Como um Patético Filme Americano escrita por God Save The Queen


Capítulo 18
Capítulo 18


Notas iniciais do capítulo

Vou ter que confessar pra vocês, eu estou me apaixonando pelo Phelipe.



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>>o Ponto de vista: Allison
— Aconteceu alguma coisa? - perguntei e Jack estava rindo.
— Eu estava testando o seu mais novo "amigo". - revirei os olhos.
— Sabia que você estava planejando algo. - ele ainda ria.
— Eu tenho plena certeza que ele está com ciúme de você. - eu o encarei confusa.
— Ciúmes?
— Querida Alli, com certeza ele está. Você não viu o olhar que ele lançou na minha direção. - tentei não me concentrar nisso.
— Mas era só isso? - ele se recompôs.
— Não, eu queria que você conversasse comigo. Queria saber o que está acontecendo com o Phelipe.
— Por que você quer saber?
— Porque somos amigos e eu me preocupo com você. - não pude deixar de sorrir.
— Phelipe me chamou pra sair. - sua cara era de pura surpresa.
— Sério?
— Sim, ele foi na minha casa e falou.
— E o que você disse?
— Eu disse que sairia com ele, mas que não seria um encontro. - Jack riu.
— Pobre rapaz. - dei de ombros.
— Acha que eu agi errado?
— Não, não acho. Não confia nele logo de cara, isso não vai fazer bem pra você e ele não vai levar fé em você.
—Exatamente isso que eu penso. - ele sorriu.
— Espero imensamente que esse dê certo.
— É?
— Sim, você parece gostar dele, então seria bom se ele gostasse de você também. - fiquei desconfortável.
— Não gosto dele, pelo menos não ainda.
— Gosta, gosta sim. Não estou dizendo que está perdidamente apaixonada, mas gosta. - suspirei.
— Talvez.
— Espero que você saiba o que está fazendo. - dei um sorriso.
— E quando eu sei?


>>o
— Foi impressão minha ou Phelipe parecia ter espantado as garotas hoje? - perguntou Belle.
— Nem percebi. - mentira.
— Ah, não percebeu? Pois então saiba que Phelipe não passou momento nenhum do dia de hoje rodeado por garotas como nos outros dias. - dei de ombros.
— Vai ver ele enjoou das garotas de Nova York. - Isabelle riu.
— Acredita mesmo nisso ou está apenas tentando não criar expectativas? - suspirei.
— Estou tentando, mas você não me ajuda.
— Sinto muito, mas ele é meu irmão e fico feliz que esteja empenhado em algo.
— Em me levar pra cama? - ela revirou os olhos.
— Em te conquistar.
— Acha mesmo isso?
— Claro que acho, eu sempre fui contra da aproximação dos dois. Se eu não achasse isso de verdade, eu não falaria.
— Tem razão. - ela sorriu.
— Ele está vindo, aja naturalmente. - quando alguém pede para você agir naturalmente, você nunca age naturalmente, sempre sai meio forçado.
— Oi, Allison. - sorri.
— Oi, Phelipe.
— Então, eu tenho treino agora. Assim que eu saí podemos ir para onde quiser.
— Claro, eu estarei na biblioteca, tenho que terminar um trabalho.
— Tudo bem. - ele me beijou na bochecha e saiu, Isabelle sorria.
— Que cara é essa? - perguntei.
— Nada, só acho bem fofo esse relacionamento de vocês.
— Não temos um relacionamento.
— Claro que vocês têm, até amizade é relacionamento.
— Que seja. Você vai pra casa?
— Na verdade, eu e Justin vamos para o cinema. Mas também tenho que esperá-lo sair do treino.
— Então pode me fazer companhia.
— Claro. Vamos esperar nossos garotos. - ia contestar, mas resolvi deixar pra lá.


>>o
— Está pronta? - Phelipe estava com o cabelo molhado, o que indicava que ele tinha tomado banho. Alívio imediato.
— Estou sim. - levantei para guardar o livro.
— O Justin já saiu? - perguntou Belle.
— Ele ainda está no banho.
— Então vou esperar ele aqui. - fui até a estante e guardei o livro, parte de mim estava ansiosa com o café que íamos tomar.
— Tchau, Belle. A gente se fala mais tarde. - ela assentiu com um sorriso.
Andamos até o estacionamento em silêncio, eu não sabia muito bem o que esperar dele e creio que ele estava com esse mesmo sentimento em relação a mim.
— Para onde você quer ir? - perguntou ele.
— Tem uma cafeteria charmosa a três quadras da sua casa. - ele assentiu.
— Acho que já sei qual é. - ele me ajudou a subir na moto e me entregou o capacete. - Qualquer coisa você me ajuda com a direção.
— Tudo bem.
Quanto mais tempo se passava, mais eu apertava a cintura do Phelipe, tentei chegar mais perto dele para ficar mais confortável. Assim que encostei nele, o senti prender a respiração, não consegui evitar o sorriso.

 

>>o Ponto de vista: Phelipe
Estava esfriando quando chegamos a cafeteria, fizemos os pedidos e nos sentamos no canto. Eu estava ansioso, não sabia muito bem como agir, não sabia o que fazer com essa amizade-nem-tão-amizade que começamos, respirei fundo.
— Isabelle falou que vocês conversaram sobre a adoção. - ela sorriu.
— Sim, ela me contou que vocês tiveram complicações. - não pude deixar de rir.
— Complicações é um eufemismo. Nós vivemos grandes aventuras. - ela me encarou por um tempo, podia sentir que ela me avaliava.
— Você se arrepende de alguma coisa? - sua mudança drástica de assunto me surpreendeu.
— Como assim?
— Em relação a Belle, se arrepende de alguma coisa? - só uma coisa?
— Talvez, acho que sim. Não sei, é complicado. - ela riu.
— Sempre é complicado. Então, poderia responder a pergunta? - a encarei surpreso, uma coisa eu não podia negar, Alli era determinada.
— Muitas coisas, me arrependo de muitas coisas. - seu olhar era gentil.
— O que, por exemplo? - fiquei muito feliz quando trouxeram nossos cappuccinos. Mas de alguma maneira eu sabia que ela ia continuar insistindo. - Phelipe?
— Sim... - ela sorriu.
— Exemplo. - encarei a xícara.
— Você é sempre tão insistente? - ela deu de ombros.
— Só ás vezes. Principalmente com você.
— Por quê?
— Porque, Phelipe, eu gostaria muito mesmo que você me desse a honra de ser a única pessoa a te conhecer de verdade. - ela me pegou de surpresa e eu me peguei de surpresa. Não esperava ficar tão encantado com ela, na mesma hora tive vontade de beijá-la, mas mesmo assim sorri.
— Acho que a mais recente foi a história do carro. Fiz sem pensar e acabei contando um segredo que não era meu, era dela.
— E... - dei de ombros.
— Tem muitas casos. Mas um dos maiores foi eu ter deixado ela sair de casa por minha causa, ter acabado com a nossa amizade, ter me tornado uma pessoa desagradável pra ela.
— Ainda dá tempo de consertar.
— Acho que estou conseguindo aos poucos
— Se você pelo menos tentar não agir por impulso. - dei de ombros.
— Algumas pessoas acham que essa é uma das minhas melhores qualidades. - ela sorriu e olhou dentro dos meus olhos.
— Você sempre usa a ironia e as piadas para esconder o que sente? - prendi a respiração. Como ela conseguia isso?
— Sempre.
— Promete que sempre vai ser sincero comigo?
— E por que eu faria isso?
— Porque você não sabe se terá outra oportunidade. - eu estava cada vez mais impressionado com ela. Conseguia enxergá-la além dos seus olhos verdes e parecia que ela me enxergava muito além dos meus olhos azuis também.
— Posso tentar.
— Isso já é uma grande coisa, obrigada.
— E você, Allison? Eu não sei nada sobre você. - ela deu um sorriso sem jeito.
— Não tem nada pra saber. Não tenho irmãos, moro com os meus pais, morei minha vida toda em Nova York e passei a maior parte da minha vida apaixonada pelo garoto que atualmente namora minha melhor amiga. - por essa eu com certeza não esperava. Mas lembrei do comentário do Justin, o fato de ele já ter vacilado com ela.
— Você era mesmo apaixonada pelo Justin? - Alli deu de ombros.
— Fazer o quê? Nós praticamente crescemos juntos, mas ele entrou para o time e acabou andando com outros tipos de amigos e eu já não me encaixava na vida dele.
— Que merda!
— Não tudo bem, agora eu sei que eu não era A garota dele. Essa era a Belle. - eu sorri.
— Acha que você é A garota de alguém? - eu me ouvi perguntando isso, mas não queria ter perguntado. Ela pareceu pensar.
— Não, acho que não. Mas seria bom ser A garota, pra variar.
— Ás vezes você é e não sabe. - mais uma vez falei sem pensar.
— Pode ser, talvez eu saiba um dia.
— Talvez.


>>o
— Obrigada pelo cappuccino e pela conversa. - dei de ombros.
— Não precisa agradecer, eu adorei conversar com você. - ela sorriu.
— Podemos repetir? - meu peito inflou de alívio.
— Eu espero que sim. - ela beijou minha bochecha e entrou em casa.
Eu estava sorrindo por dentro pela primeira vez desde muito tempo, eu não sabia que podia sentir isso. Não, mesmo. Eu estava tão diferente em tão pouco tempo que ao mesmo tempo que me animava, me deixava muito assustado.
Assim que cheguei em casa, Isabelle me pegou pelo braço e me arrastou pra sala com um cara engraçada.
— O que foi? - perguntei irritado.
— Eu preciso que você me conte como foi. - revirei os olhos.
— Você só pode estar brincando.
— Não, não estou. Agora, me conta.
— Você não podia simplesmente ligar para a Allison?
— Ela já me ligou e eu já falei com ela, mas quero saber o que você achou. - eu estava louco para saber o que ela achou, mas não ia dar o braço a torcer.
— Ah, Bel, nós conversamos e tomamos cappuccino, só isso.
— Conversaram sobre o quê?
— Ah várias coisas... Sei lá, eu sou um garoto, não dou detalhes.
— Você é muito sem graça, isso sim. - antes que ela pudesse responder, minha mãe saiu do quarto dela muito arrumada pro meu gosto.
— Filhos, estou saindo e não sei que horas eu volto.
— Pra onde você vai? - perguntei.
— Tenho um encontro. - eu e Isabelle nos olhamos, totalmente surpresos.
— Você tem o quê? - perguntou Bel.
— Um encontro. Você sabe como é...
— Sim, eu sei. Mas você não comentou nada...
— Eu não tenho que comentar nada, eu sou a mãe aqui. - arregalei os olhos.
— Exatamente por isso que é bizarro. - ela cruzou os braços.
— Eu também preciso beijar na boca.
— Ah mãe, pelo amor de Deus. - falou Bel de olhos fechados.
— Vocês dois são muito engraçados. Você, Isabelle, vive se agarrando com seu namorado no meu sofá que eu sei e você, Phelipe, fica se agarrando com várias garotas pela casa inteira que eu também sei. Já está na hora de eu curtir minha vida, certo?
— Errado. - falamos e ela sorriu.
— Não me esperem acordados. - e ela saiu porta a fora.
— Uau. - falou Bel.
— Isso foi uma das conversar mais estranhas da minha vida.
— Falando em conversa, acho que você tem uma pra me contar. - levantei.
— Acho que não. Eu vou para o meu quarto, você não vai sair com o seu namorado?
— Passei a tarde toda com ele e guardei a noite para você.
— Ah que sorte a minha.
— Eu sei, não precisa agradecer.
— Eu não ia.
— Lipe, só pra você saber nossa querida mãe namoradeira não deixou nada pronto pro jantar.
— Ah que maravilha e o que ela acha que a gente vai comer?
— Acho que ela não se importa. - dei um suspiro teatral.
— Quer sair pra comer? - ela sorriu.
— Quero, quero sim. Vou tomar um banho.
— Eu também, esteja pronta daqui a 40 minutos.
— Sim, senhor.


>>o
— Nós não vamos de moto. - falou Belle pela milionésima vez.
— E por que não?
— Porque está chovendo e eu não quero ficar toda molhada.
— Está certo, mas vai ter que me deixar dirigir seu carro.
— E por que eu faria isso?
— Porque eu não confio em você dirigindo. - ela revirou os olhos.
— Para, Phelipe, eu dirijo super bem.
— Questionável.
— Ah, tudo bem. Vamos comer pizza?
— Pode ser.
Eu não gostava muito de dirigir, mas também não confiava muito na Isabelle dirigindo, então para evitarmos acidentes e multas, tive que pegar o carro. Resolvemos ir para uma pizzaria simples, apenas para não morrer de fome.
Ainda estava relativamente cedo, por isso a pizzaria estava relativamente cheia. Sentamos bem no meio, uma garçonete simpática nos atendeu, talvez até simpática de mais.
— Acho que a garçonete está dando em cima de você. - eu ri.
— Você acha, Bel? Que coisa surpreendente já que ela está sendo tão discreta.
— Isso é tão natural pra você, né? - dei de ombros.
— Não posso reclamar, é muito difícil não cederem ao meu charme. - ela sorriu.
— Até a Alli? - engoli em seco.
— A Alli não tem nada a ver com isso.
— Pelo jeito que ela falou sobre o "encontro" de hoje, as coisas estão indo bem. - não consegui me conter.
— O que ela disse?
— Nada demais, só a verdade, eu acho.
— O que você quer dizer com isso? - Belle riu.
— Está curioso?
— Mais do que imagina.
— Não vou falar nada. A Alli é minha amiga, não cabe a mim falar.
— E eu? Eu sou seu irmão, isso não conta?
— Conta, mas ela é uma garota. E as garotas tem um código muito importante.
— Que se dane o código. Eu quero saber o que ela disse.
— Ih, está nervoso? Tudo bem, eu vou responder apenas uma pergunta. E "o que ela disse" não vale. - parei um minuto para pensar.
— O que ela achou de hoje? Ela me acha um idiota?
— São duas perguntas, mas como sou muito boazinha, vou responder. Primeiro, ela gostou mais do que você imagina e não, ela não te acha um idiota. - suspirei aliviado.
— Ótimo, isso já está mais do que suficiente.
— Olha, Lipe, não esquece do que me prometeu, tá? - assenti.
— Não pretendo vacilar com ela.
— Bom, bom mesmo.


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Notas finais do capítulo

Aaaaaaah, Phelipe... haha



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