As ruas de storybrooke estavam silenciosas. Alguns cidadãos em suas casas, uns no grannys e outros, aqueles que estavam sem direção alguma de sua vida, estavam no bar, bebiam tentando aliviar suas mágoas...

Ninguém percebeu quando um fusca tentou desviar do animal, um grande e belo lobo branco acizentado. Assim que a xerife desviou, tudo em seguida ficou preto.

...

Uma semana antes, estrada.
Pov Emma.

Assim que tomei a decisão de ir atrás dela, Regina. Percebi que todas as direções me levavam até ela. Foi assim desde do começo, quando nosso filho bateu em minha porta.

Desde do início estavam destinadas a estarmos juntas. Mais por algum motivo deixamos as emoções de um passado e até mesmo de um futuro que nem sabíamos que iria existir escolher um outro caminho, caminho ao qual nos separava.

Sempre foi assim, por mais que estivéssemos lado a lado, sempre estivemos distantes.

Tentei renegar um sentimento que aflorava a cada batida do meu coração. Assim que botei meus olhos nela, vi a verdadeira beleza diante de mim. Sua postura de rainha, seus jeito, suas roupas, sua maneira de falar. E o principal, seu amor por nosso filho, fez com que eu tivesse a mais pura certeza que meu coração pertencia a ela, somente a ela.

A mulher que um dia considerei ser minha inimiga, se tornou a mulher da minha vida...

E foi assim que senti a dianteira do meu carro bater em alguma árvore. Senti um gosto amargo em minha boca. Minha cabeça latejava, meus olhos fechavam sozinhos. Sentia algo escorrer pelo meu rosto. Eram lágrimas, mais havia sangue também, assim que vi meus dedos sujos desse líquido avermelhado, tentei arranjar força que naquele momento eu não tinha, para levar minha mão até meu corte na testa.

Meu coração estava disparado. Meu corpo machucado e meu coração quebrado. E assim que fechei meus olhos tive a plena consciência que não os abriria mais.

..........

Atualidade.

"Acorde, acorde Emma."– falava uma voz distante. A voz de um homem, que me chamava constantemente. "Vamos Emma, não chegou sua hora."

Era como se eu não estivesse mais ali, meu corpo estava cansado, mais não havia mais dor.

Abri lentamente meus olhos, mais os fechei novamente, e pisquei rapidamente. Tentando me acostumar com a grande luminosidade a minha frente.

"Isso, eu sabia que você não desistiria." – assim que ouvi a voz daquele mesmo homem que me chamou a instantes atrás, levei meu olhar a ele. Eu não o conhecia.

"Quem é você?" – levantei rapidamente, me afastando dele.

"Calma." – me disse com toda a simplicidade.

"Onde estou? E volto a repetir, quem é você?" – dei mais alguns passos para trás.

"Você está morta."– meus olhos se arregalaram. "Morta não, você está dormindo Emma, em coma digamos assim." – então ele se aproximou de mim. "Meu nome é Daniel."

"Daniel?"– ele... Ele era o... Meu deus! "Vo-você era o menino que a Regina se apaixonou?" – minha voz vacilou.

"Sim, eu fui o primeiro amor da Regina, apenas isso."

"Mais o que eu estou fazendo aqui?"– disse tudo rapidamente, eu não estava intendendo nada.

"Me diga você Emma. Por que você está aqui?" - me encarou com seu sorriso.

"Eu...eu não sei, ok? Isso é tudo um sonho." – falei mais para mim do que para ele.

"Não Emma. Isso não é um sonho. Você sabe o por que você está aqui e é por isso mesmo que eu mostrarei seu caminho." – ele era meu anjo agora? Sorri sarcasticamente.

"Eu não sei como voltar."

"Você não quer voltar."– ele sorriu tristemente. "Você fez a vida inteira isso. Desistia..."

"Para, para... Eu não quero ouvir isso." – praticamente gritei.

"Você desistia Emma."– ele pareceu ignorar tudo que eu havia lhe dito. "E você está fazendo isso agora."

"Não. Se eu estivesse desistido eu não estaria aqui." – soltei minha respiração que nem sabia que estava presa. "Eu não desistiria agora. Eu não posso desistir, eu tenho meus pais, meu filho, eu te a Re..."– parei de falar ao tomar conta do que iria pronunciar.

O olhei e ele continuava sorrindo.
"Diga Emma. Diga o que você iria dizer. Você precisa disso para mim seguir adiante."

"Regina, ok?" – falei emburrada.

"Regina." – repetiu, como se pensasse no que diria. "Quando você sofreu o acidente, você estava indo atrás dela, não é?"– confirmei com a cabeça. - "E depois você sofreu o acidente. Emma, esse acidente te deixou em coma. Faz uma semana que você está num sono sem previsão para acordar." – meus olhos estavam úmidos. - "Você nesse momento, tens duas opções. Uma, você desiste de viver e nunca mais volta. Ou, você tem a segunda opção. Você volta e luta por aqueles que você ama. Então, o que você vai escolher Emma.

Eu não precisava pensar. Eu iria voltar.

"Como eu volto?"– perguntei.

"Regina. Ela precisa aceitar que sempre foi você. Que você é o amor verdadeiro dela."– me disse confiante. "Eu Emma, fui aquele que mostrou que o amor não é mil maravilhas. Eu fui o homem que colocou Regina na direção, no rumo que ela precisaria chegar. Ela pode conhecer quem for, ela pode se apaixonar outras vezes. Mais é você que no final, quando essas paixões acabarem que estará ao lado dela, por que você é o verdadeiro amor dela. Vocês se completam. Estão destinadas."– eu sorri ao ouvir essas palavras. "Eu só fui o primeiro amor dela. Mais você sempre será o único e o ultimo."

"Mais Daniel, por que você está aqui? Se pra mim voltar, Regina tem que aceitar o que sente por mim. Coisa que eu acho difícil acontecer."– falei tristemente olhando ao meu redor, foi quando percebi que estávamos num corredor branco. Tudo ao meu redor era branco.

"Regina já aceitou Emma. Agora você precisa ver que ela aceitou. Porém, você precisa me prometer algo."

"O que?"

"Que não desistirá dela."

Eu sorri. E disse com convicção.

"Eu nunca desisti dela Daniel. E nunca irei." – sorrimos.

"Obrigada."– o olhei confusa. Quando fiz a menção de falar ele continuou. " Obrigada por a amar. Ela merece seu final feliz."

"É aí que você se engana. Regina não merece um final feliz, e sim um felizes para sempre..."

E foi assim que percebi, ele estava me dando a permissão para fazer Regina Mills feliz. Estava dizendo apenas com seu olhar que eu era o felizes para sempre dela.

Foi quando minha cabeça latejou e eu grunhi de dor. Meu lábios umedeceram e tudo começou a rodar.

"Você está voltando Emma."– falou quando coloquei a mao na parede, tentando me manter em pé. "Chegou a sua hora de prometer o que você disse"– se despediu de mim dando um beijo em minha testa, sumindo da minha visão.

E tudo voltou a ficar preto.
...

"Desculpa." – aquela voz chorosa disse. "Desculpa por não estar pronta"– ela estava chorando. "Eu preciso de você. Volta pra mim Ems."

Eu não conseguia dizer nada. Estava imóvel, e foi aí que percebi. Estava em coma, mesmo sabendo o que estava acontecendo ao meu redor.

Senti um calor sobre meu corpo. Uma lágrima em meu rosto e um prensar em meus lábios.

Sentia a magia percorrer minhas veias.

Eu estava acordando.

Mas assim que abri meus olhos não havia mais nada ali, eu ainda sentia o perfume dela. Senti o aroma adocicado de maçã nos meus poros, pisquei várias vezes, me acostumando com a luz daquele quarto.

Então eu soube, Regina havia me acordado por um beijo de amor verdadeiro. E uma única lágrima escorreu em minha face.

Eu havia voltado.