Como um Patético Filme Americano escrita por God Save The Queen


Capítulo 6
Capítulo 6


Notas iniciais do capítulo

Ao som de Hautend (Versão Cinquenta Tons de Cinza) - Beyoncé
Espero que gostem...



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– Então Justin, estamos aqui no meio da Times Square. Agora me explica, que espetáculo é esse? - perguntei curiosa e ele fez sinal para que eu ficasse em silêncio.
E como em um passe de mágica me vi dentro de um flash mob, dançarinos passavam por entre a gente e eu não queria piscar para não perder nem uma parte.
– Eles são incríveis, não? - perguntou Justin no meu ouvido e eu assenti.
– Simplesmente incríveis. - sussurrei. As pessoas de várias idades dançavam com um sorriso no rosto como se nada no mundo pudesse irritá-las.
Acabou do mesmo jeito que começou, rapidamente as pessoas voltaram a andar como se nada tivesse acontecido e eu fiquei parada tentando processar o que tinha acabado de acontecer.
– New York, baby. - falou e eu sorri.
– Isso foi fantástico! Eu não tenho palavras para descrever tamanha perfeição.
– Nova York tem seus encantos, eu prometo que a partir de hoje eu vou fazer você enxergar essa cidade por um outro ângulo. - falou e eu sorri. Sem pensar duas vezes, dei um beijo na sua bochecha pegando ele de surpresa.
– Obrigada por ser um fofo comigo, sim? - falei e ele sorriu.
– Estou fazendo meu papel.
Eu simplesmente virei e encarei todos os painéis que piscavam a nossa volta, por mais que o dia do Rio ainda fosse mais fantástico, a noite em Nova York já tinha me conquistado.
– Está com fome? - perguntou e eu assenti.
– Com certeza. Aonde vamos comer?
– Você quem sabe. Essa parte eu não planejei.
– Que tal, pizza? Eu sei que já comemos isso no almoço mas eu sou simplesmente apaixonada por pizza. - falei e ele sorriu.
– Você quem manda.
>>o
– Hoje o dia foi incrível, obrigada. - falei enquanto Justin me deixava em casa.
– De nada foi um prazer. - ele estacionou o carro e me encarou. - Eu fiz isso tudo para te provar que posso ser um garoto legal.
– Por quê? - perguntei e ele ficou confuso.
– Não entendi.
– O que você ganha com isso? Por que fez tudo isso por mim? - perguntei e ele não soube responder.
– Ah não sei, Isabelle. Poxa, você não podia simplesmente agradecer?
– Eu estou agradecida, só queria entender. - falei virando para encará-lo.
– Mas não faz sentido pra mim também. Eu só fiz o que me deu vontade de fazer, não tem que fazer sentido. - ele também virou pra mim.
– As pessoas não mudam de uma hora para outra, pelo menos eu não acredito nisso.
– Mas você acha que elas podem mudar? - perguntou olhando dentro dos meus olhos me deixando incomodada.
– Por que a minha opinião importa tanto?
– Não é você que odeia que respondam uma pergunta com outra pergunta? - eu continuei o encarando.
– Acho, acho que todo mundo pode mudar com o tempo. Se não a humanidade não teria mais sentido, esperança move o mundo. - Justin chegou mais perto, sem deixar de olhar pra mim.
– Do que tem medo, Isabelle Dantas?
– Eu não entendi sua pergunta. - falei constragida olhando pra minha perna. Mas ele me forçou a encará-lo.
– Entendeu sim, você sabe que sim. - eu fiquei sem saber o que falar, então não respondi. Apenas dei um beijo na bochecha dele e sorri.
– Obrigada pelo dia, Justin. Mesmo. - saí do carro e não olhei pra trás. Mas eu não estava nada bem.

>>o Ponto de vista: Justin
– O que aconteceu? - perguntou Jack assim que eu entrei na casa dele.
– Eu estou enlouquecendo e não estou gostando nada disso. - falei e ele riu.
– Justin Lancaster está se apaixonando? - perguntou e eu joguei a primeira coisa que eu vi em cima dele.
– Deixa de ser ridículo, eu tenho uma reputação a zelar. Estou apenas curioso.
– Curioso com o que?
– Nós saímos hoje e ela me fez algumas perguntas.
– Dane-se. - comentou e eu revirei os olhos sentando no sofá.
– Ela perguntou por que eu fiz tudo o que fiz por ela hoje. - Jack me entregou o outro controle do video-game e deu play.
– O que você respondeu?
– Eu disse que fiz tudo que me deu vontade, mas também rebati perguntando pra ela do que ela tem medo.
– E o que ela disse?
– Nada, não me disse nada. Me deu um beijo escroto na bochecha e saiu do carro.
– É querido amigo, você está muito ferrado. - falou e eu olhei para ele rápido de canto de olho.
– Ela está me enrolando né?
– Sim, está. E vai continuar enrolando se você não fizer nada.
– E o que eu faço?
– Eu não acredito que você está me pedindo conselho para relacionamentos, mas tudo bem. O que você quer com ela? Quer a amizade? Quer pegar?
– Ela é gata e parece ser uma garota incrível, além de...
– Espera você disse "garota incrível"? - perguntou Jack dando pausa no jogo me deixando confuso.
– Sim, eu disse.
– Ah droga, você está envolvido. Pois bem, quer conquistá-la? Seja o oposto do que você é normalmente porque ela não é uma garota normal.
– Eu sei, talvez seja por isso que eu esteja assim. - Jack ligou o video game de novo e esquecemos por um momento qualquer coisa relacionada a garotas.

>>o Ponto de vista: Isabelle
Eu estava deitada no meu quarto com o fone no ouvido pensando na pergunta que o Justin tinha me feito e eu simplesmente não soube responder. Do que eu tinha medo?
Eu tinha certeza que não queria ficar correndo atrás dele, por que isso é idiotice, mas essa não era a pergunta. Acho que no fundo eu tinha medo de arriscar, eu tinha medo de ir mais fundo nas minhas escolhas, tinha medo de ir além do que deveria.
– Alli, eu não sei o que fazer. - confessei. Depois de um tempo assim, resolvi chamá-la e contar tudo o que aconteceu.
– Pois bem, pelo jeito ele jogou a pergunta dele contra você.
– Isso eu percebi, mas como vai ser amanhã na escola? E daqui pra frente?
– Belle, primeiro você tem que decidir o que quer. Depois você tem que ver o que ele quer e somente aí tomar uma decisão.
– E o que eu quero?
– Eu sei a resposta, Belle. E você, sabe?
– Eu não sei, eu... - enfiei minha cabeça no travesseiro.
– Isabelle Dantas, você sabe que sabe a resposta só está com medo de ser mais uma garota da lista de Justin Lancaster, está com medo de arriscar. Só que isso só você pode mudar...
– Ah mais que droga!
>>o
– Wake up, Isabelle! Now! - gritou Allison jogando o travesseiro em cima de mim.
– Oh, good mornig to you, too. - levantei com uma vontade louca de voltar pra cama, até porque eu não estava a fim de encarar o Justin.
– Terceiro dia na escola nova e você já tem um problema de relacionamentos. - comentou Alli e eu suspirei.
– Nem me fale, deve ser um recorde.
Pedi que a Allison dormisse na minha casa para não correr o risco da gente não chegar junto na escola, mas ouvir as insinuações dela o dia todo seria algo que eu teria que aprender a me acostumar.
– Isabelle, você já está indo pra escola? - grita a minha mãe da cozinha.
– Estou terminando de me arrumar.
– Então, por favor, me conte uma coisa. - pede ela entrando no meu quarto e sentando na minha cama.
– O que foi?
– Como foi o seu encontro? - perguntou ela com um sorriso que me deixou assustada.
– Não foi um encontro. - gritei do banheiro.
– Foi sim, Mrs. Dantas. - fala Alli sentando do lado da minha mãe.
– Eu sei que sim, ela mente. Agora me conte, Allison, ele é bonito?
– Nossa, ele é lindo. É capitão do time de futebol da escola e é desejado por todas as garotas.
– Sério? - perguntou minha mãe com os olhos brilhando parecendo uma adolescente me deixando enjoada.
– Vocês podem, por favor, parar de falar da minha vida? Não, não foi um encontro. E não, eu não sei se vou sair com ele de novo, mãe. E por favor, não pergunta quando você vai conhecer. Agora Allison vamos embora. - surtei. Minha mãe fez bico e cruzou os braços.
– Você é uma filha muito má, Isabelle Dantas. Por isso que ninguém gosta de você! - falou e eu ri.
– Você está parecendo uma criança, mãe. Por favor, me poupe dessa cena. - puxei Allison pelo braço e arrastei ela em direção ao carro.
– Por favor, você não pode dar corda pra minha mãe. - falei e ela riu.
– Por que? Sua mãe é tão divertida. Minha mãe mal conversa comigo.
– Sorte sua. - comentei e ela revirou os olhos.
– Sua mãe tem razão, você é mesmo uma chata.
– Yupi, todos contra mim, agora. Se ficar de besteira, vai de táxi.
– Já estou quieta.
>>o
– Agir naturalmente, não é? - perguntei e Alli assentiu.
– Sim, por favor.
Estacionei o carro e respirei fundo. Encarei as minhas roupas, peguei a minha bolsa e saí do carro seguida por Alli. Primeiro fomos no seu armário, porque ela tinha esquecido algumas coisas no dia anterior, depois fomos no meu armário.
– Eu menti. - falou Justin no meu ouvido.
– O que disse? - perguntei virando para encará-lo.
– Que eu menti. Você fica muito mais gata de short do que de saia. - por algum motivo desconhecido, um alívio estranho se espalhou dentro de mim.
– Ah, obrigada. - falei sem graça. Ele beijou minha bochecha e saiu. Eu fiquei encarando o nada tentando entender o que tinha acabado de acontecer.
– O que foi isso? - perguntou Alli e eu dei de ombros.
– Eu não sei. - ela estava sorrindo e eu sorri também.
– Acho que ele está querendo alguma coisa.
– Mas o que será essa alguma coisa? Não quero ser o prêmio de Justin Lancaster. - falei e Allison revirou os olhos.
– Aí está o medo de novo. Sabe, Isabelle, coragem. Conhece essa palavra?
– Na teoria, sim. - falei sorrindo, mas ela não sorriu de volta.
– Você está com uma oportunidade incrível nas mãos e de repente, vai deixar ela passar por besteira.
– Vem, Allison, vamos para aula. - falei apenas e ela assentiu.
Quando chegamos na sala, os meninos tinham guardado nossos lugares o que deixavam as pessoas curiosas. As coisas estavam mudando e eu estava começando a levar isso em consideração.
– Cadê os seus amigos de sempre? - perguntou Allison e Justin deu de ombros.
– Meu amigo de sempre está aqui. - apontou para Jack que sorriu.
– Nem sempre as pessoas que estão com a gente são nossos amigos de verdade, Allison. - falou Jack e ela assentiu.
– Eu sempre achei que vocês fossem uma coisa só, os atletas.
– Ainda falamos com eles, e sentamos com eles quando não temos aulas com vocês. - falou Justin e eu sorri.
– Somos os novos atletas? - perguntei e ele riu.
– Não, vocês são importantes de verdade. - falou me encarando. Eu ia responder, mas o professor entrou e eu virei para frente.
Jack e Alli passaram a aula inteira conversando, fazendo com que eu e Justin trocassem olhares curiosos. O que tanto eles falavam?
– O que você acha que está acontecendo? - cochichei para Justin.
– Eu sinceramente não sei, mas confesso que estou bem curioso.
Quando a aula acabou, eu ia perguntar a Alli, mas eles saíram sem nem olhar pra trás. Ignoraram a nossa presença e foram andando pelo corredor sem dizer uma palavra pra gente.
– Só eu achei isso esquisito? - perguntei e Justin levantou uma sobrancelha.
– Estou muito confuso, mesmo. Mas a próxima aula é de laboratório e nós somos parceiros. - falou ele.
– Ah, é verdade. Jack e Alli são parceiros também, né?
– Sim, acho que sim. - falou e nesse momento estalou algo na nossa mente. Viramos um para outro sorrindo.
– Será que eles... - deixei a frase morrer, mas Justin entendeu.
– Não, será? Jack não me falou nada, ontem eu estava na casa dele. Se bem que eu só falei de... - ele também deixou a frase morrer, eu virei para encará-lo e sorri.
– Só falou de que? Ou de quem? - perguntei.
– Ninguém, quer dizer, nada. Ah, Isabelle, esquece. - falou e eu comecei a rir.
– Acho que alguém estava falando de mim. - estávamos no corredor do laborátorio. Ainda estava cedo pra aula, então ele estava vazio.
– Não seja ridícula, porque eu estaria falando de você? - perguntou sem graça fazendo com que eu risse mais.
– Estava falando de mim, sim. Confessa, Justin Lancaster. Confessa que estava pedindo conselhos sobre mim. - eu estava a centímetros dele e ainda ria.
– E se eu tivesse? - perguntou ele chegando mais perto. Eu dei um passo pra trás, mas era a parede. Parei de rir e encarei seus olhos verdes que brilhavam contra luz da lâmpada fluorescente do corredor. Ele estava com um sorriso de canto de boca, e eu lutava contra a minha respiração.
– Você estava? - perguntei de novo. Justin pareceu me avaliar, depois pegou uma mecha do meu cabelo e enrolou no seu dedo. Eu fechei os olhos, estávamos tão perto que a nossa respiração era uma só.
– Se eu for sincero com você, Isabelle, promete ser sincera comigo? - sua voz era um sussurro, o que só fazia minha pele se arrepiar cada vez mais.
– Sim. - respondi também em um sussurro, mas o que ele ia dizer eu não sei porque nessa hora a porta do corredor se abriu e os alunos do primeiro tempo de laboratório começaram a sair. Nos afastamos rapidamente, mas a minha respiração estava ofegante.
Justin Lancaster estava me enlouquecendo.


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Notas finais do capítulo

Obrigada por tudo genteee...



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