Dr. Carl-isle! escrita por Angel Carol Platt Cullen


Capítulo 6
Capítulo 5: despertar




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Carol PDV

...O que está acontecendo? Meu pescoço está pegando fogo. Parece que eu queimei. Senti algo perfurando e depois o ardor insuportável. Queria gritar, mas não achei minha voz. É um daqueles sonhos que você quer gritar, mas não acha a voz. Simultaneamente é um daqueles pesadelos em que estou num lugar extremamente seco, árido. Estou no vácuo.

Ouço um diálogo entrecortado.

— Chega Esme! Pare querida! Já está bom. É o suficiente... vai matá-la.

Sinto uma dor violenta no meu peito como garras. Esme reluta em deixar a presa, e a presa sou eu. Isso significa que eu era a cantante dela. Ah! Por isso que ela foi embora. Está explicado.

Sinto movimentos convulsivos que não conseguem sair, estou presa dentro de meu corpo como no filme o Escafandro e a Borboleta.

Sinto uma mordida (?) em meu peito esquerdo. Carlisle?! – mais tarde descobri que foi uma injeção de morfina direto no coração.

Me lembro de quando eu queimei o dedo. É como se todo o meu corpo estivesse naquela dor. O que vão pensar quando eu não voltar para casa? Será que vão ligar para a polícia? Ou, eu acho, nem vão se importar? E meus amigos e colegas da universidade?

...O tempo passou. A agonia parecia interminável. Era torturante. Insuportável. Agora eu entendo porque pediam para morrer. Estou quase arrependida um pouco de ter desejado ser uma vampira. Mas eu vou sobreviver. Eu vou conseguir...

O fogo aumentou ainda mais. Parece que eu estou no meio de uma fogueira e jogaram gasolina para o fogo aumentar. Como é possível? Minha cabeça formulou a resposta que eu buscava: a morfina deve ter acabado de queimar.

A dor começa a ceder nas pontas de meus dedos. Então escuto outro diálogo:

— Nenhuma mudança ainda, querida?

— Nenhuma.

Uma pressão delicadíssima na minha mão ardente em brasa.

— Não há mais cheiro de morfina.

— Eu sei querido – e a voz, feminina, fala comigo. – Eu te amo, Carol.

Era difícil não responder a ela, mas eu estava muito concentrada para não me mexer.

Minutos se passaram e Esme disse:

— Ela está tão imóvel, Carlisle... Eu devo ter feito alguma coisa errada.

— Você conseguiu sair quando eu disse. Você fez certo, tudo que pode. Carol vai ficar ótima.

— Talvez... talvez eu tenha feito algo errado – a voz falhou na palavra errado. Ela continuou com a voz amargurada, sufocada. – Não sei se fiz certo. Nunca tinha feito... Eu a machuquei ao sair...

— Ouça o coração dela, querida. Está mais forte do que até mesmo o de Bella esteve. Nunca ouvi nada tão vital. Ela vai ficar perfeita. Você conseguiu. Sua primeira filha!

Nossa filha, Carlisle. Nossa. Estou feliz em poder te dar um filho mesmo que por via tão diferente. Estou orgulhosa, Me sinto realizada. Estou satisfeita e aliviada.

— Nunca te cobrei isso...

— Eu sei Carlisle. Eu é que me cobrava. Estou realizada. Cumpri meu dever.

— Você me deu 6 filhos maravilhosos, e uma neta. E agora mais uma filha. Todos são alegrias e trazem felicidade ao nosso lar abençoado.

O fato de você amar mamãe, papai, é o melhor presente que me deram e sempre vão dar. Após pensar por um tempo Esme continua:

— Ela deve estar em agonia a pobrezinha. Lembro quando fui eu...

— Eu também me lembro quando foi comigo... mas não sabemos como ela vai reagir, ou como ela está. Eu lhe dei ainda mais morfina que para Bella, depois que Bella me contou o que passou. Não sabemos o efeito que isso terá na experiência dela.

— Carol, eu amo você – ela me beija a testa. – Carol, me desculpe.

— Mamãe! Papai! – Uma voz irrompe gritando na sala. Alice? Senti o vestido dela roçando no corpo. O silvo do ar. Ouvi o som ritmado de seus passos delicados.

Carlisle: O que foi Alice?

— Os Volturi estão vindo de novo.

— Por quê? – perguntou Esme.

— Mas por quê? – reverberou Carlisle. – Não fizemos nada! Nada mesmo, dessa vez. Não imagino porque eles viriam atrás de nós.

— Nossa família está sendo vigiada, eu estou observando isso. Eles perceberam quando vocês trouxeram Carol e vem vê-la. Não se preocupem, somente Aro e Renata estão vindo dessa vez. Parece que ele também quer conversar com você Carlisle, por isso não mandou Jane e a guarda. É uma missão de paz, acho.

Esme questiona:

— Quanto tempo mais, Alice?

— Não vai demorar muito.

— Vê como ela está ficando pálida querida. - Carlisle diz

— Posso vê-la muito melhor agora – disse Alice.

— Ela vai ficar bem mesmo? – sussurrou Esme.

— É claro que vai - Carlisle e Alice responderam simultaneamente

— Me dê uma estimativa, Alice.

— Em poucos minutos.

— Obrigada Alice. – A voz de Esme soou mais animada.

— Ela vai ficar deslumbrante – diz Alice.

Esme suspirou levemente.

— Ela sempre foi – dessa vez Esme e Carlisle dizem juntos.

Alice concordou: Claro. Claro.

— Ouçam! – disse Esme quase cantando de contentamento.

O som mais alto do quarto era de meu coração batendo alucinado como uma britadeira quebrando cimento. Estava tão quente. Fogo! Fogo! Eu queimava. Quero água! Preciso de água! Alguém apague as chamas que ardem dentro de mim! Socorro! Por favor, alguém faça isso parar! Por favor! Meu tórax ardia em brasas. Eu estava perdendo a razão e o controle. Estava enlouquecendo.

— Ah! - disse Carlisle. – Está quase acabando.

Meu alívio com as palavras de meu pai foi suprimido pela dor lancinante em meu coração. Comecei a sentir também uma comichão onde ficava meu pescoço e onde eu teria para sempre a marca de minha mãe.

—Logo. – concordou Alice ansiosa. – Vou chamar os outros.

A mão de alguém apertou a minha, segurando-a. Esme. Esme está comigo! Não me abandonou nem por um segundo.

Então aconteceu, meus olhos se vidraram e a dor rompeu minha fachada imóvel. Um som emergiu de minha garganta, um estranho, gutural e distorcido urro.

Isso só pode ser descrito como uma experiência extracorpórea. Experiência de quase morte?! Projeção astral? -Como o talismã do carneiro? Eu sou carneiro no signo chinês- Eu me via de cima, como um dia em um sonho. Meu rosto se contorceu numa expressão de agonia. Meus braços se elevaram. Não, meu peito se elevou como se fosse puxando para o teto pelo coração. Como uma marionete é puxada.

Tudo acontecia em câmera lenta à minha volta, pude ouvir vozes na minha cabeça que gritavam alarmadas. Essas vozes eram reais ou apenas minha imaginação?! Eu não sabia e nem queria pensar nisso. A dor era desnorteadora demais. Minha mente não conseguia se concentrar direito.

Minha respiração se acelerou e eu arfava por entre meus dentes agora expostos. Meu coração descompassou e falhou por um minuto. Minha respiração era resfolegante como a de um cachorro cansado, rosnados e gemidos saíam por entre meus dentes e minha boca entreaberta. Eu me contorcia e me revoltava de dor e sofrimento.

Enquanto isso uma nova sensação me tomou. Constrangimento. Constrangimento porque todo mundo, toda a minha família estava vendo. Meus pais eu tenho certeza que não preciso ter vergonha deles. Mas quanto a meus irmãos, não tenho certeza. Talvez eles vão entender. Eu espero que entendam...

...XXX...


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