Alec me levou até meu quarto, que fica no mesmo corredor que dá acesso as esposas de Aro e Caius. Sim, o ponto mais alto e mais seguro do castelo! O motivo? Sou uma hibrida, morro com um pouco mais de facilidade do que um vampiro.
Como se isso não bastasse, Aro parece ter algum interesse ao me manter segura. Pude perceber pelo sorriso e olhos brilhando quando escolhi Alec como tutor, e depois suas ordens claras para garantir minha sobrevivência.
– Muda? – Alec perguntou enquanto desarrumava minhas malas.
– Um pouco. Tem algum problema com isso? – Renesmee, seja amigável!
– Nenhum. – ele bufou.
Stefan havia dito que seria melhor se eu tivesse a confiança de Alec, ele é uma das joias de Aro, seria um dano maior. Mas não sei se consigo ser amiga – mesmo que de mentira – do vampiro que matou quem eu amava mesmo ainda criança.
Mas tenho que tenar.
– Jane pareceu não gostar de mim. – não acredito que usei essa.
– Jane não gosta de ninguém, não leve para o lado pessoal!
– Hmm...
– E você? Ouvi dizer que veio para Volterra tentar esquecer o cachorro.
Ouvir aquilo foi demais pra mim.
Joguei do outro lado do quarto. Eu lutava com Emmett e Edward diariamente, no começo era por diversão, mas depois achei bom saber me defender. E Stefan e Vladimir me ajudaram também.
– Ficou doida? – ele perguntou enquanto se levantava.
– Desculpe. Jacob morreu, mas ainda não consegui superar, e você quem provocou falando dele daquela maneira! – voltei a tirar minhas coisas da mala.
Ouvi ele sussurrar um “louca” e eu sorri satisfeita.
Terminei de guardar minhas coisas e sentei na cama o encarando.
E... Ação!
– Oque foi? – ele não se aguenta de curiosidade mesmo...
– Você até que é pegável... – mentira do século!
– Eu sei. – ele sorriu convencido.
Mereço ter que adular esse ser...
– Italianos... – revirei os olhos. – Vem cá... As mulheres daqui gostam assim é?
– Elas amam os italianos se quer saber.
– E você se aproveita disso!
– Na verdade, não. – o olhei confusa. Alec não pega ninguém é isso mesmo produção? – Sou britânico!
– Ah... Mas você, sabe.
Ele riu.
– Eu sou um vampiro com mais de um século na ficha, acha que eu resistiria tanto?
– Achei a verdadeira putinha Volturi! E não é a Heide. – sorri.
– Acho que preferia você calada mesmo. – ele revirou os olhos novamente.
Não respondi.
Sou uma criança de sete anos, esperavam oque de mim? Ele me quer calada? Por mim...
– Foi uma viagem longa, está com fome? – não respondi. – Está me ouvindo? – e eu não abria a boca, logo ele percebeu meu jogo e bufou. – Não acredito... Estou cuidando de uma criança!
Tinha uma caneta e meu caderno em cima da cama, peguei e escrevi a resposta pra ele.
– “Tenho sete anos imbecil! Claro que sou criança.” – ele leu tentando imitar minha voz e eu fuzilei com o olhar. – Então é assim? Não vai falar mais? – assenti. – Que seja... Volto logo. Fique aqui!
Ele saiu.
Como se eu fosse muito obediente, talvez com meus pais. Não contei, mas me tornei um pouquinho rebelde sem Jake, achei que festas e as brigas diárias afastariam as lembranças dele. Mas não deu muito certo, quase perdi o controle! E Edward teve que levar minha mãe e eu para a ilha de Esme, para tentar trazer sua filha obediente de volta.
Bom, acho que deu certo. Ou não...
Assim que deu tempo o suficiente para que ele estivesse bem longe, sai do quarto.
O corredor estava vazio, com exceção de alguns guardas. Que inclusive eu passava e alguns olhavam, não se alimentaram hoje. Eu acho.
Escutei pássaros, pássaros?
Segui o som e acabei num jardim. Desde quando o castelo Volturi tinha um jardim tão lindo?
– Oi. Oque faz aqui? Não é um bom lugar quando se tem uma vampira vegetariana no castelo. – sim, eu estava falando com um pássaro. – Para sua sorte não estou com sede. Vai!
Ele voou e eu fiquei vendo.
Eu havia me isolado todos esses anos, os únicos com quem eu falava era Edward e Bella, e quando necessário. Tentei todas as formas possíveis para não lembrar dele, mas era impossível!
Quando fiz 6 anos, me contaram sobre o imprinting, aquilo só piorou meu ódio por Alec.
– Eu falei pra não sair!
Me assustei com a voz.
– Avisa da próxima vez. Sou hibrida, ainda tenho um coração! – suspirei. – Destruído mas tenho... – sussurrei.
– Porque destruído?
– Não quero ser ignorante... Mas não lhe diz respeito!
– Santo mal-humor! Vem, Aro pediu pra levar você para caçar.
– Estou bem alimentada, obrigada!
– Edward contou, Renesmee. Aro está a par de tudo!
– Droga. Vou se obrigada a me alimentar agora?
Esse assunto desperta minha raiva.
– Vai!
– Você. Não. Manda em mim!
– E você é uma criança teimosa! Cinco dias sem sangue e nem comida humana? Está se matando! – era verdade. Não consigo comer, era Jake que me fazia comer. Tudo me lembra a ele...
– Três... Edward contou três dias.
– Cinco, sei que mentiu ao dizer que estava comendo na escola de Forks.
– Eu não quero comer Alec. Agradeço sua preocupação... – mentira. – Mas não posso!
– Mas vai!