Entrei irritada, pelo o que ele fez, pelo sorriso idiota que não saía (nunca) dos seus lábios. Cruzei os braços e encarei seu rosto perfeito.
– Me conte o que aconteceu. - ele sorriu.
– Eu tenho certeza de que Allison contou tudo pra você.
– Sim, mas eu quero ouvir de você.
– Eu sou homem, não descrevo os detalhes quando beijo uma garota.
– Primeiro me responde por que você foi lá. - ele desviou o olhar.
– Você não quer sentar?
– Na sua cama? Onde milhares de garotas já... - estava com completo nojo.
– Não começa, Bel. Para sua informação, eu nunca fiz sexo nessa cama. - eu o encarei confuso.
– Como assim?
– Eu nunca faço sexo na minha cama.
– Então aonde... - ele sorriu.
– Você quer mesmo saber?
– Não, não quero. A pergunta é por que.
– Porque eu só vou fazer sexo na minha cama com apenas uma garota pelo resto da vida. - eu o encarei surpresa. Então, Phelipe Dantas tinha uma pitada de romantismo afinal.
– Estou surpresa.
– Essa é a versão mais moderna do seu voto. Você quer fazer sexo com apenas um cara, e eu quero fazer sexo na minha cama com apenas uma garota. - eu sorri.
– Quem diria? - sentei na cama e encostei as costas na cabeceira, ele sentou ao meu lado. Com um susto percebi que ele tinha desviado do assunto de propósito. - Agora pode responder minha pergunta?
– Qual era mesmo a pergunta?
– Phelipe!
– Isabelle! - contei até 10.
– Lipe, por que foi até a casa da Allison? - ele ficou me olhando por um tempo sem falar nada.
– Não sei. - sua voz saiu muito baixa, mas mesmo assim reconheci um misto de confusão na voz.
– Como assim não sabe?
– Não sabendo. Quando percebi eu já estava em frente a casa dela.
– E como você descobriu onde era a casa dela?
– Isso não importa.
– Phelipe, aconteceu alguma coisa?
– Várias coisas, pra ser sincero. Sua amiga loirinha...
– Não, não foi isso que eu quis dizer. - ele sorriu, mas seus olhos escondiam alguma coisa. - Aconteceu alguma coisa?
– Não. - eu não acreditei nem por um segundo nisso, mas soube que ele não me falaria nada.
– Tudo bem, mas por que você beijou ela? Allison falou que você chegou do nada, mal falou e depois a agarrou.
– Ótima definição dos fatos.
– Phelipe.
– Eu não sei, Isabelle. Eu não sei por que apareci lá, eu a beijei porque ela estava sexy com aquela roupa, só isso. Sabia que ela tem mania de morder o lábio? - eu ri sem humor.
– Sabia. Ela faz isso quando está nervosa ou ansiosa. - ele sorriu.
– Ela não deveria fazer isso perto de mim. - revirei os olhos.
– Vou falar pra ela. - ele riu.
– Quer mais alguma coisa ou eu posso ir dormir?
– Só mais uma coisa.
– Fala.
– Como é a sensação de ter sido rejeitado? - foi a vez dele de revirar os olhos.
– Eu não fui exatamente rejeitado.
– Claro que foi, se ela não dissesse não você ainda estaria lá.
– Boa noite, Isabelle. - comecei a rir sem parar. - Já pode parar de me zoar.
– Não estou zoando. - eu não conseguia parar de rir.
– Está certo, hora de ir embora. - levantei ainda rindo e comecei a sair do seu quarto, ele veio atrás.
– Sabe, Lipe, talvez você aprenda com isso.
– O jogo ainda não acabou.
– Quem sabe você sossega agora? - ele riu.
– Eu não aprendo nunca.
– Eu duvido. - ele deu de ombros, mas antes que eu fosse embora apontei pra cama. - Acredito que um dia você vai achar a garota que vai dormir na sua cama.
– Espero que sim. - Phelipe beijou minha testa e fechou a porta.

>>o
– Eu estou indo para escola. Você vem? - perguntou Phelipe pegando a chave da moto.
– Eu tenho que buscar a Allison, pode ir na frente. - ele sorriu.
– Se quiser eu posso buscá-la.
– Não, obrigada, quero evitar o contato de vocês ao máximo.
– Sabe, Bel, eu acho isso muito divertido.
– Eu imagino. A gente se vê daqui a pouco.
Demorei mais dez minutos para sair, peguei as chaves do carro, minha bolsa e meu celular. Já estava atrasada, mas como Allison raramente ficava pronta na hora, então...
O dia não estava muito frio para os padrões de Nova York, não tinha planos para tarde, mas pretendia manter a Alli longe do Phelipe. Não importa o que diz, ela não sabe o que está fazendo, eu temo pela minha amiga. Buzinei apenas uma vez em frente a sua casa, ela saiu com um sorriso no rosto. Mas não foi isso que me chamou atenção.
– O que aconteceu? - perguntei e ela me encarou confusa.
– Como assim?
– Você está linda. - ela sorriu.
– Na verdade eu nunca me achei feia.
– Não, quer dizer, você é linda. Mas você está tão arrumada, maquiada, com uma roupa estilosa. Está parecendo as ex-amigas do Justin. - ela riu.
– As populares, é? Interessante. Agora se você puder ir pra escola. - olhei rapidamente pra ela e saí com o carro.
– Agora me responde. - ela deu de ombros.
– Ah, eu só queria me arrumar um pouco mais.
– Espero que isso não seja por causa do meu irmão.
– Para, Isabelle. É claro que é por causa do seu irmão. - comecei a rir.
– Ele não merece isso, Allison.
– Não pode afirmar com certeza, você nunca beijou ele.
– Ah meu Deus, Alli.
– Eu tenho que estar deslumbrante para ele prestar atenção em mim.
– Achei que você tivesse dispensado ele.
– E dispensei, mas tenho que fazê-lo implorar por mais. Isabelle, garotos como o Phelipe só aprendem quando são rejeitados e percebem o que perderam.
– Eu não sou especialista nisso, mas não creio que funcione.
– Claro que funciona, Belle, não foi o que aconteceu com Justin? Antes dele se apaixonar por você, ele só insistiu porque você evitava ele.
– Talvez você esteja certa.
– Eu estou.

>>o Ponto de vista: Allison
– Para de ficar me olhando assim. - falei pela milionésima vez. Isabelle ficava me olhando de canto de olho desde que entramos na escola.
– Desculpe, é que... está diferente.
– Isso é bom?
– É ótimo. - eu sorri. Estava com a cara dentro do armário quando ouvi a voz dele.
– E aí, garotas? - Phelipe estava lindo com uma camisa jeans e calça cáqui.
– E aí? - falei, foi só aí que ele olhou mesmo pra mim.
Seu olhar começou nos meus olhos, desceu para meu decote, se perdeu nas minhas pernas e eu me controlei para não rir. Eu não tinha o hábito de colocar saia para ir á escola, mas tive que fazer uma exceção.
– Loirinha... - ele começou a falar alguma coisa, mas Belle o cortou.
– Por favor, não fale nada obsceno na minha frente. - ele riu.
– Não ia falar nada demais. - voltei a arrumar minha bolsa.
– Então o que você quer? - perguntou Belle.
– Bel, você pode dar licença um minuto? - eu me virei para olhar pra ele, seu olhar era zombeteiro e seu sorriso também.
– Com certeza não, não confio em você.
– Então vai ter que ficar quietinha. - eu olhei pra ela que nos encarava surpresa. Antes que eu pudesse pensar muito, Phelipe me pegou pela cintura e me segurou contra seu corpo. Mal pude respirar, era... inebriante.
Ele se aproximou e eu fechei os olhos, achei que ele fosse me beijar, mas ele mordeu meu lábio inferior levemente do mesmo jeito que eu tinha feito com ele na noite anterior. Assim que ele se afastou, eu sorri.
– Que os jogos comecem! - falou antes de ir embora como se nada tivesse acontecido.
Fiquei sorrindo olhando pro nada, várias coisas se passavam na minha cabeça. 1) Phelipe não estava para brincadeira. 2) Ele era muito bom no que fazia. 3) Suas mãos eram firmes e seus braços fortes. 4) Eu estava totalmente ferrada.
– Allison! Allison! - Isabelle estava estalando os dedos na frente do meu rosto.
– Oi. - falei com um sorriso bobo e a voz baixa.
– O que aconteceu aqui? - eu ri.
– Eu fiz isso com ele ontem antes de entrar em casa. - Isabelle revirou os olhos.
– Sabe que agora você é o assunto da escola, né?
– Talvez.
– Sabe também que ele está brincando com você? - dei de ombros.
– Sei sim, mas não me importo. Estamos brincando um com o outro.
– Olha sinceramente que se dane! - ela jogou as mãos pro alto - Vocês dois estão em um jogo perigoso, alguém vai sair ferido, mas não estão nem aí.
– Isabelle, não seja dramática. - ela saiu andando sem me ouvir, estava visivelmente irritada.
Eu sabia que ela tinha razão, sabia que estava brincando fogo, sabia que Phelipe não queria nada comigo, sabia que não podia confiar nele. Mas eu amava o jogo. Amava a sedução, amava dizer não pra ele enquanto meu corpo dizia sim, amava o olhar que ele me dava de "não posso, mas quero".
Tentei tirar essas coisas da minha cabeça, apenas peguei minha bolsa e fui andando para a sala presa em pensamentos. Isabelle não fazia essa aula comigo, mas eu tinha certeza que fazia com o Phelipe. Entrei na sala e vi um lugar atrás de Jack, fazia tempo que não conversávamos, para falar a verdade desde que Phelipe tinha chegado.
– E aí, Jack? - falei com um sorriso.
– Uau, Freire, você está... uau. - eu ri.
– Obrigada, eu acho.
– Você está muita gata.
– Obrigada de novo. - Phelipe estava do outro lado conversando com uma garota que estava praticamente se jogando pra cima dele. Coitada!
– E a Isabelle? Como ela está? - voltei a olhar pra ele.
– Bem, está tentando aguentar o irmão. - Jack se virou para olhar para Phelipe.
– Ele parece ser um idiota.
– E ele é. Mas ama a Belle.
– Justin me contou do episódio do carro. - eu dei de ombros.
– Pois é, Phelipe não é muito bom demonstrando. - Jack ficou me encarando por alguns minutos me deixando sem jeito.
– Vocês se beijaram. - eu fiquei surpresa.
– Eu... - ele riu.
– Não foi uma pergunta.
– Então... é.
– Allison, desde que Justin e Isabelle começaram a namorar eu tenho um carinho por você e em nome da nossa amizade você deveria me escutar. - eu o olhei curiosa.
– Estou ouvindo.
– Se afasta dele. - eu revirei os olhos.
– Por que todo mundo fica me dizendo isso?
– Porque é verdade. Eu sempre fui como ele, só que menos bonito. - eu ri - E eu sei como ele pensa.
– E como ele pensa?
– Alli, garotos assim só tem um objetivo: te levar pra cama. Só não se iluda, tá? Quando estamos focados em uma garota falamos o que for preciso para conseguir sexo. - eu realmente fiquei sem saber o que dizer.
– Não sei, Jack.
– Só promete que vai tomar cuidado tá? Em todos os sentidos. - eu sorri.
– Prometo.
– Ótimo.
O professor entrou na sala e eu virei pra frente, mas Jack tinha me dado o que pensar. Ouvir que Phelipe era uma pessoa difícil da Isabelle era uma coisa, ela sempre teve uma implicância com o irmão e tinha uma repulsa natural, mas Jack estava de fora e era um garoto. Não tinha como não levar o que ele falava em consideração.

>>o Ponto de vista: Isabelle
– Por que você está com essa cara? - Justin me encarava preocupado.
Eu tinha passado o dia todo com o Justin, nós tínhamos ficado juntos nas aulas e até no almoço. Jack e Allison almoçaram juntos, eu esperava muito que ele colocasse juízo na cabeça dela.
– Allison.
– O que aconteceu? - suspirei.
– Ela parece estar determinada a entrar nos joguinhos de Phelipe. Eu o amo, mas não confio nele quando o assunto é garotas. Ela não deveria confiar também. - Justin beijou minha mão.
– Não tem que tomar conta da Allison, ela sabe se virar. - ele não podia estar mais errado.
Estávamos na entrada do campo, ele esperava o início do treino e eu estava fazendo companhia. Tinham poucas pessoas ali, mas nenhuma estava prestando atenção na gente. Eu estava de costas pra parede e Justin de frente pra mim, com uma mão do lado da minha cabeça.
– Não é assim tão fácil. Ela é minha melhor amiga e eu conheço o Phelipe bem demais para deixá-la cair nessa armadilha.
– Isabelle, você fez a sua parte. Você falou pra ela, tenho certeza de que até brigou com ela, brigou com ele. Mas as escolhas são dela, você não pode tomar as decisões por ela.
– Eu sei, mas...
– Belle, presta atenção. Deixa a Allison fazer as escolhas dela, se ela cair esteja pronta para ajudá-la a levantar, mas ás vezes os erros são importantes também. - eu sorri.
– Não sabia que você sabia tanto. - ele deu de ombros.
– Sempre fui inteligente, você que nunca percebeu.
– E o Mr. Inteligência pode me beijar agora?
– Ele não seria inteligente se não beijasse.
Não importa quanto tempo tenha se passado toda vez que a gente se beijava parecia que entrávamos em combustão. Eu nunca sabia o que viria em seguida e isso era bom porque não enjoava. Seus lábios eram firmes e suas mãos fortes na minha cintura, eu cruzei meus braços atrás do seu pescoço para trazê-lo mais pra perto. Meu coração estava acelerado e eu não queria respirar, suas mãos começaram a descer pelas minhas costas e eu mal percebi, eu só queria ficar ali pra sempre, trazê-lo mais pra perto, queria que virássemos um só.
– Com licença. - era a voz do Phelipe. Justin se afastou devagar e eu abri os olhos um tanto ofegante.
– O que você quer? - perguntei irritada, ele sorriu.
– O treinador está chamando para o treino e o seu namorado está responsável por mim, então...
– Tudo bem, já estou indo. - Justin se virou pra mim e sorriu.
– Oh, pensa no que eu te falei, tá? - assenti sorrindo, dei um beijo rápido nos seus lábios e o deixei ir.
Eu ainda podia sentir suas mãos no meu corpo, seus lábios nos meus, a temperatura do seu corpo, sorri sozinha. Antes de ir muito longe, Jack passou por mim no corredor.
– Belle, sabe se o treino já começou?
– Justin acabou de ir pra lá com o Phelipe.
– Ah, obrigado.
– Jack, sabe onde está a Allison?
– Eu a deixei no banco de frente pro chafariz. - eu assenti e fui atrás da minha amiga.
Não precisei andar muito para encontrá-la, ela estava vindo na minha direção assim que cheguei perto da entrada da escola.
– Eu estava te procurando. - falei e ela sorriu.
– E eu estava indo atrás de você.
– Como você está? - ela de ombros.
– Ótima. Passei o dia conversando com Jack. - eu sorri.
– Que bom, o que ele falou pra você?
– Ele falou que eu devia me afastar do seu irmão. - Santo Jack, obrigada!
– Eu falei pra você. - ela revirou os olhos.
– Eu sei que falou, mas sei lá...
– Eu sei, vem vamos tomar um sorvete.
– Com calda quente por cima? - eu ri.
– Mas é claro.

>>o
– Agora, me conta o que ele falou direitinho pra você. - pedi. Eu e Allison estávamos sentadas no canto da nossa sorveteria preferida com os nossos sorvetes enormes.
– Jack insistiu que isso não ia dar certo e que garotos como Phelipe não servem para garotas como eu. - eu sorri.
– Isso que eu venho tentando te dizer. Phelipe combina com garotas como a Meredith. - ela riu.
– Essa não era a garota que estava ficando com o Justin antes dele te conhecer? - assenti.
– Desde que Phelipe chegou ela fica babando por ele.
– Aposto que ele já pegou. - falou Allison.
– Eu não duvido, só não sei o que ela ganha com isso. - ela sorriu.
– Eu sei, o Phelipe.
– Ela deve achar que vale a pena.
– Como eu te disse, se você já tivesse o beijado...
– Tá, tá... Por favor. - Allison não conseguiu segurar o riso. - Não gosto quando fala assim do meu irmão.
– Não gosta no sentido vou te bater ou no vou vomitar? - foi a minha vez de rir.
– Vou vomitar, com certeza. - rimos juntas por um tempo. - Conversei sobre isso com o Justin.
– E o que ele disse?
– Que eu deveria deixar você tomar suas próprias decisões. - ela me olhou curiosa.
– Disse isso?
– Disse, e falou também que se você cair eu deveria te ajudar a levantar, mas que os erros ás vezes são necessários.
– Não sabia que o Justin era inteligente. - eu sorri.
– Nem eu. Concordo com ele e com Jack.
– Eu sei disso, só não sei muito bem como agir.
– Olha, Alli, se você quer passar por isso, tudo bem. Vou aceitar sua decisão, seja ela qual for.
– Sério? - ela me olhava incrédula.
– Mas é claro, sou sua amiga. Mas pensa direitinho, tá?
– Claro, desde que seu irmão chegou é isso que eu mais tenho feito, pensar. Quando ele não está por perto é claro, porque quando ele estar eu não consigo pensar em nada.
– Ah meu Deus, Allison!

>>o Ponto de vista: Justin
– Pausa pra água. - gritei para o time. Peguei uma garrafa e sentei na arquibancada, pouco tempo depois Phelipe sentou ao meu lado.
– Até que você não é um capitão ruim. - falou e eu dei de ombros.
– Muito gentil da sua parte.
– A Isabelle está chateada comigo? - eu olhei pra ele, mas ele estava olhando pro nada.
– Acho que ela só está preocupada.
– Ela não deveria se preocupar.
– Eu sei, eu disse isso a ela. - ele me encarou confuso.
– Disse?
– Claro que disse. Pode até achar que eu não te conheço, Phelipe, mas conheço. - ele riu.
– E o que te faz pensar que me conhece?
– Você age exatamente como eu agia antes de conhecer a Belle.
– Sendo um idiota? - eu ri.
– Exatamente. - ficamos um tempo em silêncio.
– Como você descobriu que estava apaixonado pela Bel? - sua pergunta me pegou de surpresa.
– Ah... Não sei... Acho que eu sempre soube, mas tinha medo. Quando eu a vi sentada na minha cadeira com aquele jeans colado, pensei que queria aquela garota a todo custo. - ele socou meu braço.
– Você está falando da minha irmã. - eu ri.
– Eu sei, mas depois de conversar com ela eu sabia que ela era diferente. Sabia pelo jeito que ela me olhava que eu queria fazer tudo o que eu estava acostumado a fazer, só que mais. Também queria fazê-la rir, levá-la pra jantar, queria acordar com ela no outro dia. - ele pareceu pensar. Se ele era o que eu pensava que fosse, entenderia que acordar com a pessoa é uma baita responsabilidade.
– Não sei se estou pronto pra isso. - Phelipe parecia falar mais para ele do que pra mim, mas mesmo assim me senti na obrigação de responder.
– Você nunca está pronto, até que ela chega. Simples assim.
Phelipe encarava a água com concentração, eu queria perguntar se ele estava se sentindo assim, mas achei que isso era com ele, nem eramos amigos, na verdade nem sabia se ele tinha amigos.
– Até que você não é o idiota que eu pensei que fosse. - eu ri.
– Digo o mesmo. - soquei seu braço de volta e ele riu.
– Espero que possamos nos dar bem.
– Eu também. - ele levantou e começou a se afastar.
– Além do fato é claro, que você quer transar com a minha irmã. - eu não pude deixar de rir.
– Você supera isso com o tempo. - Phelipe desceu rindo as escadas. O treino ia recomeçar, mas a conversa que tivemos me fez pensar. Estaria Phelipe se apaixonando pela Allison?