.

─ Filha, você quer comer alguma coisa?_ perguntou minha mãe, me fazendo parar de fitar minhas mãos.

─ Sim mamãe, quero aquele sanduiche que você faz.

─ Vou deixar você e Michele conversarem um pouco, enquanto eu preparo os sanduiches.

─ Obrigada, senhora Middleton.

Quando a porta se fechou, atrás da minha mãe, Michele estava com cara de preocupada e parecia que queria falar alguma coisa.

─ Nossa, tive um sonho louco, você não vai acreditar!

─ Sonho?_ perguntou apertando os olhos. ─ Me conte!_ pediu ela.

─ No sonho eu estava em um lugar estranho, com varias pessoas desconhecidas, eu não te reconhecia e tinha um homem. Um homem lindo que eu jogava longe, sem ao menos tocá-lo; com uma espécie de super poderes. Bom, deixe esse sonho no passado! Eu estou louca para caminhar um pouco. Vamos?

Michele parecia estar pensando enquanto me ouvia falar.

─ Espera, você sabe que dia é hoje? _ perguntou Michele, um pouco receosa.

─ Domingo. _ respondi sem paciência.

─ Onde você estava ontem?

─ Michele, aonde você quer chegar com todas essas perguntas?_ perguntei indo em direção ao banheiro.

Quarenta minutos depois, estava de volta ao quarto, arrumada. Michele estava sussurrando ao telefone com alguém e desligou assim que me viu.

— Vamos comer antes de ir?

— Claro, ótima ideia. _ respondeu ela sem jeito.

— Michele, eu te conheço a muito tempo para saber que tem alguma coisa errada. O que está acontecendo?

— Nada. Só acho que, para alguém que desmaiou, você está muito agitada, deveria ficar em repouso.

— Mas eu estou me sentindo ótima, quero sair para pegar um ar, ver pessoas.

Na verdade, eu não estava me sentindo bem, estava me sentindo fantástica. Estava me sentindo diferente, mas não saberia explicar para nenhum profissional da saúde, caso fosse me perguntado sobre, meu estado físico e mental.

Quando saímos da minha casa, Michele tagarelava sem parar, alguma coisa sobre alguém. Ela parecia muito ansiosa, nervosa; conseguia sentir isso, através da sua respiração. Depois que me acostumei com o desconforto, que a claridade trazia para os meus olhos. Um par de olhos azuis não saia da minha cabeça; eram os olhos azuis do homem dos meus sonhos, olhar protetor, aterrorizante, sedutor, malicioso... Como era possível eu me sentir ligada aquele homem?

— Oi, você está me ouvindo? _ perguntou Michele, me afastando dos meus devaneios.

— Não mesmo. Estava pensando no homem dos meus sonhos. _ respondi sorrindo e continuei: — Ele era tão lindo, tão amável e ao mesmo tempo muito assustador. No sonho tive a sensação que se me aproximasse muito dele acabaria morrendo, mas a única coisa que eu queria era estar nos braços dele. _ Michele me encarava boquiaberta, como se eu estivesse confessando um crime. — Não precisa ficar com essa cara. Ok? Foi só um sonho. _ afirmei sorrindo.

— Será mesmo? Será que isso não é um desejo seu?_ perguntou ela, séria.

— O que você acha, que eu tenho instinto suicida? Não se preocupa, tá? Foi só um sonho. E não se pode amar um desconhecido._ disse sem paciência.

Caminhamos até onde o Sol, parecia mais tímido, do que no resto da cidade. Na praia, algumas famílias faziam pique nique, outras jogavam frisbee.

Eu e Michele ficamos na beira do mar molhando nossos pés e vez ou outra, jogávamos água uma na outra. Depois de alguns minutos sentamos lado a lado em silêncio e ficamos apenas observando a paisagem.

— Sarah! _ alguém me chamou. Em um salto anormal, levantei e me virei, não podia acreditar. Era a voz do Kevin.

— Kevin? _ Michele parecia surpresa ao ver o irmão. Ignorei a reação dela e o abracei, tentando preencher o vazio que cresceu inesperadamente dentro de mim.

— Kevin, não acredito! Quando você voltou?

— Calma aí, você lembra que ele tinha ido embora? _ perguntou Michele surpresa.

— Mas que tipo de pergunta é essa Michele? É claro que eu lembro! Você estava fazendo intercambio, não é mesmo, Kevin? _ Kevin estava diferente e parecia bem confuso, trocou olhares rapidamente com a irmã e me respondeu.

— Não importa onde eu estava. O que importa é que eu voltei e voltei para ficar.

— Isso é maravilhoso! Acho que precisamos comemorar._ disse empolgada.

— A dois?_ sussurrou ele no meu ouvido, me fazendo corar. Olhei rapidamente para Michele, que estava nos observando com olhos apertados e desconfiados. Estava claro pra mim, que durante todo esse tempo que Kevin tinha ficado fora, que não tinha me esquecido. Se que para ele poderia ser só mais um caso, mas para mim, tinha significado muito.

— O que é isso, vocês vão ficar se abraçando assim na minha frente?

— Quer um abraço também, irmãzinha?

— Claro que quero.

Kevin abraçou a irmã rapidamente e me olhou dos pés a cabeça. O que me vez corar mais uma vez.

— Você parece diferente. _ disse para ele.

— Você também.

A palma da minha mão ardia, como se eu tivesse me queimando, comecei a me sentir tonta. Kevin segurou a minha mão e a ardência aumentou ainda mais.

— Vou comprar um refrigerante e já volto. _ avisou Michele, já andando em direção a uma barraca, das tantas que tinha na praia.

— Então você voltou pra ficar?_ perguntei olhando para nossas mãos.

— Voltei para ficar com você. _ falou decidido.

— E com a sua família. _ completei, girando o corpo em direção ao mar.

— Você entendeu o que eu quis dizer. _ disse ele, colocando a mão na minha cintura e me girando para perto de seu corpo; diminuindo a distância entre nossos corpos.

— Senti minha garganta secando, meu corpo parecia estar pegando fogo, pois não tinha uma parte se quer do meu corpo que não tivesse ardendo. Nossas bocas estavam a poucos centímetros uma da outra, meu coração parecia que ia explodir.

— Uau, que cena linda! É para bater palma agora?

Uma voz masculina e irônica interrompia o nosso momento. Uma voz que exalava raiva.

Ainda meio zonza, cambaleei para o lado, para encarar o homem que interrompia. Atrás do Kevin, estava um homem branco, com cabelo preto liso e um pouco bagunçado, um rosto simetricamente perfeito e um par de olhos azuis que me fizeram tremer. Senti minhas pernas vacilarem, fiquei alguns longos segundos sem conseguir pensar ou falar. Parte de mim queria correr para perto dele, outra parte queria correr em direção oposta.

Por algum milagre, eu consegui falar:

— Eu te conheço! _ disse para ele, sem pensar.

— Tenho certeza que sim._ afirmou ele, com aqueles olhos azuis, parecendo um predador olhando para sua próxima vítima.

— Eu sonhei com você! _ continuei a explicação, completamente hipnotizada com aquele olhar.

— Não foi um sonho, minha doce boneca de porcelana teimosa. _ disse com convicção.

— Qual o seu nome? _ perguntei querendo saber mais, daquele homem misterioso.

— Então é sério, você não lembra mesmo de mim? _ ele parecia não acreditar.

— Bom, você já viu que ela não sabem quem é você. Então vá embora! _ ordenou Kevin, que parecia muito furioso.

— Nem sonhe em encostar em mim, cachorrinho. Sarah olhe para mim..._ disse ele segurando meu braço, que parecia queimar ainda mais, estava quase insuportável de aguentar. — tente lembrar tudo que fizemos juntos. Veja, você está usando a pulseira que eu te dei! Lembra dela? _ perguntou me fitando.

— Não consegue aceitar, que ela não se lembre de você, não é mesmo? Vem, Sarah. _ disse Kevin segurando meu outro braço.

Tudo aconteceu muito rápido, vi diversas imagens passando pela minha cabeça. Lembrei-me dos rostos, frases, acontecimentos... Tudo girava, meu estômago estava em colapso.

Eu morri.

Eu desmaiei.


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