Assim que desembarquei, Santiago – Edward havia pedido especificadamente – já estava a minha espera.
Assim que o vi um vulto da quase guerra me veio a cabeça, e lá estava ele, entre os guardas de Aro só observando enquanto Alec tirava todos os sentidos de Jake e depois... O matar.
Santiago me levou até o carro que nos levaria até Volterra. Entrei em total silêncio, só quem me importava era Aro e seu pequeno assassino Alec.
– Achei que os Cullen fossem um pouco mais... Gentis. – disse Santiago enquanto dirigia.
– Desculpe se não estou ao seu agrado.
– Você fala igual velho.
– Falou o vampiro com mais de um século.
Ele deu de ombros e continuou a dirigir.
Talvez eu tenha me tornado um pouco ranzinza com o tempo. Talvez.
A carro parou e ao olhar pela janela pude ver as portas do castelo. Aro havia combinado com Carlisle a hora melhor para minha chegada já que ambos não queriam que eu fizesse o caminho do aeroporto até o castelo sozinha, poderia ser perigoso. Sendo assim, a hora cujo cheguei oficialmente na Itália o sol já não fazia mais parte da bela vista do lugar.
E também não haviam humanos visitando o castelo a essa hora, tudo em seu devido lugar. Ou quase...
As portas se abriram revelando Felix, o vampiro que mais parece um armário. Mas isso todos sabem, Felix e Santiago, tanto um quanto o outro são enormes! Assim como Emmett. É de se esperar que fossem, os dois são encarregados da segurança do castelo. Afinal, depois da quase guerra, muitos viram que era possível vencer os Volturi! Pelo pouco que sei, muitos já tentaram invadir o lugar, e os Romanos estão apenas a espera de uma chance, para o recuperarem seu trono.
Por esses e outros motivos que Edward e Bella não queriam que eu partisse para cá, mas Alice por alguma razão esclarecida até hoje, os convenceu! Não sei se a agradeço ou a xingo por não explicar sua felicidade toda com minha partida.
– Aro a chama Cullen. – Felix avisou já me dando as costas para que o seguisse.
Não respondi, apenas o segui deixando Santiago para trás.
Passamos por um longo corredor e descemos algumas escadas que deram até um elevador. Que por sinal tocava uma música italiana irritante.
– Aro não podia ter a gentiliza de trocar a música deste elevador? – perguntei em um tom baixo e respeitoso.
– Italianos gostam disso, recebemos muitas visitas então... Damos total conforto antes de serem mortos. – ele sorriu logo quando elevador parou e as portas se abriram.
Ele saiu e eu o segui novamente. Os corredores desse lugar parecem não ter fim, e a decoração sempre transmitindo ser velho, histórico. Oque não deixava de ser, mas era mais um dos truques a favor de Aro para conseguir com que sua refeição venha até ele. Idiota...
Os Volturi podem até ser respeitados por manterem nosso mundo as escondidas, mais longe possível dos olhos humanos, até entendo e agradeço mentalmente por isso. Mas não deixam de ser vampiros egoístas, ambiciosos e sem piedade alguma! Respeito a humanidade? Nunca. Por eles humanos nem existiriam no mundo, tenho certeza.
Felix parou em frente a porta enorme que nos levaria até Aro. Ele abriu e deu passagem para que eu entrasse.
– Querida Renesmee. Que. Saudade! – Aro saiu de seu trono e flutuou até mim.
– É, da ultima vez que nos vimos estava tentando me matar.
– Oh, sinto muito que ainda lembre desse... Engano terrível de minha parte! – ele estendeu a mão para mim, soube oque queria então não permiti.
Repousei minha mão em seu rosto mostrando minhas lembranças e editando algumas referente a ele e Alec. Quando achei que já era o suficiente, retirei minha mão.
– Vejo que ainda sente falta de seu parceiro... Jacob.
Ouvi-lo dizer o nome dele fez meu pobre coração partir novamente. Ver a facilidade com a que Aro mencionou o nome de Jake, como se ele não tivesse culpa alguma do que aconteceu, fez meu sangue ferver!
Eu estava frente a frente com um assassino, não só isso... O cúmplice e “pai” do culpado da morte de Jacob.
Respirei fundo e dei graças que nenhum membro dos Volturi podia ler minha mente.
– Sim. Todos os dias Aro. Por isso meus pais me mandaram até aqui! Acham que tem capacidade e estrutura para me fazer esquece-lo.
– Claro minha querida! Talvez Volterra a faça um bem maior.
– Talvez.
Falso! Como pode? Sinto pena de Sulpicia. Infelizmente apaixonou-se por ele, vitima do amor. E hoje vive trancada. Acho que ela nem deve saber as coisas que Aro faz, ou sabe. O amor tem o dom de fazer as pessoas perdoarem coisas que para muitos – ou para humanos – seria impossível.
– Para que não aconteça acidentes, cederei um vampiro para que lhe acompanhe sempre.
– Gentil de sua parte. Obrigada.
– Darei a liberdade de escolher entre Demetri, Felix, Santiago e meus queridos Alec e Jane.
Ouvir o nome de Alec fez meu coração perder uma batida. Talvez de raiva.
– Alec. – fora a única coisa que consegui dizer.
Eu já estava ciente de que Aro iria sugerir um tutor, o castelo é uma grande armadilha. Acho que ninguém havia pensado nisso, mas o proposito do castelo ser tão grande, com vários corredores iguais, escadas, elevadores portas que não dão a lugar algum... Era uma forma de proteção.
Quem não conhece o lugar, mesmo sendo vampiro acaba se perdendo. E isso facilita caso ocorra uma invasão ou ataquem os Volturi como aparentemente está se tornando um habito.
Se o castelo era feito para os rebeldes e os vampiros romenos se perdessem, eu também me perderia.
Alec pareceu um pouco... Estranho. Não estava com a tipica cara de tédio que eu esperava que fosse fazer quando o escolhesse. Pelo contrário, estava relaxado, pareceu nem se importar! Era para você pirar! Ficar louco de raiva! Droga...
– Que assim seja! Mostre o quarto onde Renesmee ficará querido Alec.
Atrás de Aro pude ver que Marcus mantinha um sorriso leve no rosto e Caius parecia... Bom, Caius.
– Com prazer Mestre.
Aro voltou ao seu trono enquanto eu saia companhada de Alec, a pessoa que matou-me por dentro.