I – Rachel

Aqueles foram os segundos mais longos da minha vida inteira. Meu telefone toca.

– Meu Deus. Até que enfim, Quinn. – Falei num tom de voz baixo, olhando para todos a minha volta.

– “Gostaria de falar com a senhorita Rachel Berry, por favor.” – Me disse uma voz masculina pelo celular. Estranho. Era o número da Quinn.

– Sim? – Perguntei esperando que talvez fosse alguma brincadeira, com o coração já acelerado.

– “Senhorita Berry?” – A voz estava hesitante, longe e talvez até cansada. – “Meu nome é Adam. Eu estou ligando por que este era o ultimo numero na lista de mensagens.” – Ele hesitou por um momento e continuou. – “Eu trabalho na policia. E bem...” – Ele parou de falar, mais uma vez. Meu coração cada vez batia mais forte. – “A sua amiga Lucy Quinn Fabray. Ela sofreu um acidente. Um acidente grave.”

Meu mundo caiu. Minha cabeça começa a rodar. Não consigo respirar. Estou tremendo. E elas vêm. As lagrimas nos meus olhos são quentes. Meu coração continua apertado.

No telefone Adam, o policial continua falando. Não consigo ouvir. As garotas em minha volta se aproximam o mais rápido possível perguntando o que aconteceu, até que Santana toma o celular da minha mão. Segurei a barra do meu vestido e corri. Corri o mais rápido que pude até a porta. Enquanto atrás de mim, apenas ouvia o estardalhaço.

Algumas das meninas estavam vindo atrás de mim junto a Finn e meus pais. Carole vinha logo atrás junto a Mercedes e Tina que chorava.

– AS CHAVES DO CARRO. AGORA FINN. Gritei. Continuava assustada. Droga era Quinn. Minha amiga. E logo agora, Finn estava sendo um completo idiota. – VOCÊ NÃO ESTA ME OUVINDO? AS CHAVES. AGORA! Gritei mais uma vez.

– Berry, acalme-se. Disse Santana agora mais próxima. Esse definitivamente não era o momento para as bobagens de Santana. Ela também me parecia assustada, assim como todos os outros.

– Vai pegar o carro de Finn e vai pra onde exatamente? – Perguntou meu pai, LeRoy segurando uma das minhas mãos. Olhei no fundo dos olhos deles. Aquele momento, sentimentos bagunçados. Um caos. E só uma preocupação. Quinn. Não aguentei e voltei a chora, dessa vez sentada no chão com as duas mãos no rosto. Ouvi conversas ao meu redor até que Finn se aproximou.

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Ao chegar ao hospital, vários dos olhares me acompanharam. Se não fosse algo trágico seria até cômico. Uma noiva no hospital. Até me parece nome de filme. Ela parecia um anjo “dormindo”. Ver Quinn naquele estado me fez ter um choque de emoções de novo. As lágrimas voltaram outra vez. De acordo com a atendente, ela já havia passado por uma cirurgia. Seu rosto estava com alguns cortes. Continuei ali, sozinha até perder a noção do tempo. Fiquei imaginando o quão próximas ficamos durante todo esse tempo. As seccionais, as regionais. Nossa ultima briga. Como eu fui tão dura com ela, ao pedir pra não ir ao meu casamento com Finn. O nosso ultimo abraço assim que ela conseguiu voltar para as Cheerios. Senti um aperto forte no coração; uma mão pesada no meu ombro. Era Finn.

– Hm... Rachel? – Ele perguntou num tom de voz mais baixo que o normal. – Eu... Trouxe isso. Beba. - Ele estava com café. Balancei minha cabeça negativamente e o silencio voltou, até ele ir embora.