Como um Patético Filme Americano escrita por God Save The Queen


Capítulo 20
Capítulo 20


Notas iniciais do capítulo

Olha, eu estou até meio perdida... haha



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>>o Dois dias depois
>>o Ponto de vista: Phelipe
— Eu preciso do seu carro. - falei e Justin riu.
— Você está brincando.
— Qual foi, Justin? Eu quero surpreender a Allison, vai ser a primeira vez que vamos chegar juntos na escola sendo alguma coisa. - ele revirou os olhos.
— Você enlouqueceu.
— Por favor, cara. - ele respirou fundo.
— Tudo bem, pode pegar. - ele jogou as chaves pra mim. - Agora eu espero muito que a Belle não tenha saído de casa, porque não vou de ônibus pra escola.
— Ela não saiu, está esperando você ligar pra ela. - ele riu.
— Você já tinha planejado tudo.
— Exatamente.
Mesmo que a gente não estivesse namorando, Allison e eu tínhamos alguma coisa e agora era oficial. Eu ia buscá-la em casa, mas sabia que ela não ia se arrumar porque eu estaria de moto, então tive que pegar o carro de Justin emprestado, pedi para Bel esperar eu pedi o carro dele para ela ir buscá-lo com o carro dela. Deixei minha moto na garagem de Justin e fui pegar seu carro. Assim que toquei a campainha da casa de Alli, ela abriu e fechou antes que eu pudesse vê-la direito.
— Phelipe, eu não estou nem perto de estar pronta. - falou ela atrás da porta.
— Eu sei disso, mas eu queria avisar que vamos de carro hoje.
— Vamos? - a surpresa era evidente.
— Vamos, eu sei que você não se arruma muito quando vai de moto comigo então peguei o carro do Justin. - ela riu.
— Acho que alguém quer que eu coloque saia. - como ela podia ler a minha mente assim?
— Garota esperta.
— Tudo bem, eu vou me arrumar. Quer entrar?
— Não, eu vou comprar nosso café da manhã.
— Ótimo. Por favor, frappuccino de brigadeiro. - sorri.
— E as rosquinhas com cobertura de chocolate, certo?
— Você é incrível. - meu ego inflou.
— Obrigado, agora vai se arrumar.
Voltei para o carro, tinha que ir atrás do nosso café da manhã. Primeiro passei no Starbucks para comprar as bebidas, peguei uma fila básica, mas usei todo o meu charme para adiantar os pedidos com a simpática atendente.
Assim que as bebidas estavam prontas, fui atrás das rosquinhas. Allison era apaixonada por elas e eu era apaixonado por... ela? Eu era apaixonado por ela? Ignorei esse pensamento enquanto enfrentava a outra fila para as rosquinhas.
Quando finalmente cheguei na casa de Allison, ela me esperava na porta com um sorriso e uma saia rodada, não pude deixar de sorrir. Ela tinha se arrumado para me agradar, saia curta e decote, cabelos soltos e batom. Que vontade de não levá-la pra escola.
— Você está linda, mesmo. - ela deu de ombros.
— Você se esforçou para me agradar, o mínimo que eu podia fazer era agradar você.
— Agradeço muito mesmo por isso.
— Vamos? - peguei sua mão e a conduzi para o carro.
— Sua bebida e suas rosquinhas. - falei entregando uma sacola de papel.
— Muito obrigada.
Comemos em silêncio enquanto eu dirigia pra escola bem devagar, mas mesmo assim eu não tinha terminado as minhas rosquinhas quando chegamos. Ela sorriu confiante e abriu a porta, estava um dia relativamente quente para os padrões de Nova York, coloquei meu óculos preto e liguei o alarme do carro.
— Acho que nós fazemos um casal e tanto. - falei olhando pra Allison e ela sorriu.
— Isso é verdade, principalmente quando você se arruma assim. - dei de ombros.
— Não vamos nem começar a falar da sua saia. - peguei sua mão e ela me encarou.
— Sério isso?
— Não me olhe como se fosse a primeira vez que eu fizesse isso.
— Mas não em público. - fiquei apreensivo.
— Não posso andar de mãos dadas com você? - ela apertou minha mão.
— Claro que pode, até deve.
Subimos as escadas sorrindo e de mãos dadas, eu estava meio estranho, mas mesmo assim gostava da sensação. Allison estava uma gata e eu não podia pedir mais.
— Então é oficial? - Jack estava na entrada e veio na nossa direção, não consegui evitar fechar a cara.
— Não estamos namorando se é isso que está perguntando. - falou Allison e eu a puxei ligeiramente para mais perto de mim.
— Ainda não. - acrescentei e ele riu.
— Não precisa ficar com ciúmes, Phelipe. Não gosto da Allison desse jeito, somos apenas amigos. - ah, claro. Que idiotice a minha.
— Ah, é claro. - falei.
— Phelipe, não precisa se preocupar. - falou Alli, mas não estava preocupada com ela.
— Sei disso.
— Se não estão namorando, estão... - perguntou Jack, dei de ombros.
— Estamos juntos, por enquanto. Não queremos apressar as coisas.
— Está certo, então. Boa sorte para os dois. - e ele saiu sem explicar porque precisaríamos de sorte.
— Ei, vocês. - falou Belle atrás de nós.
— Isabelle. - falei formalmente e ela riu.
— Vocês dois são simplesmente tão fofos. - revirei os olhos.
— Ah sério? Por que você não chama o padre? Poderíamos nos casar agora! - ela socou meu braço.
— Não seja idiota, estou falando a verdade.
— Isabelle, por favor, menos. - falou Alli e eu só concordei.
— Espero que meu carro esteja intacto. - falou Justin e eu dei as chaves pra ele.
— Cara, valeu mesmo.
— Fica com a chave, depois você me dá o carro. Eu e Isabelle vamos sair depois daqui e não tem como levar os dois carros.
— Claro, sem problemas.
Allison me arrastou para seu armário animada, não fazia a menor ideia do que ela estava planejando, mas com certeza era alguma coisa. Ela remexia suas coisas e pegava os livros como se o Natal estivesse chegado mais cedo.
— Phelipe, eu vou ao banheiro. Posso encontrar com você no seu armário.
— Tudo bem.
Caminhei para o meu armário com um sorriso involuntário, eu estava meio bobo com a ideia de ter alguém por quem esperar, embora eu soubesse que isso era uma idiotice. Mal cheguei no meu armário senti a mão no meu ombro e me virei achando que era a Allison, mas não.
— Meredith? - falei surpresa, ela sorria. Seu decote estava saltando aos meus olhos de um jeito que eu não conseguia evitar.
— Phelipe.
— E aí? - perguntei enfiando a cara dentro do armário.
— Queria saber se você quer fazer alguma coisa esses dias. - dei de ombros.
— Então, Meredith, eu meio que estou saindo com uma pessoa. - o sorriso dela não vacilou.
— E desde quando isso é impedimento para você? - era um argumento muito bom. Phelipe, foco.
— Ah mesmo assim, eu estou saindo de verdade. Não quero vacilar com essa garota. - ela passou a unha lentamente pelo meu pescoço.
— Que isso, Phelipe? Não seja estraga-prazeres. - usei toda a minha força de vontade e tirei sua mão.
— Estou quase compromissado agora. - falei e ela revirou os olhos cheio de incredulidade.
— Você? Só pode ser brincadeira. - não precisei responder, porque Allison chegou do meu lado com os braços cruzados.
— Meredith, aceita que você não tem chances, querida. - ela deu um sorriso de escárnio.
— Allison Freire, não lembro quem te convidou para essa conversa. - Alli sorriu, eu só observava a coisa estourar.
— Ah você não sabia? Eu e Phelipe estamos juntos. - Meredith cruzou os braços.
— Juntos, tipo... - Alli piscou.
— Tipo assim. - ela me beijou antes que eu pudesse sequer reagir, foi um beijo rápido, feroz e totalmente dominador. Quando virei pra frente totalmente surpreso, Meredith ainda estava lá e para minha surpresa, ela sorria.
— Phelipe, me avisa quando se cansar dessa aí. - e ela saiu. O olhar da Allison era tão feroz que eu a abracei, sua voz estava controlada e perigosa.
— Se você não me segurar eu vou pular no pescoço dela e arrancar cada fio da cabeça dela com a unha. - sua voz estava tão tensa que eu não cheguei nem a duvidar.
— Ei, relaxa. Ela estava só te provocando.
— Aviso pra você: Se por acaso a gente não ficar junto e você ligar para a Meredith, eu mato você. - engoli em seco. Anotação mental: esquecer que a Meredith existe. Nunca, nunca ligar para ela de novo, sob qualquer circunstância.


>>o
— Quer ir pra onde? - perguntei para Allison. Finalmente as aulas tinham terminado e resolvemos sair para fazer alguma coisa.
— Eu não sei, o que você sugere? É difícil um lugar que a gente já não tenha ido. - ele sorriu.
— Talvez possamos ir lá pra casa... - ela riu.
— Boa tentativa. Mas não vai funcionar. - dei de ombros.
— O meu papel é tentar. E então... - antes que ela pudesse responder, meu celular tocar, era Isabelle.
— E aí, maninha? - perguntei.
— Allison está com você? - concordei com a cabeça, depois lembrei que ela não podia ver.
— Está sim, por quê?
— Coloca no viva-voz. - e foi o que eu fiz.
— Estamos te ouvindo.
— E se nós fossemos ao French hoje? - eu olhei para Alli e ela sorriu.
— Com "nós" você quer dizer...
— Eu e Justin, você e Allison.
— Você quer mesmo fazer programa de casal?
— Sim, eu quero. E você, Allison, quer vir?
— Ah, Belle, eu não sei. O French está muito além do nosso padrão de vida. - eu podia jurar que ela tinha revirado os olhos.
— Allison, o restaurante é do pai do Justin, meu querido sogrinho. Não temos que pagar, só temos que ir. - Allison me olhou e eu assenti.
— Claro, nós vamos sim.
— Ótimo! Allison, te encontro na Quinta Avenida ás 17 horas. Temos compras pra fazer.
— Nós íamos sair, Isabelle. - seu tom era divertido.
— Ah, eu sinto muito, mas ela não tem escolha. Até mais. - e desligou.
— Então, Alli, nós temos duas horas. O que você quer fazer?
— Você tem roupa para ir ao French?
— Eu tenho que ter roupa para ir ao French?
— Sim, você tem que ter roupa para ir ao French. - revirei os olhos.
— Ah Allison, eu não quero ter que ir todo arrumadinho.
— Mas você vai. Eu tenho que colocar um vestido lindo e salto, então você tem que colocar no mínimo um blazer.
— Que droga, Allison. - ela sorriu e ligou a música.
— Acho que nós já temos para onde ir.
— Você quer dizer que nós vamos para a Quinta Avenida? - meu tom de voz era exatamente do jeito que eu me sentia, deprimido.
— Sim, nós vamos. Temos que comprar uma roupa pra você.
— Que droga! - mesmo assim, saí com carro em direção a minha tortura.


>>o
— Por que vocês demoram tanto para colocar uma roupa e pentear o cabelo? - perguntei irritado.
— Porque não somos meninos. - respondeu Isabelle do quarto.
Eu e Justin estávamos no sofá da minha casa esperando as meninas terminarem de se arrumar há 30 minutos. Assim como o Justin, eu vestia um blazer com uma camisa de botão por baixo, não fazia muito meu estilo, mas mesmo assim eu estava confortável e eu tinha mesmo que estar. Allison me fez andar por muitos minutos atrás de uma roupa para usar apenas nessa noite.
— Que cara é essa? - perguntou Justin, dei de ombros.
— Allison me fez andar a Quinta Avenida atrás de uma roupa pra mim. - ele sorriu.
— Fiquei muito feliz quando Isabelle quis levar Allison para comprar vestidos.
— Como elas conseguem? - perguntei e ele deu de ombros.
— Ótima pergunta. Acho que nunca chegaremos a saber. - nessa hora, Allison apareceu na sala.
— Que tal? - eu levantei automaticamente.
O vestido dela era da cor exata dos seus olhos, um verde difícil de explicar. Ele acentuava o decote e tinha uma fenda deixando sua perna a mostra. Não prestei atenção no resto do vestido.
— Uau. - falei e ela sorriu.
— Obrigada, essa era a intenção.
— E a Belle? - perguntou Justin e ela apareceu também.
— Estou aqui, desculpe estava terminando de passar batom. - mas pela cara do Justin, ele não estava mais ouvindo. Estava focado em outra coisa.
— Certo, certo. Acho que já está na hora de ir. - falei e Alli sorriu.
— Você está lindo. Deveria usar mais camisa de botão.
— Não mesmo.
Íamos todos no carro de Justin, eu e Allison fomos conversando sobre algo que eu não prestei muita atenção, eu só pensava em terminar tudo isso para tirar seu batom, no mínimo.
— Chegamos. - falou Belle. Olhei pela janela e soltei um suspiro.
— Seu pai é dono daqui? - Justin deu de ombros.
— Nada demais, já estou acostumado.
Assim que saímos do carro, ofereci meu braço para Alli que aceitou com um sorriso, Justin andou na frente de braços dados com Belle. Tinha uma fila bem grandinha na entrada, mas passamos direto atraindo olhares das pessoas. A recepcionista sorriu quando nos viu.
— Boa noite, Mr. Lancaster.
— Boa noite, Kate. Nossa mesa está pronta?
— Sem dúvida, por aqui. - ela nos levou para uma mesa no canto esquerdo do salão de costas para a parede de vidro.
— Vou chamar o Logan para servir vocês. - comentou a tal Kate.
— Obrigado. - eu me sentei de frente para o Justin e sorri.
— Cara, se eu soubesse que o restaurante do seu pai era tudo isso já tinha vindo aqui antes.
— Acha mesmo que vai comer sempre as minhas custas? - seu tom era irônico.
— Tecnicamente as custas do seu pai. - ele riu.
— Então sem problemas. - o meître veio na nossa mesa com um sorriso.
— Boa noite, como estão? - perguntou educadamente.
— Olá, Logan. Podemos começar com o de sempre?
— Sim, senhor. Só um momento. - e ele saiu tão rápido quanto chegou.
— O que seria o de sempre? - perguntou Allison o que estava passando pela minha mente.
— Vinho tinto suave. - falou Justin e eu levantei uma sobrancelha.
— Sério?
— Sim, e alguns pãezinhos. - falou Belle.
— Ótimo. - Allison chegou perto do meu ouvido e sussurrou.
— Acho que eu posso me acostumar com essa vida. - eu me virei para sussurrar em seu ouvido também.
— Eu também, com certeza.


>>o
— Foi uma noite muito agradável. - falou Allison.
— O mais interessante foi ver a gente fingindo que sabia a diferença entre os vinhos. - falou Belle e eu ri.
— Talvez o Justin saiba. - ele riu também.
— E eu sei mesmo. Coisas do meu pai.
Justin ia primeiro nos deixar em casa depois ia levar a Allison. Por isso aproveitei esse tempinho para beijá-la quanto pude. Ela ás vezes ficava constrangida com a conversa do casal maravilha no banco da frente, mas eu a fazia esquecer deles bem rápido.
— Bom, pombinhos, chegamos. - falou Belle.
— Até amanhã, Alli. - falei e ela sorriu.
— Até amanhã, Phelipe e Belle.
— Até querida. - respondeu ela e beijou seu namorado antes de sair.
— Valeu pelo jantar, cara. - falei apertando a mão de Justin.
— Sem problemas, foi divertido.
Isabelle entrou em casa arrancando os sapatos e eu o blazer, desabotoei a camisa e joguei no sofá.
— Você poderia ser mais organizado. - falou Isabelle e eu dei de ombros.
— Eu poderia ser tantas coisas, Isabelle. Jogador do Real Madrid, astronauta da Nasa, monge do Nepal, mas resolvi ser seu irmão. Deveria ficar feliz. - ela apenas revirou os olhos e foi pro quarto.
Tirei os sapatos e me joguei no sofá, mesmo depois de tanto tempo fiquei pensando no que a Meredith tinha me dito mais cedo: "Phelipe, me avisa quando se cansar dessa aí". Será que era isso? Allison era mais uma garota que eu ia me cansar? Claro que eu sentia que ela era diferente, mas ela era mesmo? Eu gostava dela e sabia disso, mas ainda não estava pronto para namorar com ela, muito menos admitir isso em voz alta.
— O que está pensando, irmãozinho? - perguntou Belle se jogando no sofá ao meu lado.
— Na Allison. - ela sorriu.
— Que lindo.
— Mas não desse jeito. Estava pensando em uma coisa que a Meredith me disse hoje mais cedo. - ela revirou os olhos.
— Nada de bom vem daquela garota, seja o que for que ela disse está errada.
— Será? - Isabelle se virou para me olhar.
— O que exatamente ela disse? - e eu contei nossa pequena conversa e o que estava se passando na minha mente.
— Eu sei que não deveria pensar nisso, mas não consigo evitar.
— Olha, maninho, eu sei que todo mundo pensa que você é cara de mulher nenhuma e talvez você seja mesmo, mas escuta uma coisa. "São nossas escolhas que revelam quem realmente somos, muito mais do que nossas qualidades." - franzi a testa.
— Isso não é de Harry Potter? - ela suspirou.
— A questão é: mesmo você sendo tudo o que dizem que você é, são suas escolhas que fazem diferença. Podem pensar o que quiser de você, mas não deixe isso influenciar no que vai fazer no final, está bem? - sorri.
— Até que você sabe das coisas.
— Eu sei mesmo. - a abracei contra o meu peito, mas não consegui tirar essa sensação estranha de mim.


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Notas finais do capítulo

Eles não são tãaaaao...



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