Como um Patético Filme Americano escrita por God Save The Queen


Capítulo 31
Capítulo 31


Notas iniciais do capítulo

Esse capítulo é tão carregado de fofura que eu estou com muita pena de dizer que é o penúltimo... Sinto um misto de sentimentos.



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>>o Ponto de vista: Phelipe
     Entrei em campo ovacionado pela torcida, era o meu dia e tudo ia dar certo. Eu ainda não sabia o que ia fazer para Allison acreditar em mim, mas tinha certeza que eu ia fazer alguma coisa.
— Está tudo bem? - sussurrou Justin entre dentes, apenas acenei com a cabeça.
     O jogo ia começar e eu sabia que tinha que consertar aquilo, eu não podia falhar. Eu tinha que pensar em alguma coisa que fizesse Allison perceber que eu a amava. Amor, isso, amor.
— Vai dar tudo certo, cara. Você vai ver. - falou Jack batendo no meu ombro, tentei dar um sorriso.
— Espero que sim. Agora temos um jogo pra ganhar.
— Isso aí.

>>o
     Eu poderia dizer que destruímos e que não teve nada mais fácil do que aquele jogo, mas seria uma grande mentira. Cada segundo daquele jogo foi extremamente difícil. No final do último quarto a gente perdia por poucos pontos, então quando eu achei que tudo estava perdido Justin simplesmente fez o ponto da vitória. Simples assim. Ele, sem dúvida, foi o melhor jogador em campo. Mas quando eu vi que tínhamos ganho nada me importava mais do que a Allison. Procurei ela no meio da multidão e percebi que enquanto todos comemoravam, ela estava indo embora. Eu não podia deixar isso acontecer.
     Saí correndo atrás dela, mas as pessoas não me deixavam passar, gritei seu nome, só que com aquela gritaria não tinha a menor possibilidade dela me ouvir. Justin percebendo o meu desespero, saiu atrás dela, mas assim como eu ficou preso entre as pessoas da arquibancada que começaram a invadir o campo. Quando eu decidi que ia ter que derrubar algumas pessoas para chegar ao meu objetivo quando me surpreendi com a voz do Jack ressoando pelo os alto-falantes.
— Allison Freire. - todos pararam por um momento. Todos.
— O que ele está fazendo? - ouvi alguém perguntar ao meu lado.
— Vai, vai. - gritou Justin ao meu lado. Mas em vez de seguir em direção a Allison, fui atrás do Jack. Peguei o microfone da mão dele e levei o mais próximo que consegui da arquibancada.
— Allison, Allison Freire. Vira pra mim, por favor. - enquanto todos se viravam pra ela, Alli continuou de costas pra mim.
     Isabelle parecia chocada, então Abigail que teve que agir. Ela falava alguma coisa que obviamente não dava pra ouvir, mas fez Allison virar. Seu rosto estava impassível quando me encarou, respirei fundo e comecei a falar tudo aquilo que estava na cabeça.
— Alli, eu sinto muito. Sinto muito por ter magoado você, mas eu nunca, nunca trairia você. Eu te amo! Eu sei que eu não falo isso pra você, mas é verdade. Eu amo! - ela fechou os olhos e eu percebi que estava fazendo força pra não jurar. - Por favor, loirinha, acredita em mim. Eu sei que meu passado me condena, mas você é A garota. Eu jamais te machucaria de propósito, eu quero viver com você cada segundo da minha vida, quero encarar cada desafio ao seu lado. Acredita em mim.
     Allison parecia estar um tanto em choque, mas para minha surpresa ela estava começando a se virar para ir embora. Eu não sabia mais o que fazer, quando eu largar tudo e correr atrás dela, me surpreendi quando alguém puxou o microfone, e fiquei mais surpreso ainda quando vi quem foi.
— Allison, espera. - era a Meredith. Ela era líder de torcida e parecia um tanto sem jeito. Mas funcionou, Alli virou para nos encarar em completo choque.
— O que você... - comecei, mas Meredith fez um sinal para que eu ficasse quieto.
— Allison, eu sei que eu não sou a melhor pessoa pra falar agora, mas acredita nele. Ele não te traiu comigo. Bom, eu tenho a minha parcela de culpa já que eu armei aquilo tudo. Phelipe te ama de verdade e ele me disse isso quando me deixou lá, sozinha, naquele almoxarifado. - se eu estava surpreso antes, agora eu estava em completo choque. - Ele pode ser um tanto idiota ás vezes, e pode fazer piadas sem graça, mas ele ama você e eu acho que você deveria dar uma chance a ele. E sim, é claro que eu estou falando a verdade, não teria motivo para eu me humilhar aqui se não fosse verdade.
     Ela me devolveu o microfone com um sorriso e um singelo "boa sorte", Allison me encarava com lágrimas escorrendo pelo rosto. Ela mordia o lábio com força e meu coração clamava para que ela acreditasse em mim.
— Eu amo você, minha loirinha. - falei apenas. Meu coração parecia saltar do meu peito quando ela veio correndo, as pessoas começaram a aplaudir. Eu agarrei sua cintura e a beijei como nunca antes, ela apertava os seus braços em volta do meu pescoço. Eu depositava todo o meu alívio ali e todos pareciam comemorar, e bater palmas, e fazer barulho.
— Eu também amo você. - respondeu ela com um sorriso.
     Quando Justin levantou a taça no meio do campo, eu não conseguia controlar a minha emoção. Cada parte do meu corpo estava feliz, tínhamos ganho o campeonato, Allison tinha me perdoado, acreditado em mim, era sem dúvida, o dia mais feliz da minha vida.

>>o
— Tem certeza disso? - perguntei, Allison sorriu.
     Depois que a festa de comemoração terminou, eu e Allison fomos pra minha casa. Já estava na hora de ficarmos sozinhos, mas antes de fazer as pazes na cama, Allison me veio com uma notícia surpreendente.
— Por que eu não teria?
— Não sei não, faculdade é coisa séria.
— Você também é sério o suficiente para que eu queira passar a minha vida com você. - beijei seus lábios devagar.
— Quando descobriu?
— Ontem, achei o papel de admissão no seu quarto.
— Tudo bem, então. Vamos juntos.
— Será que a New York University está pronto pra nós dois? - perguntou ela.
— Bom, eu espero que sim. Porque estamos prontos pra ela.
— Agora só temos que contar pra todo mundo.
— Justin e Isabelle foram pra casa dele. - falei e Allison franziu a testa.
— Achei que eles fossem vir pra cá.
— Justin tem uma coisa importante pra contar.
— E o que é? - dei de ombros.
— Você vai descobrir.

 

>>o Ponto de vista: Justin
— Então, Phelipe não traiu a Allison, afinal? - perguntou Isabelle.
— Não, não traiu.
— E por que você não me contou?
— Porque ele me pediu pra não contar. Ele queria conversar com você.
— Bom, de qualquer jeito, a maneira que ele encontrou de contar foi bem fofinha. - sorri.
— Ele gosta de espetáculos.
     Abri a porta do meu quarto e fiquei em pé enquanto Isabelle sentou na cama. Ela me encarou com curiosidade e eu respirei fundo, era agora ou nunca.
— Você quer me contar alguma coisa? - perguntou ela.
— Bem, sim. - ela apertou os lábios com força.
So, tell me. Please.
— Eu recebi a carta de admissão de Oxford. Fui aceito com louvor. - falei assim de uma vez, ela me encarou surpresa.
— Há quanto tempo você sabe disso?
— Há bastante tempo.
— E por que não me contou? - suspirei.
— Eu não sabia se queria ir.
— Como assim não sabia? É Oxford, é Inglaterra. Eu sei que você não planejou isso, mas...
— Isabelle, me escuta. Eu pensei muito sobre isso e cheguei a conclusão de que eu escolho você. Não importa se é Oxford, ou Inglaterra, ou qualquer outra coisa, eu quero você.
— Justin, isso é mesmo muito lindo, mas eu não posso deixar você desistir disso por minha causa.
— A escolha não é sua, é minha e já foi tomada. - ela respirou fundo.
— Olha, eu tenho que te contar uma coisa.
— O que foi?
— Enquanto eu pensava no que fazer, me candidatei para Oxford também. - fiquei a encarando surpreso, não esperava por essa.
— Por que não me contou?
— Eu prometi pra mim mesma que eu só te contaria se passasse.
— Então isso quer dizer que...
— Não, eu não passei pra Oxford. - minha esperança foi tão rápido quanto veio.
— Mas então por que...
— Estou te contando isso? Bom, porque não passei pra Oxford, mas passei para a University of London. - dei um passo pra trás involuntariamente.
— Como é?
— Isso mesmo, passei para a University of London. Vou ficar a exatos 56 minutos de distância de você, se for pela rota mais rápida. - sorri.
— Está brincando?
— Não, não estou. Acho que vamos nos mudar para a Inglaterra. - peguei Isabelle no colo e a beijei com todo amor e felicidade que eu estava sentindo.
— Temos que espalhar isso pro mundo. - falei e ela sorriu.
— Claro que sim, mas pensei em fazer uma coisa importante antes. - falou Isabelle arrancando a blusa pela cabeça.
— O mundo, com certeza, pode esperar.

 

>>o Ponto de vista: Isabelle
— Você não vai. - falou minha mãe. Sabe quando você esvazia que nem um balão, então estava passando por isso naquele momento.
     Reuni meus pais, meu irmão e Allison na sala para contar que eu e Justin íamos para a Inglaterra. Phelipe e Allison sorriam, mas a minha mãe fechou a cara na hora. Olhei para Justin buscando apoio, mas ele parecia surpreso com a resposta da minha mãe.
— Mãe, por favor, eu...
— Você não vai para a Inglaterra. - ela falou pausadamente em um perfeito tom de ameaça.
— Mãe, tente entender... - começou Phelipe.
— Não quero ouvir. Eu sou sua mãe e eu estou falando que você não vai para a Inglaterra, eu não autorizo.
— Por que não?
— Porque você tem apenas 18 anos, não pode se mudar para outro país completamente sozinha e esperar que eu ache isso normal.
— Natalia, talvez devamos dar um voto de confiança para Isabelle. - para minha surpresa esse comentário veio do meu pai.
— Roberto, eu achei que você...
— Eu sei que faço o estilo carrasco, mas eu amo a minha filha e eu conheço esse olhar determinado no rosto dela. Sei também que mesmo que a gente não concorde ela vai. Já é adulta perante a lei, pode fazer o que quiser.
— Mas Roberto, eu...
— Eu também estou com medo por ela, Natalia. Mas é a vida dela, suas escolhas. E ela escolheu o Justin, escolheu a Inglaterra.
     Me virei totalmente surpresa para olhar o meu pai e percebi que seu olhar carinhoso era extremamente reconfortante. Justin pegou a minha mão e a apertou confiante.
— Bom, então meu filho vai ficar em Nova York e a minha filha vai para Londres... - minha mãe parecia um tanto perdida, levantei e sentei ao seu lado.
— Eu sempre vou ser a sua filha, sempre. Não importa o que você diga ou o que aconteça. Sempre que você precisar ou quiser, vai ter um espaço pra você em Londres.
— Ah, Isabelle... - minha mãe me abraçou com força e eu sabia que estava fazendo força pra não chorar.
— Ei, que isso. Ainda não é uma despedida.
— Estou feliz por você, Isabelle. De verdade. - falou meu pai.
— Obrigada.
     Para minha surpresa, quando olhei para o lado, Allison estava chorando abraçada ao Phelipe. Eu não esperava que ela fosse ficar triste e depois percebi que era óbvio que ela ia ficar triste, eu estava indo embora.
— Ei, Allison, você sempre vai ser a minha irmã. - ela sorriu.
— Ou cunhada. - sorri.
— Ou isso. Claro que vou sentir sua falta, mas você pode me visitar sempre que quiser.
— E você, o mesmo aqui.
— Inglaterra. - falou Phelipe apenas.
— Nova York. - falei e ele me deu um olhar cheio de significado.
— Vai dar tudo certo. - disse apenas.
— É, eu sei.


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