Vou pra sala, pois o intervalo já tinha acabado. Chego atrasada e a professora que me ama faz aquela carranca de filmes de terror. Eita, essa ai andou treinando, por que se eu fosse daquelas santinhas, ficaria com medo. Mas, como não sou, faço cara de deboche e vou pro meu lugar calmamente. Aula de matemática, ninguém merece.

Durante a aula toda, fico olhando pra professora e ela parece se surpreender. Iludida. Pensa que eu to prestando atenção. Eu to é pensando no que eu vou comer no almoço, em como chocolate é bom... Mas sempre que ela tava explicando, eu olhava com uma cara de que tava entendendo que se fosse eu lá na frente, me convenceria.

Na ultima aula, quando o sinal de ir embora toca, só falta eu começar a pular de alegria.

– Hey, Thals, a gente vai pra sua casa hoje, pra planejar – Si fala e eu começo a desejar que ainda estivéssemos na aula. Nossa, agora eu exagerei. Ela vai começar a falar do Di Angelo, aquele insuportável.

– Ok – é a única coisa que falo

Vou pro carro pra ir pra casa, mas não sem antes passar e bagunçar o cabelo da Annie e sair correndo. Isso sim é amizade.

Quando chego em casa e vou pra sala de jantar comer, pois estava quase morrendo. Vejo que Hera e mais umas mulheres estavam na mesa, comendo uns pratos que não sei nem falar o nome, comida fresca.

– Maria! – grita Hera e uma empregada aparece – Traga mais... – ela fala o nome de um prato estranho, nem parece comestível.

– E eu quero comida de gente – falo – Traz uns hambúrguers grandes, com muita batata-frita e catchup e uma coca-cola.

A empregada sai, volta e serve o prato de Hera e suas amiguinhas, que estavam conversando sobre festas super-badaladas, aquelas festas que só vão socialites ricas e esnobes.

– Essa é sua filha? – pergunta uma das metidas

– Não – fala Hera com desgosto – É a filha do meu marido.

– Que infelizmente casou com você depois – falo e ela não responde nada, já que meu lanche chega – Finalmente!

Contemplo meu prato com dois hambúrgueres enormes e um monte de batata frita com catchup, acompanhado de uma coca-cola de 600. Delicia. Começo a comer bem rápido enquanto as mulheres me olham como se eu fosse uma prisioneira de guerra que não come direito a uns 3 meses. Fazer o que? Eu to com fome.

– Vocês querem também é? – pergunto já me irritando delas ficarem me olhando. Eu to com fome caramba. Elas desviam o olhar.

– Modos, Thalia – Hera me repreende

– Eu estou num deles: modo com fome – falo

Continuo a comer meu maravilhoso almoço enquanto elas continuam a falar de um monte de coisas chatas.

De repente, american idiot começa a tocar e percebo que era o meu celular. As mulheres me olham assustadas enquanto eu não atendo. É claro, eu queria que chegasse na minha parte favorita da musica. Quando chega, e atendo.

Ligação on:

– Oi, Sil - falo

– Oi Lena. Eu liguei pra avisar que já estamos na sua porta – fala

– Silena, qual é o seu problema? É só tocar o interfone – falo e desligo

– Tem três garotas no portão! Deixa elas entrarem! – grito pros empregados.

As mulheres me olham como se eu fosse louca.

– Se as amigas forem iguais a você... – resmunga Hera

– Olha aqui, é melhor você não falar das minhas amigas – falo já me exaltando

– Thalia? – ouço a voz da Annie me procurando

– Na sala de jantar! – grito

As minhas três vaquinhas entram na sala de jantar e as exibidas que estão com Hera olham pra elas.

– Ah, ai estão vocês – falo

– Oi Thalia, oi Hera e oi pra vocês que não conheço – fala Annie

– Annie! Boa tarde pra todas vocês – fala Silena sorrindo gentilmente.

– Você é filha de Afrodite Beauregard McLean?! – exclama uma das arrogantes

– Sim... – fala Silena – Como você sabe o nome da minha mãe?

– Ela é uma modelo famosa esqueceu, seu encosto? – fala Clary, gentil como sempre, só que não.

– Ah é... – fala Sil

– Vocês querem comer? – pergunto

– Não vai apresentar suas amigas, Thalia? – pergunta Hera

– Por que eu faria isso? – falo

– Thalia! – fala Si

– Silena! – falo no mesmo tom

– Bem, eu sou Silena e essas são Annabeth e Clarisse – apresenta Silena, bem educadinha e perfeitinha como sempre

– Vocês querem comer? – pergunto de novo

– Eu quero! Finalmente falou minha língua! – fala Clari

– Eu já comi – fala Annie

– Thalia e Clarisse, como vocês conseguem comer essa comida toda gordurosa?! – fala Silena

– Olha só! – falo e peço mais um hambúrguer, que chega uns cinco minutos depois e começamos a comer hambúrguer, batata – frita e beber coca-cola que aquele encosto pediu pra ela.

– Não sei como conseguem... – fala Sil

– Credo ta parecendo a Hera – repreendo ela

– Thals, vamos logo com isso ai? – fala Annie

– Calma. E eu ainda nem pedi meu bolo com sorvete – falo

– Depois você pede. Termina logo de comer – fala Sil

Clarisse e eu terminamos de comer e subimos pro quarto, mas não sem antes eu pedir o bolo com sorvete, só que pra levar pro quarto.

Subimos pro quarto e Clari logo começa:

– Vamos logo falar dessa bagaça. A Thals vai lá e irrita bastante o pai dela e a Hera pra depois?

– Sei lá, ainda não pensei nisso – falo dando de ombros

– Mas o que vamos fazer pra irrita-lo? – pergunta Clari

– Já tem a intromissão do jantar com o namorado rebelde – fala Si

– Ok. O próximo passo podia ser a Thals se divertir um pouco – fala Annie com uma cara maliciosa – Sair “escondida” e chegar no outro dia, mas faça de tudo pra ele perceber que fugiu.

– Boa e que tal se a gente... – todo mundo começa a falar suas ideias e a tarde se passa assim, todas nós bolando planos malvados, inclusive contra Drew, e somente de um que não gostei: o fato de fingir que estou namorando o Di Angelo. Mas, vai valer a pena... eu acho.

No outro dia, acordo cedo e vou pra escola feliz e contente, saltitando de alegria por te dobradinha de matemática, afinal, adoro estudar... só que não. Acordei atrasada, Hera me torrou as paciências, fiquei com falta na primeira aula e na segunda tivemos palestra de alguma coisa que não prestei atenção.

Meu dia estava normal quando na hora da saída, não consigo fugir a tempo e minhas três vaquinhas me alcançam.

– É hoje, Thals – fala Si e me puxa pra frente da escola, onde o acéfalo conversava com uns garotos mal – encarados, que não são da escola.

– Licença, Nico, posso falar com você? – pergunto, educada, coisa que não sou

– O que você quer, Grace? – ele pergunta saindo da rodinha e eu o arrasto até minhas amigas.

– Pronto. Eu já chamei ele – falo

– Agora explica né sua tonta – fala Clari

– Não! Explica você, Silena – falo – A ideia não foi minha

– É, mas o plano é seu – devolve ela

– Ok – falo vencida – Eu quero fazer uma pequena vingança com meu pai e a Si achou que se eu tivesse um namorado rebelde, eu irritaria mais ele.

– Isso é um pedido de namoro? – ele pergunta confuso

– Sim, só que um namoro falso – eu falo

– E o que eu ganho com isso? – ele pergunta

– Além de você poder aprontar muito e ir pra muitas baladas, te pago 500,00. Ou sei lá, te dou alguma coisa que você quer. Não é difícil. - falo

– Ser seu namorado? É claro que é difícil, mas quer saber? Eu topo, só que não tente me agarrar por ai – ele fala

– Ok, e não se preocupe, ainda não estou totalmente louca pra fazer isso – falo estranhando ele ter aceitado de cara – A gente começa a treinar e combinar tudo essa semana, pois meu pai chega daqui a duas semanas.

– Operação deixar o velho louco começando! – fala Si

– Ok então, né – fala Clari

– Era só isso? – pergunta o Di Angelo

– Sim, era só isso – eu falo e ele volta pra turminha que estava antes.

POV´S NICO

Volto a conversar com a turma que estava, mas na verdade, eu não falava nada, estava brisando. Será que tinha feito o certo em aceitar?

O que ninguém sabia é que eu só tinha aceitado fazer parte desse plano idiota é que a turma estava começando a me chamar de gay. Sim, só porque não sou um idiota que pego todas. E também porque ontem eu vi o Minos, o líder da turma, falando que ia pegar a Thalia e mesmo não gostando dela, não desejo isso pra ninguém. Sei que a Thalia nunca ia ficar com um idiota como ele e o Minos nunca aceita um não. Se alguém fala um não pra ele, ele vai lá e faz algo terrível. Não sei se é verdade, mas já ouvi que ele estuprou uma menina.

A turma não é da escola, na verdade, nem sei se eles já estiveram em uma. São o Ethan, o Luke, o Chris e Minos, o líder. Só ando com eles por que eles são legais as vezes e porque eles que me deram passagem pra mim entrar no Anônimos, um lugar onde não tem regras e você faz praticamente o que quer. As únicas coisas que pegam mal é você matar alguém lá dentro, o que não seria difícil, já que lá só tem gente da barra pesada, mas nunca aconteceu esse tipo de coisa. Fica num tipo de galpão abandonado, lá tem pistas de skate, festas, tem um palco onde geralmente tocam e fazem apresentações, você pode grafitar as paredes, enfim. Só vou lá pra me divertir, nunca me envolvi em crimes ou tráfico de drogas, mas já fui chamado muitas vezes pra participar de crimes. Uma vez me chamaram para servir de motorista num assalto ao banco e iam me dar meio milhão, só pra fazer isso, mas não topei. Sempre dou um jeito de escapar. Pra entrar lá, você tem que conhecer alguém de dentro e eu conheci o Minos que foi com a minha cara e me deixou entrar.

– Nico, você vai no anônimos hoje? – pergunta Chris

– Não sei, estou pensando em fazer umas coisas ai – falo

– Hoje vai ter uma festa lá, e parece que vai ser legal – Luke fala

– Você vai, Ethan? – pergunta Chris pra Ethan

– Vou com certeza. Você vai, Minos? – fala Ethan

– Eu vou, claro. Tenho que programar a passagem – ele fala

– Vai tirar quem agora? – pergunta Luke

– Um antigo amigo meu, ele também vai me ajudar nuns planos – ele fala. Quando fala que vai tirar alguém, significa que ele vai tirar alguém da cadeia – E amanhã eu vou falar com aquela menina, que falei pra vocês.

– Quem? – pergunto, eu não estava aqui na hora

– Aquela roqueira que veio falar alguma coisa com você – fala Minos

– Puts cara, aquela é minha namorada – falo. Ainda bem que ela tinha me chamado antes.

– Olha, já tava começando a pensar que você era gay – fala Luke

– Sério, Nico? Toma cuidado ein – Minos fala e eu não entendo

– Gente, eu to indo – falo, mas Minos me detém e diz:

– Acabei de ter uma ideia. Vocês vão me ajudar com a passagem

– Vixi, não sei se vai dar – falo

– Nem vem querer sair fora, Nico. Todo mundo vai – Minos fala com uma voz firme.

– Ok, quando? – pergunta Ethan

– Hoje a noite, todo mundo no anônimos. Vamos combinar lá – ele responde – Vamos contar com a ajuda de um cara de lá. Seu nome é Lee.

– Ok. Hoje a noite. Tchal – falo e me despeço o mais rápido o possível.

Essa não. Vou ter que participar de um crime. Se eu não participar, o Minos pode fazer alguma coisa. Irei virar um criminoso.