Como um Patético Filme Americano escrita por God Save The Queen


Capítulo 17
Capítulo 17


Notas iniciais do capítulo

Helloooo, people!
Espero que leiam e saboreiem esse capítulo!
Beijooos



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>>o Ponto de vista: Phelipe
– Para de mexer no controle remoto. - Isabelle estava deitada no sofá com os pés no meu colo.
– O que eu posso fazer se não tem nada de bom passando?
– Para em algum filme, qualquer coisa. - eu ri.
– Para quê? Para ver a nossa vida dentro da Tv? - ela revirou os olhos.
– Esse é o problema de morar em Nova York. Eu sempre vejo a gente dentro das histórias. Toda vez que eu estou vendo um filme fico procurando os lugares que eu mais gosto em Manhattan.
– Você é doente. - ela jogou uma almofada em mim. Eu dei o controle na mão dela e a deixei escolher o quisesse.
Era noite e da janela dava pra ver as luzes de Nova York, eu normalmente não prestava atenção nisso, mas estava me sentindo especialmente melancólico nesse dia. Minha mente estava um turbilhão e eu precisava conversar com alguém.
Levantei do sofá e fui pegar um casaco, eu não conseguia ficar em casa pensando enquanto as coisas que se passavam pela minha mente podiam ser facilmente resolvidas se eu tivesse coragem. Mas, aí é que estava, eu tinha coragem? Respirei fundo e voltei na sala para pegar meu celular.
– Aonde você vai? - perguntou Isabelle.
– Te dou cinco dólares se você adivinhar. - ela revirou os olhos e eu achei que não fosse responder, mas quando eu estava chegando na porta ela falou.
– Manda um beijo para Allison. - meio a contragosto voltei e deixei cinco dólares na mesa. Ainda podia ouvir sua risada quando eu fechei a porta.


>>o
Fiquei uns dez minutos encarando a porta tomando coragem. Eu passei o caminho todo pensando se eu deveria mesmo fazer isso, se eu não deveria dar meia volta e voltar pra casa, mas eu tinha que ter coragem. Era simples, só renegar tudo o que passei a maior parte da vida acreditando por causa de uma garota que eu conheço há dois dias. Eu estava enlouquecendo! Mesmo assim, reuni toda a minha coragem e toquei a campainha. Para o meu alívio foi ela que abriu.
– Phelipe? - com certeza ela estava surpresa. Mais uma vez fiquei aliviado por ela estar com um short maior, não sabia se ia conseguir me controlar com a roupa que ela estava ontem.
– Oi, Allison. - falei meio sem jeito.
– Segunda noite que você aparece. Vai virar rotina? - dei de ombros.
– Só queria conversar. - ela pareceu mais surpresa ainda.
– Conversar? - eu não estava mais tão seguro assim.
– É... conversar... - ela fechou a porta atrás de si e me arrastou para o lado iluminado da varanda, onde tinha um banco.
– Então... hum... sobre o que quer conversar? - eu fiquei encarando o jardim a minha frente.
– Ah... é... não sei... é... - Vamos Phelipe, você já fez isso antes!
– É... - ela não estava ajudando.
– Desculpa por te agarrar daquele jeito hoje. - eu sinceramente não sabia porque tinha falado aquilo, as palavras saíram antes que eu pudesse segurá-las. Allison ficou me encarando incrédula.
– Você está se desculpando?
– Acho que sim. - ela sorriu.
– Não tem que se desculpar, eu fiz o mesmo com você ontem, não foi?
– Pois é. Eu me lembro perfeitamente. - ela ficou um pouco vermelha.
– Desculpa por isso, não sei o que deu em mim. - eu sorri.
– Não se desculpe, foi bom. Eu gostei. - Droga, Phelipe. Qual é o seu problema? Allison riu.
– Então, retiro minhas desculpas. - ficamos em silêncio por um bom tempo, encarando o jardim e pensando em mil coisas.
– Allison? - ela olhou pra mim e eu fiquei encarando aqueles olhos verdes.
– Hum...
– Você quer... hum... é... sair... comigo? - ela arregalou os olhos. Genial, Phelipe, genial! Agora você conquistou ela.
– Como assim?
– É... sair.
– Tipo um encontro? - dei de ombros.
– Se quiser. - ela sorriu.
– Eu achei a coisa mais fofa você vir aqui em casa, mesmo. Mas eu quero ir devagar, entende? Sei que ontem foi tudo muito rápido, puro fogo. - ela riu - Mas quero desacelerar as coisas.
– Isso é um não ou um sim? - eu estava visivelmente confuso.
– Isso é não para o encontro e sim para sair.
– E isso quer dizer...
– Nós podemos sair para tomar um café, um cappuccino ou um sorvete. Mas não quero ir num encontro com você. Quero conhecer o Phelipe antes. - eu me mexi desconfortável no banco.
– Não sei se alguém o conhece. - Allison colocou a mão no meu ombro.
– Mais um motivo para ir devagar. - assenti sem jeito.
– Tudo bem, então. Podemos sair amanhã? Depois da escola?
– Claro. - eu sorri e ela sorriu de volta. Tudo o que eu mais queria era beijá-la, mas se ela queria ir devagar não creio que fosse gostar, então reuni toda a minha força de vontade para beijá-la na bochecha.
– Então, até amanhã. - ela beijou minha bochecha de volta.
– Até amanhã. - levantei e fui andando em direção a minha moto, antes de ir ela acenou pra mim e eu acenei de volta.
Foi a experiência mais estranha da minha vida. Eu chamei uma garota para sair apenas para conversar, provavelmente não íamos nos beijar e eu ainda ia levá-la pra casa depois. Ri da ironia que estava se tornando a minha vida, estava tão confuso que resolvi não ir pra casa, tinha que falar com alguém antes.


>>o
– Pois não? - perguntou.
– Eu gostaria de falar com o Justin Lancaster.
– Você é o irmão da Isabelle, não? - eu sorri.
– Isso mesmo.
– Entre, eu vou chamá-lo. - e eu entrei.
Ainda me impressionava o tamanho daquela casa, fiquei meio sem jeito de sentar em algum lugar, por isso fiquei em pé esperando o empregado chamar o mauricinho pra mim.
– Não esperava vê-lo aqui. - falou Justin descendo as escadas.
– Nem eu sabia que ia vir.
– Aconteceu alguma coisa com a Belle?
– Não, é... outra coisa. - ele estava confuso, mas sinalizou para que eu sentasse.
– Então, me fala, o que te trás aqui? - tentei parecer o mais a vontade possível.
– Eu fiz uma coisa que eu não estou muito acostumado.
– E o que foi?
– Chamei uma garota para sair. - ele continuou confuso.
– Você não costuma chamar garotas pra sair? - eu ri.
– Não, é claro que chamo. Mas dessa vez foi diferente, eu não queria transar com ela. Quer dizer, eu quero, mas... - foi a vez dele de rir.
– Eu entendi. E aí? O que aconteceu?
– Ela disse não. - ele estava surpreso.
– Ela disse não?
– Ela disse que não queria um encontro comigo, mas queria sair. Queria apenas conversar como se fossemos amigos. - falei deixando bem claro o quanto eu achava isso patético.
– Acho que alguém está com problemas.
– Ah, sério?
– Cara, essa garota está com medo. - eu o encarei com incredulidade.
– Com medo?
– É claro. Você é do tipo que pega todas as meninas e de repente chama ela pra sair. O que você acha que ela vai pensar?
– Como é que eu vou saber? Não sou uma garota.
– Nem eu, mas convivo tempo o suficiente com a Isabelle parece saber que ela está com medo. - suspirei derrotado.
– E o que eu faço?
– Oras, saia com ela.
– Sim, isso eu sei. Mas e depois?
– Bom, aí depende. O que você quer com ela? O que espera disso tudo? - não sabia o que responder, eu nem sabia o que estava acontecendo direito, não fazia ideia porque eu tinha feito isso.
– Você por acaso é terapeuta?
– Foi você que veio na minha casa. - olhei para as minhas mãos.
– Não sei... - Justin riu como se esperasse essa resposta.
– Claro que sabe, só está com medo também. - e foi aí que eu percebi, um gosto amargo surgiu na minha garganta.
– Merda... Ela é A garota, né? - ele riu.
– Acho que é sim. - Merda, merda, merda.
– Droga, eu esperava curtir mais antes dela chegar. - ele deu de ombros.
– Não é assim que funciona. Ela chega quando você menos espera.
– E agora eu tenho que fazê-la acreditar que eu sou um garoto que vale a pena?
– Mais ou menos por aí. - ficamos por um tempo em silêncio, eu só conseguia pensar que isso não ia dar certo.
– E o que você fez? Para conquistar a Bel?
– Fui eu mesmo. - revirei os olhos.
– Isso nunca vai dar certo.
– Claro que vai. Você tem que ser você mesmo e não o que você finge ser pra todo mundo. - coloquei as mãos na cabeça.
– Eu estou muito ferrado. - Justin riu.
– Por aí, mesmo. - levantei meio sem jeito. - Antes de você ir, eu posso saber quem é?
– Eu acho que você já sabe. - ele levantou também.
– Olha, só não vacila com ela tá? Já vacilei com a Allison uma vez e me arrependo muito. - eu olhei pra ele surpreso.
– Como assim? - ele deu de ombros.
– Um dia eu te conto essa história. - fui andando pra porta e ele me seguiu.
– Valeu pela ajuda... Oprah. - Justin socou meu ombro, mas riu.
– Boa sorte, você vai precisar.


>>o
Quando eu cheguei em casa, Isabelle ainda estava no sofá, o que fez com que eu me perguntasse se ela tinha levantado para alguma coisa.
– Demorou, hem.
– Estava ocupado. - ela fez uma careta.
– Vocês se pegaram de novo?
– Ela não ligou pra você? - Isabelle arregalou os olhos.
– Ainda não vi meu celular, ele está carregando no meu quarto.
– Ah... - sentei ao seu lado.
– Você ainda não respondeu minha pergunta.
– Não, não nos pegamos. - ela ficou muito surpresa.
– Como assim?
– Ué, não beijei ela.
– Por que não? - eu virei para olhar pra ela.
– Você reclama quando eu a beijo e reclama quando eu não beijo?
– Não estou reclamando, só estou tentando entender.
– Não quero conversar com você sobre isso. Liga pra ela e pergunta.
– Se vocês não estavam se pegando, por que demorou tanto?
– Porque eu passei na casa do seu namorado. - tentei falar com naturalidade, mas Isabelle sentou no sofá e desligou a Tv.
– Como é?
– Eu passei na casa do Justin.
– Para quê?
– Para conversar. - ela me olhou com muita surpresa.
– Não sabia que vocês eram amigos. - dei de ombros.
– Agora sabe.
– O que aconteceu com você?
– Belle, eu só passei na casa dele pra conversar. Só porque eu implico com ele não quer dizer que não podemos ser amigos. Eu só não gostei dele de cara porque ele é seu namorado.
– Mas agora percebeu que ele é um garoto legal.
– Ás vezes fala como uma garota, mas sim, ele é... legal.
– Fico muito feliz que vocês estejam se entendendo.
– É... tanto faz. Vou dormir. - beijei o topo da sua cabeça e fui em direção ao meu quarto.
– Boa noite, Lipe.
– Boa noite, Bel.

>>o Ponto de vista: Isabelle
– Para que serve o seu celular, se você não atende as minhas ligações?– Allison fingia ser irritar, mas tinha alguma coisa na sua voz que eu não consegui identificar.
– Desculpa, Alli. O que você queria falar comigo?
– Seu irmão veio aqui em casa de novo.
– Eu sei, ele falou.
– O que ele te disse?
– Disse apenas que estava indo na sua casa. Quer dizer, ele nem disse, eu que adivinhei. Mas quando chegou não me falou mais nada, só o fato que vocês não se beijaram. - a voz dele ficou doce de repente.
– Eu fiquei muito surpresa quando seu irmão apareceu, mais ainda quando eu descobri o que ele tinha vindo fazer.– eu estava mordendo o lábio de curiosidade.
– E aí? O que ele queria?
– Ele queria conversar...
– Conversar? Como assim, conversar?
– Exatamente isso. Na verdade, ele me chamou pra sair. - eu fiquei quieta por um tempo, assimilando o que te acabado de ouvir.
– Me conta essa história direito, por favor. - e ela falou, palavra por palavra. Sentei na janela e fiquei encarando as luzes de Nova York sem acreditar que o meu irmão, o idiota conquistador, tinha mesmo feito isso.
– Belle, você ainda está aí?– eu soltei a respiração que nem sabia que estava prendendo.
– Estou, estou aqui.
– E o que você acha?– eu dei de ombros, depois me lembrei que ela não podia ver.
– Eu não sei, Alli. Inicialmente acho que você deveria dar uma chance, não porque ele é meu irmão, mas porque acredito que todo mundo merece uma chance.
– Ah Belle, é tão difícil confiar nele.
– Eu sei como é, eu sei. Foi muito difícil confiar no Justin também no início, mas mesmo assim valeu a pena. - eu ouvia sua respiração, quase podia ouvir sua confusão.
– É, acho que vale a pena tentar, né? Já que ele veio até aqui e tal.
– Exatamente. Mas olha, não deixa as coisas fáceis pra ele, se não Phelipe relaxa. Tenha pulso firme, pelo menos no começo. - ela riu.
– Tudo bem, pode deixar.
– Ótimo, agora eu vou desligar. A gente se vê amanhã.
– A gente se vê.
Já desliguei o telefone ligando para o Justin, eu queria saber exatamente o que meu irmão tinha ido fazer lá. Eu sabia que o Phelipe não estava mentindo, porque ele não faz isso. Tinha horas que eu até queria que ele não me contasse algumas verdades.
– Belle?
– Oi, Justin.
– Está tudo bem? Aconteceu alguma coisa? - eu sorri.
– Não, não aconteceu nada. Eu só estava curiosa a respeito de uma coisa.
– É sobre o Phelipe?
– Exatamente. Ele me falou que tinha ido na sua casa, mas não disse o porquê.
– Ele só veio conversar.– falou como se fosse a coisa mais natural do mundo.
– Conversar?
– É, ele queria desabafar, só isso.
– Eu nem sabia que vocês eram amigos.
– Nem eu, mas hoje depois do treino ficamos conversando um pouco e hoje como ele... é... tinha uma coisa importante pra fazer, veio conversar.– me surpreendi com o fato de Justin estar acobertando o Phelipe, eu já sabia o que tinha acontecido, mas o Justin não sabia que eu sabia.
– Você acha que vai dar certo? Ele e Allison? - Justin pareceu surpreso.
– Sinceramente? Acho que pode dar certo, sim.– fiquei surpresa com a convicção.
– Certo. Então, boa noite. A gente se vê amanhã.
– Boa noite, meu amor.
Eu estava muita surpresa com o Phelipe, eu não esperava mesmo que ele fosse se apaixonar pela Allison, se é que ele estava apaixonado por ela. Eles só se conhecem a três dias, se bem que eu conheci o Justin em um dia, em menos de uma semana já estávamos namorando. Deve ter alguma coisa no ar de Nova York que deixam os Dantas vulneráveis.


>>o
– Você chamou a Allison pra sair. - falei assim que Phelipe saiu do quarto.
– Chamei. - ele passou por mim e foi direto pra cozinha.
– Por que você não falou?
– Porque a Allison podia muito bem te contar isso. - eu sentei na bancada e peguei meu cereal.
– Eu sei, mas queria ouvir de você. - ele largou o suco e me encarou.
– Eu chamei a Allison para sair. Feliz agora? - revirei os olhos.
– E por que você foi ver o Justin?
– Porque somos amigos.
– Eu não sabia que vocês eram amigos.
– Você disse isso ontem. - eu fiquei olhando pra ele um momento, tentei ver o que estava diferente nele.
– Lipe?
– O que foi?
– Você promete que não vai vacilar com a minha amiga? - Phelipe olhou dentro dos meus olhos. O azul dos seus olhos estavam mais escuros, por algum motivo.
– Não posso prometer isso.
– Phelipe...
– Bel, eu só posso prometer que eu não vou vacilar com ela intencionalmente. - suspirei de alívio.
– Fico muito feliz. Eu espero mesmo que ela conheça seu quarto. - ele riu.
– Agora você aprova? - dei de ombros.
– Agora eu sei o que isso significa pra você.
– Valeu. - peguei a chave do carro e minha bolsa.
– Estou indo pra escola, te vejo depois?
– Tudo bem.
– E oh, não esquece de passar na casa da Allison pra pegar ela. - ele me encarou curioso.
– Por que isso agora?
– Estou te dando um voto de confiança, não estraga tudo. - ele sorriu e eu saí de casa.

>>o Ponto de vista: Phelipe
Eu toquei a campainha e esperei, estava nervoso, mas não tinha motivo para me sentir assim. Eu só ia levá-la pra escola, só isso. Eu comecei a ouvir sua voz, antes dela abrir a porta.
– Desculpa, Belle, se você... - ela ficou me encarando surpresa. Graças a Deus ela estava de calça, se ela estivesse de saia íamos ter problemas.
– Oi, Alli.
– Oi.
– A Isabelle pediu pra eu te buscar hoje, tem problema? - ela sorriu.
– Claro que não. Você espera um minuto? Eu estou terminando de tomar café e já estou saindo.
– Sem problemas.
– Você quer entrar? Eu acho que...
– Não, não precisa. Estou te esperando aqui fora. - ela sorriu e voltou pra dentro de casa. A última coisa que eu queria é ter que encarar os pais dela agora.
Esperei cerca de dez minutos, Allison veio com um sorriso como se pedisse desculpas. Sua calça não era muito justa, mas seu decote era mais profundo do que o de ontem. Tentei concentrar os meus olhos no seu rosto e forcei minha mão para se manter dentro do bolso.
– Então, vamos? - assenti sem jeito.
– Claro. - eu não sabia o quão constrangedor era aquela cena. Entreguei o capacete pra ela.
– Você vai sem capacete? - perguntou.
– Vou, eu normalmente não uso capacete, a não ser que eu pegue a rodovia.
– Ah, sim. - eu subi na moto, depois a ajudei subir, esperei ela colocar o capacete. - Phelipe, é... hum...
– O que? - sua voz estava no meu ouvido, o que não ajudava muito.
– Eu posso... é... - eu entendi na hora.
– Claro, fica a vontade. - ela riu e eu me senti um idiota. Seus braços envolveram minha cintura com firmeza, embora suas mãos fossem macias. Forcei minha mente a se concentrar. - Vamos?
– Vamos lá.
Passamos o tempo todo em silêncio, no início percebi que ela estava meio sem jeito, mas depois de um tempo, suas mãos relaxaram e ela chegou mais perto de mim. Tive que forçar toda hora a minha mente a se concentrar no trânsito.
Passei pelo carro da Bel antes de estacionar, as pessoas estavam olhando pra gente surpresas. Não que fosse algo demais, porém parecia que todas as pessoas começaram a ter ideias.
– Aconteceu alguma coisa? - perguntou Alli, eu sorri.
– Não, acho que não. - eu a ajudei a sair da moto e senti sua pele se arrepiar quando segurei sua cintura. O idiota em mim inflou.
– Obrigada. - sua voz era um sussurro.
– De nada.
Subimos as escadas lado a lado, ela estava ligeiramente desconfortável com a atenção. Tentei parecer o mais natural possível, mas automaticamente algo apitou na minha mente, se eu quisesse que isso desse certo, não podia agir como antes.
– Está pensando em quê? - dei de ombros.
– Nada, nada não.
– Estava fazendo uma careta engraçada.
– Estava, é? - antes que ela pudesse dizer alguma coisa, Isabelle chegou de mãos dadas com o Justin.
– Acho que alguém causou certa atenção. - falou Bel e eu sorri.
– Esse pessoal tem problemas com caronas. - falei.
– A primeira vez que eu trouxe Isabelle pra escola fui uma fofocada também. - falou Justin.
– O que prova que esse pessoal é maluco. - falei, antes que alguém pudesse responder, o tal de Jack chegou.
– Bom dia. - falou.
– Bom dia, Jack. - Allison respondeu com uma doçura exagerada.
– Alli, eu posso falar com você? - todos olharam pra mim, fiz um esforço para me manter impassível.
– Claro. Vamos lá. - enquanto ela ia com ele esqueci de fazer cara de bonzinho, imaginei vários jeitos de matá-lo.
– Phelipe, você está bem? - perguntou Bel
– Claro. - minha voz saiu como um rosnado, o que deixava a minha resposta contraditória.
– Ei, cara, eles são amigos. - falou Justin, de longe eu podia vê-los. Jack estava com as mãos na cintura da Alli.
– Justin, avisa ao seu amigo se ele não tirar as mãos da cintura dela, eu vou ser obrigado a cortar aquela mão. - para minha surpresa, Bel e Justin riram.
– Sabe o que eu acho, que você com ciúmes é a coisa mais fofa. - falou Isabelle, eu me virei para encará-la.
– Fofa? Fofa? - respirei fundo. - Eu vou beber uma água.
Eu não tinha direito de me sentir assim e sabia disso, mas mesmo assim parecia que eu explodir e ia levá-lo comigo. Duvido que a Alli se arrepie com o toque dele e... ah droga, eu estava pirando.


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Notas finais do capítulo

O Phelipe não é incrível? rs



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