Como um Patético Filme Americano escrita por God Save The Queen


Capítulo 11
Capítulo 11


Notas iniciais do capítulo

Ao som de Bad - David Guetta & Showtek ft. Vassy



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– O que você está fazendo aqui? - surtei.
Depois de espantar as garotas, arrastei Phelipe para o canto e Justin foi atrás, seguido por Allison e Jack.
– Não sei porque você está surtando. Eu sou seu irmão, tenho direito de fazer uma visita. - falou ele com aquela voz que me irritava de tão macia.
– Vocês podem falar em inglês pra gente entender? - pediu Alli sem graça e eu revirei os olhos.
– Só me fala a verdade, por favor. - falei com a mão na cintura (e em inglês).
– Minha mãe ligou lá pra casa pra avisar que você estava namorando e meu pai me mandou a Nova York. - falou ele também em inglês. Eu encarei o nada por um tempo e tentei me acalmar.
– Você está aqui para me vigiar?
– Alguém tem que fazer isso, não é? Você está há pouquíssimo tempo nos EUA e já tem um namorado. - falou e eu revirei os olhos.
– Phelipe, esse é o Justin Lancaster, meu namorado. - falei apontando para Justin que estava encostado na parede encarando aquela cena bizarra.
– Ah, então é você! - falou Phelipe apertando a mão dele, não com muita educação.
– Prazer em conhecê-lo, também. - falou Justin confuso.
– Phelipe, vai pra casa. Avisa pro meu pai que eu estou bem e não preciso de babá. - falei e ele cruzou os braços.
– Agora a sua casa é a minha casa. Eu já fiz minha matrícula aqui e você não vai se ver livre de mim tão cedo. - falou e eu arregalei os olhos.
– Você vai estudar aqui?
– Sim, eu vou. Infelizmente nos EUA, o ensino médio é de quatro anos e por isso, tive que fazer a minha matrícula no último ano, assim como você. Minha mãe já sabe, caso esteja pensando em pedir ajuda pra ela.
– Você não faria isso por mim. Por que você está aqui?
– Porque eu quis, Isabelle. Eu gosto de Nova York, muito mais do que gosto do Rio, ao contrário de você. - eu parei por um momento e olhei no fundo dos seus olhos. Puxei ele pelo braço e arrastei para longe dos outros.
– Phelipe, eu esqueci que o seu sonho era morar em Nova York, e seria muito egoísmo da minha parte tirar isso de você.
– Obrigado, Isabelle. E não pense nem por um minuto que eu não me preocupo com você, tá? - perguntou. Eu o abracei, meu irmão podia ser um grande idiota, mas ainda era meu irmão.
– Tudo bem, agora chega dessa melação. - falei empurrando ele pra longe.
– Concordo, assim acaba com minha reputação. - falou sorrindo. Nós voltamos para perto dos meus amigos, eles nos olhavam com curiosidade e confusão.
– Agora, eu posso apresentá-los. Phelipe, essa é a Allison, minha melhor amiga. - falei e ele beijou a mão dela a encarando.
– É um prazer imenso conhecê-la. - falou ele com aquela voz que eu já conhecia e Allison sorriu sem jeito.
– Igualmente. - falou e eu revirei os olhos.
– E esse é o Jack, melhor amigo do Justin e um grande amigo meu.
– Prazer. - falou Phelipe apertando mão de Jack que apenas assentiu com a cabeça.
– Então agora que estamos devidamente apresentados, vamos embora? - perguntei e Justin me abraçou por trás.
– Mas antes a gente pode conversar? - perguntou e eu assenti.
– Claro. Eu vou me arrepender disso, mas Allison você poderia levar Phelipe até a minha casa? - perguntei e ela assentiu sorrindo.
– Claro que sim. Vai me emprestar seu carro? - perguntou.
– Vou. E Phelipe, por favor, Allison é minha melhor amiga. Não brinque com ela até eu voltar. - falei jogando a chave do carro pra ela e ele levantou os braços em sinal de rendição.
– Fique tranquila, maninha. Pode resolver o seu problema com seu namorado em paz. - falou com um sorriso nada convincente.
– Ah que seja, a Allison já é grandinha. - falei dando um beijo na bochecha dela e de Jack. - Vejo vocês depois.
– Até daqui a pouco, Justin. - falou Jack indo em direção ao seu carro.
– Nos vemos em casa. - falei pra Phelipe que assentiu recolocando os óculos escuros.
– Justin, quer tomar sorvete? - perguntei e ele assentiu.
>>o
– Eu sei o que vai dizer. - falei entrando no carro de Justin.
– Que bom porque aí poupa saliva. - respondeu colocando o cinto. Ele estava visivelmente chateado e eu tinha que dar razão a ele.
– Eu sinto muito pelo meu irmão. Sinto muito pela ceninha que aconteceu agora há pouco. - falei e ele saiu do estacionamento.
– Belle, eu sei que a culpa não é sua. Mas você não pode me culpar por ficar chateado ou confuso. De repente seu irmão aparece, vindo do Brasil só pra te vigiar comigo. - eu cocei a cabeça.
– Eu sei que tudo parece uma loucura completa, mas o meu pai é assim. Ele odeia o fato de eu namorar, acha que eu deveria fazer isso apenas com 30 anos. - falei e Justin sorriu compreensivo.
– Alguns pais podem ser bem ciumentos, entendi. Mas eu queria te pedir para não deixar seu irmão atrapalhar a gente.
– Não vou deixar. Depois de um tempo, Phelipe vai começar a sair com as garotas daqui e vai esquecer de mim, não se preocupe.
– Ele causou um grande alvoroço, né? - eu ri.
– Phelipe é assim. Aonde ele chega as meninas caem aos seus pés, isso é cansativo. As garotas da minha antiga escola sempre fingiam ser minhas amigas, só pra ir lá em casa ver o meu irmão.
– Sério? Elas chegavam a esse ponto?
– Sim, acho que você deveria saber que as garotas ás vezes podem ser bem loucas.
– Eu sei, teve uma vez que uma garota foi... - começou ele, mas depois parou sem graça. - Você não vai querer saber isso.
– Provavelmente não. Mas você deveria contar ao meu irmão.
– Por quê?
– Porque vocês tem que se dar bem, e eu tenho certeza que Phelipe tem várias histórias parecidas com as suas.
– Quem sabe um dia? - falou. E eu percebi que isso seria mais difícil do que eu pensava.
>>o
– Obrigada pelo sorvete e desculpa pelo meu irmão. - Justin estacionou em frente a minha casa.
– Tudo bem, já esqueci. - falou e me beijou.
Sempre que Justin me beija é como Reveillon dentro de mim, fogos de artíficio são liberados ao mesmo tempo causando um rebuliço e uma animação que só faz eu me apaixonar cada vez mais por ele. O seu beijo é cheio de calor e loucura, minha mente fica confusa e eu mal sei o que estou fazendo.
– O que vocês estam fazendo? - pergunta alguém batendo no vidro. Nos afastamos no pulo pelo susto e no lugar do calor entra a fúria. Abaixei o vidro e vi o meu irmão olhando para dentro do carro.
– Eu que pergunto. O que você pensa que está fazendo?
– Sendo um irmão mais velho. - falou e Justin respirou fundo tentando se acalmar.
– Primeiro que você é só um ano mais velho que eu. Segundo que você não tem o direito de fazer isso, a gente estava apenas se beijando. - falei e Phelipe revirou os olhos.
– Apenas se beijando? Por favor, Isabelle. Eu sei o que ia vir depois e não vou deixar você perder a virgindade dentro de um carro. - automaticamente meu rosto ficou vermelho e quente. Eu me senti como um bicho preguiça: lento e burro.
– Phelipe!
– Espera, você é virgem, Isabelle? - perguntou Justin chocado e confuso.
– Você não sabia? Pois agora sabe, e eu pretendo fazer de tudo para ela continuar assim.
– Phelipe!
– Ah para de falar meu nome, Isabelle. Agora vamos, sai desse carro e entra em casa! - eu estava com tanta vergonha que acabei obedecendo e saindo do carro.
– Justin, eu falo com você depois. - falei e bati a porta.
– Tchau. - falou Phelipe para Justin que não respondeu.
Eu fui andando em direção a minha casa sem olhar pra trás, a última coisa que eu queria era a ver a cara do meu irmão. Eu estava com tanta raiva que eu seria capaz de arrancar fio por fio do seu cabelo com a pinça. Então, fui direto para o meu quarto batendo os pés.
– Isabelle, você não precisa ficar chateada comigo. O que eu fiz foi por você. - falou Phelipe na porta.
– Sai daqui antes que eu resolva abrir a porta e te matar. - gritei.
– Por favor, sem reações exageradas. Nada que você possa se arrepender depois.
– Phelipe, por favor. Você estragou tudo como sempre.
– Isabelle, a gente pode conversar? - eu abri a porta com toda a minha fúria e encarei seus olhos.
– Você não tem o direito de estragar o meu namoro e de acabar com a minha vida em Nova York. Eu gosto do Justin de verdade, e se você acabar com isso eu nunca vou te perdoar. - pela primeira vez, Phelipe ficou sem fala. E como eu estava cansada, fechei a porta de novo.
– Olha, eu... - começou ele, mas eu o interrompi.
– Por favor, só sai daqui. - falei com lágrimas nos olhos de raiva e a voz embargada.

>>o Ponto de vista: Phelipe.
Eu tinha mandando mal de mais para deixar as coisas como estavam, eu tinha que fazer alguma coisa.
– Isabelle, você é minha irmãzinha e eu faço de tudo para cuidar de você. Mas na maioria das vezes do jeito errado. Só que não se preocupe, eu vou resolver isso. - falei procurando a chave da minha moto.
– O que você vai fazer? - perguntou ela chorando e isso só fez com que eu tivesse certeza do que tinha que fazer.
– Daqui a pouco, eu volto. - saí de casa caçando o telefone.
– Alô?
– Oi Allison, é o Phelipe.
– Ah, oi. - falou ela com uma voz doce. (Infelizmente) não estava com tempo pra isso.
– Preciso da sua ajuda, eu acabei de fazer uma besteira. E preciso achar o Justin.
– O namorado da Isabelle?
– Isso, esse mesmo. E como eu tinha seu telefone achei que pudesse me ajudar.
– Tudo bem, eu ajudo. Você quer o telefone dele?
– Não, ele não vai querer falar comigo. Se você pudesse descobrir onde ele tá e depois me dizer.
– Eu acabei de vê-lo passando aqui na rua, deve estar em casa.
– Ele mora na sua rua?
– Mora sim, quer o endereço?
– Na verdade eu ainda não me acostumei a Nova York, se você pudesse vir aqui me buscar de táxi, eu agradeceria.
– O que você fez?
– Sinceramente, Allison, você não vai querer saber. Então pode vir? Eu pago o táxi quando chegar.
– Está bem, chego em vinte minutos.
– Obrigado, mesmo.
– Disponha.
Eu fiquei esperando ela chegar do lado de fora, queria dar espaço a Isabelle para pensar, gritar ou chorar. Eu não deveria ter feito o que fiz, mas eu só penso nisso obviamente depois que faço. Ser impulsivo é um dos meus maiores defeitos porque sempre ferra meu relacionamento com minha irmã. Mas é claro que tem algumas garotas que acham isso uma qualidade.
– Phelipe? - chamou Allison de dentro do táxi.
– Ah, obrigada mesmo por ter vindo. - falei pagando o taxista.
– Não tem problema. Agora me conta o que você fez.
– Por favor, não faça escandâlo. - falei e ela fez sinal para que eu continuasse. Eu contei tudo para ela, e seu rosto foi mudando conforme eu terminava a história.
– E agora ela está lá dentro chorando? - perguntou e eu assenti. Allison me deu um tapa no ombro com raiva.
– Eu falei pra você não fazer escandâlo.
– O que você estava pensando? Era óbvio que ela ia te odiar.
– Eu não estava pensando em nada, porque se eu pensasse provavelmente não faria.
– Muito bom, e agora você quer ir atrás do Justin para falar exatamente o quê?
– Não sei, pedir desculpas. Pedir pra ele conversar com a Isabelle, sei lá qualquer coisa que possa ajudar.
– Tudo bem, vamos logo. - falou e eu sorri.
– Já andou de moto, Allison?
>>o
– Pronto, Justin mora aqui. - falou ela apontando a casa e eu parei.
– O Justin mora aqui? - perguntei surpreso.
– Sim, mora.
– O que os pais dele fazem exatamente?
– O pai dele é dono de uma franquia de restaurantes pelos EUA. É o restaurante mais famoso de Nova York.
– Uau, impressionante. É um casarão. - falei e ela sorriu.
– É mesmo. Agora se não precisar mais de mim, eu vou pra casa.
– Obrigado mesmo, Allison. - dei um beijo em sua bochecha bem perto da sua boca fazendo ela ficar sem graça.
– Hum, disponha. - ela saiu andando e não olhou pra trás. Bem, melhor assim.
Respirei fundo e toquei a campainha, um empregado abriu a porta e me avaliou.
– Pois não? - perguntou.
– Eu gostaria de falar com o Justin Lancaster. - o empregado parecia um pouco incrédulo.
– E você quem é?
– Eu sou Phelipe Dantas, irmão da Isabelle que é a namorada do Justin.
– Sim, só um minuto. Entre e fique a vontade. - falou abrindo espaço para que eu entrasse.
– Obrigado. - eu olhava tudo com curiosidade. Como seria ser uma pessoa rica? Ter todo o luxo que quisesse e precisasse?
– Como descobriu minha casa? - descendo as escadas estava aquele cara que eu não gostava nem um pouco.
– Allison. - falei e ele suspirou.
– Então, quer falar comigo?
– Na verdade não quero, mas acho que preciso.
– Isabelle pediu que viesse?
– Na verdade ela não sabe que eu estou aqui. - Justin sentou em uma poltrona e apontou outra para que eu sentasse.
– Pois bem, pode começar a falar.
– Olha, eu sei que eu mandei mal. Sei que não deveria ter falado aquilo pra você, não é justo com ela. Mas eu amo a minha irmã e faria de tudo para protegê-la. Afinal, eu sei exatamente como os garotos pensam, então...
– Sei que se preocupa com ela, mas não precisa. Gosto da sua irmã de verdade, Phelipe, e não faria nenhum mal à ela. E o que ela fez para você vir até aqui falar comigo?
– Ela gritou, chorou e bateu com a porta na minha cara.
– Ela tem razão, você não devia ter feito aquilo. Muito menos ter contando algo tão pessoal da vida dela pra mim.
– Em minha defesa, eu achei que você soubesse. Isabelle, embora na maioria das vezes esconda, é romântica e idealiza ter um único parceiro na vida. Ela acha que isso será uma prova de amor pra ele.
– Você não está falando sério. - falou desencostando da poltrona.
– Sim, estou. Por isso que eu tenho certeza que ela relutou muito pra sair com você. Porque pelo que eu descobri você não é ou não era um cara do tipo romântico.
– Não mesmo. Eu era exatamente como você, pelo menos foi o que ela me disse uma vez.
– Então pronto. Isso quer dizer que está apaixonado por ela?
– Sim, eu estou muito. - eu revirei os olhos e levantei. - Consegue entender isso, Phelipe?
– Não, mas posso tentar. Agora se você pudesse conversar com ela, eu agradeceria.
– Está certo. Vamos á sua casa. - falou levantando também.
– Obrigado.
– Não faço isso por você, faço por ela.
– Que seja, não me importo com isso. Só queria que fizesse.
Enquanto eu saía da casa dele, pensei no quão estranho deveria ser estar tão apaixonado por uma pessoa. No quão idiota e estúpido era esse sentimento maluco. Quando Justin saiu da garagem com seu carro e parou ao meu lado, eu ri.
– Sério que você tem um Porsche?
– O que vocês tem contra esse carro?
– Nada, só achei impressionante.
– Hum, obrigado. - coloquei os óculos e subi na moto.
Justin Lancaster era um grande idiota.


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Notas finais do capítulo

Sejam gentis e comentem o capítulo, okay?
Beijoos de chocolate!



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