Touch, Feel, Use escrita por laah-way


Capítulo 8
Capítulo VIII


Notas iniciais do capítulo

Primeiramente - DEMOREI MUUITO X_______X
Culpem o colégio e suas provas idiotas!
Não, não me isento da culpa :/ Mas foi a maldita falta de tempo mesmo, o capítulo já tava até pronto há alguns dias, mas não tinha tempo pra entrar aqui, sinto MUITÍSSIMO! X_X
e Segundamente (isso existe? ) - Obrigada à Lils-way, que me ajudou com o capítulo Gracias hermana!
E é isso, ENJOY ♥



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/60110/chapter/8

Enquanto eu, apressadamente, passava o secador nos cabelos molhados, ainda de toalha, pois tinha acabado de sair do banho, Richard encostou-se na porta do banheiro e me olhou pelo reflexo:

- Posso dormir no chão, se quiser.

Fingindo que não o tinha escutado, respondi:

- Só um segundo, Richard. Vou terminar aqui e já falo com você.

Ele apenas acenou com a cabeça e saiu.

 A pousada era bonita, tinha um estilo rústico, com piso e móveis de madeira. O clima era aconchegante dentro do quarto, e da janela podíamos ver o campo de flores que mais cedo tínhamos visitado. Aquele que apenas a lembrança era suficiente para me fazer sorrir para o reflexo no espelho. Apesar disso, havíamos mantido a cortina fechada, talvez por um pouco de privacidade. Tínhamos pedido um quarto com apenas uma cama de casal, e embora Richard tenha se oferecido para dormir no chão, eu sabia, ele sabia, nós sabíamos que não era isso que ele queria. E bom, não vou negar, nem eu.

Terminei de secar o cabelo, fechei a porta, coloquei minhas roupas íntimas e uma camisa que propositalmente ficava grande e larga em mim. Ao pegar o short, olhei para ele por alguns segundos, então olhei para mim novamente e sorri. Dane-se. Larguei o short, e saí do banheiro, apenas com uma camisa e de calcinha, a procura de Richard, que estava no meio do quarto, de costas pra mim, fazendo sabe-lá-Deus-o-quê. Mas talvez o barulho da porta se abrindo ou meus passos, fizeram com que ele voltasse para mim, seus olhos rapidamente percorrendo meu corpo, do meu rosto até meus pés, e desviando logo em seguida. O constrangimento de Richard era evidente.

Fui até ele e passei meus braços em volta de seu pescoço e colei nossos lábios rapidamente, propositalmente deixando nossos corpos colados por inteiro.

- O que disse?

- Disse que se você quiser, posso dormir no chão. – Richard me olhava nos olhos intensamente, enquanto segurava minha cintura.

Encostei nossos lábios novamente, depois beijei seu rosto e sussurrei em seu ouvido:

- Não será necessário.

Levemente, dei dois passos para frente, fazendo Richard dar dois passos para trás e logo ele já estava na frente da cama. Coloquei minhas duas mãos em seus ombros, e sem ser necessário usar força, fi-lo sentar-se na cama. Richard me olhava de baixo, ainda com suas mãos em minha cintura, encarando-me, pois ainda permanecia em pé.

Depois de alguns segundos, sentei em seu colo, passando minhas duas pernas em torno de sua cintura. Segurei forte em seus cabelos negros e o beijava com intensidade. Podia sentir que, pela proximidade de nossos corpos, Richard estava ficando excitado, mas também sentia que ele se refreava, tentando se controlar. Continuei com os beijos possessivos, pressionando cada vez mais meu corpo contra o dele, que passava suas mãos em minhas costas, subindo até minha nuca e descendo de volta até minha cintura. Tirei minhas mãos de seus cabelos e sem parar de beijá-lo, abri totalmente sua camisa, o que fez Richard parar de me beijar e dizer:

- Tem certeza? – Os olhos verdes de Richard me fitavam com desejo, e sei que ele estava usando todo o seu autocontrole naquele momento.

Não respondi, apenas tirei minha blusa e joguei em algum canto do quarto. Richard entendeu a resposta afirmativa, mas ainda não se movera, até que delicadamente, tirei sua blusa que já estava aberta e coloquei suas mãos em meu corpo. Por alguns segundos, ele ainda parecia pensar e depois voltamos a nos beijar, mas dessa vez com mais calva e suavidade. Então as coisas começaram a se desenrolar, Richard me beijava com doçura enquanto passava as mãos por todo o meu corpo, agora coberto apenas por uma calcinha. Quando me dei conta, Richard tinha me virado, e eu agora estava deitada na cama, e ele estava por cima de mim. Ele pegou minha perna esquerda e passou em volta de sua cintura, dando alguns apertões em minha coxa. Com mãos habilidosas e experientes, abri o botão e o zíper da calça de Richard, que parou de me beijar por alguns segundos e se ajoelhou em minha frente, tirando a calça jeans e como eu tinha feito com a blusa, jogou em algum canto do quarto.

Nós mantínhamos sempre o contato visual, sem vergonha nenhuma. Foi nesse momento que percebi o quanto aquilo tudo era mágico. Pela primeira vez eu não estava fingindo, pela primeira vez eu realmente queria estar ali, pela primeira vez eu estava fazendo algo com sentimento, era tão natural que eu podia sentir a felicidade emanando de todos os meus poros.

Richard voltou a deitar-se sobre mim, e eu o beijava, percorrendo minhas mãos por suas costas, fazendo leves arranhões com as unhas, às vezes passava minhas mãos por seu peitoral moreno e definido, depois voltava para sua nuca, segurava seus cabelos com força... Richard intercalava beijos com mordidas, com beijos no pescoço e mordidas no lóbulo, arrancando alguns gemidos e arrepios de mim, de forma que eu sabia que estávamos chegando a um nível superior a carícias. Eu podia sentir a excitação emanando dele, e também estava suficientemente excitada para querer chegar a esse nível…


- Carol… - Ele sussurrou, e então, num movimento ágil que eu não consegui acompanhar, ele deslizou as mãos por minhas pernas, levando junto a única peça restante que não me fazia estar completamente nua.

Foi eletrizante. No mesmo instante também notei, de passagem, que ele estava nu também. E em alguns segundos, já seguíamos movimentos lentos, ritmados e sincronizados. Minha perna esquerda ainda estava em volta de sua cintura, e sua mão segurava minha coxa com força, mas não machucava. Em pouco tempo, os movimentos tornaram-se rápidos, possessivos, ferozes. Depois de alguns gemidos altos, ora meus, ora dele, ora de ambos, chegamos ao ápice do prazer juntos. Eu não fingi.

Delicadamente, Richard saiu de cima de mim, deitando-se ao meu lado, mas ainda me beijava e acariciava meu pescoço. Demorei um tempo para perceber como aquilo tinha sido importante pra mim. Pra nós dois. O sorriso em meus lábios era verdadeiro. A mão de Richard estava em meu corpo nu, enquanto eu ainda recobrava a respiração. Eu queria dizer tanta coisa, mas eu provavelmente estragaria tudo. Depois de alguns minutos, apoiei minha cabeça em seu peito e Richard alisava meu cabelo, quando sem encará-lo, comecei:

- Meu pai abusava de mim quando eu era criança.

Richard parou abruptamente de mexer em meus cabelos e colocou uma mão em meu queixo fazendo-me encará-lo. Ele parecia assustado... Não, aterrorizado. E sua voz foi confortadora quando disse:

- Você não precisa dizer isso.

Fiz que não com a cabeça e voltei a apoiar minha cabeça em seu peito.

- Aos treze anos, engravidei do meu próprio pai. – Fiz uma pausa. Apesar de tantos anos, ainda era doloroso proferir aquelas palavras. Verbalizar aquilo... Era tornar aquilo real novamente. Doía. – Ele morreu. Meu bebê. – Um soluço veio, involuntário. Mas eu não chorava. Não conseguia. Apenas era como se aquilo estivesse preso em minha garganta há tantos anos... Senti os braços de Richard se estreitarem em meu corpo. – O médico disse que eu não poderia engravidar de novo. Nunca mais. Minha mãe sabia e ela... Nunca fez nada para impedir. Ela só me olhava com aqueles olhos piedosos que me davam nojo. Então eles morreram, meus pais, e eu não consegui derramar uma só lágrima. Meu amigo Leonard me chamou pra morar em Amsterdam e por um ano eu não consegui nenhum emprego. Até que, como eu disse, aquele velho me ofereceu dinheiro pra transar com ele. – Dei outra pausa, não tão longa. – Ele me lembrou meu pai.

Dessa vez senti uma lágrima escorrer, mas reprimi antes que aquilo pudesse se tornar um choro desenfreado.

- Naquele dia, eu chorei. Chorei muito. Mas o passar do tempo me fez pensar que... Eu só valia isso. Só valia o que as pessoas pagavam por mim.

Até que Richard sussurrou em meu ouvido:

- Lembra que eu disse que você poderia fazer tudo o que quisesse?

- Lembro.

- Então. Você pode chorar também, Carolina. Pode chorar, se quiser. Não há ninguém aqui pra te repreender.

Sem mais forças para segurar, afundei completamente meu rosto em seu peito e chorei. Não desenfreadamente, não foi alto, nem desesperado. Eu não conseguia fazer isso. Não por meu passado, pelo menos. E, após um dos momentos mais felizes de minha vida, eu não conseguiria tampouco. Mas eu sabia que no silêncio mortal daquele quarto, era possível ouvir meus soluços baixos, e ele sentia minhas lágrimas em seu peito.

Quando finalmente me recompus, Richard novamente segurou meu queixo e fez-me encará-lo.

- Você vale mais, Carol. Muito mais.

Meu coração saltava, e eu sorri novamente. Nossos olhos se cruzavam, queimando, com paixão. Eu não podia ser mais feliz do que aquilo. Ou podia?

E eu não fazia idéia do que era sexo com amor, até aquele dia.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Espero que gostem. e reviews, reviews!