Meu Segurança Particular. escrita por Uvinha Lee


Capítulo 8
Incógnita.


Notas iniciais do capítulo

Esse capítulo ficou menor que o normal, desculpem por isso! Boa leitura! ;)



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Yukino e Juvia se entreolharam, estranhando a atitude de Natsu. De repente instalou-se um clima pesado no ar. Pessoas que trabalhavam na confecção estavam todas preocupadas e haviam até parado seus afazeres para observar a cena.

– Natsu... Tem certeza? – Sussurrou a perolada. – A família de Lucy mora a 4 horas daqui. A irmã dela provavelmente está internada no hospital da família, que também fica no interior.

– Não importa, eu posso levá-la até lá. Além disso, eu não tenho nenhum compromisso agora, e vocês duas parecem estar ocupadas.

– Bem... É verdade, - Disse a perolada, que no fundo sabia que Natsu estava certo. – Mas ela é minha amiga, se for preciso deixo o trabalho com as ajudantes e vou com ela até lá!

– E quem vai tomar conta de tudo? – Disse o rosado, fazendo-a refletir melhor. – Já disse, eu a levo!

– Bem... Talvez ele tenha razão, Yukino. – Disse a Azulada. – Natsu, se quiser, pode usar o carro de Vikky que está comigo. Não temos só este, depois mando o motorista me buscar!

– Não sei se é uma boa ideia, Lucy não conhece você, Natsu. Ela precisará de alguém conhecido ao seu lado. – A perolada parecia preocupada com sua amiga, mas estava dividida, pois sabia que não podia deixar a confecção, entretanto, não queria deixá-la sozinha nesse momento.

– Quer saber, tenho certeza que Vikky vai entender. – Disse a Azulada, estendendo-se. Natsu e Yukino a fitaram, sem entender. – Ficarei aqui e vocês vão. – A branca parecia determinada.

– Juvia... Mas... Não tem mais nada a fazer hoje?

– Tenho algumas coisas, mas esse é um assunto de urgência, posso ficar aqui até voltarem, depois mando alguém para me substituir nos meus afazeres. – Ela estendeu a mão e pôs as chaves do carro na mão de Natsu.

– Você sabe dirigir, certo? – Disse a azulada enquanto entregava suas chaves.

– Sim.

A loira, desacordada até agora, já mostrava sinais de estar voltando a si, mas ainda estava desnorteada e não conseguia ficar de pé. Yukino preparou algumas coisas para levar no caminho até a família Heartfilia e a maleta de primeiros socorros, caso precisasse. Juvia certificou que ficaria o tempo que precisasse, deixando Yukino tranquila e muito agradecida. Natsu tomou Lucy em seus braços e ela se apoiou em volta de seu pescoço, encostando a cabeça em seu ombro. Ele a pôs no banco de trás com Yukino e foi para o banco do motorista, deu partida no carro e mandou Yukino guiar o caminho.

...

Gajeel estava finalmente em casa. Ele entrou em seu condomínio e deu a encarada assustadora diária em seu síndico antes de subir, ele não resistia. Sua cabeça não havia parado nem por um minuto desde quando conheceu Levy. Já conseguia se imaginar acompanhando-a por todos os lados, esbofeteando tarados... Só não sabia se ele gostava muito da ideia. Tch... Tá brincando? Vai ser demais surrar pervertidos. E ainda ser pago por isso, pensou depois de analisar a situação. Posso, quem sabe, comprar uma moto nova. Sair desse bairro...

“É o seguinte, grandão...”

– Tch... – O moreno riu ao lembrar-se da conversa com Levy. – Ela realmente... – Seu gatinho pulou em sua janela e miou. – Lily! – Ele foi até seu animal e o carregou, jogando-se de costas em cima da cama. – Já te contei a última? Começo a trabalhar em dois dias. Gihi. – O gatinho grunhiu. – É, eu sei. Mas não se preocupe. Não vou te abandonar aqui. Vamos morar em um lugar bem melhor e você poderá furar sacos de lixo com comida classe A. Gihihi.

Coçando o pescocinho de Lily, Gajeel lembrou-se do papel que viu no chão no estúdio da azulada. Fitou o teto de seu quarto e refletiu sobre o que havia lido. Aquela na certa era uma música proibida, considerando a forma como pulou na frente do papel assim que percebeu que ele estava lendo. – Sim, ele havia percebido. – O termo “Música proibida” era usado pelo moreno para classificar as músicas que nunca deveriam ser tocadas por serem íntimas demais. E aquela música...

“Eu sou a rainha dos tolos?
Embrulhada em suas mentiras e jóias ridículas
O que eu vejo em você?
Talvez eu seja viciada em todas as coisas que você faz
Porque eu continuo achando que você é
Aquele que veio para ser o dono do meu coração

Coração gélido, uma pena que você permanecerá

apenas com medo na escuridão”

– Qual era a daquela música, afinal?... É negra demais para uma garota como ela. – Ele disse consigo mesmo.

Decepções amorosas aconteciam com todos e aquele com certeza era mais um caso desses. Talvez ele estivesse curioso, só um pouco. Mas não era da conta dele. Somente esqueceria essa história e focaria na sua vida que já era suficientemente complicada.

...

Juvia continuava no ateliê e conduzia os empregados perfeitamente. Tudo estava em ordem. Se não fosse assistente de Levy, poderia perfeitamente liderar algum grupo de uma empresa qualquer. Ela riu consigo. A quem queria enganar? No fundo, secretamente, Juvia tinha amor mesmo era pela música. Foi assim que chegou até Levy. Mais que uma assistente ou uma amiga, Juvia já havia colaborado em algumas das canções de Levy. Tocava piano como ninguém. Mas claro que não poderia seguir uma carreira parecida com a de sua amiga, pois seu estilo era totalmente romântico melancólico. Seu cenário perfeito era a chuva.

A campainha toca ~

– Continuem o trabalho, volto em um segundo. – Disse a branca, indo em direção à porta. Ao abrir, deu de cara com um moreno de olhos marcantes que parecia ofegante e um pouco aborrecido. Ao vê-la, ele pareceu um tanto desconcertado, mas manteve sua expressão um pouco fechada. – Eu posso ajudar?

– O Natsu está por aqui? – Disse ele apressadamente, quase a interrompendo.

– Primeiro você não deveria se apresentar? – A branca não era acostumada com falta de educação e não tolerava comportamentos não cordiais. O moreno, que sondava o lugar atrás de Juvia, a encarou imediatamente após seu comentário.

– Tss... Eu só quero saber se o cabeça de vento está aqui ou não! Eu meio que confundi o dia de virmos e o apressei para vir até aqui. Agora ele vai me dar nos nervos por isso. – Disse desviando o olhar e com uma veia levemente saltada. A branca desistiu de consertar o inconsertável e expirou.

– Como você já pôde ver, enquanto ignorava o fato de ter uma pessoa na sua frente, o Natsu não está aqui.

– Quanto drama...

– Sabe, eu nunca vi tanta educação em um ser humano apenas...

– Você, com certeza, não aparenta ser tão irônica quanto é, senhora...

– Só “Juvia” está ótimo. – Deu um sorrisinho amerelo e o olhou de cima a baixo. – Bom, você já pode ir agora, tem bastante trabalho a fazer e não posso perder tempo aqui, com sua licença. – Ela fechou a porta gentilmente na cara do moreno, que ficou pasmo.

– Tss... Educação, ah tá. – Ele pôs as mãos nos bolsos e foi embora. Depois telefonaria para o amigo checando o que aconteceu.

...

As palavras dele ecoavam pela cabeça dela, ela não conseguia parar de pensar no encontro com o novo segurança. Ela ensaiou, traçou um assunto inicial, fez uma sequência de perguntas... Mas absolutamente nada saiu como planejado, ele parecia de outro mundo. Ninguém havia conseguido deixá-la sem norte como ele. Pelo menos não há muito tempo, ela não gostava nada desse sentimento. Porque era exatamente como se sentia com ele... Rogue.

– Gajeel Redfox... – Ela se lembrava do moreno, deitada em sua cama enquanto ouvia música em seus fones. – Hunf... Será que isso vai funcionar? – A azulada é tirada de seus pensamentos ao ouvir o som do seu celular tocar ao longe em meio à música que escutava.

Ela tirou um dos fones para confirmar e ouviu novamente o toque. Azar, não sabia onde estava novamente o bendito celular, mas dessa vez, pelo menos, estava perto. Estava em seu estúdio. Ao entrar e procurar seu celular, percebeu um cheiro diferente. Não era de Laxus ou dela... Só podia ser o perfume de Gajeel. Ela fitou o lugar onde ele estava sentado e quase pôde visualizá-lo. O telefone toca mais uma vez.

– Droga! – Ela percebeu que havia se distraído e correu torcendo para que desse tempo de atender quem quer que estivesse pacientemente esperando por sua boa vontade em atender a chamada. – Alô?!

– Levy?

– Juvia! Oi... Desculpa a demora é que—

– Você... Estava procurando o celular? – Uma gota desceu pela testa de Levy.

– É... Mas me diz por que está demorando a voltar? Estava ficando preocupada!

– É que a Lucy recebeu uma notícia ruim por telefone e não se sentiu bem... Então assumi as coisas por aqui enquanto Yukino e um rapaz a acompanharam até o interior.

– O quê?! – A azulada caiu no sofá com o que a assistente lhe havia dito. – O que houve, Juvia?!

– Depois eu te dou mais detalhes, por hora não se preocupe. Sua roupa, já está pronta e levarei hoje mesmo.

– Não é isso, Juvia, estou preocupada com Lucy!

– Teremos notícias mais tarde.

– Não só isso, quero ir até onde ela está.

– Tudo bem, não se preocupe... Mas mudando de assunto, como foi com seu novo segurança?

– Argh... – Ela se encostou ao sofá. – Sinceramente? Nem eu sei.

– Hã?

– É como se ele fosse uma incógnita...

– E isso é... Ruim? – A azulada ficou pensativa.

– Talvez... Eu também seja assim. No fundo acho que somos parecidos. Estou curiosa para saber o que há por trás da armadura de metal.

– Isso me parece ótimo. Se deram bem, então?

– Se é que posso chamar aquilo de “se dar bem”.

– Não entendi mais nada. Ele deve ser mesmo uma incógnita porque está difícil até de definir!

– Tem razão. – Ela expirou. – Juvia, conversamos mais depois. Trate de regular bem as coisas por aí até a volta de Lucy e Yukino! Isso é uma ordem!

– Pode deixar, chefe!

– E me mantenha informada. Até breve... – Desligou.

“Digamos que estou longe de ser o “mocinho” do filme.”

Incógnita... É... Talvez fosse essa a palavra que o definia perfeitamente. Apesar de se mostrar aos poucos, havia uma grande parcela do iceberg imerso em um oceano escuro. Mas mesmo com seu ar misterioso, ela sentia uma estranha sensação de proteção ao seu lado. Será que isso faz sentido? Ele estava bagunçando sua cabeça. Ele conseguia levá-la aos dois extremos. Mas já chega dessa coisa toda de Gajeel. A semelhança com o passado já começava a irritá-la.

A campainha toca ~

– Hm? Não estou esperando mais ninguém... Com certeza não é o Laxus...

Falar de Laxus a lembrava de Gajeel. Ela sacudiu a cabeça e bufou. Já disse que chega do assunto Gajeel por hoje!, pensou a azulada. Ela foi correndo até a porta, pôs a mão na maçaneta, mas hesitou. Se ela não esperava ninguém, quem podia ser? Mesmo com guardas lá fora, ela sentiu um frio na barriga. Talvez fosse melhor verificar quem era... Ela verificou a tela digital ao lado da porta que mostrava as imagens das câmeras. Apertou sobre a opção “porta” e viu. Ela ficou estática e sem reação. Seu coração começou a acelerar. Talvez ela não estivesse preparada ainda... Para receber essa visita.

– Rogue? – Sussurrou.

Ela se afastou da porta lentamente e respirou fundo algumas vezes.

“A música não deve te dar pesar, mas prazer. Quando não há prazer no que se faz... A música perde o sentido.”

Ao lembrar-se involuntariamente de Gajeel, a azulada fitou sua porta de entrada com um olhar determinado. Ela teria de enfrentar isso de qualquer forma, mesmo com medo. Iria enfrentar. Ela se fortaleceu de alguma forma com sua lembrança, era como se a confiança dele passasse para ela naquele momento. Heh... Parece que havia muito que aprender com seu novo segurança, afinal. Hunf... Obrigada, grandão. Ela deu um sorriso e se aproximou da porta. Girou as chaves e abriu.


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